Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado minimo

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Samael
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por Samael »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Grande Samuca, sempre bom te ver...

Pois é, comprei um Mac com teclado internacional... dá para escrever usando a mesma configuração em francês e português...


Esse teu cavanhaque foi uma espécie de adaptação estética francesa?

Ficou estiloso. :emoticon12:

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Minha namorada pediu pra eu deixar e eu até que gostei. O legal é que me força a fazer a barba com frequencia e aí eu não fico com aquele aspecto de mendigo relaxado...

Mas é ela que apara o comprimento com a tesoura, e como ela foi esse mês para o Brasil, eu tentei fazer sozinho e acabei cagando a porra toda, e agora tirei a barba.

Na França quase ninguém usa cavanhaque, o que é legal. As meninas sempre gostam da minha barba.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por Samael »

Sorte que sua namorada não lê o fórum, hehehe.

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zumbi filosófico
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por zumbi filosófico »

Barba é coisa de comunista. Quando eu fico uns dias sem fazer a barba, e depois me deparo comigo no espelho, mal barbeado, e geralmente meio cabeludo, por reflexo grito "Vagabundo! Comunista! Sai da minha casa!" até que eu percebo que sou eu, não o Che Guevara.
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Apáte
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por Apáte »

zumbi filosófico escreveu:Barba é coisa de comunista. Quando eu fico uns dias sem fazer a barba, e depois me deparo comigo no espelho, mal barbeado, e geralmente meio cabeludo, por reflexo grito "Vagabundo! Comunista! Sai da minha casa!" até que eu percebo que sou eu, não o Che Guevara.

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
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DDV
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

zumbi filosófico escreveu:Barba é coisa de comunista. Quando eu fico uns dias sem fazer a barba, e depois me deparo comigo no espelho, mal barbeado, e geralmente meio cabeludo, por reflexo grito "Vagabundo! Comunista! Sai da minha casa!" até que eu percebo que sou eu, não o Che Guevara.


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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

Cabeção, você tem alguma consideração ou correção a fazer sobre os exemplos de problemas de segurança na anarquia que eu citei?
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

DDV escreveu:Cabeção, você tem alguma consideração ou correção a fazer sobre os exemplos de problemas de segurança na anarquia que eu citei?


Vou olhar com cuidado mas só no fim de semana. Agora eu não tenho tempo. Mas você pode enquanto isso ir comentando o resto dos posts que eu te respondi, e depois olhar esse post que eu respondi para o Acauan, sobre o mesmo tipo de problema.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

zumbi filosófico escreveu:Barba é coisa de comunista. Quando eu fico uns dias sem fazer a barba, e depois me deparo comigo no espelho, mal barbeado, e geralmente meio cabeludo, por reflexo grito "Vagabundo! Comunista! Sai da minha casa!" até que eu percebo que sou eu, não o Che Guevara.



Eu resolvi isso com uma pulseira laranja no pulso esquerdo, basta vc ver se a imagem tem uma igual no pulso direito, e aí vc pode baixar a arma mais tranquilamente [o meu teste de segurança na verdade é outro].
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

DDV escreveu:1- Empreendimentos úteis e necessários, mas que não são atraentes para o capital privado devido à incerteza do retorno, à demora do retorno, ou ao problema do carona. Ou então simplesmente não existe o montante de capital privado suficiente e disponível para o empreendimento em questão. (Ex: uma usina hidrelétrica, nuclear, uma estrada, uma indústria de base em país pobre, etc)



Os termos util e necessários perdem o sentido quando aplicados a coletivos anônimos de indivíduos.

Demora no retorno, risco e todo tipo de contingência pode ser e é, manobrada no mercado.

Além disso, o governo não acaba com o caronismo, ela apenas torna o seu impacto difuso ou concentrado em grupos mais fracos politicamente, como pessoas extremamente pobres e contribuintes gerais. O governo é tão útil para resolver o caronismo quanto um trator é para arrumar um quarto.

Existem empresas instalando e operando infraestrutura pesada de retorno no longo prazo em qualquer lugar. O Estado se envolve nessas atividades não porque convém à população, mas porque convém ao Estado: obras e empresas gigantes podem servir como propaganda nacionalista/partidária óbvia, como moeda política (empreiteiras e imobiliárias lobistas, por exemplo, ou cargos indicados pelo governo para controlar outros partidos), como instrumento de corrupção (exemplos são óbvios e variados) e compulsão (atraves da extorsão monopolista).

O discurso dos interesses estratégicos da nação, ou do investimento de longo prazo não passa de um besteirol ideológico fabricado para disfarçar a real intenção desses partidos, que é a de comandar mais poder político. Dizer que o Estado precisava investir naquilo porque ninguém mais investiria é em geral é uma maneira de disfarçar o fato de que aquilo não era tão importante assim para os consumidores, porque se fosse alguém investiria e daria um jeito para resolver os problemas ligados a distribuição.

E mesmo projetos de mega-longo prazo. Se os retornos atualizados forem suficientemente grandes, as pessoas se engajam em projetos de até 50, 100, 200 anos. O que não dá é para acreditar que os economistas e burocratas do governo possuem bolas de cristal para saber o que vai dar certo daqui há 50 anos e o que vai fracassar miseravelmente, ou alguma coisa do tipo. Eles não tem. O fato deles jogarem é porque eles usam o dinheiro dos outros, e em geral a culpa dos fracassos de longo termo sempre cai em governos seguintes.


DDV escreveu:2- Certos serviços cuja ausência de universalidade em sua oferta trazem mais problemas e prejuízos no longo ou até mesmo no curto prazo do que os gastos com os mesmos. (Ex: saúde e educação).



A verdade é que alguns desses serviços, por terem sido coletivizados seguindo a ideologia que eu descrevi no parágrafo acima, acabaram criando a cultura da dependência, na qual as pessoas simplesmente deixam de pensar que tem que se ocupar dessas coisas, esperando que burocratas tomem seu dinheiro e suas decisões. Mas da mesma forma como essa cultura se instalou, ela pode se dissipar, e aliás, é exatamente o que acontece com o falência completa e total da medicina e educação socialistas em diversos países, incluso aí o Brasil.


DDV escreveu:3- Certas situações ou conjunturas onde o comportamento racional em nível individual é altamente irracional em nível global. (Ex: um excesso de poupança em épocas de depressão econômica).



Isso aqui até me dá raiva, do quanto que essa grosseria é repetida ad infinitum, com a maior das caras de pau. Não me refiro a você, eu entendo perfeitamente que quando pressupostos doutores e prêmios nobéis economistas dizem algo, pessoas sem treinamento mas inteligentes acabam aceitando sem refletir muito quase que por reflexo. Mas isso é apenas uma daquelas mentiras que tenta-se repetir incansavelmente até que se torne uma verdade, e sim, prêmios nobéis também mentem, e pior ainda, alguns até acreditam nas mentiras que contam.

Acontece que recomendar gastança na crise é como recomendar whiskey para curar ressaca. Não importa quantos PhDs de Princeton me digam o contrário, até porque é possível encontrar outros tantos, até de Princeton, que afirmam examente isso.

As pessoas reagem racionalmente em crises desse tipo, porque o mecanismo de preços avisa para elas, ainda que tardiamente, que elas já gastaram mais do que deveriam ter gastado, que os seus investimentos e planos estavam errados, e que elas precisam segurar-se.

Isso porque em geral o gasto foi estimulado por políticas monetárias particulares, que visam exatamente turbinar as estatísticas econômicas real-time, ignorando que a economia também comporta uma estrutura temporal de capital, e que é sempre possível aumentar o padrão de vida do presente consumindo o capital que seria poupado para o futuro. Se as pessoas veem uma taxa de juros mais baixa, por exemplo, elas recebem o sinal errado de que já existe suficiente poupança para manter seus padrões de consumo, e consomem mais, até que cedo ou tarde se descobre a fraude. Enquanto isso, outros investimentos indevidos de longo prazo são feitos por conta de valuações incorretas de retornos futuros. Qualquer um sabe que é impossível aumentar ao mesmo tempo consumo e investimento, e na verdade o que ocorre é retração da poupança e consumo do capital intermediário (mediante, por exemplo, não manutenção: você cuida menos do seu carro atual se você achar que daqui a 2 anos você poderá comprar um zero. O problema é que em pouco tempo a crise estoura e você se vê sem dinheiro e sem o carro antigo).

COMEÇAR A POUPAR NUNCA FAZ MAL. CRISES SE PRODUZEM POR ESCASSEZ DE POUPANÇA E, RECIPROCAMENTE, EXCESSO DE CONSUMO/MAL-INVESTIMENTO. QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ SE VIU ENDIVIDADO POR TER POUPADO PARA O FUTURO?

Não se ofenda, não estou gritando com você em particular, mas isso é simplesmente algo que eu sempre falo, e acho que está na hora de colocar isso da forma mais clara e evidente possível.

A única coisa que o governo faz nessas crises financeiras é tomar as providências para consolidar o poder dos burocratas, escorados na incompreensão global do problema. Perceba que não há absolutamente nada de atípico em burocratas e tecnocratas afirmarem que para resolver essas crises econômicas é necessário que a população tolere mais invasões e assim mais poder lhes seja concedido. O que me espanta é o quanto eles desenvolveram em termos de tecnologia retórica e jargão pseudo-científico/matemático para sustentar esse golpe. Na verdade, nem isso.

Em resumo os burocratas num primeiro momento criam uma euforia artificial, estimulando gastos e investimentos errados, e ao fazê-lo selam um futuro amargo para dali há uns anos, que quando se consolida, eles tratam de botar a culpa em algum "demônio invisível" do mercado, que só eles podem enxergar e combater com seus pacotes e medidas. Parece até piada, se não fosse a notícia do dia.

Depois eu cuido do resto.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

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DDV escreveu:4- Questões relativas à segurança interna e externa, ou à resolução de conflitos.

O item 4 é o mais importante e essencial. É o ÚNICO dos itens que eu citei que considero uma função de estado por definição. Todo o restante ainda pode ser discutido numa boa.


Acho que tudo nesse tópico pode ser discutido numa boa. A administração burocrático-autoritária dos serviços de segurança, defesa e justiça não deve ser um tabu inquestionável.

DDV escreveu:O meu foco nesse tópico é em relação ao item 4, ou seja, contra a anarquia. Não estou fazendo objeçoes ao liberalismo radical e nem ao minarquismo. Embore eu também concorde que o estado é necessário para resolver o exposto nos itens 1,2 e 3, não é o meu foco nesse tópico e nem faço tanta objeções aos mesmos quanto faço à anarquia, entendida como ausência de um poder central ao qual estão todos igualmente submetidos.. É nesse sentido que eu uso o termo "anarquia" aqui.



O anarquista não defende a ausência de poder central, ele apenas a reconhece como fato. O que ele defende a abolição da crença e da dependência psicológica em um poder central que na verdade não existe.

Não se engane, eu sei o quanto políticos, juizes, chefes militares, altos burocratas e também mafiosos podem controlar em termos de poder, e quanto estrago podem fazer (ou impedir) usando esse poder.

Mas não se trata do "poder central que organiza a sociedade". Se trata do poder local que eles amealharam atraves, em parte, da disseminação de uma crença de que as pessoas dependeriam deles para viver em harmonia. Essa crença acaba se transformando em concessão e tolerância para os seus abusos; no entanto a necessidade deles, a priori inexistente, acaba se transformando em uma profecia auto-realizada na medida que o poder (local) que esses indivíduos controlam é real e tem efeito sobre o mundo. Um político amado pelo povo consegue usar o dinheiro dos impostos para realizar projetos dos quais outras pessoas dependem e que em retribuição fazem que ele seja mais amado pelo povo. A necessidade de um poder político é um processo de feedback: o Estado cria sua própria demanda.

Perceba que hierarquias centralizadas funcionam em escalas pequenas (como familias e empreendimentos) ou em contextos maiores mas onde existe um objetivo claro e definido e uma organização disposta a alcança-lo (como na coordenação de uma manobra militar superlativa).

A sociedade aberta não é um desses contextos. A ordem social é espontânea e deriva da harmonização invisível das ações e expectativas individuais diferentes, atraves dos fenômenos de mercado. Burocratas são elementos redundantes e parasíticos nesse contexto, eles apenas conhecerem bem a tecnologia de criar a sua própria (aparente) necessidade, por exemplo, tomando o controle de um serviço necessário e proibindo outros de prestá-lo voluntariamente no mercado.

Eu insisto nesse ponto porque na verdade ele é o mais importante. Do momento em que se compreende que a ordem social não é planejada, como que num lampejo toda a futilidade dos burocratas se torna clara. Eles não possuem nenhuma necessidade intrínseca ao funcionamento social, sua atual utilidade consiste apenas em resolver os problemas que por contingências históricas acabaram sendo apoderados por eles e para os quais outras tecnologias não se desenvolveram ou foram abandonadas.

Mas a partir do momento que isso for percebido, ainda que marginalmente, se livrar deles se torna muito mais fácil.

be right back...
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

DDV escreveu:1- Sempre haverá pessoas e organizações armadas usando a violência para impor suas vontades sobre outras.

2- É preferível que exista apenas uma organização armada a impor sua ordem sobre todos do que existir milhares ou milhões de organizações armadas agindo livremente.



É mesmo, porque isso? Então você está de acordo que se estabeleça um governo mundial, afinal, Estados independentes são "organizações armadas agindo livremente". Ou, por que a Inglaterra não invade a França toda vez que um inglês é assassinado em território francês? Por que você acha que se passaria diferentemente se as organizações armadas de defesa fossem de menor porte, em escopos mais locais, estando TODAS AS OUTRAS VARIÁVEIS IDÊNTICAS (nível de civilização, cultura de contratos, trocas comerciais, instituições estabelecidas...).

E se isso é verdade, o que impede o Estado de agir de forma arbitrária e totalitária, já que ele teria "dominado a sociedade"? O que te faz pensar que havendo essa motivação para a dominação violenta, o estado das coisas na qual um só grupo domina é melhor?

Na verdade essa é apenas uma das ilusões persistentes das quais eu falo.

A sociologia popular não passa de uma leitura vulgar de Hobbes, admitindo que o estado natural da sociedade é a violência "anárquica" de todos contra todos, que só é apaziguada na medida que um grupo de fortes faz prevalecer a sua ordem sobre os mais fracos.

É bastante natural como teoria, porque é basicamente o que se pode deduzir com o que se enxerga na superfície. Sobretudo quando observamos algumas sociedades em estado menos avançado de civilização, ou acometidas por crises de larga escala, popularmente designadas como mais anárquicas que os Estados modernos, como por exemplo tribos de selvagens, guetos metropolitanos dominados por facções criminosas, cidades arruinadas por desastres naturais ou países em guerra civil. Sociedades com Estados estabelecidos e estáveis por outro lado parecem "funcionar bem", na medida que seus habitantes são menos assediados por violência cotidiana.

Mas por de tras da aparente trivialidade desta assertiva reside uma falácia sutil. Para quem aprecia uma certa pedância retórica, ela tem um nome latino imponente: post hoc ergo propter hoc.

Esta consiste em atribuir relações de causalidade a eventos com uma relação temporal aparente. Nesse caso, se o poder do Estado central foi destituído, ou de alguma forma obstruído, ou nunca foi realmente instaurado, e o caos social se produziu, então isso demonstra que todas sociedades derivam para o caos quando desprovidas de governo central, e que portanto a necessidade dos burocratas de nos proteger contra nossos demônios interiores está mais do que evidenciada.

Mas a verdade é que para o próprio Estado subsistir como instituição é necessário que exista o mínimo de alicerce de ordem civilizatória, o que alguns desses eventos "geradores de anarquia" destroem, ainda que temporariamente. Não é a ausência do Estado que gerou o caos, a corporação estatal foi ela vitimada pelo caos que não pode impedir (e muitas vezes contribuiu fortemente para gerar).

Eu explico: terremotos de larga escala criam um estresse enorme na cadeia de atividades econômicas de uma sociedade. Eles afetam a todos, ao colapsarem edifícios importantes, bloquearem rotas, destruirem infraestrutura básica de energia e água, paralisarem a indústria e causarem uma enormidade de fatalidades. Eles geram o caos. Esse caos faz as pessoas reagirem de forma menos civilizada, seja por instinto de sobrevivência, seja por revolta ou desorientação. A ordem social foi afetada e as pessoas começam a operar segundo protocolos vicerais. Esse caos também cria grandes dificuldades para os "agentes da lei" do Estado, que por vezes ficam não-operacionais por algum tempo. Assim, para o observador externo, as pessoas passaram a agir de forma primitiva porque as forças policiais não puderam agir a tempo, mas na verdade o que causou o comportamento aberrante não foi a ausência da vigilância central, mas sim a porra do terremoto gigante. Se a polícia intervisse, poderia ser até que ela apaziguasse a multidão em alguns casos, enquanto que em outros os conflitos seriam apenas intensificados. Tudo dependeria finalmente do estado de desespero e histeria ao qual o grupo de pessoas foi levado, e muitas vezes esse é tão grande que não há nada que a polícia possa fazer. Não é o caso de terremotos e desastres naturais, mas é o que ocorre por exemplo em revoluções e insurgências violentas, quando a polícia e os altos membros do Estado são por vezes massacrados pela população revoltada.

Pois bem, a teoria de que num ambiente sem autoridades centrais ocupadas de "fazer valer" sua lei se produziria uma guerra interminável de todos contra todos já foi contradita por diversos exemplos históricos, tanto no sentido de exibir sociedades completamente descentralizadas funcionais como nos inúmeros colapsos de Estados-policiais centralizadores. Para apenas resgatar os primeiros casos, temos as sociedades vikings islandesas, exiladas da tirania dano-norueguesa, que não tinham autoridade central. Certos períodos da colonização americana (pré e pós declaração de independência), assim como todo velho Oeste tampouco. A ordem descentralizada dos piratas caribenhos é um caso particularmente interessante; esse artigo do Michael Shermer, da revista Scientifc American trata disso. Essas sociedades eram bem menos violentas do que a cultura popular retrata. Exemplos mais prosaicos podem ser encontrados no cotidiano atual de comunidades menos urbanas em países altamente desenvolvidos, onde pessoas deixam suas casas e carros abertos, e em geral não são assaltadas, mesmo quando não existe uma cobertura policial onipresente ou quando a punição criminal oferecida pelo sistema judicial é uma piada. Vizinhos não saqueiam uns aos outros quando sabem que o outro viajou de férias. E de um modo geral, apesar do Estado moderno existir de forma mais ou menos similar em toda civilização Ocidental, a verdade é que em muitas delas seu papel é muito menos agressivo que em outras, e é invariavelmente nessas sociedades descentralizadas que encontramos sociedades mais prósperas e estáveis, e o que pode ser mais próspero e estável do que a Suiça, uma confederação de cantões independentes, de etnias e línguas distintas, aliados por pacto militar de séculos. Pergunte a um suiço quem são os membros do conselho administrivo e quem é o chanceler federal de seu país e provavelmente você terá um dar de ombros ou terá que aguardar um "embaraçoso" silêncio contemplativo antes dele te dar uma resposta não muito segura de si.

No mais, indivíduos se organizam para se defender, e não foi uma ou duas vezes que um grupo de fazendeiros putos da vida conseguiu humilhar os exércitos reluzentes dos maiores impérios bélicos do mundo, quando estes pisaram forte nos seus calos. Fossem eles aldeões escosseses, pastores suiços, colonos americanos, rizicultores vietnamitas, ou agricultores afegãos, eles demonstraram que podiam derrotar invasores muito melhor equipados se isso se mostrasse realmente necessário. O fato é que na maioria das vezes a gigantesca maior parte das populações envolvidas em guerra simplesmente está apática a que lado será vitorioso, já que pouca ou nenhuma influência essas guerras terão no seu estilo de vida, exceto o fato de que elas consomem sua poupança em impostos.

E essa organização para defesa também pode ser vendida como serviço, por empresas especializadas nisso. É inclusive uma das possibilidades de mercado para os militares experientes aplicarem o seu know-how. Vender defesa contra estrangeiros ou malfeitores não é o mesmo que vender proteção contra uma ameaça que você mesmo impõe, e empresas de defesa poderiam conviver, cooperar ou concorrer nos mesmos termos leais que exércitos de nações aliadas o fazem. Essas tropas privadas de mercenários sempre existiram, desde tempos imemorais, seja para proteger propriedades, escoltar cortejos e comboios, seja para reforçar exércitos invasores ou defensores. Mesmo hoje existem empresas multinacionais vendendo esse tipo de serviço, e não há razão para acreditar que isso não pudesse ser feito na ausência completa e total de Estado.

Resumindo, admitir que existe essa propensão natural para a violência que só pode ser apaziguada por um grupo forte e bom é outra maneira de retornar ao culto messiânico do bom ditador, do homem forte que conduzirá a nação para seu destino celestial. Não passa de um mito. As mesmas instituições que prevalecem impedindo o Estado ou quem quer que seja de abusar arbitrariamente do seu poder de gerar violência existiriam sem o Estado, porque o Estado não é idêntico as instituições, nem estas precisam dos burocratas para vigorarem.

Então no final, esses seus dois pontos, por mais óbvios que pareçam numa primeira vista, não resistem a um exame mais detalhado.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por Herf »

user f.k.a. Cabeção escreveu:O que me espanta é o quanto eles desenvolveram em termos de tecnologia retórica e jargão pseudo-científico/matemático para sustentar esse golpe.

Isso impressiona mesmo.

Provavelmente foi você que comentou com o Huxley, em um desses debates, que é preciso ter muito de uma "certa inteligência" para defender a negação do óbvio, da maneira como fazem ele e todos os teóricos em que ele se baseava. Uma pena que toda essa capacidade intelectual seja perdida com essas tentativas incansáveis de bolar mais e mais sofismas para defender o indefensável - como o de que pessoas eventualmente ficam mais pobres se pouparem bastante, ou mais ricas se trabalharem menos/menos eficientemente -, em vez de com algo produtivo. (Nesse sentido, tais economistas lembram certos advogados.)

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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Pois é.

Economia é um campo tão complicado porque nós não sabemos nem avaliar a qualidade dos dados disponíveis. Um país pode efetivamente fabricar estatísticas de crescimento, porque o cálculo do PIB não absorve variáveis ocultas importantes, como a depreciação do capital instalado causada pelo processo inflacionário. Assim, mais investimento e consumo aparecem magicamente, sem que as pessoas observem que algo de errado está acontecendo no meio dessas contas. Um país pode crescer miraculosamente até que num dado momento todo mundo perceba que está pobre, e passem a acusar o maldito sistema financeiro e seus mistérios insondáveis. Como na contabilidade doméstica, você pode aumentar o seu padrão de consumo e até o seu investimento pessoal se você deixar de fazer coisas necessárias como pintar a sua casa ou executar a manutenção do seu carro. Se sua casa tivesse um PIB, esse tipo de coisa poderia ser mascarado facilmente como um "crescimento", já que o capital depreciado não estaria sendo levado em conta corretamente. Mas é óbvio que no longo prazo você terá que pagar por uma reforma cara ou por um motor novo, e todo o "milagre financeiro" terá sido desmascarado.

E ainda existem muitos defensores de versões atualizadas das duas falácias básicas que Bastiat cuidadosamente isolou: a "janela quebrada" e a "ferrovia negativa". Além de mercantilismos mais pueris ainda, como os dos que defendem ardorosamente que manter uma balança comercial positiva as custas da desvalorização monetária faz algum sentido no longo prazo. A menos que você tenha algum interesse estratégico hostil em acumular obrigações em moeda estrangeira, não faz não. Você apenas transfere poder de consumo da sua população para o outro país.

Deram até um prêmio nobel para o maior falador desse tipo de besteiras da atualidade. Ainda que Krugman tenha feito coisas interessantes (nunca li seus trabalhos acadêmicos), se aqueles burocratas suecos tivessem suficiente vergonha na cara, deveriam tomar de volta a medalha que lhe deram...

Mas quem realmente entende economia, a ciência dos incentivos racionais, entende porque economistas falam tanta merda.

Os incentivos são todos para que economistas falem merda, uma vez que o principal patrocinador do seu trabalho é o Estado e os burocratas. Uma considerável parte da tecnologia retórica econômica é então direcionada para sustentar por obscuras manipulações pseudo-científicas de dados versões soft do lema leninista: "todo poder aos sovietes". Poucos são aqueles capazes de aquiescer à humildade genuína de um Hayek, quando este afirma que "a curiosa tarefa do economista é ensinar as pessoas o quão pouco elas realmente sabem sobre aquilo que elas imaginam poder planejar".
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

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user f.k.a. Cabeção escreveu:
DDV escreveu:1- Empreendimentos úteis e necessários, mas que não são atraentes para o capital privado devido à incerteza do retorno, à demora do retorno, ou ao problema do carona. Ou então simplesmente não existe o montante de capital privado suficiente e disponível para o empreendimento em questão. (Ex: uma usina hidrelétrica, nuclear, uma estrada, uma indústria de base em país pobre, etc)



Os termos util e necessários perdem o sentido quando aplicados a coletivos anônimos de indivíduos.


Eu não me referia a "coletivos anôminos", me referia a indivíduos mesmo.

cabeção escreveu:Demora no retorno, risco e todo tipo de contingência pode ser e é, manobrada no mercado.


Não conte com isso.

Dá para citar FÁCIL empreendimentos, tanto atuais quanto em épocas menos globalizadas, que não atraiam capital privado nem que a vaca tossisse. Isso mesmo sendo necessários e demandados por milhões de indivíduos.

Os governos em geral esperam, convidam, favorecem e às vezes IMPLORAM para agentes privados investirem, na maioria das vezes sem sucesso.

Ou seja, os estados em sua maioria mais procuram do que repelem investimentos privados em certas áreas, e só tomam iniciativa eles próprios quando não conseguem o investimento privado.


cabeção escreveu:Além disso, o governo não acaba com o caronismo, ela apenas torna o seu impacto difuso ou concentrado em grupos mais fracos politicamente, como pessoas extremamente pobres e contribuintes gerais. O governo é tão útil para resolver o caronismo quanto um trator é para arrumar um quarto.


Parece que você não entendeu. O problema do carona não é problema para o governo, mas é para empresas privadas.

QUALQUER empreendimento onde não seja possível separar quem paga de quem não paga na hora de desfrutar não atrairá a iniciativa privada (exceto em poucas situações onde o empreendimento possa ser usado para fins propagandísticos).

Como o caronismo não é problerma para o governo (pois ele não está interessado primordialmente no lucro), quase sempre só restará o governo para empreeder tais atividades.


cabeção escreveu:Existem empresas instalando e operando infraestrutura pesada de retorno no longo prazo em qualquer lugar. O Estado se envolve nessas atividades não porque convém à população, mas porque convém ao Estado: obras e empresas gigantes podem servir como propaganda nacionalista/partidária óbvia, como moeda política (empreiteiras e imobiliárias lobistas, por exemplo, ou cargos indicados pelo governo para controlar outros partidos), como instrumento de corrupção (exemplos são óbvios e variados) e compulsão (atraves da extorsão monopolista).


Isso não condiz com o que se vê atualmente. O governo quase sempre corre atrás de investimentos privados em quase toda obra a ser feita.

Aqui no Brasil, os empresários não são NADA chegados ao risco. Possuem psicologia inflacionária (preferem vender pouco, caro, do que muito, barato). Geralmente eles esperam o governo investir, fazendo a parte mais difícel, e apenas quando as obras estão preparadinhas e aparentemente rentáveis, eles se oferecem para comprá-la.

cabeção escreveu:O discurso dos interesses estratégicos da nação, ou do investimento de longo prazo não passa de um besteirol ideológico fabricado para disfarçar a real intenção desses partidos, que é a de comandar mais poder político.


Uma coisa não exclui a outra. Existe sim setores de interesse estratégico. O governo pode não estar 100% certo ou bem-intencionado, mas também não está 100% errado ou mal-intencionado como você coloca.

cabeção escreveu: Dizer que o Estado precisava investir naquilo porque ninguém mais investiria é em geral é uma maneira de disfarçar o fato de que aquilo não era tão importante assim para os consumidores, porque se fosse alguém investiria e daria um jeito para resolver os problemas ligados a distribuição.


Nem sempre. Repito, Nem sempre.

Os empresários (e em particular os empresários brasileiros) são altamente conservadores. Eles preferem quase sempre investir nos títulos 100% seguros e bem rentáveis (devido aos juros altos) no Brasil do que arriscar ou estacionar uma quantia enorme de dinheiro em uma obra, mesmo sabendo que a obra terá retorno.

Para abrir estradas ou construir estádios para a Copa, o governo tem que implorar parceria com o setor privado. Para comprar ou adquirir a concessão de estradas ou estádios já prontos, aparecem aos montes.

cabeção escreveu:E mesmo projetos de mega-longo prazo. Se os retornos atualizados forem suficientemente grandes, as pessoas se engajam em projetos de até 50, 100, 200 anos. O que não dá é para acreditar que os economistas e burocratas do governo possuem bolas de cristal para saber o que vai dar certo daqui há 50 anos e o que vai fracassar miseravelmente, ou alguma coisa do tipo. Eles não tem. O fato deles jogarem é porque eles usam o dinheiro dos outros, e em geral a culpa dos fracassos de longo termo sempre cai em governos seguintes.


A mesma incerteza que o governo tem os empresários têm.

A difereça fundamental é que os empresários são movidos por expectativas de lucros (que devem ser os maiores e o mais rápido possível) e são guiados de forma dinâmica e eficiente pelos preços.

Isso torna os investimentos privados em geral melhores, mais seguros. Tendem também a ter mais qualidade quanto mais concorrencial for o mercado.

Mas qualquer risco, por mínimo que seja, e qualquer certeza de demora do retorno costuma espantar exageradamente investimentos privados. É aí que o governo entra.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

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cabeção escreveu:
2- Certos serviços cuja ausência de universalidade em sua oferta trazem mais problemas e prejuízos no longo ou até mesmo no curto prazo do que os gastos com os mesmos. (Ex: saúde e educação).




A verdade é que alguns desses serviços, por terem sido coletivizados seguindo a ideologia que eu descrevi no parágrafo acima, acabaram criando a cultura da dependência, na qual as pessoas simplesmente deixam de pensar que tem que se ocupar dessas coisas, esperando que burocratas tomem seu dinheiro e suas decisões. Mas da mesma forma como essa cultura se instalou, ela pode se dissipar, e aliás, é exatamente o que acontece com o falência completa e total da medicina e educação socialistas em diversos países, incluso aí o Brasil.


Essa sua opinião sobre determinante cultural é exótica.

O mercado sozinho não conseguiria oferecer adequadamente serviços de saúde e educação a TODOS (mesmo os que não tiverem, por qualquer motivo, condições de pagar). Os casos de maior sucesso na saúde estão em países de "medicina socializada".
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

cabeção escreveu:
DDV escreveu:3- Certas situações ou conjunturas onde o comportamento racional em nível individual é altamente irracional em nível global. (Ex: um excesso de poupança em épocas de depressão econômica).



Isso aqui até me dá raiva, do quanto que essa grosseria é repetida ad infinitum, com a maior das caras de pau. Não me refiro a você, eu entendo perfeitamente que quando pressupostos doutores e prêmios nobéis economistas dizem algo, pessoas sem treinamento mas inteligentes acabam aceitando sem refletir muito quase que por reflexo. Mas isso é apenas uma daquelas mentiras que tenta-se repetir incansavelmente até que se torne uma verdade, e sim, prêmios nobéis também mentem, e pior ainda, alguns até acreditam nas mentiras que contam.


O que me espanta na verdade é a incompreensão de um princípio tão básico de macroeconomia por parte de muitas pessoas.

Eu já observei que as pessoas que vivem de negócio próprio compreendem quase instantaneamente o porquê de uma onda generalizada de poupança ser péssimo para a economia. A maioria dos que acham esse fato (primeiramente mostrado de forma clara por Keynes) um contra-senso, ou uma "inversão das coisas" são assalariados.

A razão está no seguinte: os assalariados possuem uma renda fixa e dada. Eles não tem uma ligação mental e financeira com vendas, da mesma forma que têm os empresários e vendedores comissionários.

INa hora de raciocionarem sobre suas poupanças, para o assalariado é ÓBVIO que quanto mais ele poupar, mais terá para investir no futuro. Quanto mais ele poupar, mais rico ele será. Isso é claro, óbvio e verdadeiro. [b]O problema surge quando ele tende extrapolar esse raciocínio para a economia como um todo
.

Como a renda do assalariado é fixa, ele tende a considerá-la como algo dado, não sujeita a alterações decorrentes da poupança alheia.

Para o empresário, o vendedor, o comissionário ou prestador de serviços, está CLARO e ÓBVIO que quanto mais as pessoas pouparem, menores receitas terão. Suas rendas dependem de forma direta das compras feitas pelos demais.

O assalariado pode não perceber inicialmente, mas a sua renda TAMBÉM está conectada ao grau de consumo feito pelas demais pessoas. Se as pessoas em geral iniciarem uma onda de poupança, comprarão menos. A empresa na qual esse assalariado trabalha terá suas receitas diminuidas, e a depender da gravidade dessa queda no consumo, poderá ter prejuízos e ser obrigada a demitir o assalariado em questão.

Em resumo: poupar é "enriquecedor" em nível individual, pois podremos considerar a renda dese indivíduo como dada. Mas em nível global, cada 100 reais que você deixa de gastar será 100 reais a menos nas receitas de alguma empresa ou pessoa. E cada 100 reais que um cliente seu resolver poupar será 100 reais a menos em sua receita.

Se apenas você poupar, enquanto os seus clientes ou os clientes da empresa onde você trabalha continuam a todo vapor nos gastos, sua situação será ÓTIMA. Mas essa sorte não acontece. Toda vez que o país (ou o mundo) inteiro inicia uma onda de poupança e queda no consumo, é estagnação e miséria o resultado inevitável, para todos.

A poupança é sim necessária para financiar investimentos. Mas poupança em excesso feita por todas as pessoas também deprime a atividade econômica, causa e mantém o desemprego alto.

Os investinentos dependem sim da poupança para serem financiados. Mas a poupança em excesso AMEDRONTA os investidores. É óbvio que você sabe que toda produção é feita com o objetivo de ser vendida, não?



cabeção escreveu:Acontece que recomendar gastança na crise é como recomendar whiskey para curar ressaca. Não importa quantos PhDs de Princeton me digam o contrário, até porque é possível encontrar outros tantos, até de Princeton, que afirmam examente isso.

As pessoas reagem racionalmente em crises desse tipo, porque o mecanismo de preços avisa para elas, ainda que tardiamente, que elas já gastaram mais do que deveriam ter gastado, que os seus investimentos e planos estavam errados, e que elas precisam segurar-se.


É uma decisão racional em nível individual (quando você considera sua renda como dada e não-dependente da poupança alheia), mas em nível global é PÉSSIMO.

Me diga uma coisa: não acha um grande contra-senso uma pessoa reduzir suas compras e ainda querer ou ter esperança que os demais continuem comprando seus produtos? É um contra-senso inconsciente, claro.

Toda a produção feita é para ser VENDIDA, para ser CONSUMIDA. É irracional uma pessoa desejar que a sociedade inteira pare de consumir e ao mesmo tempo querer que ela continue trabalhando e investindo, produzindo coisas para serem consumidas.


cabeção escreveu:
Isso porque em geral o gasto foi estimulado por políticas monetárias particulares, que visam exatamente turbinar as estatísticas econômicas real-time, ignorando que a economia também comporta uma estrutura temporal de capital, e que é sempre possível aumentar o padrão de vida do presente consumindo o capital que seria poupado para o futuro.


Você está se esquecendo que não estamos em uma aldeia primitiva ou em uma ilha deserta.

Em uma aldeia primitiva, cada pessoa produz suas próprias roupas, sua própria comida, suas ferramentas, etc
Dentro dsse quadro de auto-suficiência individual, é óbvio que ela não depende em nada do consumo alheio.

No nosso mundo, a coisa é radicalmente diferente.

Uma pessoa produz roupas. Se ela não conseguir vender essas roupas, ela não terá dinheiro para comprar comida. Uma outra produz comida, se ela não conseguir vender essa comida, não terá dinheiro para comprar roupas ou carros. E assim as coisas vão. A divisão do trabalho é TOTAL em nossa sociedade. TODA e CADA pessoa precisa vender os bens ou serviços que produz. Do contrário, ela ficará apenas com sua roupa, ou com sua comida, ou com suas bolas de soprar,ou com seus sapatos, ou com seu carro...e mais nada.

Resumindo. As pessoas precisam consumir. Se não fizerem isso, todo o sistema irá ruir.

A parte poupada da renda dos indivíduos DEVERÁ ser usada para financiar a produção de bens de capital, ou seja, bens não destinados ao consumo. Se isso não ocorrer, as pessoas aí empregadas (seja os trabalhadores, sejam os investidores) não terá nenhum tipo de renda, e nem de onde obter essa renda.



cabeção escreveu: Se as pessoas veem uma taxa de juros mais baixa, por exemplo, elas recebem o sinal errado de que já existe suficiente poupança para manter seus padrões de consumo, e consomem mais, até que cedo ou tarde se descobre a fraude.


Não é a poupança que "mantém" o consumo.

Se as pessoas consumirem sem usar nenhum tipo de crédito, mas apenas suas rendas imediatas, NUNCA haverá crises de crédito.

Para você estar correto, deveria falar do consumo a crédito, e não do consumo em geral.



cabeção escreveu: Enquanto isso, outros investimentos indevidos de longo prazo são feitos por conta de valuações incorretas de retornos futuros. Qualquer um sabe que é impossível aumentar ao mesmo tempo consumo e investimento, e na verdade o que ocorre é retração da poupança e consumo do capital intermediário (mediante, por exemplo, não manutenção: você cuida menos do seu carro atual se você achar que daqui a 2 anos você poderá comprar um zero. O problema é que em pouco tempo a crise estoura e você se vê sem dinheiro e sem o carro antigo).


Se a poupança cair demais, faltará capital para financiar os investimentos em bens de capital e intermediários.

Se a poupança subir demais, ocorrerá queda na renda dos indivíduos; haverá prejuízos, falências e demissões. Esse quadro ESPANTA investimentos, mesmo havendo dinheiro disponível a juros baixos*.


*Os juros nunca caem o suficiente para compensar uma onda de pânico dos investidores. Keynes estabelece 2% ao ano como um limite inferior das taxas de juros reais (devido a custos administrativos e securitários). Se fosse possível tornar o dinheiro mais fácil, daria para superar crises de pânico dos investidores sem precisar usar os gastos estatais, bastando apenas baixar mais os juros.



cabeção escreveu:COMEÇAR A POUPAR NUNCA FAZ MAL. CRISES SE PRODUZEM POR ESCASSEZ DE POUPANÇA E,


Errado.

As crises de caracterizam por SUPERPRODUÇÃO, ou seja, mais bens disponíveis, esperando serem comprados, do que pessoas dispostas a comprá-los.

A falta de poupança NUNCA levaria à uma superprodução, muito pelo contrário. Levaria a uma SUBPRODUÇÃO (a demanda efetiva dos indivíduos maior do que os bens disponíveis), ocasionando INFLAÇÃO, e não recessão com deflação, como se observa.


cabeção escreveu:RECIPROCAMENTE, EXCESSO DE CONSUMO/MAL-INVESTIMENTO. QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ SE VIU ENDIVIDADO POR TER POUPADO PARA O FUTURO?


Conforme já explicado: se APENAS VOCÊ poupar, a sua renda não correrá riscos, e a sua poupança apenas lhe fará bem.

Se TODO MUNDO poupar, sua renda ficará ameaçada (seja por queda em suas vendas, seja por sua demissão de uma empresa que teve queda nas vendas). Nesse caso, você se fode.



cabeção escreveu:Não se ofenda, não estou gritando com você em particular, mas isso é simplesmente algo que eu sempre falo, e acho que está na hora de colocar isso da forma mais clara e evidente possível.

A única coisa que o governo faz nessas crises financeiras é tomar as providências para consolidar o poder dos burocratas, escorados na incompreensão global do problema. Perceba que não há absolutamente nada de atípico em burocratas e tecnocratas afirmarem que para resolver essas crises econômicas é necessário que a população tolere mais invasões e assim mais poder lhes seja concedido. O que me espanta é o quanto eles desenvolveram em termos de tecnologia retórica e jargão pseudo-científico/matemático para sustentar esse golpe. Na verdade, nem isso.

Em resumo os burocratas num primeiro momento criam uma euforia artificial, estimulando gastos e investimentos errados, e ao fazê-lo selam um futuro amargo para dali há uns anos, que quando se consolida, eles tratam de botar a culpa em algum "demônio invisível" do mercado, que só eles podem enxergar e combater com seus pacotes e medidas. Parece até piada, se não fosse a notícia do dia.

Depois eu cuido do resto.
[/b]



Você deveria considerar a possibilidade da não existência de uma conspiração por parte dos burocratas e da maioria dos economistas para "se dar bem" em cima dos demais. Você considera essa possibilidade?

Você considera a possibilidade de Keynes, Stiglitz e demais economistas pró-intervencionismo não serem agentes a serviço de burocratas malignos, tentando enganar todo mundo?

Já leu Keynes? Já leu Stiglitz? Já leu ALGUMA COISA de macroeconomia?

Enquanto você se amparar em idéias sobre conspirações de burocratas, ou sobre dominações culturais, fica difícil.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por zumbi filosófico »

DDV escreveu:
Cabeção escreveu:RECIPROCAMENTE, EXCESSO DE CONSUMO/MAL-INVESTIMENTO. QUAL FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ SE VIU ENDIVIDADO POR TER POUPADO PARA O FUTURO?



Conforme já explicado: se APENAS VOCÊ poupar, a sua renda não correrá riscos, e a sua poupança apenas lhe fará bem.

Se TODO MUNDO poupar, sua renda ficará ameaçada (seja por queda em suas vendas, seja por sua demissão de uma empresa que teve queda nas vendas). Nesse caso, você se fode.


DDV, você não está atacando um extremo que beira a ficção, esperando que as pessoas passassem a viver de luz, ou qualquer subsistência extra-fotônica tradicional, cortassem todos seus gastos, e poupassem tudo que ganham?

Da mesma forma, você provavelmente não defende que seria melhor para todos que as pessoas gastassem até acabar o salário todo mês, dependentes do seu salário ser garantido por uma demanda eterna, onde todos torrassem sempre tudo que ganham de maneira perfeitamente distribuída, de forma a nunca baixar a demanda de algo que emprega muita gente, trocando por algo que emprega menos.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

Zumbi Filosófico escreveu:DDV, você não está atacando um extremo que beira a ficção, esperando que as pessoas passassem a viver de luz, ou qualquer subsistência extra-fotônica tradicional, cortassem todos seus gastos, e poupassem tudo que ganham?


Estou atacando apenas a tese do "quanto mais as pessoas pouparem, melhor será para todas elas".

Zumbi Filosófico escreveu:Da mesma forma, você provavelmente não defende que seria melhor para todos que as pessoas gastassem até acabar o salário todo mês, dependentes do seu salário ser garantido por uma demanda eterna, onde todos torrassem sempre tudo que ganham de maneira perfeitamente distribuída, de forma a nunca baixar a demanda de algo que emprega muita gente, trocando por algo que emprega menos.


Óbvio que não. É necessário haver uma poupança para financiar investimentos em bens de capital.

O problema é quando o nível de poupança é tão alto* que cria um hiato gigantesco entre a renda total e a produção total (em outras palavras, uma grande parte da produção da economia deixa de ser comprada). Isso, que já é ruim por si só, inicia um círculo vicioso que joga toda a economia na depressão (onde muita gente fica quase vivendo de luz) em pouquíssimo tempo, e daí NÃO SAI sozinha, exceto em 10, 20, 30, 50 ou 100 anos, ou seja, no longo prazo.

Pra quê esperar 100 anos se o governo pode tirar a economia da depressão em 1 ano?

Como dizia Keynes, "no longo prazo estaremos todos mortos".

*motivado na maioria das vezes por pânico pós-crise de crédito, seja na Bolsa de Valores ou no mercado imobiliário. Outros motivos são economias excessivamemente capitalizadas ou cultura de poupança excessiva.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

A única forma possível de refutar a tese keynesiana da superprodução (e a consequente nocividade da poupança excessiva) é provar que a chamada LEI DE SAY é sempre válida.

Se mostrarem que a Lei de Say ("a oferta cria sua própria demanda") funciona sempre, a principal tese keynesiana perde a razão de ser.

Mãos à obra...e boa sorte.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

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Cabeção escreveu:
DDV escreveu: A pirataria parace ser algo onipresente na anarquia. A maior dificuldade de organização, de aquisição e preservação dos instrumentos necessários à prática, menos facilidade para fuga e etc faz com que a pirataria autônoma só consiga ser rentável e segura em regimes anárquicos.




Ahn?

A pirataria é essencialmente a prática de qualquer atividade econômica subversiva a lei estatal. Dessa forma ela só pode existir em sociedades estatizadas, por definição. Ainda que num regime anárquico pudessem existir atividades proibidas dentro do escopo de comunidades e propriedades privadas, definidas em acordos voluntários, a prática dessas seria uma invasão do direito de propriedade de outrém, e não "pirataria".


Essa parte engraçada eu tinha esquecido de esclarecer.

Eu estava me referindo à pirataria real mesmo (assaltos maritimos), e não à cópia ilegal.

A pirataria tende a prosperar em regimes anárquicos (como na Somália) porque sua prática exige um certo investimento, os equipamentos requeridos são razoavelmente caros e difíceis de repor, e é uma atividade onde esconder-se é mais difícil, e há a obrigação de voltarem à terra para reabastecerem. Tudo isso torna a pirataria em países não-anárquicos uma atividade proibitiva. Exceto se o governo apoiar a pirataria (mas aí seriam corsários, e não piratas hehehe).
Editado pela última vez por DDV em 27 Mar 2010, 22:05, em um total de 1 vez.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

Eu já expliquei anteriormente o porquê de não haver guerras constantes entre os países do mundo como antigamente.

Já citei um estudo que li no livro "História das Guerras", de Demétrio Magnolli, que analisa mais de 300 guerras entre países desde o século XVIII. Dessas guerras, apenas umas 3 ou 4 (não tenho certeza do número) foram iniciadas por democracias.

Ou seja, o fato da maioria dos países e principalmente a maioria dos países poderosos serem democráticos torna a guerra algo mais raro. Isso ocorre porque os governos democráticos são controlados pela maioria da população, que em sua maioria é formada por pessoas pacíficas e trabalhadoras, avessas à guerras (exceto em raras situações onde o benefício da guerra é muito patente).

Ou seja, as democracias não se comportam como as hordas armadas da anarquia. Essas hordas armadas fazem o que bem entendem. Não estão submetidas à vontade de "farmers" (cidadãos pacíficos que querem apenas trabalhar e viver em paz com o que é seu).

Enfim... os governos ditatoriais e as hordas armadas da anarquia são mais agressivos e chegados à guerras e agressões do que os "farmers" pacíficos que controlam os governos democráticos.
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Re: Breve paragrafo sobre a miseria filosofica do Estado min

Mensagem por DDV »

Uma observação:

As questões de desemprego dos fatores de produção que os economistas tratam (incluindo Keynes) referem-se apenas ao desemprego involuntário não-friccional.

O desemprego voluntário e o friccional não são considerados problemas.

Falo isso porque já vi gente da escola austríaca dizer que o desemprego é algo normal e necessário, referindo-se ao desemprego friccional (que realmente não é problema) e omitindo o desemprego não-friccional.

*Desemprego friccional é um desemprego temporário causado por "remanejamentos" de trabalhadores e capitais de empreendimentos que não deram certo para outros.
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