Vazamento agrava situação de Yeda Crusius
Enviado: 11 Ago 2009, 20:20
Vazamento agrava situação de Yeda. Teor de gravações, divulgado na internet, indica que ela se beneficiou de fraude
PORTO ALEGRE - A íntegra da ação por improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), que vazou nesta segunda-feira na internet, mostra que, para os procuradores, Yeda sabia da fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran gaúcho e se beneficiou da irregularidade. (Leia mais: OAB-RS cobra de Yeda dados sob sigilo)
Até então, só eram de conhecimento público 40 páginas da petição inicial divulgadas pela OAB-RS no sábado. A juíza do caso, Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara Federal de Santa Maria, vinha advertindo que interceptações telefônicas, dados bancários, financeiros e fiscais são protegidos por lei e não poderiam ser divulgados.
Com o vazamento das 1.239 páginas da ação vieram à tona gravações de diálogos entre Lair Ferst - pivô do escândalo do Detran - e Marcelo Cavalcante - representante do governo gaúcho em Brasília cujo corpo foi encontrado no Lago Paranoá, em fevereiro.
Numa das gravações, Marcelo diz ter entregue à governadora carta redigida por Lair, com denúncias sobre o esquema de desvio de dinheiro do Detran. Marcelo teria dito à governadora que o desvio era uma "situação alarmante" que, se fosse descoberto, acabaria com o governo. "A senhora tem que dar uma olhada nisso aí com carinho e tomar providência urgente", teria dito Marcelo.
Yeda teria dito que tomaria providências enérgicas. Mais adiante, porém, ela teria alegado dificuldade para acabar com o esquema porque havia envolvimento de partidos políticos. Em uma gravação, Lair conta que, numa conversa com Yeda, a governadora teria rejeitado receber apenas R$ 50 mil de propina para manter a fraude. "Eu já disse, R$ 50 mil eu não quero. Eu não vou me incomodar dessa maneira aí por R$ 50 mil. Se for pra ganhar só R$ 50 mil eu vou acabar com tudo. Porque, pelo que eu tô sabendo, parece que eles estão recebendo muito dinheiro", teria dito Yeda, segundo a gravação de Lair.
O mais recente dos depoimentos ouvidos pelo seis procuradores da República que assinam a ação por improbidade contra a governadora e mais oito pessoas reforçou, no entender das autoridades do MP, a participação de Yeda no caso. O depoimento foi dado em meados de julho pelo ex-presidente do Detran Sérgio Buchmann, nomeado e exonerado por Yeda. Conforme os procuradores, Buchmann indicou que a governadora sabia da fraude e se beneficiou do esquema.
O advogado de Yeda, Fábio Medina Osório, para quem a governadora é inocente, pediu à juíza Simone a exclusão de Yeda da ação, alegando que crime de improbidade deve ser julgado pela Assembleia Legislativa. Nesta segunda à noite, a juíza atendeu a outro pedido do advogado e negou o pedido de afastamento de Yeda do cargo.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 350419.asp
PORTO ALEGRE - A íntegra da ação por improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), que vazou nesta segunda-feira na internet, mostra que, para os procuradores, Yeda sabia da fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran gaúcho e se beneficiou da irregularidade. (Leia mais: OAB-RS cobra de Yeda dados sob sigilo)
Até então, só eram de conhecimento público 40 páginas da petição inicial divulgadas pela OAB-RS no sábado. A juíza do caso, Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara Federal de Santa Maria, vinha advertindo que interceptações telefônicas, dados bancários, financeiros e fiscais são protegidos por lei e não poderiam ser divulgados.
Com o vazamento das 1.239 páginas da ação vieram à tona gravações de diálogos entre Lair Ferst - pivô do escândalo do Detran - e Marcelo Cavalcante - representante do governo gaúcho em Brasília cujo corpo foi encontrado no Lago Paranoá, em fevereiro.
Numa das gravações, Marcelo diz ter entregue à governadora carta redigida por Lair, com denúncias sobre o esquema de desvio de dinheiro do Detran. Marcelo teria dito à governadora que o desvio era uma "situação alarmante" que, se fosse descoberto, acabaria com o governo. "A senhora tem que dar uma olhada nisso aí com carinho e tomar providência urgente", teria dito Marcelo.
Yeda teria dito que tomaria providências enérgicas. Mais adiante, porém, ela teria alegado dificuldade para acabar com o esquema porque havia envolvimento de partidos políticos. Em uma gravação, Lair conta que, numa conversa com Yeda, a governadora teria rejeitado receber apenas R$ 50 mil de propina para manter a fraude. "Eu já disse, R$ 50 mil eu não quero. Eu não vou me incomodar dessa maneira aí por R$ 50 mil. Se for pra ganhar só R$ 50 mil eu vou acabar com tudo. Porque, pelo que eu tô sabendo, parece que eles estão recebendo muito dinheiro", teria dito Yeda, segundo a gravação de Lair.
O mais recente dos depoimentos ouvidos pelo seis procuradores da República que assinam a ação por improbidade contra a governadora e mais oito pessoas reforçou, no entender das autoridades do MP, a participação de Yeda no caso. O depoimento foi dado em meados de julho pelo ex-presidente do Detran Sérgio Buchmann, nomeado e exonerado por Yeda. Conforme os procuradores, Buchmann indicou que a governadora sabia da fraude e se beneficiou do esquema.
O advogado de Yeda, Fábio Medina Osório, para quem a governadora é inocente, pediu à juíza Simone a exclusão de Yeda da ação, alegando que crime de improbidade deve ser julgado pela Assembleia Legislativa. Nesta segunda à noite, a juíza atendeu a outro pedido do advogado e negou o pedido de afastamento de Yeda do cargo.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 350419.asp