Cristãos, não digam a mim que a Bíblia é a palavra de DEUS!
Enviado: 22 Ago 2009, 11:01
AI, AI, MEU DEUSÔ!
Lamento Adventistas, mas eu ´tô fora! Tenho evidências empíricas para contradizê-los, topam?
Semana Teológica – 06 de maio de 2009
Tarde: Hermenêutica Bíblica – Parte 3 –
Prof. Dr. Wilson Paroschi
Momentos de louvor: Jádison (1º B)
Oração inicial: Jádison (1º B)
Abertura e anúncios: Pr. Elias Brasil
A Dinâmica da Interpretação – Parte 1
A interpretação bíblica é ciência e arte ao mesmo tempo.
Ciência: porque tem princípios e regras e podem ser classificados em um sistema ordenado.
Arte: porque a comunicação é flexível e, portanto, uma aplicação mecânica e rígida pode distorcer o verdadeiro sentido do texto. Inclui também a criatividade, percepção, sensibilidade humanas e a participação do Espírito Santo.
Princípios de interpretação bíblica
Escolha a versão:
Qual versão é melhor? Como avaliar uma versão bíblica?
Dois critérios para se avaliar uma versão:
Texto: qualidade dos manuscritos que foram utilizados para a tradução.
Tradução: é o que fizeram com os manuscritos.
Texto
A escolha do texto tem a ver com a disciplina chamada crítica textual.
Definição: É a disciplina que busca restaurar o texto de uma obra, especialmente se essa obra foi escrita antes da invenção da imprensa. Ela não está restrita à Bíblia.
Necessidade (dois fatores):
O desaparecimento dos manuscritos originais (autógrafos).
Os erros que se introduziram nos manuscritos no processo de cópia e re-cópia.
Importância:
A ausência de um texto confiável, tão mais próximo do original quanto possível, compromete pelo menos três outras disciplinas bíblicas de escopo tanto teórico quanto prático:
Exegese: como estar seguro quanto ao significado de um texto se o próprio texto em si for duvidoso?
Teologia: como estabelecer as crenças e doutrinas da igreja se o texto for suspeito de corrupção?
Homilética: como e o que pregar se não pudermos ter certeza de que o texto que manuseamos corresponde tão exatamente quanto possível àquele que os autores bíblicos escreveram tantos séculos atrás?
Crítica textual exegese teologia (doutrina) homilética (sermão)
As fontes da crítica textual:
Fontes primárias: os manuscritos bíblicos nas línguas originais.
AT: Hebraico
Amuletos de prata (7 séc. a. C.)
Os rolos do mar morto (250 a. C. – 100 AD)
Pairo Nash (1 séc a. C.)
Mss murabbaàt (2 séc. a. C. – 1 séc. AD)
Massada (1 séc a. C)
Nahal hever (50 a. C. – 50 AD)
Geniza do Cairo (1000-1400 AD)
Massoreticos medievais (9 séc – 12 séc)
NT: grego
Papiro 52 (c. 130)
Vários papiros do 2º e 3º séculos
Códice Sinaítico (4 sec)
Códice Vaticano (4 sec)
Códice Alexandrino (5 sec)
Códice Efraimita (5 séc)
Códice Beza (5/6 séc.)
Washingtoniano (5 séc)
Korideti (9 séc.)
Fontes secundárias:
Antigas versões:
AT:
Pentateuco Samaritano
Targuns aramaicos
LXX
Outra versões gregas: Áquila simaco teodocio
NT
Siríaca
Antiga latina
Copta
Citações
AT: Filo (20 a. C. – 50 AD)
NT
Vários escritores gregos, sírios e latinos e partir do final do 1 séc.
Biblia Patristica
2º séc: 17 mil citações
3º séc: 12 mil citações
Orígenes (c. 185-254 AD): 32 mil citações
Tipos de erros encontrados nos manuscritos:
Alterações acidentais:
Troca de letras
Troca de palavras homófonas
Repetição de silabas, palavras ou frases com final semelhante
Omissão de sílabas, palavras ou frases com final semelhante
Erro de memória
Alterações intencionais:
Correção ortográfica, gramatical ou estilística
Harmonização textual ou litúrgica
Correção histórica ou geográfica
Correção exegética ou doutrinária
Interpolações de notas marginais
Interpolações de episódios autênticos envolvendo Jesus e os apóstolos
EGW:
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol 1, p. 16.
“Alguns nos olham seriamente e dizem: "Não acha que deve ter havido algum erro nos copistas ou da parte dos tradutores?" Tudo isso é provável, e a mente que for tão estreita que hesite e tropece nessa possibilidade ou probabilidade, estaria igualmente pronta a tropeçar nos mistérios da Palavra Inspirada, porque sua mente fraca não pode ver através dos desígnios de Deus. Sim, com a mesma facilidade tropeçariam em fatos simples que a mente comum aceita e em que discerne o Divino, e para quem as declarações de Deus são simples e belas, cheias de essência e riqueza. Mesmo todos os erros não causarão dificuldade a uma alma, nem farão tropeçar os pés de alguém que não fabrique dificuldades da mais simples verdade revelada.”
Tradição textual manuscrita do AT e do NT
AT:
Mais fixa (Judaísmo, “a religião do livro”)
Exemplos de regras:
Nenhuma palavra deveria ser escrita de memória
Linhas, palavras e mesmo letras tinham que ser contadas
NT:
Mais fluida (a mensagem é mais importante que a letra)
Jerônimo: “A essência das Escrituras não é a letra, mas o significado.”
Os erros eram acentuados por causa das características da escrita antiga (scriptio continua):
Letras maiúsculas
Sem separação entre as palavras
Sem acentuação ou pontuação
Sem divisões do texto
Mudanças na forma da escrita (NT): apenas entre 8º e 11º séc.
Divisões no texto: 1204-1206 AD (Estevão Langton)
Versículos: 1551-1555 AD (Roberto Estéfano)
Exemplos de alterações manuscritas:
Pontuação:
RESSUSCITOUNAOESTAQUI
Ressuscitou? Não. Está aqui.
Ressuscitou. Não está aqui.
Lucas 23:43
Idiomatismo semítico (Livro de Deuteronomio)
Correções exegéticas
Colossenses 2:2
Variantes
O mistério de Deus
O mistério de Cristo
O mistério de Deus e Cristo
O mistério de Deus, que é o Cristo
O mistério de Deus Pai em Cristo Jesus
Colossenses 1:26
Acréscimo litúrgico
Mateus 6:13
Interpolações de notas marginais:
1 João 5:7 e 8
Correções doutrinárias
João 1:12 e 13
“o qual nasceu”
Interpolações de episódios autênticos
Tudo o que Jesus fez/disse foi escrito? (João 21:25).
Onde permaneceram essas informações? (Lucas 1:1 e 2).
Duas fontes de informação: escritas e orais,
Exemplos no NT:
Atos 20:35
1 Coríntios 11:23-25; 15:3 e 4: Paulo usa duas palavras: receber/entregar, que eram termos usados pelos rabinos para a transmissão de tradições ou instruções religiosas.
O exemplo de Papias (c. 70-155 AD)
Um caso intrigante: Códice Beza (5/6 séc. AD)
“No mesmo dia, vendo alguém trabalhando no sábado, disse-lhe: se você sabe o que está fazendo, você é bem-aventurado, mas se não sabe, é maldito e transgressor da lei.”
João 7:53-8:11: o relato da mulher adúltera
Definitivamente não faz parte do evangelho de João.
O mais antigo manuscrito grego que inclui a passagem: D (Beza) 5/6 séc. AD
Em vários manuscritos aparece em Lucas.
Os mais antigos pais da igreja omitem a passagem.
Parece que Papias a conhecia.
Situação do texto bíblico:
“O cristão pode tomar a Bíblia toda em suas mãos e dizer sem hesitação ou temor que esta segurando a palavra de Deus, transmitida sem perda essencial de geração a geração através dos séculos (F. G. Kenyon).
O problema das versões
As versões baseadas em mss. mais antigos são melhores que as baseadas em mss recentes
Mesmo o caso de mss. antigos, eles precisam ser devidamente comparados uns com os outros com as antigas versões e com as citações de antigos escritores
Somente depois que tudo isso for feito, e que se pode afirmar a posse de um texto confiável.
Lamento Adventistas, mas eu ´tô fora! Tenho evidências empíricas para contradizê-los, topam?
Semana Teológica – 06 de maio de 2009
Tarde: Hermenêutica Bíblica – Parte 3 –
Prof. Dr. Wilson Paroschi
Momentos de louvor: Jádison (1º B)
Oração inicial: Jádison (1º B)
Abertura e anúncios: Pr. Elias Brasil
A Dinâmica da Interpretação – Parte 1
A interpretação bíblica é ciência e arte ao mesmo tempo.
Ciência: porque tem princípios e regras e podem ser classificados em um sistema ordenado.
Arte: porque a comunicação é flexível e, portanto, uma aplicação mecânica e rígida pode distorcer o verdadeiro sentido do texto. Inclui também a criatividade, percepção, sensibilidade humanas e a participação do Espírito Santo.
Princípios de interpretação bíblica
Escolha a versão:
Qual versão é melhor? Como avaliar uma versão bíblica?
Dois critérios para se avaliar uma versão:
Texto: qualidade dos manuscritos que foram utilizados para a tradução.
Tradução: é o que fizeram com os manuscritos.
Texto
A escolha do texto tem a ver com a disciplina chamada crítica textual.
Definição: É a disciplina que busca restaurar o texto de uma obra, especialmente se essa obra foi escrita antes da invenção da imprensa. Ela não está restrita à Bíblia.
Necessidade (dois fatores):
O desaparecimento dos manuscritos originais (autógrafos).
Os erros que se introduziram nos manuscritos no processo de cópia e re-cópia.
Importância:
A ausência de um texto confiável, tão mais próximo do original quanto possível, compromete pelo menos três outras disciplinas bíblicas de escopo tanto teórico quanto prático:
Exegese: como estar seguro quanto ao significado de um texto se o próprio texto em si for duvidoso?
Teologia: como estabelecer as crenças e doutrinas da igreja se o texto for suspeito de corrupção?
Homilética: como e o que pregar se não pudermos ter certeza de que o texto que manuseamos corresponde tão exatamente quanto possível àquele que os autores bíblicos escreveram tantos séculos atrás?
Crítica textual exegese teologia (doutrina) homilética (sermão)
As fontes da crítica textual:
Fontes primárias: os manuscritos bíblicos nas línguas originais.
AT: Hebraico
Amuletos de prata (7 séc. a. C.)
Os rolos do mar morto (250 a. C. – 100 AD)
Pairo Nash (1 séc a. C.)
Mss murabbaàt (2 séc. a. C. – 1 séc. AD)
Massada (1 séc a. C)
Nahal hever (50 a. C. – 50 AD)
Geniza do Cairo (1000-1400 AD)
Massoreticos medievais (9 séc – 12 séc)
NT: grego
Papiro 52 (c. 130)
Vários papiros do 2º e 3º séculos
Códice Sinaítico (4 sec)
Códice Vaticano (4 sec)
Códice Alexandrino (5 sec)
Códice Efraimita (5 séc)
Códice Beza (5/6 séc.)
Washingtoniano (5 séc)
Korideti (9 séc.)
Fontes secundárias:
Antigas versões:
AT:
Pentateuco Samaritano
Targuns aramaicos
LXX
Outra versões gregas: Áquila simaco teodocio
NT
Siríaca
Antiga latina
Copta
Citações
AT: Filo (20 a. C. – 50 AD)
NT
Vários escritores gregos, sírios e latinos e partir do final do 1 séc.
Biblia Patristica
2º séc: 17 mil citações
3º séc: 12 mil citações
Orígenes (c. 185-254 AD): 32 mil citações
Tipos de erros encontrados nos manuscritos:
Alterações acidentais:
Troca de letras
Troca de palavras homófonas
Repetição de silabas, palavras ou frases com final semelhante
Omissão de sílabas, palavras ou frases com final semelhante
Erro de memória
Alterações intencionais:
Correção ortográfica, gramatical ou estilística
Harmonização textual ou litúrgica
Correção histórica ou geográfica
Correção exegética ou doutrinária
Interpolações de notas marginais
Interpolações de episódios autênticos envolvendo Jesus e os apóstolos
EGW:
Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol 1, p. 16.
“Alguns nos olham seriamente e dizem: "Não acha que deve ter havido algum erro nos copistas ou da parte dos tradutores?" Tudo isso é provável, e a mente que for tão estreita que hesite e tropece nessa possibilidade ou probabilidade, estaria igualmente pronta a tropeçar nos mistérios da Palavra Inspirada, porque sua mente fraca não pode ver através dos desígnios de Deus. Sim, com a mesma facilidade tropeçariam em fatos simples que a mente comum aceita e em que discerne o Divino, e para quem as declarações de Deus são simples e belas, cheias de essência e riqueza. Mesmo todos os erros não causarão dificuldade a uma alma, nem farão tropeçar os pés de alguém que não fabrique dificuldades da mais simples verdade revelada.”
Tradição textual manuscrita do AT e do NT
AT:
Mais fixa (Judaísmo, “a religião do livro”)
Exemplos de regras:
Nenhuma palavra deveria ser escrita de memória
Linhas, palavras e mesmo letras tinham que ser contadas
NT:
Mais fluida (a mensagem é mais importante que a letra)
Jerônimo: “A essência das Escrituras não é a letra, mas o significado.”
Os erros eram acentuados por causa das características da escrita antiga (scriptio continua):
Letras maiúsculas
Sem separação entre as palavras
Sem acentuação ou pontuação
Sem divisões do texto
Mudanças na forma da escrita (NT): apenas entre 8º e 11º séc.
Divisões no texto: 1204-1206 AD (Estevão Langton)
Versículos: 1551-1555 AD (Roberto Estéfano)
Exemplos de alterações manuscritas:
Pontuação:
RESSUSCITOUNAOESTAQUI
Ressuscitou? Não. Está aqui.
Ressuscitou. Não está aqui.
Lucas 23:43
Idiomatismo semítico (Livro de Deuteronomio)
Correções exegéticas
Colossenses 2:2
Variantes
O mistério de Deus
O mistério de Cristo
O mistério de Deus e Cristo
O mistério de Deus, que é o Cristo
O mistério de Deus Pai em Cristo Jesus
Colossenses 1:26
Acréscimo litúrgico
Mateus 6:13
Interpolações de notas marginais:
1 João 5:7 e 8
Correções doutrinárias
João 1:12 e 13
“o qual nasceu”
Interpolações de episódios autênticos
Tudo o que Jesus fez/disse foi escrito? (João 21:25).
Onde permaneceram essas informações? (Lucas 1:1 e 2).
Duas fontes de informação: escritas e orais,
Exemplos no NT:
Atos 20:35
1 Coríntios 11:23-25; 15:3 e 4: Paulo usa duas palavras: receber/entregar, que eram termos usados pelos rabinos para a transmissão de tradições ou instruções religiosas.
O exemplo de Papias (c. 70-155 AD)
Um caso intrigante: Códice Beza (5/6 séc. AD)
“No mesmo dia, vendo alguém trabalhando no sábado, disse-lhe: se você sabe o que está fazendo, você é bem-aventurado, mas se não sabe, é maldito e transgressor da lei.”
João 7:53-8:11: o relato da mulher adúltera
Definitivamente não faz parte do evangelho de João.
O mais antigo manuscrito grego que inclui a passagem: D (Beza) 5/6 séc. AD
Em vários manuscritos aparece em Lucas.
Os mais antigos pais da igreja omitem a passagem.
Parece que Papias a conhecia.
Situação do texto bíblico:
“O cristão pode tomar a Bíblia toda em suas mãos e dizer sem hesitação ou temor que esta segurando a palavra de Deus, transmitida sem perda essencial de geração a geração através dos séculos (F. G. Kenyon).
O problema das versões
As versões baseadas em mss. mais antigos são melhores que as baseadas em mss recentes
Mesmo o caso de mss. antigos, eles precisam ser devidamente comparados uns com os outros com as antigas versões e com as citações de antigos escritores
Somente depois que tudo isso for feito, e que se pode afirmar a posse de um texto confiável.