Hamas não renúncia à "resistência" nem reconhece I
Enviado: 28 Jan 2006, 20:40
Hamas não renúncia à "resistência" nem reconhece Israel
EFE
http://br.news.yahoo.com/060128/40/11dyd.html
Por George Bagdadi Damasco, 28 jan (EFE).- O movimento islâmico Hamas, vencedor das eleições palestinas desta quarta-feira, não parece disposto a reconhecer o Estado de Israel nem a renunciar à violência, como ficou claro em seu primeiro discurso público, hoje, depois do pleito.
Em entrevista coletiva, Khaled Mechal, um dos dirigentes máximos do Hamas, foi mais eloqüente no que omitiu do que no que disse, pois se negou a responder claramente às perguntas sobre a possibilidade de reconhecer Israel ou de renunciar à violência.
Também foi muito significativa a escolha de Damasco para seu primeiro discurso. No mundo árabe, a capital síria é a mais dura contra Israel e a menos disposta a concessões ao país vizinho, acolhendo vários grupos palestinos da "linha dura".
"Enquanto estivermos sob a ocupação, a resistência é nosso direito. É um direito legítimo que pensamos por em prática e proteger. Triunfamos na resistência e, agora, vamos vencer nas reformas (políticas)", disse Mechal, membro da direção colegiada do movimento.
"Se alguém mencionar o tema de ataque a civis, dissemos e continuamos dizendo que, quando nosso inimigo parar de atacar civis, faremos o mesmo", disse, na mesma linha do discurso habitual do movimento.
Em relação às expectativas do Hamas em relação a Israel, ele citou os seguintes passos: "Que parem com as agressões, que nossas terras sejam devolvidas s e que os detentos palestinos em prisões israelenses sejam libertados".
Entretanto, Mechal se mostrou partidário de abrir canais de diálogo com a Europa. Além disso, admitiu a necessidade de conversar com os EUA. "Queremos dialogar com os EUA e a Europa, mas (as duas partes) têm de respeitar nossa vontade e nossas posturas, sem tentar nos impor condições", disse.
Mesmo assim, ele pediu que os países da UE "não se alinhassem à postura dos EUA e de Israel, pois a Europa pode desempenhar um papel muito importante (na Palestina)", disse.
"O povo palestino viveu anos sem a ajuda dos EUA e temos certeza de que os países árabes e muçulmanos não se submeterão às pressões americanas", afirmou, em referência às ameaças do Governo americano de cortar a ajuda à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O tom de Mechal foi firme nas tradicionais posturas do Hamas, mas ao mesmo tempo comedido, sem fazer incitações incendiárias à violência e abrindo um resquício de possibilidade de diálogo com Israel. "Ainda não nos propuseram nada para ser possível dizer se cooperamos com eles ou não", disse.
Os jornalistas tentaram arrancar declarações concretas do dirigente do Hamas, mas ele deu respostas vagas durante todo o tempo. "Respeitaremos os acordos, desde que sejam em prol do interesse do povo palestino", disse, sobre os pactos existentes com Israel.
Além disso, ele chamou o último plano de paz israelense-palestino de "Mapa do Caminho de Bush", e se questionou, em voz alta, por que pedem que os palestinos respeitem algo que não existe. "O que nós respeitamos são nossos compromissos com os palestinos, sem submissão ao outro lado", respondeu em seguida.
Mechal se mostrou disposto a "unificar as armas (em poder dos palestinos) e a fundar um Exército" que defenda seu povo, uma mensagem arriscada, levando-se em conta que Israel deixou claro que não pensa em permitir um Exército palestino, mas apenas uma Polícia.
Quanto à formação do Governo, ele mostrou-se simpático aos pedidos ao movimento Fatah, perdedor nas últimas eleições, para se juntar a um futuro gabinete. "Temos a mão aberta para nossos irmãos do Fatah", disse. EFE vv rgf/ag
EFE
http://br.news.yahoo.com/060128/40/11dyd.html
Por George Bagdadi Damasco, 28 jan (EFE).- O movimento islâmico Hamas, vencedor das eleições palestinas desta quarta-feira, não parece disposto a reconhecer o Estado de Israel nem a renunciar à violência, como ficou claro em seu primeiro discurso público, hoje, depois do pleito.
Em entrevista coletiva, Khaled Mechal, um dos dirigentes máximos do Hamas, foi mais eloqüente no que omitiu do que no que disse, pois se negou a responder claramente às perguntas sobre a possibilidade de reconhecer Israel ou de renunciar à violência.
Também foi muito significativa a escolha de Damasco para seu primeiro discurso. No mundo árabe, a capital síria é a mais dura contra Israel e a menos disposta a concessões ao país vizinho, acolhendo vários grupos palestinos da "linha dura".
"Enquanto estivermos sob a ocupação, a resistência é nosso direito. É um direito legítimo que pensamos por em prática e proteger. Triunfamos na resistência e, agora, vamos vencer nas reformas (políticas)", disse Mechal, membro da direção colegiada do movimento.
"Se alguém mencionar o tema de ataque a civis, dissemos e continuamos dizendo que, quando nosso inimigo parar de atacar civis, faremos o mesmo", disse, na mesma linha do discurso habitual do movimento.
Em relação às expectativas do Hamas em relação a Israel, ele citou os seguintes passos: "Que parem com as agressões, que nossas terras sejam devolvidas s e que os detentos palestinos em prisões israelenses sejam libertados".
Entretanto, Mechal se mostrou partidário de abrir canais de diálogo com a Europa. Além disso, admitiu a necessidade de conversar com os EUA. "Queremos dialogar com os EUA e a Europa, mas (as duas partes) têm de respeitar nossa vontade e nossas posturas, sem tentar nos impor condições", disse.
Mesmo assim, ele pediu que os países da UE "não se alinhassem à postura dos EUA e de Israel, pois a Europa pode desempenhar um papel muito importante (na Palestina)", disse.
"O povo palestino viveu anos sem a ajuda dos EUA e temos certeza de que os países árabes e muçulmanos não se submeterão às pressões americanas", afirmou, em referência às ameaças do Governo americano de cortar a ajuda à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
O tom de Mechal foi firme nas tradicionais posturas do Hamas, mas ao mesmo tempo comedido, sem fazer incitações incendiárias à violência e abrindo um resquício de possibilidade de diálogo com Israel. "Ainda não nos propuseram nada para ser possível dizer se cooperamos com eles ou não", disse.
Os jornalistas tentaram arrancar declarações concretas do dirigente do Hamas, mas ele deu respostas vagas durante todo o tempo. "Respeitaremos os acordos, desde que sejam em prol do interesse do povo palestino", disse, sobre os pactos existentes com Israel.
Além disso, ele chamou o último plano de paz israelense-palestino de "Mapa do Caminho de Bush", e se questionou, em voz alta, por que pedem que os palestinos respeitem algo que não existe. "O que nós respeitamos são nossos compromissos com os palestinos, sem submissão ao outro lado", respondeu em seguida.
Mechal se mostrou disposto a "unificar as armas (em poder dos palestinos) e a fundar um Exército" que defenda seu povo, uma mensagem arriscada, levando-se em conta que Israel deixou claro que não pensa em permitir um Exército palestino, mas apenas uma Polícia.
Quanto à formação do Governo, ele mostrou-se simpático aos pedidos ao movimento Fatah, perdedor nas últimas eleições, para se juntar a um futuro gabinete. "Temos a mão aberta para nossos irmãos do Fatah", disse. EFE vv rgf/ag