"Vigaristas" virou "Feios", que virou "Equivocados"
Enviado: 10 Jun 2009, 20:22
'Os ruralistas não são feios, são equivocados', diz Minc
Publicada em 10/06/2009 às 15h07m
Catarina Alencastro - O Globo

BRASÍLIA - Em mais um capítulo da briga com os ruralistas, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a criticá-los nesta quarta-feira. Em discurso de lançamento da caravana Terra Legal Amazônia, que percorrerá os 43 municípios que mais desmatam o bioma, ele disse que o governo deve ajudar os pequenos agricultores porque os grandes não precisam, já que contam com a influência da bancada ruralista no Congresso.
Evitando causar maiores problemas, após a polêmica declaração em que os chamou de "vigaristas" , Minc baixou o tom, desta vez, ao classificá-los como "equivocados". Ele defendeu o Pagamento por Serviços Ambientais, projeto anunciado recentemente pelo presidente Lula, esclarecendo que os beneficiários serão exclusivamente os produtores de pequenas propriedades.
- Os grandes não precisam (da ajuda governamental) porque depois eles conseguem renegociar suas dívidas milionárias e prorrogar o pagamento ad eternum graças à força de uma certa bancada no Congresso - afirmou.
Em referência explícita ao agronegócio, Minc disse que enquanto há "gente querendo derrubar a floresta", o Serviço Florestal Brasileiro está fazendo a segunda licitação para concessão de exploração sustentável de madeira em uma Floresta Nacional, a de Saracá-Taquera, no Pará, que vai gerar 2.800 empregos e a empresa ganhadora da licitação pagará ao governo R$ 7 milhões por ano pela concessão. ( Leia mais: As polêmicas envolvendo o ministro Minc )
- Eu pergunto que latifúndio gera 3.000 empregos. Que latifúndio gera essas divisas ao governo? Os ruralistas não são feios, eles são equivocados. A floresta em pé pode gerar mais emprego e mais divisas que a floresta derrubada - provocou.
Lula fará vetos à MP que regulariza terras na Amazônia
Em entrevista à agência Reuters, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que vai vetar artigos incluídos pelo Congresso na Medida Provisória 458 , que prevê a regularização de 67 milhões de hectares na Amazônia . O objetivo é manter o texto original do governo.
- O que vier em excesso (do Congresso), eu vou vetar - disse o presidente.
A MP foi classificada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, de MP do fim da grilagem . ( Leia mais: Marina Silva critica a MP 458 )
- Se o sujeito quiser fazer um esqueminha e colocar um laranja, esse laranja vai ser preso. O programa vai ser feito com a maior transparência possível para que irregularidades apareçam - disse.
Minc também defendeu a medida, dizendo que a regularização fundiária vai ajudar a combater a violência e o desmatamento na Amazônia, mas confirmou que pediria alguns vetos ao presidente Lula.
- Os ruralistas não estão com essa bola toda. Eles levaram uma surra no Parlamento, foram derrotados por 190 a 90 (votos na Câmara). Eles conseguiram desfigurar alguns pontos e nós vamos pedir alguns vetos ao presidente Lula, sobretudo daqueles pontos que dificultam diferenciar o posseiro do grileiro - disse, em referência à tentativa da bancada rural na Câmara de retirar do texto cláusulas resolutivas que obrigam o receptor do título da terra a não desmatar.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 280925.asp
Publicada em 10/06/2009 às 15h07m
Catarina Alencastro - O Globo

BRASÍLIA - Em mais um capítulo da briga com os ruralistas, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a criticá-los nesta quarta-feira. Em discurso de lançamento da caravana Terra Legal Amazônia, que percorrerá os 43 municípios que mais desmatam o bioma, ele disse que o governo deve ajudar os pequenos agricultores porque os grandes não precisam, já que contam com a influência da bancada ruralista no Congresso.
Evitando causar maiores problemas, após a polêmica declaração em que os chamou de "vigaristas" , Minc baixou o tom, desta vez, ao classificá-los como "equivocados". Ele defendeu o Pagamento por Serviços Ambientais, projeto anunciado recentemente pelo presidente Lula, esclarecendo que os beneficiários serão exclusivamente os produtores de pequenas propriedades.
- Os grandes não precisam (da ajuda governamental) porque depois eles conseguem renegociar suas dívidas milionárias e prorrogar o pagamento ad eternum graças à força de uma certa bancada no Congresso - afirmou.
Em referência explícita ao agronegócio, Minc disse que enquanto há "gente querendo derrubar a floresta", o Serviço Florestal Brasileiro está fazendo a segunda licitação para concessão de exploração sustentável de madeira em uma Floresta Nacional, a de Saracá-Taquera, no Pará, que vai gerar 2.800 empregos e a empresa ganhadora da licitação pagará ao governo R$ 7 milhões por ano pela concessão. ( Leia mais: As polêmicas envolvendo o ministro Minc )
- Eu pergunto que latifúndio gera 3.000 empregos. Que latifúndio gera essas divisas ao governo? Os ruralistas não são feios, eles são equivocados. A floresta em pé pode gerar mais emprego e mais divisas que a floresta derrubada - provocou.
Lula fará vetos à MP que regulariza terras na Amazônia
Em entrevista à agência Reuters, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que vai vetar artigos incluídos pelo Congresso na Medida Provisória 458 , que prevê a regularização de 67 milhões de hectares na Amazônia . O objetivo é manter o texto original do governo.
- O que vier em excesso (do Congresso), eu vou vetar - disse o presidente.
A MP foi classificada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, de MP do fim da grilagem . ( Leia mais: Marina Silva critica a MP 458 )
- Se o sujeito quiser fazer um esqueminha e colocar um laranja, esse laranja vai ser preso. O programa vai ser feito com a maior transparência possível para que irregularidades apareçam - disse.
Minc também defendeu a medida, dizendo que a regularização fundiária vai ajudar a combater a violência e o desmatamento na Amazônia, mas confirmou que pediria alguns vetos ao presidente Lula.
- Os ruralistas não estão com essa bola toda. Eles levaram uma surra no Parlamento, foram derrotados por 190 a 90 (votos na Câmara). Eles conseguiram desfigurar alguns pontos e nós vamos pedir alguns vetos ao presidente Lula, sobretudo daqueles pontos que dificultam diferenciar o posseiro do grileiro - disse, em referência à tentativa da bancada rural na Câmara de retirar do texto cláusulas resolutivas que obrigam o receptor do título da terra a não desmatar.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 280925.asp