Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

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docdeoz
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Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por docdeoz »

Although Bacteria and Archaea reproduce by binary fission, exchange of genes among lineages has
shaped the diversity of their populations and the diversification of their lineages. Gene exchange can occur
by two distinct routes, each differentially impacting the recipient genome. First, homologous recombination
mediates the exchange of DNA between closely related individuals (those whose sequences are
sufficient similarly to allow efficient integration). As a result, homologous recombination mediates the
dispersal of advantageous alleles that may rise to high frequency among genetically related individuals via
periodic selection events. Second, lateral gene transfer can introduce novel DNA into a genome from
completely unrelated lineages via illegitimate recombination. Gene exchange by this route serves to
distribute genes throughout distantly related clades and therefore may confer complex abilities}not
otherwise found among closely related lineages}onto the recipient organisms. These two mechanisms of
gene exchange play complementary roles in the diversification of microbial populations into independent,
ecologically distinct lineages. Although the delineation of microbial ‘‘species’’ then becomes difficult}if
not impossible}to achieve,
a cogent process of speciation can be predicted.
http://www.pitt.edu/~biohome/Dept/pdf/1400.pdf

Alguém traduza o texto e diga exatamente o que está ali: definir espécies mibrobianas é difícil, quiçá impossível - é isso?
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
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Reid
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Reid »

docdeoz escreveu: Although the delineation of microbial ‘‘species’’ then becomes difficult}if
not impossible}to achieve,
a cogent process of speciation can be predicted.
http://www.pitt.edu/~biohome/Dept/pdf/1400.pdf

Alguém traduza o texto e diga exatamente o que está ali: definir espécies mibrobianas é difícil, quiçá impossível - é isso?


"...contudo a delineaçao das "especies" microbial se tornou dificil, mas nao impossivel de ser atingida..."

algo proximo disso :emoticon45:

qm tiver uma traduçao melhor posta ai :emoticon16:

Karsus
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Karsus »

Alguém traduza o texto e diga exatamente o que está ali: definir espécies mibrobianas é difícil, quiçá impossível - é isso?


Dizer impossível é um pouco exagerado, mas não é mentira que achar uma definição única de o que vem a ser uma espécie ( sejam fósseis ou viventes, microbiais ou multicelulares ) é algo, no mínimo, altamente controverso e que já gerou, no mínimo, ao menos 30 definições diferentes de espécie ( e o chamado "The Species-Problem" ).

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Mucuna
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Mucuna »

Quando li o título pensei exatamente "o conceito de "espécie" em bactéria é diferente".:-)

Analisando simplesmente a frase, ele termina dizendo quem um sistema de especiação PODE ser previsto. "Se não impossível, a coisa pode ser". Mas acho que não é uma análise semântica o seu objetivo.

Pode ser difícil definir se duas populações de bactérias constituem ou não a mesma espécie ainda, mas não tenha dúvida que isto ocorre, como Y. pestis e Y. pseudotuberculosis, que viu-se separar em duas espécies diferentes. Se formos ver por gênero, bactérias são obviamente diferentes, se é essa a questão levantada.

Como disse, o difícil é definir especiação em bactéria de duas populações que a principio seriam da mesma espécie. É q vc não tem fenótipo para analisar. Vc tem que confiar em marcadores genéticos específicos, como o gene rRNA 16s e outros marcadores espécie-específicos.
Editado pela última vez por Mucuna em 13 Jul 2009, 10:34, em um total de 1 vez.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Especies nao sao fenomenos ou entidades reais, mas categorias logicas criadas pela mente humana como forma de catalogar aproximadamente determinados fenomenos biologicos observados.

Para os organismos de reproducao sexuada*, a definicao tradicional de especie tal como conjunto de organismos capazes de reproduzir entre si gerando descendentes biologicamente viaveis e um prototipo de um objeto abstrato da teoria de conjuntos chamado classe de equivalencia.

Uma relacao de equivalencia ~ associa pares num conjunto A obedecendo as seguintes regras:

1. Se x pertence a A entao x ~ x. (reflexao)
2. Se x e y pertencem a A e x ~ y, entao y~x (simetria)
3. Se x, y e z pertencem a A, x~y e y~z, entao x~z (associatividade)

O sub-conjunto de A formado pelos elementos associados a x via ~ (que e notado x/~) e nao-vazio (ja que x e um de seus elementos), e se x~y entao y/~ = x/~ . O par (x/~ , ~) e chamado de classe de equivalencia de x com relacao a ~.

No caso das especies biologicas, a primeira e a segunda relacao sao evidentes, e a terceira e uma aproximacao razoavel. O fato de um organismo y ser capaz de reproduzir com x e com z nao tornam x e z capazes de reproduzir entre si, mas em geral isso e observado.

Especie na verdade seria melhor definida se relativa a cada organismo, baseando-se na probabilidade de gerar descendentes ferteis com outros individuos. O conjunto "mesma especie que x" seria na verdade um fuzzy-set, com uma funcao de pertinencia em relacao entre 0 e 1 para cada outro organismo. Os mais proximos de 1 seriam aqueles comumente tidos como membros da mesma "especie absoluta que x".

Nesse framework, um dos fenomenos interessantes a se estudar na biologia seria o fato de que as funcoes de pertinencia relativa espontaneamente colapsam em uma pertubacao de uma funcao caracteristica de um conjunto, onde para cada organismo x nos temos varios elementos com grau de pertinencia especifica zero ou quase zero, e alguns com grau de pertinencia especifica 1 ou muito proximo de 1, e praticamente nenhum com valores intermediarios.

*No caso dos organismos de reproducao exclusivamente assexuada, o criterio de especie deve ser a mera proximidade genetica observada em estruturas biologicas caracteristicas, mas de fato e um conceito bem vazio nesse contexto. Talvez eles apresentem uma dispersao genetica menos aglutinada, pois nao as caracteristicas que garantem compatiblidade sexual nao precisam ser conservadas nas mutacoes aleatorias (afinal elas nao existem).
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King In Crimson
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por King In Crimson »

Reid escreveu:
docdeoz escreveu: Although the delineation of microbial ‘‘species’’ then becomes difficult}if
not impossible}to achieve,
a cogent process of speciation can be predicted.
http://www.pitt.edu/~biohome/Dept/pdf/1400.pdf

Alguém traduza o texto e diga exatamente o que está ali: definir espécies mibrobianas é difícil, quiçá impossível - é isso?


"...contudo a delineaçao das "especies" microbial se tornou dificil, mas nao impossivel de ser atingida..."

algo proximo disso :emoticon45:

qm tiver uma traduçao melhor posta ai :emoticon16:

Não, a tradução do doc está correta.

"Apesar de que a delimitação de "espécies" microbianas então se torna difícil - quiçá impossível - de ser atingida, um processo convincente de especiação pode ser previsto."

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Fernando Silva
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Fernando Silva »

docdeoz escreveu:Alguém traduza o texto e diga exatamente o que está ali: definir espécies mibrobianas é difícil, quiçá impossível - é isso?

Eu entendi que bactérias se reproduzem por mitose, ou seja, dividindo-se em duas cópias supostamente iguais, mas também são capazes de trocar material genético umas com as outras.

No fim das contas, às vezes fica difícil separá-las em espécies claramente distintas.

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Apo
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Apo »

Tá, mas na cruzada do doc contra a teoria da evolução, o que tem a definição exata de ESPÉCIE a ver? É prova de que deus existe?

Bom, às vezes me parece ( leigamente ) que a especiação poderá chegar a um pouco em que ficará quase impossível delimitações claras. Se é que isto não seja fato corrente há muito tempo. Principalmente quando os famosos elos se extinguem da natureza.

Estou errada?
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Fedidovisk
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Fedidovisk »

Logo o criacinismo é o mais qualificado para nos esclarecer sobre a diversidade terrestre... :emoticon12:

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docdeoz
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por docdeoz »

Apo escreveu:Tá, mas na cruzada do doc contra a teoria da evolução, o que tem a definição exata de ESPÉCIE a ver? É prova de que deus existe?

Bom, às vezes me parece ( leigamente ) que a especiação poderá chegar a um pouco em que ficará quase impossível delimitações claras. Se é que isto não seja fato corrente há muito tempo. Principalmente quando os famosos elos se extinguem da natureza.

Estou errada?


A questão se torna mais importante quando trabalhamos com fósseis. Quero ver ser definido espécie como um conjunto de equações matemáticas relativas a conjunto morfológicos que definem um ou outro parentesco...
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docdeoz
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por docdeoz »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Especies nao sao fenomenos ou entidades reais, mas categorias logicas criadas pela mente humana como forma de catalogar aproximadamente determinados fenomenos biologicos observados.

Para os organismos de reproducao sexuada*, a definicao tradicional de especie tal como conjunto de organismos capazes de reproduzir entre si gerando descendentes biologicamente viaveis e um prototipo de um objeto abstrato da teoria de conjuntos chamado classe de equivalencia.

Uma relacao de equivalencia ~ associa pares num conjunto A obedecendo as seguintes regras:

1. Se x pertence a A entao x ~ x. (reflexao)
2. Se x e y pertencem a A e x ~ y, entao y~x (simetria)
3. Se x, y e z pertencem a A, x~y e y~z, entao x~z (associatividade)

O sub-conjunto de A formado pelos elementos associados a x via ~ (que e notado x/~) e nao-vazio (ja que x e um de seus elementos), e se x~y entao y/~ = x/~ . O par (x/~ , ~) e chamado de classe de equivalencia de x com relacao a ~.

No caso das especies biologicas, a primeira e a segunda relacao sao evidentes, e a terceira e uma aproximacao razoavel. O fato de um organismo y ser capaz de reproduzir com x e com z nao tornam x e z capazes de reproduzir entre si, mas em geral isso e observado.

Especie na verdade seria melhor definida se relativa a cada organismo, baseando-se na probabilidade de gerar descendentes ferteis com outros individuos. O conjunto "mesma especie que x" seria na verdade um fuzzy-set, com uma funcao de pertinencia em relacao entre 0 e 1 para cada outro organismo. Os mais proximos de 1 seriam aqueles comumente tidos como membros da mesma "especie absoluta que x".

Nesse framework, um dos fenomenos interessantes a se estudar na biologia seria o fato de que as funcoes de pertinencia relativa espontaneamente colapsam em uma pertubacao de uma funcao caracteristica de um conjunto, onde para cada organismo x nos temos varios elementos com grau de pertinencia especifica zero ou quase zero, e alguns com grau de pertinencia especifica 1 ou muito proximo de 1, e praticamente nenhum com valores intermediarios.

*No caso dos organismos de reproducao exclusivamente assexuada, o criterio de especie deve ser a mera proximidade genetica observada em estruturas biologicas caracteristicas, mas de fato e um conceito bem vazio nesse contexto. Talvez eles apresentem uma dispersao genetica menos aglutinada, pois nao as caracteristicas que garantem compatiblidade sexual nao precisam ser conservadas nas mutacoes aleatorias (afinal elas nao existem).


Como você pode aplicar essas equações a fósseis e afirmar que este é parente daquele?

Sujeito a intensa subjetividade a qual os criacionistas tem razão em reclamar.
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Apo
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Apo »

Doc escreveu:Sujeito a intensa subjetividade a qual os criacionistas tem razão em reclamar.


Reclamar? Com que propósito? Aproximar a fé da Ciência? rssrrssrss

Faz-me rir.
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Insane_Boy
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Insane_Boy »

docdeoz escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Especies nao sao fenomenos ou entidades reais, mas categorias logicas criadas pela mente humana como forma de catalogar aproximadamente determinados fenomenos biologicos observados.

Para os organismos de reproducao sexuada*, a definicao tradicional de especie tal como conjunto de organismos capazes de reproduzir entre si gerando descendentes biologicamente viaveis e um prototipo de um objeto abstrato da teoria de conjuntos chamado classe de equivalencia.

Uma relacao de equivalencia ~ associa pares num conjunto A obedecendo as seguintes regras:

1. Se x pertence a A entao x ~ x. (reflexao)
2. Se x e y pertencem a A e x ~ y, entao y~x (simetria)
3. Se x, y e z pertencem a A, x~y e y~z, entao x~z (associatividade)

O sub-conjunto de A formado pelos elementos associados a x via ~ (que e notado x/~) e nao-vazio (ja que x e um de seus elementos), e se x~y entao y/~ = x/~ . O par (x/~ , ~) e chamado de classe de equivalencia de x com relacao a ~.

No caso das especies biologicas, a primeira e a segunda relacao sao evidentes, e a terceira e uma aproximacao razoavel. O fato de um organismo y ser capaz de reproduzir com x e com z nao tornam x e z capazes de reproduzir entre si, mas em geral isso e observado.

Especie na verdade seria melhor definida se relativa a cada organismo, baseando-se na probabilidade de gerar descendentes ferteis com outros individuos. O conjunto "mesma especie que x" seria na verdade um fuzzy-set, com uma funcao de pertinencia em relacao entre 0 e 1 para cada outro organismo. Os mais proximos de 1 seriam aqueles comumente tidos como membros da mesma "especie absoluta que x".

Nesse framework, um dos fenomenos interessantes a se estudar na biologia seria o fato de que as funcoes de pertinencia relativa espontaneamente colapsam em uma pertubacao de uma funcao caracteristica de um conjunto, onde para cada organismo x nos temos varios elementos com grau de pertinencia especifica zero ou quase zero, e alguns com grau de pertinencia especifica 1 ou muito proximo de 1, e praticamente nenhum com valores intermediarios.

*No caso dos organismos de reproducao exclusivamente assexuada, o criterio de especie deve ser a mera proximidade genetica observada em estruturas biologicas caracteristicas, mas de fato e um conceito bem vazio nesse contexto. Talvez eles apresentem uma dispersao genetica menos aglutinada, pois nao as caracteristicas que garantem compatiblidade sexual nao precisam ser conservadas nas mutacoes aleatorias (afinal elas nao existem).


Como você pode aplicar essas equações a fósseis e afirmar que este é parente daquele?

Sujeito a intensa subjetividade a qual os criacionistas tem razão em reclamar.


Cara, isso é só um sistema de classificação desenvolvido por nós humanos. Só isso. No futuro, pode vir outro sistema de classificação. Tipo, quem sabe alguém desista de classificar em espécies. Se você pesquisar sobre o assunto verá que já houveram outras abordagens propostas e aplicadas. Só para FIXAR BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM, este é um mero sistema de classificação. Nada mais, no futuro, quem sabe, ele pode até ser alterado.
Hic sapientia est. Qui habet intellectum, computet numerum bestiæ. Numerus enim hominis est: et numerus ejus sexcenti sexaginta sex.

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Apo
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Apo »

Não sei como o doc é médico e não entende isto!

Ele acha que a obra divina é que definiu inicialmente todos os objetos ( objeto de trabalho dele: corpo humano e sua suscetibilidade a si mesmo e à fatores externos ). Ele imagina estar "operando" sobre ou juntamente com os desígnios de deus? Imutáveis.

Imagino um paciente do doc com algum mal ainda não especificado pela Ciência ou sem um tratamento ideal. Ele deve olhar para o paciente e dizer:

- A partir daqui é com Deus. Vá e tenha fé.

Pior que vivo na mesma cidade que ele. Deus me guie e proteja.

Será que ele atende no Complexo Mãe de Deus ou pelo meu convênio? :emoticon28:
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

docdeoz escreveu:Como você pode aplicar essas equações a fósseis e afirmar que este é parente daquele?

Sujeito a intensa subjetividade a qual os criacionistas tem razão em reclamar.



Veja que definir o conceito de especie e identificar e catalogar especies sao coisas diferentes.

Mesmo na Fisica, um teorico pode prever uma particula de determinada energia, carga, spin etc, baseando-se em modelos matematicos. Mas o fisico experimental que vai descobrir a particula precisa analisar dados indiretos, em geral resultados de colisoes e absorcoes que fornecem fragmentos de indicios da particula teorica. Nao e aplicacao de uma equacao, mas sim a geracao de uma quantidade grande de dados quantitativos mensuraveis que sao entao tratados por metodos estatisticos que visam extrair deles alguma informacao capaz de validar ou refutar o modelo teorico.

O conceito teorico de especie e definido assumindo conhecimentos completos sobre caracteristicas geneticas que individuos e seus decendentes possuem.

Mas no caso de fosseis esse tipo de informacao esta incompleta, porque nao existem organismos vivos passiveis de serem observados se reproduzindo e dos quais material genetico possa ser removido para fazer comparacoes quantitativas seguras.

O que se faz entao e inferir a partir de caracteristicas indiretas. Devido a aglutinacao genetica das especies, cada uma delas apresenta tracos caracteristicos nao observados em outros organismos semelhantes. Um dos trabalhos do paleontologo e identificar nos fosseis vestigios dessas caracteristicas, ainda que se encontrem em estagios primitivos, e assim estabelecer, com maior ou menor seguranca, graus de parentesco entre as especies.

Mas em biologia ha menos seguranca nas afirmacoes porque os fenomenos estudados sao muito mais complexos que na Fisica, onde em geral e sempre possivel reproduzir experimentos controlados, variando alguns parametros e analisando uma grande quantidade de dados.
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Karsus
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Karsus »

Como você pode aplicar essas equações a fósseis e afirmar que este é parente daquele?


Procurando características em comum vistas em animais viventes e com certa similaridade conhecida ( seja morfológica, bioquímica ou genética, e de preferência, todas elas ), reunir a maior quantidade de dados possíveis ( a análise de uma só característica pode resultar em resultados bizarros ) e aplicar o critério da parcimônia.

Mas em biologia ha menos seguranca nas afirmacoes porque os fenomenos estudados sao muito mais complexos que na Fisica, onde em geral e sempre possivel reproduzir experimentos controlados, variando alguns parametros e analisando uma grande quantidade de dados.


E apenas extendendo um pouco, isso é uma característica que pode ser extendida a qualquer disciplina onde o tempo e local em que o evento ocorreu é altamente relevante ( e isso, torna tal evento praticamente impossível de replicar ), como Astronomia, História e naturalmente, Biologia Evolutiva.

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Bem, os criacionistas deveriam chorar ainda mais, pois a complexidade em definir e identificar o que é uma espécie é o que torna o darwinismo ainda mais válido. Afinal, se morássemos em um Universo Fixista, definir e identificar uma espécie seria tão simples quanto saber se uma forma é um triângulo ou um quadrado ( Você que leu Ernst Mayr deveria se lembrar desse "pequeno detalhe" :emoticon1: )

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zumbi filosófico
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por zumbi filosófico »

docdeoz escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Especies nao sao fenomenos ou entidades reais, mas categorias logicas criadas pela mente humana como forma de catalogar aproximadamente determinados fenomenos biologicos observados.

Para os organismos de reproducao sexuada*, a definicao tradicional de especie tal como conjunto de organismos capazes de reproduzir entre si gerando descendentes biologicamente viaveis e um prototipo de um objeto abstrato da teoria de conjuntos chamado classe de equivalencia.

Uma relacao de equivalencia ~ associa pares num conjunto A obedecendo as seguintes regras:

1. Se x pertence a A entao x ~ x. (reflexao)
2. Se x e y pertencem a A e x ~ y, entao y~x (simetria)
3. Se x, y e z pertencem a A, x~y e y~z, entao x~z (associatividade)

O sub-conjunto de A formado pelos elementos associados a x via ~ (que e notado x/~) e nao-vazio (ja que x e um de seus elementos), e se x~y entao y/~ = x/~ . O par (x/~ , ~) e chamado de classe de equivalencia de x com relacao a ~.

No caso das especies biologicas, a primeira e a segunda relacao sao evidentes, e a terceira e uma aproximacao razoavel. O fato de um organismo y ser capaz de reproduzir com x e com z nao tornam x e z capazes de reproduzir entre si, mas em geral isso e observado.

Especie na verdade seria melhor definida se relativa a cada organismo, baseando-se na probabilidade de gerar descendentes ferteis com outros individuos. O conjunto "mesma especie que x" seria na verdade um fuzzy-set, com uma funcao de pertinencia em relacao entre 0 e 1 para cada outro organismo. Os mais proximos de 1 seriam aqueles comumente tidos como membros da mesma "especie absoluta que x".

Nesse framework, um dos fenomenos interessantes a se estudar na biologia seria o fato de que as funcoes de pertinencia relativa espontaneamente colapsam em uma pertubacao de uma funcao caracteristica de um conjunto, onde para cada organismo x nos temos varios elementos com grau de pertinencia especifica zero ou quase zero, e alguns com grau de pertinencia especifica 1 ou muito proximo de 1, e praticamente nenhum com valores intermediarios.

*No caso dos organismos de reproducao exclusivamente assexuada, o criterio de especie deve ser a mera proximidade genetica observada em estruturas biologicas caracteristicas, mas de fato e um conceito bem vazio nesse contexto. Talvez eles apresentem uma dispersao genetica menos aglutinada, pois nao as caracteristicas que garantem compatiblidade sexual nao precisam ser conservadas nas mutacoes aleatorias (afinal elas nao existem).


Como você pode aplicar essas equações a fósseis e afirmar que este é parente daquele?

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Doc, não é necessário um conceito hiper-ultra-über-infalível de espécies. Algo como "conjunto de organismos que formam uma linhagem consideravelmente fechada, não capazes de procriar com organismos de outras linhagens", já está de bom tamanho; alguam coisa um pouco diferente, talvez principalmente fenético, também genético, no caso dos assexuados, talvez.

Se há áreas nebulosas entre espécies vivas, OK. Só torna as coisas mais interessantes.

Quanto a fósseis, bem, com base no que se sabe dos seres vivos, de modo geral uma espécie é "bem parecida" com ela mesma. Então, começando pela parte mais óbvia, digamos, fósseis de algo hominídeo não deverão ser da mesma espécie de fósseis que parecem de lêmures. Não é o tipo de variação fenotípica encontrada em espécies dos antropóides, ou de lêmures.

Conforme se fala de fósseis de organismos menos díspares, a coisa vai ficando progressivamente mais complicada. Pode chegar um ponto onde talvez seja impossível dizer que tal fóssil"é uma espécie" em relação a outro mais aparentado, realmente. Provavelmente é o caso com grupos como Homo sapiens e Homo neanderthalensis, ou H. s. neanderthalensis.

É um caso onde talvez seja impossível sustentar com qualquer certeza que não poderiam gerar prole fértil, membros desses dois grupos, mas ainda pode se manter que são espécies sem sugerir essa implicação, sem a presunção de poder averiguar apenas através da morfologia que parentes tão próximos não poderiam procriar. A espécie, nesse sentido, acaba sendo apenas a afirmação de que eles eram no mínimo reprodutivamente isolados na prática, na maior parte do tempo, pois não há uma continuidade geográfica gradual entre as características, ou sobreposição geográfica que levasse a se poder suspeitar da possibilidade de variações fenotípicas tão drásticas na mesma espécie.

Inversamente, também é possível que fóssies classificados como sendo da mesma espécie, praticamente idênticos, constituíssem espécies biológicas distintas, não pudessem gerar prole fértil.

E no que concerne a questão de criacionismo e evolução, esse problema das espécies está muito mais para problema para a noção de criacionismo, onde as espécies seriam totalmente distintas, não aparentadas, e não para a evolução, onde é esperado que a divisão das linhagens e sua gradual modificação torne difícil uma delineação clara e absoluta entre os seres mais aparentados.
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docdeoz
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

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zumbi filosófico escreveu:
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Especies nao sao fenomenos ou entidades reais, mas categorias logicas criadas pela mente humana como forma de catalogar aproximadamente determinados fenomenos biologicos observados.

Para os organismos de reproducao sexuada*, a definicao tradicional de especie tal como conjunto de organismos capazes de reproduzir entre si gerando descendentes biologicamente viaveis e um prototipo de um objeto abstrato da teoria de conjuntos chamado classe de equivalencia.

Uma relacao de equivalencia ~ associa pares num conjunto A obedecendo as seguintes regras:

1. Se x pertence a A entao x ~ x. (reflexao)
2. Se x e y pertencem a A e x ~ y, entao y~x (simetria)
3. Se x, y e z pertencem a A, x~y e y~z, entao x~z (associatividade)

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No caso das especies biologicas, a primeira e a segunda relacao sao evidentes, e a terceira e uma aproximacao razoavel. O fato de um organismo y ser capaz de reproduzir com x e com z nao tornam x e z capazes de reproduzir entre si, mas em geral isso e observado.

Especie na verdade seria melhor definida se relativa a cada organismo, baseando-se na probabilidade de gerar descendentes ferteis com outros individuos. O conjunto "mesma especie que x" seria na verdade um fuzzy-set, com uma funcao de pertinencia em relacao entre 0 e 1 para cada outro organismo. Os mais proximos de 1 seriam aqueles comumente tidos como membros da mesma "especie absoluta que x".

Nesse framework, um dos fenomenos interessantes a se estudar na biologia seria o fato de que as funcoes de pertinencia relativa espontaneamente colapsam em uma pertubacao de uma funcao caracteristica de um conjunto, onde para cada organismo x nos temos varios elementos com grau de pertinencia especifica zero ou quase zero, e alguns com grau de pertinencia especifica 1 ou muito proximo de 1, e praticamente nenhum com valores intermediarios.

*No caso dos organismos de reproducao exclusivamente assexuada, o criterio de especie deve ser a mera proximidade genetica observada em estruturas biologicas caracteristicas, mas de fato e um conceito bem vazio nesse contexto. Talvez eles apresentem uma dispersao genetica menos aglutinada, pois nao as caracteristicas que garantem compatiblidade sexual nao precisam ser conservadas nas mutacoes aleatorias (afinal elas nao existem).


Como você pode aplicar essas equações a fósseis e afirmar que este é parente daquele?

Sujeito a intensa subjetividade a qual os criacionistas tem razão em reclamar.



Doc, não é necessário um conceito hiper-ultra-über-infalível de espécies. Algo como "conjunto de organismos que formam uma linhagem consideravelmente fechada, não capazes de procriar com organismos de outras linhagens", já está de bom tamanho; alguam coisa um pouco diferente, talvez principalmente fenético, também genético, no caso dos assexuados, talvez.

Se há áreas nebulosas entre espécies vivas, OK. Só torna as coisas mais interessantes.

Quanto a fósseis, bem, com base no que se sabe dos seres vivos, de modo geral uma espécie é "bem parecida" com ela mesma. Então, começando pela parte mais óbvia, digamos, fósseis de algo hominídeo não deverão ser da mesma espécie de fósseis que parecem de lêmures. Não é o tipo de variação fenotípica encontrada em espécies dos antropóides, ou de lêmures.

Conforme se fala de fósseis de organismos menos díspares, a coisa vai ficando progressivamente mais complicada. Pode chegar um ponto onde talvez seja impossível dizer que tal fóssil"é uma espécie" em relação a outro mais aparentado, realmente. Provavelmente é o caso com grupos como Homo sapiens e Homo neanderthalensis, ou H. s. neanderthalensis.

É um caso onde talvez seja impossível sustentar com qualquer certeza que não poderiam gerar prole fértil, membros desses dois grupos, mas ainda pode se manter que são espécies sem sugerir essa implicação, sem a presunção de poder averiguar apenas através da morfologia que parentes tão próximos não poderiam procriar. A espécie, nesse sentido, acaba sendo apenas a afirmação de que eles eram no Tabela 1. Uma Plétora de Conceitos de Espécie
Conceito

§ Definição

Biológico

§ Uma espécie é um grupo de indivíduos completamente férteis entre si, mas isolados reprodutivamente de outros grupos semelhantes por suas propriedades fisiológicas (produzindo qualquer incompatibilidade de pais, ou esterilidade dos híbridos, ou ambos). (Dobzhansky, 1935).
§ Espécies são grupos de populações real- ou potencialmente intercruzantes que estão isolados reprodutivamente de outros grupos. (Mayr, 1942).

Evolutivo

§ Uma espécie é uma linhagem (uma seqüência ancestral-descendente) de populações ou organismos que mantêm identidade em relação a outras linhagens e que possui suas próprias tendências evolutivas e destino histórico (Wiley, 1978).
Filogenético
§ Uma espécie é um grupo simples de organismos que é diagnosticamente distinto de outros grupos, e dentro do qual existe um padrão parental de ancestralidade e descendência (Cracaft, 1989)
§ Uma espécie é o menor grupo monofilético de um ancestral comum (de Queiroz & Donoghue, 1990)

Identificação
§ Uma espécie é uma população de organismos que compartilham um sistema de fertilização comum (Paterson, 1985).
Conceito
Ecológico
§ Uma espécie é uma linhagem (ou intimamente relacionado conjunto de linhagens) que ocupam uma zona adaptativa minimamente diferente de outras linhagens e que evolui separadamente de todas as outras linhagens (Van Valen, 1976).
Conceito
Internodal
§ Organismos individuais são da mesma espécie em virtude da pertença comum a uma parte da rede genealógica entre dois eventos permanentes ou entre uma divisão permanente e um evento de extinção (Kornet, 1993).
mínimo reprodutivamente isolados na prática, na maior parte do tempo, pois não há uma continuidade geográfica gradual entre as características, ou sobreposição geográfica que levasse a se poder suspeitar da possibilidade de variações fenotípicas tão drásticas na mesma espécie.

Inversamente, também é possível que fóssies classificados como sendo da mesma espécie, praticamente idênticos, constituíssem espécies biológicas distintas, não pudessem gerar prole fértil.

E no que concerne a questão de criacionismo e evolução, esse problema das espécies está muito mais para problema para a noção de criacionismo, onde as espécies seriam totalmente distintas, não aparentadas, e não para a evolução, onde é esperado que a divisão das linhagens e sua gradual modificação torne difícil uma delineação clara e absoluta entre os seres mais aparentados.


Tabela 1. Uma Plétora de Conceitos de Espécie
Conceito

§ Definição

Biológico

§ Uma espécie é um grupo de indivíduos completamente férteis entre si, mas isolados reprodutivamente de outros grupos semelhantes por suas propriedades fisiológicas (produzindo qualquer incompatibilidade de pais, ou esterilidade dos híbridos, ou ambos). (Dobzhansky, 1935).
§ Espécies são grupos de populações real- ou potencialmente intercruzantes que estão isolados reprodutivamente de outros grupos. (Mayr, 1942).

Evolutivo

§ Uma espécie é uma linhagem (uma seqüência ancestral-descendente) de populações ou organismos que mantêm identidade em relação a outras linhagens e que possui suas próprias tendências evolutivas e destino histórico (Wiley, 1978).
Filogenético
§ Uma espécie é um grupo simples de organismos que é diagnosticamente distinto de outros grupos, e dentro do qual existe um padrão parental de ancestralidade e descendência (Cracaft, 1989)
§ Uma espécie é o menor grupo monofilético de um ancestral comum (de Queiroz & Donoghue, 1990)

Identificação
§ Uma espécie é uma população de organismos que compartilham um sistema de fertilização comum (Paterson, 1985).
Conceito
Ecológico
§ Uma espécie é uma linhagem (ou intimamente relacionado conjunto de linhagens) que ocupam uma zona adaptativa minimamente diferente de outras linhagens e que evolui separadamente de todas as outras linhagens (Van Valen, 1976).
Conceito
Internodal
§ Organismos individuais são da mesma espécie em virtude da pertença comum a uma parte da rede genealógica entre dois eventos permanentes ou entre uma divisão permanente e um evento de extinção (Kornet, 1993).

Imagina que eu não precise de um conceito "preciso" de espécie...

http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/especies/
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
http://rv.cnt.br/viewtopic.php?t=14653

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docdeoz
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por docdeoz »

[edit] Problem of definition
The problem, then, is whether to quantify the whole ring as a single species (despite the fact that not all individuals can interbreed) or to classify each population as a distinct species (despite the fact that it can interbreed with its near neighbours). Ring species illustrate that the species concept is not as clear-cut as it is often thought to be.

http://en.wikipedia.org/wiki/Ring_species
(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?t=13986
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Karsus
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por Karsus »

Imagina que eu não precise de um conceito "preciso" de espécie..


Não é que nós não necessitamos, e sim, que é muito difícil demarcar um ponto em um continuum de eventos reprodutivos sexuados em que você pode ter uma espécie, uma subespécie, uma população diferenciada ou uma espécie críptica. E some a isso a existência de diversos tipos de profissionais lidando com espécies ( incluindo ecologistas, zoologistas, geneticistas, bioquímicos, paleontólogos, taxonomistas e filogeneticistas ) e você terá diversos definições para o conceito de espécies ( Vide: http://www.utm.utoronto.ca/~w3bio/bio44 ... ncepts.pdf) cada qual levando em conta certas propriedades que seres vivos em diferentes ramos possuem ( Vide http://www.pnas.org/content/102/suppl.1 ... ea9433e138 )

Não que isso seja um problema exclusivo de Biólogos, e sim, faz parte de uma classe maior de problemas que envolvem a "demarcação de limites em continuums", como a língua falada em regiões de fronteira, em qual etnia(s) certos grupos mestiços se encaixam, qual é o limite entre um tecido e um órgão, quando a Idade Média termina e se inicia e por aí se segue.

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zumbi filosófico
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Re: Os cientistas conseguem definir ESPÉCIE?

Mensagem por zumbi filosófico »

Muito difícil entender a implicância.

O contexto, o fato dele não estar questionando coisas análogas de modo geral, algo mais filosófico e abrangente, sobre a dificuldade de se definir demarcações claras entre amarelo, laranja e vermelho; ou sobre algo relevante na medicina, como uma demarcação precisa entre pressões baixa, normal e alta, etc, fora o fato dele ser criacionista assumido, é forte indício de que não há um interesse inocente meramente sobre os intrincamentos da taxonomia... que provavelmente a intenção é sugerir que, de alguma forma vaga, a dificuldade em se definir precisamente espécies é algo que vai contra a teoria da evolução.

Mas simplesmente não é. É mais o contrário. A noção de que as espécias são populações que vão se diferenciando, acumulando modificações hereditárias, simplesmente não traz a expectativa teórica de se encontrar demarcações precisas entre as espécies mais próximas.

Colar um monte de definições de espécie por critérios diferentes não ajuda nada nessa causa, não reforça qualquer "problema" para a idéia de parentesco verdadeiro entre os seres, favorecendo a perspectiva de que eles surgem de geração espontânea/transmutação dos elementos a partir de uma ação consciente do solo arenoso.
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Trancado