Religião é Veneno

Enviado: **17 Jun 2009, 14:08**

Como escapar do serviço militar

Caio Maniero D’Auria é um enxadrista. Calculista. Paciente. Insistente. Irritante, até. Graças a essas características, tornou-se, aos 22 anos, o primeiro brasileiro dispensado do serviço militar obrigatório por “razões políticas e filosóficas”. Na prática, significa que ele foi dispensado sem nem precisar jurar à bandeira. Para muitos, a formalidade é apenas um detalhe. Para ele, uma batalha de quase cinco anos de duração em defesa da “liberdade”.

Todos os anos 1,6 milhão de jovens alistam-se e cerca de 100 mil são incorporados ao Exército, à Marinha ou à Aeronáutica (em 2008 foram 80 mil), segundo o Ministério da Defesa. Desses, 95% declararam no alistamento desejo de servir. Os que não queriam, foram convocados por ter alguma habilidade necessária à unidade militar da região. “A Estratégia Nacional de Defesa pretende alterar esse quadro, de modo a que o serviço militar seja efetivamente obrigatório, e passe a refletir o perfil social e geográfico da sociedade brasileira”, anuncia o Ministério da Defesa, sem dar detalhes de como isso será feito.

Por ora, a única exigência feita para os dispensados é uma pastosa cerimônia de Juramento à Bandeira, tão esvaziada quanto a obrigação de executar o Hino Nacional antes das partidas de futebol em São Paulo. Ninguém reclama. Caio recusou-se.

Determinado a encontrar um meio válido de não jurar à bandeira, entranhou-se nas leis militares. Telefonou para o Comando Militar do Sudeste e soube que podia pedir para prestar um serviço alternativo e que, por não haver convênio firmado, isso resultava na dispensa automática. “Mas a secretária da Junta Militar me falou que só Testemunhas de Jeová podiam alegar objeção de consciência. Ela me mandou jurar à bandeira, mas eu estaria mentindo se jurasse dar a vida pela nação, pois jamais faria isso”, diz, com um sorriso tímido de quem mal deixou a adolescência.

De próprio punho, Caio redigiu uma “declaração de imperativo de consciência”, e declarou-se anarquista. A Junta Militar exigiu a declaração de uma associação anarquista confirmando o vínculo. Caio, então, contatou mais de vinte organizações em busca de, como diz, uma “carta de alforria”. Perdeu um ano nessa. “Os anarquistas brasileiros não tiveram a coragem de colocar em prática o que tanto pregam. A maioria está mais interessada em festinhas”, reclama. E pondera: “Acho que eles tiveram medo de ser fichados pelo Exército”.

Desiludido, encontrou na internet a organização Movimento Humanista. Enfim, sentiu que seria atendido. “Pregamos a não-violência e somos contra o serviço militar obrigatório”, diz Paulo Genovese, coordenador do grupo, que faz reuniões semanais e promove a Marcha Mundial pela Paz e pela Não-Violência.

Diante de nova declaração de objeção de consciência, a Junta pediu dados dos integrantes e o CNPJ da organização. Três meses depois, foi preciso detalhar quais eram as incompatibilidades do movimento com o serviço militar.

Era janeiro de 2008. “Passei noites em claro redigindo. Fui pessoalmente entregar”, diz, satisfeito. Sustentou que os humanistas colocam “o ser humano como valor central”, enquanto os militares devem defender a pátria “mesmo com o sacrifício da própria vida”. E que o “repúdio à violência” é incompatível com o “amor à profissão das armas”.

Quatro anos e oito meses após se alistar, Caio pegou seu Certificado de Dispensa do Serviço Alternativo. Em 2008, apenas seis jovens foram eximidos por objeção de consciência. Nos últimos cinco anos, 232. Mas Caio foi pioneiro. “Nunca motivos políticos livraram alguém, o meu processo é o número 001/08. Abri um precedente e agora tenho onde lutar por minha liberdade e pela dos demais”, comemora ele, que é analista de dados de telemarketing. Há anos quer prestar concurso público. Agora pode.

http://www.cartacapital.com.br/app/mate ... 2=6&i=3593

Enviado: **17 Jun 2009, 14:09**

CCJ da Câmara aprova PEC que torna facultativo o serviço militar

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, por 24 votos a 10, a admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que torna facultativo o serviço militar para homens e mulheres. A PEC, de autoria do deputado Silvinho Peccioli (DEM-SP), altera o artigo 143 da Constituição, que prevê o serviço militar obrigatório para os homens. A comissão discutiu apenas a admissibilidade da proposta, não foi discutido o mérito.

As Forças Armadas são contrárias ao serviço facultativo, mas o governo liberou os partidos da base a votarem como quisessem. O deputado José Genoino (PT-SP), por exemplo, votou contra. Já Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) votou a favor da constitucionalidade da proposta, mas diz ser contra o mérito.

O relator da PEC na CCJ, Efraim Filho (DEM-PB), diz entender que a PEC não fere a Constituição porque "atualmente manter a obrigatoriedade do serviço militar configura um óbice para o jovem que não manifesta o desejo de ingressar nas Forças Armadas. O jovem deve ter sua liberdade respeitada quando ao desejo de prestar serviço militar conforme sua vocação".

Segundo o texto, homens e mulheres, entre 17 e 45 anos, poderão se habilitar para o serviço militar inicial, que teria duração mínima de 24 meses. Os critérios de seleção para ingresso serão disciplinados em lei. Concluído o serviço inicial, se o recruta quiser continuar no serviço militar passa por novo processo seletivo. O texto diz ainda que a lei que disciplinar o serviço militar deverá vedar o tratamento diferenciado entre homens e mulheres.

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 379026.asp

Enviado: **17 Jun 2009, 14:30**

Eu jurei perante minha bandeira defender a honra, a integridade e as instituições do Brasil, se preciso, com o sacrifício da própria vida.

Ao longo da História, povos constituídos por homens sem a disposição expressa no juramento terminaram todos, mais cedo ou mais tarde, escravos ou extintos.

Enviado: **17 Jun 2009, 14:38**

Não sabia que era todo essa burocracia prá ser dispensado como os TJs, se isso é um direito constitucional não deveria ser essa putaria. E ainda tem que provar por meio de alguma instituição as "razões políticas e filosóficas". PQP!

Enviado: **17 Jun 2009, 14:48**

A questão não é "estar disposto" a alguma coisa pela Pátria ( que muitas vezes não está nem aí para seus filhos amados ). A questão é ser obrigado a cantar o hino ou jurar a um pedaço de pano mais sujo do que pau de galinheiro. É como dizer que ser obrigado a votar é um direito.

Bom rapaz, lutou pelo seu direito à liberdade. Sou contra patriotismos exacerbados.

Enviado: **17 Jun 2009, 14:55**

Jack Torrance escreveu:Não sabia que era todo essa burocracia prá ser dispensado como os TJs, se isso é um direito constitucional não deveria ser essa putaria. E ainda tem que provar por meio de alguma instituição as "razões políticas e filosóficas". PQP!

Praticamente todas as sessões de alistamento militar obrigatório no Brasil operam com excesso de contingente. É mais fácil alguém que quer ingressar na Arma ser dispensado do que um recalcitrante ser convocado na maioria delas.

E se as coisas não mudaram desde o meu tempo, quem quiser ser imediatamente dispensado sem burocracia basta dizer que é viado.

Enviado: **17 Jun 2009, 15:05**

E tá cheio de viado lá dentro. Notadamente os que fazem carreira.
É um antro de tirania e machismo. Sem contar aquelas aulas de sobrevivência com ritos de passagem sádicos, que volta e meia matam algum soldado orgulhoso de servir à Pátria. :emoticon9:

Enviado: **17 Jun 2009, 16:41**

Eu fui dispensado assim que me viram pelado, esquelético, com óculos fundo de garrafa, branquelo e com cara de maluco por estar estudando para as provas do IME e do ITA há quase 1 ano.

Deveriam dar a chance para os mais pobres, que vêem o serviço militar como um emprego.

Enviado: **17 Jun 2009, 16:43**

Fernando Silva escreveu:Deveriam dar a chance para os mais pobres, que vêem o serviço militar como um emprego.

E dão.

Enviado: **17 Jun 2009, 17:34**

Acauan escreveu:
Jack Torrance escreveu:Não sabia que era todo essa burocracia prá ser dispensado como os TJs, se isso é um direito constitucional não deveria ser essa putaria. E ainda tem que provar por meio de alguma instituição as "razões políticas e filosóficas". PQP!

Praticamente todas as sessões de alistamento militar obrigatório no Brasil operam com excesso de contingente. É mais fácil alguém que quer ingressar na Arma ser dispensado do que um recalcitrante ser convocado na maioria delas.

E se as coisas não mudaram desde o meu tempo, quem quiser ser imediatamente dispensado sem burocracia basta dizer que é viado.

Eu fui dispensado dizendo ser maconheiro.

Enviado: **17 Jun 2009, 17:51**

Fernando Silva escreveu:Eu fui dispensado assim que me viram pelado, esquelético, com óculos fundo de garrafa, branquelo e com cara de maluco por estar estudando para as provas do IME e do ITA há quase 1 ano.

Deveriam dar a chance para os mais pobres, que vêem o serviço militar como um emprego.

Dão.
Se é que o serviço militar possa ser considerado chance ( e neste país parece que é um cavalo encilhado), é a oportunidade que muitos rapazotes têm de comer uma bandeja cheia de gororoba 3 vezes por dia.
A maioria não quer se alistar por amor a Pátria, e sim por apreço ao próprio estômago ou para fugir de alguns ambientes familiares que não inspiram muita coisa que preste. Dos males, o pior.
Algumas famílias depositam no alistamento a oportunidade de o filho aprender a ser homem.

Enviado: **17 Jun 2009, 17:55**

Valdisnnei escreveu:
Acauan escreveu:
Jack Torrance escreveu:Não sabia que era todo essa burocracia prá ser dispensado como os TJs, se isso é um direito constitucional não deveria ser essa putaria. E ainda tem que provar por meio de alguma instituição as "razões políticas e filosóficas". PQP!

Praticamente todas as sessões de alistamento militar obrigatório no Brasil operam com excesso de contingente. É mais fácil alguém que quer ingressar na Arma ser dispensado do que um recalcitrante ser convocado na maioria delas.

E se as coisas não mudaram desde o meu tempo, quem quiser ser imediatamente dispensado sem burocracia basta dizer que é viado.

Eu fui dispensado dizendo ser maconheiro.

nhó!

Eu me dispensei porque tratam civil ( e ainda por cima mulher ) como bala de canhão.

Enviado: **17 Jun 2009, 18:28**

Apo escreveu: Se é que o serviço militar possa ser considerado chance...

Para muitos as Armas são uma oportunidade de profissionalização.
Técnicos especialistas formados por elas são muito valorizados pela iniciativa privada após a baixa, além de um histórico militar sem manchas servir como um endosso respeitado por muitos empregadores na hora de contratar.

Enviado: **17 Jun 2009, 19:34**

Acauan escreveu:
Apo escreveu: Se é que o serviço militar possa ser considerado chance...

Para muitos as Armas são uma oportunidade de profissionalização.
Técnicos especialistas formados por elas são muito valorizados pela iniciativa privada após a baixa, além de um histórico militar sem manchas servir como um endosso respeitado por muitos empregadores na hora de contratar.

Para muitos é vago. Mas pode ser, na falta de outra coisa. Tem quem goste do ambiente militar. Com carreira promissora ou não.
Salvo exceções, muitos oficiais não teriam condições de carreira competitiva fora das fileiras das Armas. Muitos sequer primam por uma cultura mediana. Alguns sabem escrever mal e porcamente a língua. Sua formação fica restrita ao cotidiano em que trabalham.

O critério de não ter manchas é estranho...Algum contratador espera manchas no currículo de um candidato?
Tenho minhas dúvidas se seria bom contratar alguém que não tem manchas porque foi enquadrado num regime determinado, em detrimento de um bom profissional que foi correto ao natural.
Algumas manchas se "diluem" dentro dos objetivos militares, e seriam mal vistas no mundo civil. Como o caso de achar certos ritos de passagem prova de capacidade, por exemplo.
Também não sei se contratar alguém que teve uma experiência profissional tão específica é um bom negócio.

Mas contratadores são diferentes...então...

Enviado: **17 Jun 2009, 19:40**

Em uma nação melhor eu não teria problemas em me tornar um militar... mas nesse brasilsinho... eca... só se for pra aproveitar as oportunidades dentro da corporação, eles tem boas escolas, status e trabalhos técnicos bem bacanas.
Mesmo hoje é certamente boa oportunidade pra muita gente, independente de se pobre ou rico.

Enviado: **17 Jun 2009, 20:28**

Quanto trabalho que esse moleque teve.
Era só ter um padrinho ou molhar a mão de alguém que ele não juraria.
Alias, fui dispensado por excesso de contingente.

Enviado: **17 Jun 2009, 20:40**

Acauan escreveu:
Jack Torrance escreveu:Não sabia que era todo essa burocracia prá ser dispensado como os TJs, se isso é um direito constitucional não deveria ser essa putaria. E ainda tem que provar por meio de alguma instituição as "razões políticas e filosóficas". PQP!

Praticamente todas as sessões de alistamento militar obrigatório no Brasil operam com excesso de contingente. É mais fácil alguém que quer ingressar na Arma ser dispensado do que um recalcitrante ser convocado na maioria delas.

E se as coisas não mudaram desde o meu tempo, quem quiser ser imediatamente dispensado sem burocracia basta dizer que é viado.

Exatamente isso...
Eu queria servir 1 ano ao exercito, porém fui dispensado pelo "excesso de contingente".
Meu tio conta que nos idos anos 70 ele se fez de viadinho pra escapar do serviço.

Enviado: **17 Jun 2009, 21:16**

Não é que ele quisesse apenas ser dispensado. Ele não quis fazer o tal juramento à Bandeira.
E estava certo. Faz sentido obrigar alguém que não sente afinidade alguma com a vida militar fazer um juramento destes?
É como se, a partir de agora, mulheres e crianças também fossem obrigadas.
E mais: imaginem se todo cidadão tivesse que se apresentar de período em período e jurar à Bandeira.
Ridículo!

Enviado: **18 Jun 2009, 02:00**

Acauan escreveu:Eu jurei perante minha bandeira defender a honra, a integridade e as instituições do Brasil, se preciso, com o sacrifício da própria vida.

Ao longo da História, povos constituídos por homens sem a disposição expressa no juramento terminaram todos, mais cedo ou mais tarde, escravos ou extintos.

De fato.

Mas existe um certo dualismo em todo o ritual.

Com certeza o apelo basico e ao instinto de nobreza individual, do jovem cuja honra e defender seus semelhantes e os valores de seu povo. Isso e uma das instituicoes mais antigas da humanidade, sem a qual nenhuma forma de civilizacao seria possivel. Apenas fracos e covardes fogem a um dever moral tao basico.

Mas e bastante notavel o quanto isso pode ser transformado numa maquina de manipulacao ideologica, tao logo se instale algum tipo de doutrina coletivista. Aquele que era o ritual basico para a formacao e sobrevivencia de uma sociedade civilizada acaba se tornando o instrumento da sua ruina.

E a diferenca nem sempre nitida entre o Patriotismo e o Nacionalismo.

Enviado: **19 Jun 2009, 02:28**

Será possível caminho semelhante para não ser mais obrigado a votar?

Enviado: **19 Jun 2009, 08:06**

Com a falta de grana para o exercito, só pega serviço militar quem apontar uma arma para o entrevistador.

Quando fui me alistar, ha mais ou menos 70 anos, solicitei aeronautica. Já fui informado que só tinha exercito.

Fui no exame medico, perguntaram seu eu estudava, se era miseravel e tal.

E acabou ali.

De 500, acho que selecionaram uns 10 para fazer os testes fisicos.

Enviado: **19 Jun 2009, 10:02**

Acauan escreveu:
Jack Torrance escreveu:Não sabia que era todo essa burocracia prá ser dispensado como os TJs, se isso é um direito constitucional não deveria ser essa putaria. E ainda tem que provar por meio de alguma instituição as "razões políticas e filosóficas". PQP!

Praticamente todas as sessões de alistamento militar obrigatório no Brasil operam com excesso de contingente. É mais fácil alguém que quer ingressar na Arma ser dispensado do que um recalcitrante ser convocado na maioria delas.

E se as coisas não mudaram desde o meu tempo, quem quiser ser imediatamente dispensado sem burocracia basta dizer que é viado.

Eles poderiam pedir pro cara provar a viadagem dele com algum documento de alguma instituição de boiolas como alguma ong, por exemplo. Por que pediram por questões políticas e filosóficas?

Se fosse eu, no lugar dele, nem perderia tempo com isso. Juraria a bandeira e pronto.

Mas do mesmo modo que parece ser ridículo ou perda de tempo o que ele fez, muitas outras pessoas na história tiveram que fazer coisas parecidas, consideradas ridículas ou perda de tempo, na época delas, para que outros, hoje, tivessem o mesmo direito. E hoje vemos a importância do que foi isso no passado.

Enviado: **19 Jun 2009, 10:13**

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Acauan escreveu:Eu jurei perante minha bandeira defender a honra, a integridade e as instituições do Brasil, se preciso, com o sacrifício da própria vida. Ao longo da História, povos constituídos por homens sem a disposição expressa no juramento terminaram todos, mais cedo ou mais tarde, escravos ou extintos.

user f.k.a. Cabeção escreveu:De fato.
Mas existe um certo dualismo em todo o ritual.
Com certeza o apelo basico e ao instinto de nobreza individual, do jovem cuja honra e defender seus semelhantes e os valores de seu povo. Isso e uma das instituicoes mais antigas da humanidade, sem a qual nenhuma forma de civilizacao seria possivel. Apenas fracos e covardes fogem a um dever moral tao basico.
Mas e bastante notavel o quanto isso pode ser transformado numa maquina de manipulacao ideologica, tao logo se instale algum tipo de doutrina coletivista. Aquele que era o ritual basico para a formacao e sobrevivencia de uma sociedade civilizada acaba se tornando o instrumento da sua ruina.
E a diferenca nem sempre nitida entre o Patriotismo e o Nacionalismo.

E aí reside a grandeza simples de nosso juramento à bandeira.
Ele nos compromete simultaneamente com a honra, integridade e instituições do Brasil, o que não apenas desobriga o militar de servir a qualquer governo ou ideologia que atente contra a honra da Pátria, como o obriga a defendê-la de tais ameaças.

Muito diferente do juramento da Alemanha Nazista, onde os oficiais e praças juravam lealdade à pessoa de Adolf Hitler e não ao seu país ou à sua bandeira, ou dos países comunistas, onde juravam lealdade a uma ideologia política.

Enviado: **19 Jun 2009, 10:23**

Jack Torrance escreveu:Se fosse eu, no lugar dele, nem perderia tempo com isso. Juraria a bandeira e pronto.

Mas do mesmo modo que parece ser ridículo ou perda de tempo o que ele fez, muitas outras pessoas na história tiveram que fazer coisas parecidas, consideradas ridículas ou perda de tempo, na época delas, para que outros, hoje, tivessem o mesmo direito. E hoje vemos a importância do que foi isso no passado.

Pode-se chamar de oposição de consciência a atitude de marmanjos fortes e saudáveis que saltitam de indignação ante à idéia de prestar juramento à bandeira.

Eu chamo de frescura ou covardia, conforme o caso.

É muito fácil ficar falando abobrinhas contra o serviço militar, enquanto se tem certeza que em caso de necessidade há outros dispostos a pegar em armas para defender as vidinhas confortáveis, a liberdade e os direitos de todos os seus compatriotas, inclusive daqueles que fugiram a tal responsabilidade.

Enviado: **19 Jun 2009, 22:04**

Que lutar pelos valores em que se acredita e defender as pessoas queridas seja alta demostração de honra, dever moral do qual só fogem os frescos e covardes, não há dúvida.

O que não me desce é considerar o ritual de jurar à bandeira de um país como tendo valor simbólico dessa honra.

Sou leal aos meus valores e a todas as pessoas que respeito, as quais prezam pelos mesmos valores que considero fundamentais. Eu defenderia tais pessoas e tais valores de qualquer ameaça e de todas as formas que pudesse. E ser compatriota não é critério para classificar uma pessoa como digna desse respeito.

Em suma: jamais lutaria ou morreria "pelo Brasil". Lutaria ou morreria pelas pessoas e valores por que prezo.

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