CAMBALACHOS!!!!

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Avatar do usuário
carlo
Mensagens: 3974
Registrado em: 31 Out 2005, 23:09
Gênero: Masculino
Localização: Governador Valadares MG

CAMBALACHOS!!!!

Mensagem por carlo »

Este tango foi encomendado pelo produtor de cinema Ángel Mentasti a Enrique Santos Discépolo.
Apesar disto ele foi apresentado pela primeira vez por Sofia Bozan numa revista musical no Teatro Maipo, em 1935, contra
a vontade do produtor Ángel que o incluiu em seu filme “El Alma del Bandoneon” cantada por Ernesto Fama.
Com o sucesso obtido várias gravações foram feitas:
Roberto Maida com
Orquestra de Francisco Canaro(1935),
Tania(1936),
Roberto Arrieta(década de 40),
Alberto Echague(década de 40),
Tita Merelo(1956),
Edmundo Rivero(1959),
Virginia Luque(1973),
Julio Sosa(1973),
Rubén Juárez(1973),
Susana Rinaldi(1976)
e Julian Plaza(1976).
Tantas gravações dão idéia do sucesso
desse tango.
Indicando a confusão reinante no século
XX Discépolo mistura, na letra, figuras contrastantes e famosas do começo da década de 30:
o golpista Alexander Stavisky, que se suicidou num cárcere em 1934;
Dom Bosco, fundador da Ordem dos Salesianos e canonizado pelo Papa em
1934;
“La Mignon” que parece ser uma forma
usual de tratamento na época,
significando “querida” ou “amante”;
Don Chicho, apelido do chefe da máfia argentina, Juan Galiffi, que foi preso
e processado em 1932;
Napoleão, da França;
Primo Carnera, boxeador
italiano campeão mundial peso pesado
em 1933-1934 e
San Martin, herói da libertação de
vários países sul-americanos.
A letra que utiliza uma linguagem coloquial
é repleta de gírias.
Sobre o caráter revolucionário deste
tango basta dizer que, quase meio século depois de seu surgimento, a ditadura
militar que governou a Argentina a partir
de 1976 decidiu “recomendar” que ele não fosse executado.




CAMBALACHE



Que el mundo fue y sera una porqueria,
Que o mundo foi e será uma porcaria,

ya lo se;
já sei;

en el quinientos seis
em quinhentos e seis

y en el dos mil también;
e em dois mil também;

que siempre ha habido chorros,
que sempre tem havido safados,

maquiavelos y estafaos,
malandros e gatunos,

contentos y amargaos,
contentes e descontentes,

valores y dubles,
sinceros e falsos,

pero que el siglo veinte es un despliegue
porém que o século vinte é uma piada

de malda insolente
de turma insolente

ya no hay quien lo niegue;
ja não há quem negue;

vivimos revolcaos en un
merengue
vivemos revirados em um merengue

y en un mismo lodo todos manoseaos.
e em um mesmo lodo todos manuseados.

Hoy resulta que es lo mismo
Hoje resulta que dá no mesmo

ser derecho que traidor,
ser direito ou traidor,

ignorante, sabio, chorro,
ignorante, sábio, safado,

generoso, estafador.
generoso, gatuno.

Todo es igual; nada es mejor;
Tudo é igual; nada é melhor;

lo mismo un burro que un gran profesor.
igual um burro que um grande professor.

No hay aplazaos ni escalafon;
Não há ralé nem bacanas;

los inmorales nos han igualao.
os imorais nos igualaram.

Si uno vive en la impostura
Se um vive na mentira

y otro roba en su ambición,
e outro rouba na sua ambição,

da lo mismo que si es cura,
dá no mesmo ser padre,

colchonero, rey de bastos,
mendigo, rei de paus,

caradura o polizon.
malandro ou honesto.

Que falta de respeto,
Que falta de respeito,

que atropello a la razon;
que atropelo à razão;

cualquiera es un señor,
qualquer um é um senhor,

cualquiera es un ladron.
qualquer um é um ladrão.

Mezclaos con Stavisky
Misturado com Stavisky

van Don Bosco y la Mignon,
estão Dom Bosco e La Mignon,

don Chicho y Napoleon,
Dom Chicho e Napoleão,

Carnera y San Martin.
Carnera e San Martin.

Igual que en la vidriera
irrespetuosa
Como na vitrine desrespeitosa

de los cambalaches
dos cambalachos

se ha mezclao la vida
misturou-se a vida

y herida por un sable sin
remaches
e ferida por um sabre sem piedade

ves llorar la Bíblia contra un bandoneon.
vês chorar a Biblia contra um bandoneom.

Siglo veinte, cambalache
Século vinte, cambalacho

problematico y febril;
problemático e febril;

el que no llora, no mama,
o que não chora, não mama,

y el que no roba es un gil.
e o que não rouba é um otário.

Dale no mas, dale que va,
Venham leis, venham e vão,

que alla en el horno nos vamo a encontrar.
que lá no inferno vamos nos encontrar.

No pienses mas, sentate a un lao,
Não penses mais, senta-te a um lado,

que a nadie importa si naciste honrao.
que a ninguém importa se nasceste
honrado.

Que es lo mismo el que trabaja
Que é o mesmo o que trabalha

noche y día como un buey
noite e dia como um boi

que el que vive de los otros,
que o que vive dos outros,

que el que mata que el que cura
que o que mata ou o que cura

o esta fuera de la ley.
ou esta fora da lei.




Letra e Música de Enrique Santos Discépolo
Tradução por Elesta e Leo.
Contamos também com o inestimável auxílio de Marcial Salaverry na tradução das inúmeras gírias contidas na letra


QUER OUVIR?

http://www.paixaoeromance.com.br/o_tang ... alache.htm
Imagem

NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!

Trancado