Lei antifumo é inconstitucional
Enviado: 08 Abr 2009, 15:30
Diz a associação de bares e restaurantes
Projeto está em conflito com legislação federal e municipal.
Impacto nos hotéis deve ser menor, mas entidade desaprova 'extremismo'.
Juliana Cardilli Do G1, em São Paulo
Associações de bares, restaurantes e hotéis de São Paulo, setores que mais devem ser impactados pela nova lei antifumo aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo, reclamam do excesso de rigor da nova legislação e também da grande quantidade de regulamentações referentes ao setor. Para o diretor jurídico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em São Paulo, Percival Maricato, o problema é ainda pior: a nova lei seria inconstitucional, por entrar em conflito com a legislação federal e municipal.
“A lei federal já determina a implantação de fumódromos nos locais, e a lei municipal fala sobre a divisão dos espaços para fumantes e não fumantes. Com a nova lei, que prevê a proibição total, vai ficar muito confuso, nem os advogados sabem o que vai prevalecer”, afirmou Maricato.
Segundo ele, a associação é contra o excesso de legislações que dizem respeito ao setor de bares e restaurantes. Isso prejudica, de acordo com o advogado, a questão da segurança jurídica dos pequenos empresários, que estão sujeitos a modificações constantes nas regulamentações referentes a seus comércios.
“Os bares e restaurantes são ocais de sociabilidade, de lazer, das pessoas se soltarem. Esse tipo de lei os tornam conflituosos, em especial a parte que fala de delação, de chamar a polícia, de multas”, explica Maricato, que propõe uma solução simples: a divisão dos estabelecimentos entre aqueles que aceitam e não aceitam o cigarro. “Os proprietários e seus clientes escolheriam, essa questão seria facilmente dividida pelo mercado. Quem não gosta de cigarro naturalmente escolheria o local onde não se fuma”.
De acordo com a nova lei, o cigarro estará banido em bares, restaurantes e nos locais de trabalho. Não será possível nem mesmo em fumódromos. Os fumantes não poderão fumar em qualquer ambiente fechado ou parcialmente fechado que seja de uso coletivo público ou privado. Só será permitido fumar em casa, em comércios especializados na venda de cigarros e de similares, como tabacarias, e em cultos religiosos em que o tabaco faça parte do ritual.
Impacto econômico
Além da legislação e da questão da sociabilidade, a provável redução do faturamento, com a debandada dos estabelecimentos de clientes que fumam, é um fator apontado como essencial contra a lei. “Vai ter uma queda do faturamento, mais uma vez, depois da lei seca”, afirmou Maricato.
Alguns bares, para se manter no mercado, podem tentar aproveitar uma brecha do projeto – que permite o consumo de cigarro em locais que sejam tabacarias. “Se você cria um ambiente desse, que proíbe o fumante, muitos freqüentadores não vão ficar a vontade. Em alguns locais eles até podem sair para fumar, mas e nas discotecas, onde não pode sair e voltar?”.
Segundo o advogado, a associação certamente irá entrar com ação judicial caso a lei seja sancionada, por ser inconstitucional e contrariar as leis federais e municipais. “Apesar dos regulamentos poderem ser compartilhados, quando há uma contradição prevalece a lei federal no que é geral e a municipal no que é específico. A lei estadual deveria agir apenas complementarmente”, explicou Maricato.
Hotéis
Apesar de também acolhidos dentro da lei que proíbe o fumo em espaços coletivos, os hotéis são menos impactados que os bares e restaurantes. Alguns deles já se tornaram locais 100% livres do cigarro – e nos que ainda permitem o fumo, os espaços específicos são cada vez menores e isolados. Mesmo assim, a entidade vê nova legislação como um “exagero”.
“Não somos a favor do fumo, porém tudo o que é extremista nós não consideramos muito positivo. Isso acaba afetando os negócios. Se você tem um casamento dentro do hotel, por exemplo, tem que privar os convidados de fumar”, afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, Bruno Omori.
Segundo ele, os quartos de hotel são considerados extensões da casa do cliente, por isso é complicada a proibição é também a fiscalização. “Como toda lei, tem que ser obedecida. Mas fere o direito da pessoa”, afirmou.
Omori reconhece que o setor não deve sentir tanto impacto, pois grande parte das pessoas utilizam hotéis por necessidade – e poderão sair do quarto e ir até a rua para fumar. “Mas nos restaurantes e principalmente nos bares dos hotéis comuns nos com certeza vamos ter uma redução do consumo”, contou.
Por não ter acompanhado com proximidade o projeto, Omori explicou que ainda não sabe quais medidas devem ser tomadas pela associação – que ainda vai fazer a analise do impacto real da nova lei para a hotelaria. Entretanto, ele critica a falta de contato com a entidades do setor.
“São decisões bem radicais tomadas sem discutir com o mercado. É um setor que traz muito importo, muito emprego, e deveria ser consultado. Pode ter um imapcto grande em número de empregos, no faturamento”, afirmou.
Projeto está em conflito com legislação federal e municipal.
Impacto nos hotéis deve ser menor, mas entidade desaprova 'extremismo'.
Juliana Cardilli Do G1, em São Paulo
Associações de bares, restaurantes e hotéis de São Paulo, setores que mais devem ser impactados pela nova lei antifumo aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo, reclamam do excesso de rigor da nova legislação e também da grande quantidade de regulamentações referentes ao setor. Para o diretor jurídico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em São Paulo, Percival Maricato, o problema é ainda pior: a nova lei seria inconstitucional, por entrar em conflito com a legislação federal e municipal.
“A lei federal já determina a implantação de fumódromos nos locais, e a lei municipal fala sobre a divisão dos espaços para fumantes e não fumantes. Com a nova lei, que prevê a proibição total, vai ficar muito confuso, nem os advogados sabem o que vai prevalecer”, afirmou Maricato.
Segundo ele, a associação é contra o excesso de legislações que dizem respeito ao setor de bares e restaurantes. Isso prejudica, de acordo com o advogado, a questão da segurança jurídica dos pequenos empresários, que estão sujeitos a modificações constantes nas regulamentações referentes a seus comércios.
“Os bares e restaurantes são ocais de sociabilidade, de lazer, das pessoas se soltarem. Esse tipo de lei os tornam conflituosos, em especial a parte que fala de delação, de chamar a polícia, de multas”, explica Maricato, que propõe uma solução simples: a divisão dos estabelecimentos entre aqueles que aceitam e não aceitam o cigarro. “Os proprietários e seus clientes escolheriam, essa questão seria facilmente dividida pelo mercado. Quem não gosta de cigarro naturalmente escolheria o local onde não se fuma”.
De acordo com a nova lei, o cigarro estará banido em bares, restaurantes e nos locais de trabalho. Não será possível nem mesmo em fumódromos. Os fumantes não poderão fumar em qualquer ambiente fechado ou parcialmente fechado que seja de uso coletivo público ou privado. Só será permitido fumar em casa, em comércios especializados na venda de cigarros e de similares, como tabacarias, e em cultos religiosos em que o tabaco faça parte do ritual.
Impacto econômico
Além da legislação e da questão da sociabilidade, a provável redução do faturamento, com a debandada dos estabelecimentos de clientes que fumam, é um fator apontado como essencial contra a lei. “Vai ter uma queda do faturamento, mais uma vez, depois da lei seca”, afirmou Maricato.
Alguns bares, para se manter no mercado, podem tentar aproveitar uma brecha do projeto – que permite o consumo de cigarro em locais que sejam tabacarias. “Se você cria um ambiente desse, que proíbe o fumante, muitos freqüentadores não vão ficar a vontade. Em alguns locais eles até podem sair para fumar, mas e nas discotecas, onde não pode sair e voltar?”.
Segundo o advogado, a associação certamente irá entrar com ação judicial caso a lei seja sancionada, por ser inconstitucional e contrariar as leis federais e municipais. “Apesar dos regulamentos poderem ser compartilhados, quando há uma contradição prevalece a lei federal no que é geral e a municipal no que é específico. A lei estadual deveria agir apenas complementarmente”, explicou Maricato.
Hotéis
Apesar de também acolhidos dentro da lei que proíbe o fumo em espaços coletivos, os hotéis são menos impactados que os bares e restaurantes. Alguns deles já se tornaram locais 100% livres do cigarro – e nos que ainda permitem o fumo, os espaços específicos são cada vez menores e isolados. Mesmo assim, a entidade vê nova legislação como um “exagero”.
“Não somos a favor do fumo, porém tudo o que é extremista nós não consideramos muito positivo. Isso acaba afetando os negócios. Se você tem um casamento dentro do hotel, por exemplo, tem que privar os convidados de fumar”, afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo, Bruno Omori.
Segundo ele, os quartos de hotel são considerados extensões da casa do cliente, por isso é complicada a proibição é também a fiscalização. “Como toda lei, tem que ser obedecida. Mas fere o direito da pessoa”, afirmou.
Omori reconhece que o setor não deve sentir tanto impacto, pois grande parte das pessoas utilizam hotéis por necessidade – e poderão sair do quarto e ir até a rua para fumar. “Mas nos restaurantes e principalmente nos bares dos hotéis comuns nos com certeza vamos ter uma redução do consumo”, contou.
Por não ter acompanhado com proximidade o projeto, Omori explicou que ainda não sabe quais medidas devem ser tomadas pela associação – que ainda vai fazer a analise do impacto real da nova lei para a hotelaria. Entretanto, ele critica a falta de contato com a entidades do setor.
“São decisões bem radicais tomadas sem discutir com o mercado. É um setor que traz muito importo, muito emprego, e deveria ser consultado. Pode ter um imapcto grande em número de empregos, no faturamento”, afirmou.