Apo e Márcio.
Bem apo, vc disse umas páginas lá atras que não mais me responderia se eu nao desse um quote, ou sei la o que naquilo que vc fala. Se nao estiver afim de responder eu vou compreender perfeitamente. Vou comentar em cima do que vc e o Márcio disseram. ok ? Vamos lá
Se vocês percebem o que percebem isto não foi por causa de um “condicionamento ateu”. Este percebimento não é exclusividade “ateu”. Espiritas, hinduístas, evangélicos, todos estes já perguntaram se eu era “budista”. O percebimento surgiu graças a algo que vc já tinha na memoria a respeito disto, e sendo assim foi comparando e chegou a uma pré-conclusão ou conclusão.Um simples processo natural de “comparar”. O problema é que ao acontecer isso, corresse o risco de criar uma “imagem”, e então tudo ou quase tudo que eu disser vc vai comparar com a imagem que vc criou, e sendo assim a “verdade” será distorcida pela sua comparação. Isso não é um fato? Tudo o que eu disser, vc vai tentar “entender” através da ideia do budismo ou de outra filosofia e nisso o que eu disser será “distorcido”. Deixei mais claro, não pode ocorrer este risco?
Não é um fato para vocês, de que a mente deve estar silenciosa para poder “ouvir” com atenção, sem pre-conceito, sem conclusões, sem comparações? Pois se não estiver em silencio, ela irá muitas vezes distorcer o que se esta ouvindo? Mas podemos ouvir “atentamente” se já temos uma conclusão? Quando passamos a “ouvir” e então nossa mente passa a “tagarelar” justificando, descartando, condenando, há silencio nesta hora?
É inevitável que quando uma pessoa se “livra” dos dogmas e rótulos religiosos ela “inevitavelmente” se torna um ateu? Ou devido a certos “questionamentos”, questionamentos estes que a levaram a “adotar” o ateismo ela então sente mais “afinidades” com o rótulo ateista? Será que esta pessoa não caiu na teia dos “questionamentos ateus” e então se sentiu “atraída” para o ateísmo??? Certamente vc já percebeu que existem questionamentos espiritas, questionamentos evangélicos, questionamentos budistas, e etc..., não é?
O conhecimento tem sua utilidade, mas “pegamos”, adotamos, acumulamos tanto conhecimentos, e praticamente nos “viciamos” em adquirir conhecimentos e então estes conhecimentos “que é memoria, passado”, passa a ser a nossa “identidade”, nossa “referencia” de nós mesmos, mais precisamente a nossa sensação de “EU”. Graças a estes conhecimentos, criamos uma “imagem” de nós, e então passamos a querer fortalecer” esta imagem e saímos cada vez mais em busca de conhecimentos, pois precisamos manter esta imagem “viva”, forte, não é isso que acontece?
Agora, ao invés de “afirmar” que não existe, não seria mais prudente investigar mesmo se não há a possibilidade de não se rotular-se?Quando o individuo não se “rotula”, só ai ele
“É ELE MESMO”, pois os rótulos são penas rótulos, coisas, definições, nomes que a mente
'INVENTOU”. Estes rotulos dividem o ser humano, pois se eu acredito ser ateu, ele evangelico, o outro espirita, e etc...e cada um com uma forma de ver o mundo, de perceber as coisas, de raciocinar seguindo o que estão “acostumados”, e nestes, muitos se acham “melhores”, mais inteligentes, mais evoluídos que os outros e então é inevitável que surja a intolerância, a animosidade, os conflitos.
Apo escreveu:Não sei onde inicia, para ela, a abertura da mente e a maturidade, momento no qual você considera que
Não há nada meu, é nisso que está a dificuldade de muita gente
“perceber”, pois estão tentando encontrar a “logica” em mim. Correndo o risco de continuarem a me rotular...rs: estou apontando para a lua e vcs estão olhando para o meu dedo. Não olhem para as palavras que digo, olhem na sua vida do dia a dia, “olhem” para seus pensamentos, seus sentimentos, raciocinios.
Apo escreveu:afirmar que tudo é rótulo é de uma imaturidade adolescente.
Não vou levar em conta este seu comentário, pois é bem provável que não tenha investigado ou seriamente: o que é, como surge, como se fortalece os “RÓTULOS”, e a ligação com os condicionamentos, o ego, a sociedade, a cultura e etc. Entenda melhor, reflita depois tente responder OK ?
Apo escreveu:Conhecimento é bom para fazermos a seleção do que no serve ou não. E assim se amadurece continuamente, sempre selecionando.
Partindo do conhecimento “do que serve e não serve para nós” a humanidade não vem cometendo vários absurdos? Cada qual “pensa” que sabe o que é bom para ele, e sendo assim não vai criando conflitos com outros?
“PERCEBER” é diferente de
“BUSCAR NA MEMORIA”. PERCEBER é liberdade, já buscar na memoria é estar preso ao passado, é “comparar” o agora com o passado, é comparar o novo com o velho, e nesse processo criam-se vários equivocos.
Apo escreveu:Este processo não cessa e não deve se encerrar no cerco fundamentalista da fé, por exemplo.
Acha mesmo que não? Já PERCEBEU algo de IMEDIATO, no qual não houve necessidade de “pensar”, buscar na memoria? Algo em que a verdade se revelou tão “instantaneamente” que te encheu de uma energia nova, que abalou toda a estrutura do seu cérebro, do seu ser? Como se seus olhos abrissem e de repente visse tudo claramente?
Nem o raciocínio, nem a fé podem perceber algo alem da mente, pois ambas fazem parte dela, e sendo ela limitada, o raciocínio e a fé são limidados.
Márcio escreveu:Há condicionamentos muito restritívos, que acabam tornando a pessoa uma prisioneira de dogmas fechados e bitolados, sem chance alguma para um ''abrir de mente''.
Todos os condicionamentos são restritivos, uns mais que outros, mas todos são.
Agora, um problema muito serio é a de que: confundem poder de raciocínio, capacidade de raciocinar, com:
TER A MENTE ABERTA. Por incrível que pareça, quanto mais inteligente se é, quanto mais racional se é, mais difícil é de se livrar dos condicionamentos. Por que? Pois suas justificativas e auto justificativas serão
“perfeitas”. Como vem ha muito tempo “viciado” na “forma certa” de raciocinar, então as justificativas terão “SUAS” lógicas. Uma pessoa que não é “tão racional” (isso não quer dizer que seja um imbecil) pode “confiar” e esta confiança pode (eu disse pode) ser tb uma “porta”, mas o racional não confia, não confia mesmo, pois tudo tem que passar pelo filtro do seu raciocínio, agora, e se o raciocínio dele é quem o mantem condicionado??? ....sei o que este meu comentário vai gerar...(risos).
Uma mente SIMPLES é uma mente aberta.
Agora, pode uma mente ser simples quando vem acumulando tantos conhecimentos e conclusões?
Márcio escreveu:O senão é que ela coloca o ateísmo no mesmo patamar, visto que ele justamente parecer emergir de um ''abrir de mente'' que propicia um desligamento do dogma fechado, um rompimento enfim.
Não sou eu quem coloco nada, está ai pra ver.
Sair de um rótulo para entrar em um outro, sair de um ísmo para entrar em um outro, não é TRANSFORMAÇÃO, no pior dos casos é uma REAÇÃO. E uma REAÇÃO está ainda ligado a aquilo que ela reage. Se não fosse uma reação, para que se criaria um “ísmo”??? Mas esta reação cria uma contra-reação e um vai se alimentando do outro, uma perfeita simbiose aparentemente sem fim.
Não me entendam mal, mas o ateísmo muitas vezes se aparenta como se fosse a “religião dos eruditos, racionais” muitos, mas muitos mesmo se “orgulham” e falam de boca cheia: “SOU ATEU”. Isso não acontece?
Já fui ateia e cética, pois te digo, que são coisas que eles sabem que será “impossível”, ainda por que deve seguir o padrão de prova que eles querem se não será invalidado, isso é impossível, jamais terão certas provas e eles sabem disso, mas pedem como se fosse um “brincadeira” um “jogo” onde é impossível vence-los...(risos), isso muitas vezes o enchem de poder, sentem-se muito seguros nos seus raciocínios, sentem-se fortes. Isso não acontece com muitos?
pessoal, a pior prisão é aquela no qual nos acostumamos, para se ter uma visão verdadeira e geral de certas coisas é necessário que nos "afastemos” pois o estar “dentro” muitas vezes nos limita à percepção do todo. Isso não é um fato?
Apo escreveu:O processo cognitivo do ateu é muito semelhante ao da criança que, em determinada idade, junta "A" com "B" e "C" e pensa:
- Puxa, mas sendo bom ou ruim, eu recebendo ou não presentes no Natal, não posso mais acreditar que Papai Noel exista, que passe o ano numa fábrica fazendo presentes, que ande pela noite de Natal distribuindo presentes que as crianças pediram em cartinhas e que ele não morre nunca
“JUNTA” com base em que? Há estudo serio, investigação seria, quando já temos a intenção de provar ou negar? Fique atenta a sua mente, se eu disser: Deus pode ser percebido! (consegue investigar isso sem que a mente coloque o ateísmo no meio? Consegue ficar com esta afirmação sem nega-la ou afirma-la?). Ouça sua mente enquanto acaba de ler isso.
Bom, só uma observação: No começo percebo que quis mostrar que havia “entendido”, mas entender intelectualmente não é
COMPREENDER, descrever logicamente não é SABER. Assim como descrever sobre o amor não É AMAR.
Um dos erros terríveis que encontro aqui, e isso é em razão de se estarem presos a razão, a debates, ao intelecto, é que querem que eu
“OS CONVEÇA LOGICAMENTE”, mas isso não tem nada haver com eu ter que convencer através de argumentos logicos, se algo for “aprendido” através da logica aqui, apenas ficará na superfície, na região intelectual, se transformará em acúmulos de conhecimentos e ai então NADA SE PERCEBERÁ. A verdade deve ser percebida instantaneamente, se a mente se apoderar irá se transformar apenas em conhecimento, e o “perfume” a ação que transforma todas as conexões não surgirá.
Ah! outra coisa, o fato de de repente fazer uso de algo do budismo, ou do taoismo, não quer dizer nada, pois posso fazer uso de citações de outros ísmos tb e não necessariamente fazer parte. Se algo é útil isso não pertence a ninguém em particular. Eis a graça não estar preso a nada...rs
Uma observação oportuna:
Desde que entrei aqui teci comentários sobre: violência, amor, condicionamentos, apegos, rótulos, ísmos, ego, conflitos, mente, mediocridade, medo, felicidade e etc...
Alguem ainda acredita que tudo isso não tem relação alguma com a religião organizada, e que não venho mostrando
nada de “concreto”???