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São Paulo ganha uma nova igreja a cada 2 dias!!

Enviado: 29 Jan 2006, 11:15
por Lúcifer
SÃO PAULO GANHA UMA NOVA IGREJA A CADA 2 DIAS

Existem templos para punks e góticos, surdos, para quem gosta de black music e até uma só para gays. Prédios têm isenção de IPTU.

Uma igreja para punks e góticos. Uma outra para surdos, outra para quem gosta de black music. Mais uma só para gays. Em São Paulo, só não vai à igreja quem não quer.

A cada dois dias, pelo menos um novo templo é aberto na cidade, sem contar os que funcionam sem autorização, em garagens de casas. Há nomes para todos os gostos. É possível encontrar desde a Geração dos Filhos de Abraão, passando por São Kim Degun e O Caminho para a Vida Eterna.

Aos sábados, quem pára em frente à Deus é Tremendo, na zona sul, jura de pés juntos que ali não funciona uma igreja. Em vez de sermões, o que se ouve são bandas de música black colocando os fiéis para dançar. É o festival Janeiro Negro, que leva a palavra de Deus a jovens, muitos deles viciados em drogas.

O pastor Sérgio Marques, 58 anos, fundador do templo de linha evangélica pentecostal, explica que seu objetivo é recuperar fiéis jovens e “colocá-los no caminho de Deus”.

A São Kim Degun tem nome coreano, mas é católica e foi aberta no ano passado no centro da cidade.
Segundo a Secretaria Municipal da Habitação, no anos passado, 41 plantas foram aprovadas para a construção de novas igrejas.

Mas a grande maioria dos templos não é construída para este fim. Eles ocupam imóveis já existentes e apenas pedem a mudança de uso, para ficarem isentos do IPTU.

Em 2005, de acordo com a Secretaria Municipal das Finanças, 2.675 imóveis pedindo a isenção – 245 a mais do que em 2004 (é preciso renovar o pedido anualmente). Assim, se somadas as 245 novas isenções com as 41 novas plantas aprovadas, há 286 novas igrejas em um ano, uma média de 0,8 por dia.

Punk

Esqueça a imagem do pastor de terno e gravata, Bíblia embaixo do braço, cabelo penteadinho. Na comunidade Zadoque, igreja evangélica na Barra Funda (zona oeste de SP), essa figura já era. O pastor Antonio Carlos Batista, 40 anos é prova disso. Com mais de uma dúzia de piercings nas orelhas, corpo repleto de tatuagens de símbolos cristãos e cabelos compridos e rebeldes, ele até pode parecer mais roqueiro do que religioso, mas combina as duas coisas.

As paredes pintadas de preto, as luzes coloridas no teto e o som de punk rock que sai das guitarras do palco não deixam dúvidas de que aquele não é um lugar comum. Não chega a ser uma boate porque as músicas falam de Deus. No meio do show religioso, há sessões de exorcismo. Louvor, oração e todo o resto ocorrem aos berros, embalados pelo som pesado.

Outra igreja, a Nova Esperança, fundada em 2004 na região central por Wladimir Freire, celebra casamentos entre gays.

Jornal Agora São Paulo – 29/01/2006

Re.: São Paulo ganha uma nova igreja a cada 2 dias!!

Enviado: 29 Jan 2006, 11:25
por Aurelio Moraes
A matéria da Folha tá mais completa:


Crescimento
De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, apenas no ano passado, 41 plantas foram aprovadas para a construção de novas igrejas.
A grande maioria dos templos religiosos, no entanto, não é construída especificamente para este fim. Eles são abertos em imóveis já existentes e apenas pedem a mudança de uso para ficarem isentos de IPTU.
Em 2005, de acordo com a Secretaria Municipal das Finanças, 2.675 imóveis pediram a isenção -245 a mais do que em 2004 (é preciso renovar o pedido anualmente). Assim, se somadas as 245 novas isenções com as 41 novas plantas aprovadas, há 286 novas igrejas em um ano, uma média de 0,8 por dia.
Não há, no entanto, estatísticas sobre os imóveis que já tinham isenção do imposto e que se tornaram templos nem estimativas sobre o funcionamento de igrejas sem qualquer autorização.
A prefeitura também não sabe dizer o total de templos legais que estão em atividade atualmente. O último dado, da Secretaria da Habitação, é de 1998. Na época, 4.300 estavam funcionando.
Tanta igreja acabou confundindo a cabeça da dona-de-casa Maria Aparecida Costa, 42, moradora de Parelheiros, zona sul. Criada católica, se converteu ao espiritismo há 15 anos, quando abriram um templo na rua onde morava. "Passei a ir nas sessões, mas aos poucos fui me perguntando se estava convicta daquilo", conta.
"Já estava descrente quando, há cinco anos, comecei a freqüentar os cultos de uma igreja evangélica do bairro. Também não me encontrei e hoje rezo em casa. Só queria saber quantos templos têm nesta cidade, para onde a gente olha, encontra um diferente."

Descontentes
Professor de sociologia da religião na pós-graduação da PUC-SP, Edin Abumanssur diz que é muito difícil precisar o número de igrejas da cidade, até porque elas abrem e fecham constantemente. Para ele, esses templos servem para expressar a fé de alguns fiéis descontentes.
"As pessoas criticam a sua religião, se frustram e abrem a sua própria igreja. Há dez anos, esse processo era mais institucionalizado, com regras muito mais rígidas." Além disso, elas podem ser bastante rentáveis, lembra.
Também da PUC-SP, o ex-padre e professor de teologia e ciências da religião, Fernando Altemeyer, concorda. "Nunca se fundou tanta igreja porque a iniciativa dá dinheiro."
Por observação, ele opina que, para cada igreja católica, abrem dez evangélicas. "As regras são menos rígidas e o mercado é grande. Além disso, qualquer um pode abrir um templo, basta escolher o nome. No Brasil, pode tudo, afinal Deus é brasileiro."



Qualquer pessoa pode possuir uma igreja, mas imóvel precisa seguir regras de segurança e da lei de zoneamento

Processo de abertura de templo é simples

DA REPORTAGEM LOCAL

Qualquer pessoa pode abrir uma igreja regularizada em São Paulo. Para isso, basta que o imóvel esteja em uma região da cidade onde a lei de zoneamento permita a existência de templos. Depois, vem o processo para conseguir o alvará de funcionamento e a escolha de um nome.
Considerado um imóvel de uso institucional -como associações de bairro e escolas-, um templo religioso precisa seguir normas de segurança. Por ser um local de concentração de grande número de indivíduos, precisa manter extintores e rotas de fugas em funcionamento, por exemplo.
Escolhido o local da igreja, é necessário obter a aprovação da planta na Secretaria Municipal da Habitação, caso o prédio precise ser construído. Para isso, é necessário um engenheiro ou um arquiteto responsável pelo projeto.
Se o templo for funcionar em um imóvel já existente e que passará apenas por reforma, o mesmo procedimento terá de ser feito. Além disso, será preciso pedir a mudança de uso (de comercial ou residencial para institucional, por exemplo).
Se o imóvel não for passar por nenhuma alteração ou depois de concluída a construção ou a reforma, o proprietário deverá pedir para o Contru (Departamento de Controle de Uso de Imóveis) o alvará de funcionamento.
Para que ele seja expedido, é necessário um laudo técnico de segurança, assinado por um engenheiro eletricista e um engenheiro civil ou arquiteto, assegurando que as condições do local não oferecerão risco aos fiéis.
Com o laudo, técnicos do Contru fazem a vistoria e verificam se as normas estão sendo cumpridas. Todos os anos, o procedimento de fiscalização pelo órgão da prefeitura tem de ser refeito.

Segurança
Os problemas de segurança mais comuns nas igrejas são inexistência de pára-raios, falta de manutenção na parte elétrica, saídas obstruídas e ausência de brigada de incêndio.
Com a parte legal resolvida, bastará apenas o proprietário definir a qual linha religiosa pertencerá sua igreja e pedir autorização quando necessário.
As religiões católica e judaica, por exemplo, têm uma série de normas para a abertura de um templo. Depois basta apenas batizar a igreja com um nome capaz de atrair a maior quantidade de fiéis possível.
(DANIELA TÓFOLI)


Apesar de não haver estatística, maioria dos locais de culto em bairros afastados funciona irregularmente, sem alvará

Rua abriga cinco templos em 800 metros

DA REPORTAGEM LOCAL

Em cerca de 800 metros da avenida Adolfo Coelho, uma rua estreita em Lauzane Paulista, zona norte da cidade, cinco igrejas tentam chamar a atenção dos fiéis. Três estão improvisadas em garagens ou lojinhas a menos de cem metros uma da outra e anunciam os horários de seus cultos. Todas são evangélicas. Um pouco antes delas, há mais uma instalada em uma sobreloja e, no fim da via, um templo batista -o único construído em forma de igreja.
Andando dois quarteirões, é possível encontrar mais duas funcionando em casas. Na rua transversal, outra, que aparentemente ocupa uma casa reformada inteira. Em cerca de um quilômetro, são oito templos, apenas um feito especialmente para esse fim.
A cena se repete: cadeiras de plástico são colocadas na garagem e, ao fundo, o altar é montado. Na entrada, uma faixa mostra o nome da igreja e os horários dos cultos, quase sempre às quartas, aos sábados e aos domingos.
Na manhã de quinta-feira passada, os oito templos da área estavam fechados.
Pelo telefone, a Folha conversou com Miriam Natali, crente-assistente da Associação Missionária "O Caminho para a Vida Eterna", uma das igrejas da avenida. Ela contou que a associação já tem oito anos e abriga 55 fiéis. O imóvel onde estão (um salão pequeno para abrigar o comércio local) é alugado e não tem IPTU. "Nunca apareceu ninguém da prefeitura para fazer vistoria nem pedir nenhum documento. A gente continua funcionando normalmente", disse Natali.
Não há estatísticas, mas basta dar uma volta pelos bairros mais afastados do centro para constatar que a maioria das igrejas da cidade funciona ilegalmente. De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, qualquer templo religioso, ainda que tenha apenas dez fiéis, precisa de alvará para funcionar. Os que não tiverem, devem ser fechados.

Denúncias
A fiscalização, no entanto, ocorre por meio de denúncias. Se algum vizinho da igreja achar que o local coloca seus freqüentadores em risco, por exemplo, pode telefonar para a subprefeitura que atende a sua região.
Na Adolfo Coelho, os vizinhos já se acostumaram com os templos improvisados. A costureira Lurdes Souza Lopes, 45, freqüenta a Igreja Evangélica Pentecostal Louvor e Vida, que começou a funcionar no ano passado na garagem de um imóvel, e conta que ali é comum templos abrirem, ficarem três meses e darem lugar a outro. "Aqui mesmo funcionava outra igreja antes. O lugar é pequeno, mas cabe todo mundo."
Professor de sociologia da religião na pós-graduação da PUC-SP, Edin Abumanssur lembra que é necessário atenção às normas de segurança e de construção. "É um erro não haver vistorias, as pessoas podem estar correndo risco." A liberdade de se permitir a abertura de um templo de qualquer credo, no entanto, é elogiada. "Até os anos 50, quem quisesse abrir um terreiro de candomblé precisava de alvará da polícia. Havia muita discriminação. Hoje, as normas são iguais para todos."
(DANIELA TÓFOLI)



Coreanos ganham igreja católica

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de o Brasil ainda ser um país de maioria católica, não é sempre que a instituição abre um novo templo. Para que isso aconteça, é preciso haver uma comunidade sem paróquia e uma série de normas deve ser respeitada.
Na capital, a Arquidiocese de São Paulo inaugurou apenas uma igreja em 2005, para a comunidade coreana. Instalada no Bom Retiro, centro da cidade, a Igreja São Kim Degun homenageia o primeiro padre católico a levar a religião à Coréia e é repleta de referências da comunidade.
Além de várias imagens de São Kim Degun, todas as placas do local também são escritas em coreanos e a arquitetura seguiu um padrão oriental.
Muita luz, lago no jardim e imitações de lanterninhas orientais no salão onde a missa é rezada.
De acordo com Martina Kang, uma das assistentes da paróquia, há cerca de 3.500 fiéis.
A maioria das missas no local é celebrada em coreano.
"Cada vez há mais católicos na comunidade e agora estamos contentes com a igreja nova. Foi um presente abençoado", disse a assistente da paróquia. (DT)

Re.: São Paulo ganha uma nova igreja a cada 2 dias!!

Enviado: 29 Jan 2006, 11:26
por Aurelio Moraes
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O pastor da Comunidade Zadoque Antônio Carlos Batista, 40, que diz receber 400 fiéis aos domingos ao som de punk rock


DA REPORTAGEM LOCAL

Esqueça a imagem do pastor de terno e gravata, Bíblia embaixo do braço, cabelo penteadinho. Na Comunidade Zadoque, uma igreja evangélica na Barra Funda, zona oeste da cidade, essa figura já era. O pastor Batista é prova disso. Com mais de uma dúzia de piercings nas orelhas, corpo repleto de tatuagens de símbolos cristãos e cabelos compridos e rebeldes, ele até pode parecer mais roqueiro do que religioso, mas consegue combinar as duas coisas.
Fundador da comunidade, Antônio Carlos Batista, 40, quer que seus fiéis, a quem chama de "pequeninos", adorem a Deus de uma forma que foge do convencional e que se sintam entrando em uma danceteria, não em um templo religioso. Ele consegue.
As paredes pintadas de preto, as luzes coloridas no teto e o som de punk rock que sai das guitarras do palco não deixam dúvidas de que aquele não é um lugar comum. Não chega a ser uma boate porque as músicas falam de Deus.
No meio do show religioso, há sessões de exorcismo.
O local não é uma igreja convencional (apesar de cobrar o dízimo -que deve ser colocado em um envelope preto) porque louvor, oração e todo o resto ocorrem aos berros, embalados pelo som pesado.
Os "pequeninos", claro, não se importam. Estão lá para ouvir a mensagem, dançar trombando uns nos outros, curar suas dores e, principalmente, se sentir em casa. A grande maioria tentou freqüentar outras igrejas antes de chegar à Zadoque, mas sentiu na pele o pecado da discriminação. Na comunidade, os góticos usam seu preto dos pés à cabeça, e os punks desfilam seu cortes moicanos coloridos. Sem nenhuma reprovação nem sermão que os façam andar por uma linha conservadora.
O que Batista quer é que sigam uma linha reta. "Zadoque, em hebraico, quer dizer retidão. Oramos para que não se desviem dos seus objetivos." A missão, conta, é dura. "Além de ajudar os fiéis a resolverem seus problemas, temos que lidar com igrejas que nos acusam de satanistas. Só porque tocamos heavy metal, punk rock e temos um visual diferente, acham que não somos de Deus", diz. "Mas ainda assim a Zadoque cresce. Já são 11 igrejas, sendo uma no Peru, e mais de 400 fiéis aos domingos. Deus está conosco." (DT)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidi ... 200608.htm

Re.: São Paulo ganha uma nova igreja a cada 2 dias!!

Enviado: 29 Jan 2006, 12:37
por Washington
A pobreza está aumentando.

Pobre gosta de igreja.

Outro dia passei por uma avenida na periferia de Betim, cidade da região metropolitana de BH. Em uma avenida de cerca de 2500 metros contei 26 igrejas evangélicas, nomes dos mais curiosos como varões de guerra, terremoto de deus, etc.

Não tem jeito, o que precisamos é progresso, desenvolvimento, educação, sem isso, esses lixos só irão aumentar.

Re: Re.: São Paulo ganha uma nova igreja a cada 2 dias!!

Enviado: 29 Jan 2006, 22:24
por marta
Washington escreveu:A pobreza está aumentando.

Pobre gosta de igreja.

Outro dia passei por uma avenida na periferia de Betim, cidade da região metropolitana de BH. Em uma avenida de cerca de 2500 metros contei 26 igrejas evangélicas, nomes dos mais curiosos como varões de guerra, terremoto de deus, etc.

Não tem jeito, o que precisamos é progresso, desenvolvimento, educação, sem isso, esses lixos só irão aumentar.


Aqui, em minha cidade, tem uma chamada Tabernáculo de Jesus. O curioso é que ela está sempre fechada. Deve ser por falta de bebida :emoticon12: :emoticon12:

Re.: São Paulo ganha uma nova igreja a cada 2 dias!!

Enviado: 29 Jan 2006, 22:27
por marta
Gente! Tem coisa melhor pra se ganhar dinheiro e fazer um caixinha 2? Os caras não pagam um puto de impostos! Quem não lembra dos 10 milhões do bispo da IURD? O cara falou que a grana era da igreja e ficou tudo certo.
Eu lamento mesmo que eu não levo jeito pra pregação. Não convenço mesmo, senão abriria uma.