VITÓRIA DO HAMAS.
Enviado: 26 Jan 2006, 12:07
Fatá recebe vitória do Hamas com medo de teocracia
A vitória do Hamas sobre os representantes do Fatá nas eleições parlamentares causa espanto e desespero nesta quinta-feira entre os militantes do partido governista em Gaza, onde os fundamentalistas islâmicos conquistaram a maioria das cadeiras.
As informações de diferentes fontes sobre a vitória dos fundamentalistas - ainda extra-oficiais - surpreenderam milhares de ativistas e simpatizantes do Fatá, que, na noite de ontem, logo após o pleito, chegaram a comemorar a vitória.
O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ahmed Qorei, veterano dirigente do Fatá, renunciou antes do resultado oficial ser proclamado. Por lei, o presidente Mahmoud Abbas deve oferecer ao Hamas a formação do próximo Governo.
"A vitória do Hamas terá grandes conseqüências", declarou o principal dirigente político do grupo, Mahmoud al-Zahar.
"Representantes de nossa organização se incorporarão à ANP e combaterão por dentro a corrupção", acrescentou aos jornalistas.
Também disse que "continuará a luta armada, e a vitória fará com que Israel faça concessões (nos territórios ocupados) aos palestinos". Para ele, a vitória do Hamas mudará a atitude do Egito e da Jordânia com Israel, com quem assinaram tratados de paz em 1979 e 1994, respectivamente.
Al-Zahar, vítima há dois anos de um ataque dos chamados "assassinatos seletivos" da aviação israelense do qual saiu ferido, convocou todas as facções palestinas a aderirem ao programa político do Hamas. A vitória eleitoral "foi um golpe contra os Estados Unidos e Israel", afirmou.
O primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, se reunirá esta noite com vários ministros de Estado para analisar as conseqüências da vitória atribuída aos candidatos islâmicos, cujo programa inclui a destruição do Estado judeu.
A vitória do Hamas pôs fim ao monopólio do Fatá. Alguns observadores palestinos consideram que muitos votaram nos fundamentalistas para castigar a corrupção e o caos reinante nas ruas de Gaza e de cidades cisjordanianas.
O Fatá, principal partido da coalizão da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), durante décadas foi comandado por Yasser Arafat e, desde seu falecimento, por Mahmoud Abbas. Há 40 anos, o partido vinha conduzindo os destinos do povo palestino e os esforços diplomáticos para recuperar os territórios ocupados por Israel na guerra de 1967.
Na campanha eleitoral, o Hamas acusou o Fatá de "não ter feito nada" pela causa de seu povo. No entanto, Arafat, ao referendar os históricos acordos de Oslo (1993), conseguiu levar de volta a solo palestino milhares de guerrilheiros no exílio, criou a ANP e acertou com Israel a autonomia em Gaza e zonas da Cisjordânia com a intenção de conseguir um Estado independente.
O Hamas parece ter conquistado 77 das 132 cadeiras do Parlamento palestino. De acordo com seu porta-voz, Musher al-Masri, o movimento foi fundado pelo xeque Ahmed Yassin em 1987, após a primeira Intifada contra a ocupação, em Gaza, onde a Força Aérea israelense o assassinou em 2004.
Um importante dirigente do Fatah de Ramala telefonou hoje para Ismail Haniye, cabeça da lista eleitoral do Hamas, para cumprimentá-lo pela vitória.
Já os ativistas do Fatá não escondiam a frustração e a tristeza. Alguns não ocultavam o temor de que o Hamas imponha uma teocracia islâmica nos territórios palestinos.
EFE
Agência Efe - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência Efe S/A.
A vitória do Hamas sobre os representantes do Fatá nas eleições parlamentares causa espanto e desespero nesta quinta-feira entre os militantes do partido governista em Gaza, onde os fundamentalistas islâmicos conquistaram a maioria das cadeiras.
As informações de diferentes fontes sobre a vitória dos fundamentalistas - ainda extra-oficiais - surpreenderam milhares de ativistas e simpatizantes do Fatá, que, na noite de ontem, logo após o pleito, chegaram a comemorar a vitória.
O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ahmed Qorei, veterano dirigente do Fatá, renunciou antes do resultado oficial ser proclamado. Por lei, o presidente Mahmoud Abbas deve oferecer ao Hamas a formação do próximo Governo.
"A vitória do Hamas terá grandes conseqüências", declarou o principal dirigente político do grupo, Mahmoud al-Zahar.
"Representantes de nossa organização se incorporarão à ANP e combaterão por dentro a corrupção", acrescentou aos jornalistas.
Também disse que "continuará a luta armada, e a vitória fará com que Israel faça concessões (nos territórios ocupados) aos palestinos". Para ele, a vitória do Hamas mudará a atitude do Egito e da Jordânia com Israel, com quem assinaram tratados de paz em 1979 e 1994, respectivamente.
Al-Zahar, vítima há dois anos de um ataque dos chamados "assassinatos seletivos" da aviação israelense do qual saiu ferido, convocou todas as facções palestinas a aderirem ao programa político do Hamas. A vitória eleitoral "foi um golpe contra os Estados Unidos e Israel", afirmou.
O primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert, se reunirá esta noite com vários ministros de Estado para analisar as conseqüências da vitória atribuída aos candidatos islâmicos, cujo programa inclui a destruição do Estado judeu.
A vitória do Hamas pôs fim ao monopólio do Fatá. Alguns observadores palestinos consideram que muitos votaram nos fundamentalistas para castigar a corrupção e o caos reinante nas ruas de Gaza e de cidades cisjordanianas.
O Fatá, principal partido da coalizão da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), durante décadas foi comandado por Yasser Arafat e, desde seu falecimento, por Mahmoud Abbas. Há 40 anos, o partido vinha conduzindo os destinos do povo palestino e os esforços diplomáticos para recuperar os territórios ocupados por Israel na guerra de 1967.
Na campanha eleitoral, o Hamas acusou o Fatá de "não ter feito nada" pela causa de seu povo. No entanto, Arafat, ao referendar os históricos acordos de Oslo (1993), conseguiu levar de volta a solo palestino milhares de guerrilheiros no exílio, criou a ANP e acertou com Israel a autonomia em Gaza e zonas da Cisjordânia com a intenção de conseguir um Estado independente.
O Hamas parece ter conquistado 77 das 132 cadeiras do Parlamento palestino. De acordo com seu porta-voz, Musher al-Masri, o movimento foi fundado pelo xeque Ahmed Yassin em 1987, após a primeira Intifada contra a ocupação, em Gaza, onde a Força Aérea israelense o assassinou em 2004.
Um importante dirigente do Fatah de Ramala telefonou hoje para Ismail Haniye, cabeça da lista eleitoral do Hamas, para cumprimentá-lo pela vitória.
Já os ativistas do Fatá não escondiam a frustração e a tristeza. Alguns não ocultavam o temor de que o Hamas imponha uma teocracia islâmica nos territórios palestinos.
EFE
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