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A criação do mito de Jesus

Enviado: 29 Jan 2006, 12:56
por Aurelio Moraes
O Mito do Jesus Histórico
de Fernando Silva
A Criação do Mito de Jesus

Os evangelhos não se pretendiam uma narrativa histórica mas um “midrash” (uma composição de trechos das Escrituras que, do ponto de vista do autor, estão relacionados e confirmam a mensagem que ele quer transmitir). Ou parábolas com o enxerto de referências históricas. A intenção dos evangelistas não era registrar com precisão os fatos mas transmitir ensinamentos religiosos.

Paulo foi um dos principais criadores da figura de Jesus. Ao cair do cavalo na estrada para Damasco, vítima de insolação ou epilepsia, julgou estar divinamente inspirado. Analisou as Escrituras em busca de revelações ocultas e, acreditando que toda e qualquer idéia que lhe ocorria também era inspiração de Deus, pareceu-lhe ter nelas encontrado o anúncio da vinda de Jesus.

O mundo de Paulo ainda era fortemente influenciado pela civilização grega, sua cultura e seus deuses. Para os gregos e seus vizinhos, a verdadeira realidade era a realidade mítica, onde viviam deuses e anjos. O mundo material era apenas um reflexo dela, as sombras na caverna de Platão. As Escrituras não continham profecias, mas revelavam um pouco desta verdadeira realidade.

O sofrimento e morte de Jesus eram fatos já ocorridos nessa realidade espiritual, num tempo diferente do nosso, assim como as aventuras dos deuses gregos, não algo que ainda ocorreria no mundo material1. Era desta “realidade” que falava Paulo, não de um Jesus de Nazaré, de carne e osso. E seus “fatos” vinham das Escrituras e das revelações de um Jesus espiritual. Na verdade, era Deus que fazia as revelações. Jesus era apenas seu canal de comunicações, o “Logos” grego, a “Sabedoria” judaica. Paulo descobriu “sobre” Jesus nas Escrituras e inspirações divinas, não “da boca de” Jesus. Jesus era o “segredo que esteve escondido durante eras” e que foi revelado por Deus. Era necessário ter fé nesse Jesus mítico, espiritual, como Paulo por tantas vezes insiste. Mas por que seria necessário ter fé em que um homem existiu neste mundo, morreu e ressuscitou? Isto seria um fato histórico, não algo só acessível através da fé. Foi só mais tarde que se criou o conceito de um Jesus feito homem. Sua biografia foi tirada das Escrituras. As narrativas do A.T., que foram sua origem e contavam uma história já ocorrida, tornaram-se aos poucos profecias a respeito de sua futura vinda.

Mesmo em livros escritos por volta do ano 120 d.C. ainda se mencionam passagens do A.T. como fonte, não os evangelhos (que já deveriam ter sido escritos e ser muito famosos e conhecidos, se tivesse havido um Jesus e seus discípulos estivessem ativamente difundindo seus ensinamentos).

Mas ninguém fala “conforme eu ouvi da boca de Jesus”, “conforme ensinou Fulano, que foi discípulo de Jesus”. Paulo só vai a Jerusalém anos depois de cair do cavalo e nem menciona os lugares santos ou sua emoção em visitá-los. Vai lá apenas para se encontrar com Pedro. E ninguém menciona Pilatos e o julgamento de Jesus.

Paulo era o mestre, não Jesus. Em todas as suas disputas com os outros discípulos, ele jamais foi acusado de distorcer as palavras de Jesus. Não havia “palavras de Jesus”. Os evangelhos e sua vida terrena ainda não tinham sido inventados.

É possível que versões primitivas dos evangelhos já existissem no final do primeiro século, mas não faziam parte da corrente paulinista, predominante. Só durante o segundo século começaram a ser mencionados e se incorporaram ao conjunto de crendices contraditórias que cercava a figura de Cristo, defendidas por centenas, talvez milhares de seitas que brigavam entre si.
Os Evangelhos são uma montagem de Elementos de várias fontes

Muitos dos ensinamentos atribuídos a Jesus foram encontrados nos manuscritos do Mar Morto, escritos pelos essênios pelo menos 100 anos antes de Cristo. Eles eram conhecidos pelo seu desprezo às coisas materiais, faziam-se batizar para a purificação do corpo e do espírito e iniciavam a vida pública aos 30 anos, após 40 dias de jejum no deserto. Esperavam para breve a vinda do reino de Deus.

Frases como amar seus inimigos, se lhe pedem o casaco dá também a camisa e dar a outra face derivam dos estóicos/cínicos, um movimento filosófico de origem grega que pregava o retorno a uma vida mais simples e humilde, em oposição ao materialismo da sociedade urbana.

Muitos outros foram tirados do “Documento Q”, uma coleção de ditos resultantes da mistura da filosofia estóica/cínica, com o messianismo judeu. Quando os evangelistas inventaram uma vida terrena para Jesus, cada um localizou os ditos em contextos diferentes. Exemplos:

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Jesus fala sobre a força da fé, em Lucas 17:05 e Mateus 17:20. Em Lucas, o fato ocorre durante uma jornada a Jerusalém, a pedido dos discípulos. Em Mateus, é dito por Jesus na Galiléia, ao explicar porque os apóstolos não tinham conseguido expulsar os demônios de um epilético, pouco depois da Tranfiguração (aliás, como até hoje ninguém conseguiu mover uma árvore ou uma montanha com a força da fé, conclui-se que ela é menor que um grão de mostarda na maioria das pessoas).
*

A oração do Pai Nosso é ensinada, em Lucas 11:01, a pedido dos discípulos e apenas a eles, na viagem a Jerusalém. Em Mateus 06:09, ela faz parte do Sermão da Montanha, dirigido a uma multidão.

Outros ainda foram tirados das epístolas, onde não há nenhuma menção a terem vindo de Jesus e não dos próprios apóstolos. Quanto aos milagres de Cristo, grande parte foi copiada do Antigo Testamento e adaptada às novas circunstâncias:

* 2 Reis 04:42-44 e Mateus 14:13-21: Eliseu/Jesus e a multiplicação dos pães.
* 2 Reis 04:27-37 e Marcos 5:22-24: Eliseu/Jesus e a criança ressuscitada.
* 2 Reis 05:08-14 e Mateus 08:01-04: Eliseu/Jesus cura um leproso.
* Jonas 1 e Mateus 8:23-27: Jonas/Jesus acalma uma tempestade.
* 1 Reis 17:22 e Lucas 7:14: Elias/Jesus ressuscita o filho da viúva.
* 1 Reis 17:24 e João 4:19: Elias/Jesus é reconhecido como profeta

Finalmente, houve grande influência das religiões dos povos com as quais os judeus conviviam, ou seja, egípcios, persas, gregos e romanos. Exemplos:

* A história do salvador nascido de uma virgem e tentativas de matá-lo quando criança.
* Sua morte e ressurreição (em vários casos, no terceiro dia).
* Céu, inferno e juízo final (que não existiam no judaísmo original).
* Petra, no mitraísmo e no “Livro dos Mortos” egípicio, era o guardião das chaves do céu. O mitraísmo também denominava Petra a um rochedo considerado sagrado.
* Hórus lutou durante 40 dias no deserto contra as tentações de Satã.
* Hórus, a luz do mundo; o caminho, a verdade e a vida.
* Hórus batizado com água por Anup.
* Hórus representado por uma cruz.
* A trindade Atom (o pai), Hórus (o filho) e Rá (o espírito santo).
* Krishna nasceu de uma virgem, transfigurou-se diante dos discípulos e foi morto por soldados quando rezava com eles sob uma árvore.
* Apolônio, Mitra e Hermes eram conhecidos como “o bom pastor” e eram representados com um cordeiro nos braços.
* A última ceia, frequentemente com uma bebida e um alimento que representavam o corpo e o sangue de algum deus.
* A estrela guia, elemento frequente em lendas e mitologias antigas.
* Tamuz, deus da Suméria e Fenícia, foi gerado por uma virgem, morreu com uma chaga no flanco e, três dias depois, levantou-se do túmulo e o deixou vazio com a pedra que o fechava a um lado. Belém era o centro do culto a Tamuz.

Falsas Profecias

Uma comparação cuidadosa revela que vários outros trechos foram aproveitados fora de contexto ou tomados como profecia, quando na verdade se referiam a outras coisas. Exemplos:

* Lucas 01:28-33, onde o nascimento de Jesus é anunciado a Maria, uma cópia quase exata de Sofonias 03:14-18, onde se profetiza o triunfo de Israel sobre as nações que a oprimiram.
* Mateus 02:05-06 e João 07:42, onde se diz que o nascimento de Jesus em Belém fora profetizado. Entretanto, o trecho que fala de Belém (Miquéias 05:02), se refere ao clã de David, Belém Éfrata, e não a uma cidade. Além disto, mesmo que fosse uma cidade, o tal Messias profetizado viria para espalhar o terror e a morte entre os inimigos de Israel e torná-la poderosa, enquanto que Jesus afirmou que “meu reino não é deste mundo”. Fala também que tal messias libertaria Judá dos assírios, mas estes nunca invadiram suas terras. Na época em que Jesus teria vivido, os assírios já não existiam mais.
* Mateus 01:22 cita Isaías 07:14 sobre o nascimento do messias de uma virgem, quando Isaías falava de uma criança de seu tempo, 700 anos antes de Cristo, não de uma virgem mas de uma jovem, não de Jesus mas de Emanuel.
* Mateus 21:01-07 (e os outros evangelistas) dizem que a entrada de Jesus em Jerusalém montado num jumento fora prevista em Zacarias 09:09 mas, mais uma vez, o rei de que fala Zacarias era um rei humano, que reinaria sobre Israel, não Jesus. As aclamações do povo foram tiradas do Salmo 117:26 (Bendito o que vem em nome do Senhor).
* Mateus 26:15 e 27:03-10 fala da traição de Judas e das 30 moedas como tendo sido profetizada em Salmos 41:09 e Zacarias 11:12-13. Entretanto, nenhuma das passagens fala do messias. Nos salmos, é David, o autor, que se diz traído e se considera um pecador. E Zacarias diz ter recebido as 30 moedas por um serviço prestado, sem nenhuma traição envolvida (e ele também devolve as moedas). Mateus diz que a compra do campo do oleiro com as 30 moedas fora profetizada por Jeremias, mas tal profecia não existe.
* João 02:14-16 (e os outros evangelistas) falam sobre como Jesus expulsou os vendilhões do Templo. Considerando-se o tamanho do pátio do Templo e o fato de que o comércio de animais era essencial à realização dos sacrifícios pelos fiéis, não tinha nada de ilegal e tinha o apoio das autoridades religiosas, parece improvável que um único homem com um chicote conseguisse expulsar a todos, ainda por cima impunemente. Esta passagem parece ter sido inspirada em Zacarias 14:21 (Naquele dia não tornará mais a haver mercador na casa do Senhor dos Exércitos) e Jeremias 07:11 (Esta minha casa está convertida em um covil de ladrões).
* Os Salmos 22:02-19, 34(33):21 e 69:22 foram usado na crucificação, embora nele David falasse de seus inimigos e da perseguição que sofria do rei Saul e Abimelec: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? […] Todos os que me vêem zombam de mim, abrem a boca e balançam a cabeça: ‘Ele recorreu a Javé … pois que Javé o salve! Que o liberte, se é que o ama de fato!’ […] Cães numerosos me rodeiam, e um bando de malfeitores me envolve, furando minhas mãos e meus pés. Posso contar todos os meus ossos. As pessoas me observam e me encaram, entre si repartem minhas vestes, e sorteiam a minha túnica. Como alimento me deram fel, e na minha sede me deram vinagre e Javé protege os ossos do justo: nenhum deles será quebrado.

De qualquer modo, não se podem levar a sério profecias que se dizem realizadas no mesmo livro em que foram feitas. É preciso que a comprovação seja externa ao livro. E isto não acontece. Um exemplo perfeito de profecia fracassada está em Ezequiel 26 e 292. E pode-se suspeitar de que várias “profecias” foram feitas depois do fato ocorrido.

Profecias e histórias sobre o justo que sofreu, foi injustamente acusado, perseguido e morto (ou foi salvo da morte no último instante), sendo então reabilitado e exaltado, são comuns ao longo da Bíblia. Refletem provavelmente os sonhos de grandeza dos judeus, povo frequentemente perseguido e escravizado, e suas esperanças de que seu deus os ajude a triunfar sobre povos que os oprimiam.

Além disto, mesmo que Jesus tivesse existido, ele certamente seguiria as Escrituras como um roteiro para provar que era o Messias. Por exemplo, entraria em Jerusalém montado num jumento como fez o rei humilde em Zacarias 09:09. Note-se que os evangelhos dizem claramente e ele o fez para que se cumprissem as Escrituras.
Cronologia Resumida do Surgimento dos Evangelhos

Há uma epístola apócrifa, denominada 1 Clemente, enviada de Roma aos Coríntios no ano de 96 d.C., onde pela primeira vez Jesus é mencionado como mestre e ensinamentos lhe são atribuídos. Várias passagens lembram o Sermão da Montanha mas há outras que também lembram os evangelhos mas não são atribuídas a ninguém ou então citam o Antigo Testamento. Ainda não há menções a uma vida terrena nem sobre milagres ou João Batista. Mesmo quando fala do julgamento e morte de Cristo, Clemente cita Isaías. Seu Jesus parece ser algo que ele contruiu a partir das Escrituras.

Por volta do ano 107 d.C., nas 7 cartas escritas por Inácio, surgem as primeiras menções a Herodes, Pôncio Pilatos e Maria. Há até um trecho sobre a aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos, mas ainda nada se diz dos evangelhos ou que Jesus tivesse sido um mestre.

Na época de Inácio foi escrita a Didaké (ou Didache), onde nada se fala dos ensinamentos de Jesus e a oração do Pai Nosso é atribuída diretamente a Deus. Nada de última ceia, morte e ressurreição. Deus é o mestre e Jesus aparece apenas como filho de Deus e seu servo, cuja função é servir de canal de comunicação entre Deus e os homens.

O nascimento de um Jesus terreno aparece pela primeira vez no texto Ascensão de Isaías, que data de 115 d.C. Mas a história é diferente. Jesus nasce na casa de Maria e José em Belém, não numa mangedoura durante uma viagem, e Maria só mais tarde descobre que seu filho era especial. Nada sobre pastores, magos, Herodes e fuga para o Egito. Os evangelistas se basearam nesta história mas cada um a modificou à sua maneira, mantendo em comum apenas a referência a Belém, provavelmente por causa da profecia de Malaquias sobre o nascimento lá de um futuro rei de Israel. A fuga para o Egito, por exemplo, só existe num dos evangelhos. Em outro, Jesus volta diretamente para casa e é apresentado no templo3.

A primeira referência a Pilatos numa epístola surge em 1 Timóteo 6:13, que deve ter sido escrita por volta de 115 d.C., mas ela é tão omissa quanto ao resto que acredita-se que esta seja uma inclusão posterior. 1 Tessalonicenses afirma que os judeus mataram Jesus mas há um consenso entre os estudiosos da Bíblia sobre esta ser uma inclusão posterior também.

2 Pedro, escrita por volta de 120 d.C., fala na vinda futura de Jesus (não o seu retorno) e seu autor cita profecias do A.T., não uma promessa feita por Jesus. No fim do capítulo 1, esta epístola menciona algo que lembra a transfiguração de Jesus dos evangelhos mas o fato é apresentado como uma amostra do que seria a vinda futura de Jesus e de seu poder. E a fonte, mais uma vez, são as Escrituras, não um Jesus terreno.

Barnabás (120 d.C.) é mais uma coleção de tradições orais e lendas, sem menção aos evangelhos ou Jesus de carne e osso, embora algumas passagens lembrem seus ensinamentos e haja vagas referências a acontecimentos históricos. Quando fala da paixão de Cristo, se baseia nas Escrituras.

Uma carta de Policarpo, bispo de Esmirna (130 d.C.) já está bem próxima dos evangelhos em vários trechos mas ainda faz referência aos documentos acima, não aos evangelistas.

Há escritos de Papias da época de Policarpo que se perderam mas são mencionados por Eusébio e estes começam a fazer referência aos evangelhos. Segundo Eusébio, Papias disse que um certo João disse que Marcos tinha sido o intérprete de Pedro e registrou o que Pedro ainda se lembrava dos ensinamentos do Senhor, aos pedaços e sem ordem. Ou seja, ainda não era um evangelho narrativo.

Por volta de 140 d.C, o gnóstico Marcião usou trechos de uma versão prévia do que viria a ser o evangelho de Lucas. Sabemos disto porque Tertuliano condenou sua interpretação do texto anos mais tarde. A versão que Marcião usou era diferente da atual, o que mostra que os evangelhos passaram por várias revisões. E isto ocorreu provavelmente porque na época os evangelhos não passavam de textos soltos de vários autores e ninguém os considerava sagrados nem inalteráveis, apenas considerações pessoais sobre Jesus e seus ensinamentos. Na verdade, este processo de revisão pode ser visto ao longo dos 30 anos que separam Marcos de João. Cada um é uma adaptação do anterior à realidade de sua época. Um exemplo é o progressivo envolvimento dos judeus na condenação de Jesus e a “desculpabilização” dos romanos.

Os evangelhos, aliás, nem tinham nomes. Justino, o Mártir, por volta de 150 d.C. ainda os chama apenas de “Memórias dos Apóstolos” e o que ele cita são apenas ensinamentos soltos. Tais trechos divergem dos evangelhos atuais e não há nada do evangelho de João.

A primeira menção que já foi encontrada aos 4 evangelistas é a de Ireneu, bispo de Lyons, por volta de 180 d.C., onde ele comenta que deveria haver 4 evangelhos porque havia 4 ventos e 4 cantos da Terra.

Finalmente, acredita-se que os Atos tenham sido escritos pela igreja de Roma em meados do segundo século para criar uma imagem mais favorável de Paulo, que na época era apontado pelos gnósticos como seu líder (por se basear apenas nas revelações recebidas diretamente de Deus e não através da Igreja, ou seja, do Jesus terreno e dos apóstolos). As epístolas, pelo contrário, mostram Paulo rejeitando a versão de Tiago e os outros, embora eles tivessem convivido com Jesus.

No concílio de Nicéia (325 d.C.), houve uma primeira separação entre canônicos e apócrifos. As lendas contam que os livros estavam sobre o altar e os apócrifos caíram, ficando apenas os canônicos. Ou que os canônicos saíram voando e se empilharam sozinhos sobre o altar. Ou que, estando a igreja completamente fechada, uma pomba (o Espírito Santo) entrou e sussurrou ao ouvido de cada bispo qual era o cânon.

Mas a primeira lista do Novo Testamento (com 27 livros) foi feita pelo bispo Atanásio, em sua Carta da Páscoa de 367 d.C.. Esta lista foi reafirmada num concílio em Roma em 382 e depois em concílios em Hippo (393) e Cartago (397 e 419). Entretanto, tais concílios tiveram na época efeito apenas local, persistindo as divergências dentro da Igreja Católica como um todo até o concílio de Trento, em 1545, onde a discussão foi tão acalorada que chegou a haver agressões físicas entre os participantes.
Fontes não Cristãs

Os crentes costumam citar como provas de que Jesus existiu as “muitas” referências feitas a ele por escritores “contemporâneos”. Nenhum deles foi contemporâneo. O livro de Flávio Josefo é o que mais se aproxima disto, mas a menção a Cristo parece ser um enxerto posterior, feito por copistas cristãos (não temos os originais), já que não combina com a visão do autor no resto da obra. As demais referências só surgiram 100 ou mais anos depois, e todas apenas relatam a existência de uma seita cujos membros diziam seguir a um tal de Cristo, ou seja, registram o que diziam os cristãos, sem afirmar que Jesus seria um fato.
Notas

1.

Os gregos (e também os europeus até os tempos de Copérnico e Galileu) acreditavam que a Terra era o centro do universo. Em volta dela havia esferas de cristal concêntricas, cada uma sustentando um dos 7 planetas conhecidos. Na esfera mais interior, a da Lua, ficavam os demônios, mensageiros entre os homens e os deuses, e além da sétima esfera ficavam os deuses. Para Paulo e seus correligionários, em vez dos deuses havia um único deus e os demônios eram forças do mal (em Efésios 06:12 eles estão nas regiões celestes; só mais tarde foram relegados às profundezas da terra; são eles os dominadores do mundo, não os humanos). Segundo apócrifos do fim do primeiro século, como a “Ascenção de Isaías”, Jesus teria partido numa jornada através das esferas até chegar à mais interior, nascendo de uma mulher (assim como Attis nascera de Cibele e depois se sacrificara). Os demônios, sem perceber quem ele era, o teriam morto. No final do século I, nenhuma menção a um Jesus terreno. Nada de perdão dos pecados, nada de ensinamentos. Pilatos não o julgou, não houve Calvário. A missão desse Jesus, que tinha aparência humana mas não era de carne e osso, era derrotar o anjo da morte e resgatar os justos. I Coríntios 02:08 fala novamente dos dominadores do mundo, não de Pilatos, por exemplo. Orígenes e Marcião também interpretam Paulo desta forma. Jesus desce então aos infernos (o Sheol) e ressuscita três dias depois. Retorna aos céus levando com ele as almas dos justos e, a partir desse dia, os justos que morressem iriam também para o céu. Este era o segredo escondido, no qual era preciso acreditar para se escapar do inferno. Jesus era o cordeiro imolado desde o início dos tempos (e não no ano 33).
2.

Ezequiel 26 diz que Yaveh deu a cidade de Tiro a Nabucodonosor para saquear e destruir. A cidade seria coberta pelo mar e nunca mais voltaria a existir. A história nos diz que Tiro foi sitiada por Nabucodonosor mas que este não conseguiu tomá-la. A cidade foi destruída séculos mais tarde por Alexandre o Grande mas recuperou-se e é hoje uma cidade moderna. E o mar não a cobriu. Ezequiel 29 diz que, como compensação pelo fracasso em Tiro, Yaveh lhe daria o Egito e os países vizinhos, também para saquear e destruir. O Egito seria devastado para sempre e seus habitantes se dispersariam pelo mundo. Nada disto aconteceu.
3.

A estrela guia é um elemento comum nas histórias de heróis antigos e também há uma matança de inocentes na lenda de Moisés. Herodes matou vários de seus próprios parentes com medo que lhe tomassem o poder, o que pode ter inspirado os evangelistas, mas não há registro histórico de matança indiscriminada de crianças.
4.

Os cristãos também costumam citar o Talmud como prova de que Jesus existiu, já que foi escrito a partir do ano 70, mas há alguns problemas com essa referência. Há pelo menos 2 Talmuds, o de Jerusalém, escrito entre os anos de 70 e 200, e o babilônico, compilado no século V. É o babilônico que faz menção a um tal de Yeshu ben Panthera, filho de um soldado romano chamado Panthera e uma judia adúltera. Ele teria tido alguns discípulos e foi condenado ao apedrejamento. Portanto, nem é da época de Cristo nem fala do Jesus dos evangelhos.

Fontes

* Sobre a definição do cânon da Bíblia: The Canon of Bible
* Sobre o uso de passagens do Antigo Testamento: Miracles and the book of Mormon
* Sobre a influência de religiões antigas: Como surgiu Jesus, de Frank R. Zindler e O Antigo Culto de Mitra
* Sobre a ausência de menções a um Cristo histórico no primeiro século: The Jesus Puzzle, por Earl Doherty
* Este texto analisa apenas as fontes não cristãs citadas como provas da existência de Cristo, como Tácito, Flávio Josefo, Suetônio e outros: Jesus: Non-Christian Documentary Sources por Paul N. Tobin
Ateus do Brasil

Enviado: 11 Jan 2007, 19:13
por clara campos
JESUS CRISTO NUNCA EXISTIU

O feriado do Natal é o mais importante e disparatado feriado religioso que existe.

Do «25 de Dezembro» dimana a outra pequena colecção de feriados, que compõem o ramalhete antilaico de feriados religiosos, que, por serem afectos a uma religião, é assunto privado e, como tal, deveria ser insusceptível de abranger toda a comunidade de cidadãos, de vivências pluralistas de filosofias de vida e religiosas, num Estado que deverá ser sempre neutral em matéria religiosa e, como tal, deverá estar isento de feriados religiosos.

Natal significa nascimento. Concretamente, «nascimento de Jesus».

1- Mas, consultando a Bíblia, não se lobriga nada de datas sobre o nascimento de tal "divindade".
Como é que um livro, o Novo Testamento, que se propõe celebrar e divulgar a vida e obra duma figura que, a ter existido, seria uma personalidade ímpar na História, não menciona a data do seu nascimento (como se um «deus» pudesse nascer?), embora diga que ele nasceu, nem a da sua morte (como se um «deus» pudesse morrer?), embora diga que ele morreu!!! ?

2- Além de não referir, nem data de nascimento nem de falecimento, a Bíblia apresenta duas genealogias de «Jesus» totalmente diferentes: Mateus 1,1-16 e Lucas 3, 23-38. Como é possível um livro "sagrado", isto é, inspirado por «deus», isto é, infalível, apresentar tão desaustinadas genealogias!!!

Enfim, não é pela Bíblia que se demonstra a existência de "Jesus"?

3- O nascimento de «Jesus» anunciou-se, astronomicamente, por uma estrela oriental, provavelmente a conjunção tripla de Marte, Júpiter e Saturno, na constelação Peixes (daí talvez o motivo da utilização dos peixes como símbolo dos primitivos cristãos), que ocorreu no ano 6 a.c., e ocorre de 139 em 139 anos, e por um trio de "magos", portadores de perfumes, ouro e mirra, tal-qualmente o mito persa de Mitra?

4- "Jesus" nasce numa estrebaria, parido duma «virgem Maria», (aquecido com o bafo vacum?), tal como o deus persa, Mitra, também chamado "senhor", nasceu numa gruta, parido duma virgem?

5- "Jesus" nasceu em 25 de Dezembro, dia do solstício invernal de antanho, tal como Mitra?

6- O signo zodiacal da constelação chamada Virgem, na representação pictórica dos caldeus, é representado por uma mulher, «virgem», tendo ao colo um menino, tal como uma das representações pictóricas cristãs?

7- «Jesus» morre no equinócio da Primavera, tal como Mitra?

8- "Jesus ressuscitou", uns dias após a "morte", tal como Mitra?
Neste culto, os seus sacerdotes acendiam o círio sagrado (pascal), ungindo de perfumes a imagem de Mitra, e um dos pontífices declarava solenemente a ressurreição desse deus, tal-qualmente o ressurrecto «Jesus»?

9- Tal como o cristianismo, o mitraísmo assenta a sua doutrina da fé numa infracção primitiva (o "pecado original" cristão?) e na luta entre o Bem e o Mal?
Mitra também subiu ao céu, após a última refeição tomada na companhia dos seus apóstolos?
Também instituiu sacramentos e sacrifícios, como o tauróbolo, degolação dum touro, com derrame do sangue por cima do sacerdote (vi essa cena espectacular num filme sobre os romanos). Os cristãos preferiram o sacrifício do «cordeiro de deus» («agnus dei»).

10 - Os mitraístas também comungavam sob as duas espécies, pão e vinho, e ensinavam que, após a morte, cada pessoa era julgada, apartando-se os justos para junto de Mitra (vá-se lá saber para quê!...) e os injustos eram remetidos para o inferno, torturados pelos demónios.
No «fim do mundo», ressuscitar-se-iam as criaturas todas, para um julgamento definitivo: os justos beberiam o elixir da imortalidade e os injustos seriam aniquilados?

11- O domingo também era o dia de repouso dos mitraístas, tal como os cristãos?
- embora o judaísmo, donde descende directamente o cristianismo, adoptasse o sábado?

12- Os religionários de Mitra, para se distinguirem dos outros, tatuavam uma cruz na testa assim como os primitivos cristãos.
A cruz é um símbolo estilizado duma primitiva técnica de produzir fogo, pelo cruzamento de 2 ramos. Esta estilização remonta à mitologia ariana e védica dos hindus, cuja cruz, a suástica, apresentava-se com ramos angulosos, dando uma ideia do disco solar. Tal entrelaçamento de ramos também é uma simulação estilizada duma relação sexual e do concomitante ritual de fecundidade, típico das religiões primitivas.
Enfim, sol-cruz-fogo, o mito solar em todo o seu esplendor!

13- E como as religiões orientais têm semelhanças promíscuas e diacrónicas, tais mitologias remontam aos tempos de Osíris, no Egipto, e de Jezeus Christna, na Índia.

14- O dia 25 de Dezembro, como suposta data de nascimento do «Jesus», foi fixado em 320, pelo papa Silvestre, sob domínio de Constantino, pois que antes, as datas de tal nascimento tinham uma geometria variável, conforme as concepções e interpretações vigentes.
No início do séc. III festejava-se em 20 de Maio, mas também houve calendários que apontavam para 28 de Março.
25 de Dezembro era o dia pagão em que se celebrava o nascimento de Mitra, festividade oficial do império, instituída pelo imperador Aureliano, no ano de 275.
Foi só mudar Mitra para Jesus - e em menos de um século a coisa ficou entranhada!

15- Se a festa comemorativa do nascimento de «Cristo» tem uma data fixa, por que é que a data da sua "ressurreição" é variável, podendo calhar entre 22 de Março e 25 de Abril, conforme o ciclo lunar!!!
Mais uma razão para a incongruência de tal festividade.
Dionísio, o Exíguo, frade de finais do séc. V e princípios do VI, fixou o suposto nascimento de «Jesus» no dia 25 de Dezembro do ano de 753 da fundação de Roma, atribuindo-se ao ano 754 o ano 1 do calendário cristão.
Assim determinou o imperador Justiniano.
Mas isto só foi adoptado a pouco e pouco pelos diversos países.
A Igreja só adoptou o calendário a.c./d.c., em 968, no tempo do papa João XIII...

16- Para concluir esta coisa extremamente desvairada que é o "25 de Dezembro", resta esclarecer que o ano do suposto nascimento do "Jesus", 753 da fundação de Roma, está errado. Pois que o tal frade que o fixou, Dionísio, o Exíguo, enganou-se no cômputo, dado que Herodes, o Grande, rei dos judeus, morreu em 4 a.c. (ano 749 de Roma), e o tal «Jesus» nasceu no reinado de Herodes, a que alude a Bíblia, em Mateus 2,16, no episódio do massacre das criancinhas abaixo de 2 anos.
Portanto, «Jesus Cristo» nasceu entre 6 (também há quem admita 7) e 4 a.c. e, como substituto virtual do Mitra, em 25 de Dezembro.
Ao que isto chegou!...
Daí o disparate deste feriado religioso!

17- «Dominus Invictus», isto é, «Senhor Invencível» era o nome latino e pagão do culto solar pré-cristão, introduzido no império romano pelas andanças, na Pérsia, das legiões conquistadoras. Sol identificado por «dominus», o ?senhor?.
Era o culto de Mitra, personificado numa figura masculina, representada com um halo (disco solar) atrás da cabeça, culto esse que inspirou fortemente o cristianismo.
Por isso é que a cópia cristã do Mitra, a conhecida personagem bíblica «Jesus Cristo», também teve, ao longo da História e até hoje, uma representação pictórica com um halo, reminiscência do círculo luminoso evocativo do Sol e do velho culto solar mitraísta.
Por isso, é que também tal «Jesus» é designado por «Senhor», em latim, «dominus», referência solar mitológica.
E a decorrência imitativa cristã é tanta, a partir do mitraísmo, que até copiaram os pinheirinhos decorados com bolinhas representativas do sol, no presépio, celebração com que os religionários de Mitra evocavam o ?dominus invictus?, isto é, o sol e a insolação, no seu momento de menor duração anual, solstício de Dezembro, e o início da crescente insolação diária.
É essa insolação decrescente, que termina, e o início da crescente, que marca precisamente a celebração do ?dominus invictus?, do sol que esteve a diminuir durante meses, mas que afinal é invencível e regressa sempre em força crescente. (Até um dia?)

E os cristãos devotos e hodiernos, com os seus símbolos e representações pictóricas, a pensarem que são uma religião original!
Plagiadores de pacotilha!

18- Portanto,«Jesus Cristo» nunca existiu, como espero ter demonstrado.


19 - Mas estas semelhanças das religiões orientais, entre as quais, o cristianismo, têm muito mais que se lhe diga.
Contudo, não se pense que há resposta para todas as interrogações sobre o cristianismo. Este, ao triunfar no império romano e na Idade Média destruiu muitos documentos e opositores, susceptíveis de gerarem o contraditório e esclarecer muita coisa que falta esclarecer?
A origem do cristianismo é a matéria mais complexa da História e é o assunto do meu máximo interesse e estudo.


http://www.ateismo.net/diario/2006/12/j ... xistiu.php

Enviado: 11 Jan 2007, 19:15
por clara campos
15- Se a festa comemorativa do nascimento de «Cristo» tem uma data fixa, por que é que a data da sua "ressurreição" é variável, podendo calhar entre 22 de Março e 25 de Abril, conforme o ciclo lunar!!!

bem visto... :emoticon5:

Enviado: 11 Jan 2007, 19:39
por emmmcri
Não acreditam em uma palavra da Bíblia, mas acreditam em qualquer baboseira escrita por quaquer babão. :emoticon10:

Enviado: 11 Jan 2007, 19:45
por Hugo
emmmcri escreveu:Não acreditam em uma palavra da Bíblia, mas acreditam em qualquer baboseira escrita por quaquer babão. :emoticon10:


O que você disse é contraditório.

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 11 Jan 2007, 20:14
por clara campos
:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 11 Jan 2007, 20:18
por Ateu Tímido
O que dizer?
há quem acredite até em bogus do Emmmmcricri...

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 11 Jan 2007, 20:30
por emmmcri
Ateu Tímido escreveu:O que dizer?
há quem acredite até em bogus do Emmmmcricri...


Bógus do emmmcri era o HOMEM, mas o cabeçudo do Orelha entregou.Dedo de veludo.
:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 15:22
por Caro Colega
Paulo foi um dos principais criadores da figura de Jesus. Ao cair do cavalo na estrada para Damasco, vítima de insolação ou epilepsia, julgou estar divinamente inspirado. Analisou as Escrituras em busca de revelações ocultas e, acreditando que toda e qualquer idéia que lhe ocorria também era inspiração de Deus, pareceu-lhe ter nelas encontrado o anúncio da vinda de Jesus.


Quarquer coisa na Bílbia serve para que qualquer um etiquete da maneira que quiser, para o ateísmo ou a quem interessar possa, partes históricas dos livros, fatos e causos, nas maneiras que lhes cabem em sua religião. Pode-se supor, sem problema algum, no caso, que Paulo tenha sofrido uma tremenda dor de barriga misturado com uma insolação das brabas. Ou qualquer outra suposição espetacular que julgar necessária. Tudo isso para desmerecer o Livro Sagrado.

Caro C :emoticon1: lega

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 15:37
por Dick
Livro sagrado é uma ova!!!!!!!!!!!!

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 15:38
por Fernando Silva
Caro Colega escreveu:
Paulo foi um dos principais criadores da figura de Jesus. Ao cair do cavalo na estrada para Damasco, vítima de insolação ou epilepsia, julgou estar divinamente inspirado. Analisou as Escrituras em busca de revelações ocultas e, acreditando que toda e qualquer idéia que lhe ocorria também era inspiração de Deus, pareceu-lhe ter nelas encontrado o anúncio da vinda de Jesus.

Quarquer coisa na Bílbia serve para que qualquer um etiquete da maneira que quiser, para o ateísmo ou a quem interessar possa, partes históricas dos livros, fatos e causos, nas maneiras que lhes cabem em sua religião. Pode-se supor, sem problema algum, no caso, que Paulo tenha sofrido uma tremenda dor de barriga misturado com uma insolação das brabas. Ou qualquer outra suposição espetacular que julgar necessária. Tudo isso para desmerecer o Livro Sagrado.

Caro C :emoticon1: lega

E o que há na Bíblia para que nós passemos a levá-la a sério?
O que a distingue de qualquer outro livro sagrado ou de histórias de ficção?

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 15:48
por Dick
Já fui bastante cético a respeito desta história de que jusus não existiu. Afinal, conspirações como esta nascem aos montes todos os dias na internet. Até que li os livros do Alfredo B, que continuaram mantendo em mim uma certa dúvida sobre esta viagem: pô, o cara (jesuis) é citado em trocentos livros e povos e vêm me dizer que não existiu? Qual é! Mas daí você começa e ler e reler as influências culturais, filosóficas, históricas e religiosas que produziram o cristianismo. Daí meu amigo, o negócio fica feio. São tantas as coincidências e "fatos" copiados, com a maior cara de pau, de outras religiões mais antigas, que fica difícil manter uma posição firme diante da caudalosa literatura histórica secular que, pura e simplesmente, não consegue indícios convincentes da existência de um jesus. Ainda mais quando você vai atrás de textos atuais, que defendem a existência de jesus, mas que se apóiam nos fatos COMPROVADAMENTE falsificados pela igreja, como a urna de ossos e os textos de Flávio Josefo. Pois: sem evidência, sem crença. Não acredito em jesus, nem mesmo o jesus histórico!

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 16:07
por emmmcri
Fernando Silva escreveu:
Caro Colega escreveu:
Paulo foi um dos principais criadores da figura de Jesus. Ao cair do cavalo na estrada para Damasco, vítima de insolação ou epilepsia, julgou estar divinamente inspirado. Analisou as Escrituras em busca de revelações ocultas e, acreditando que toda e qualquer idéia que lhe ocorria também era inspiração de Deus, pareceu-lhe ter nelas encontrado o anúncio da vinda de Jesus.

Quarquer coisa na Bílbia serve para que qualquer um etiquete da maneira que quiser, para o ateísmo ou a quem interessar possa, partes históricas dos livros, fatos e causos, nas maneiras que lhes cabem em sua religião. Pode-se supor, sem problema algum, no caso, que Paulo tenha sofrido uma tremenda dor de barriga misturado com uma insolação das brabas. Ou qualquer outra suposição espetacular que julgar necessária. Tudo isso para desmerecer o Livro Sagrado.

Caro C :emoticon1: lega

E o que há na Bíblia para que nós passemos a levá-la a sério?
O que a distingue de qualquer outro livro sagrado ou de histórias de ficção?


As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 16:11
por Jeanioz
emmmcri escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Caro Colega escreveu:
Paulo foi um dos principais criadores da figura de Jesus. Ao cair do cavalo na estrada para Damasco, vítima de insolação ou epilepsia, julgou estar divinamente inspirado. Analisou as Escrituras em busca de revelações ocultas e, acreditando que toda e qualquer idéia que lhe ocorria também era inspiração de Deus, pareceu-lhe ter nelas encontrado o anúncio da vinda de Jesus.

Quarquer coisa na Bílbia serve para que qualquer um etiquete da maneira que quiser, para o ateísmo ou a quem interessar possa, partes históricas dos livros, fatos e causos, nas maneiras que lhes cabem em sua religião. Pode-se supor, sem problema algum, no caso, que Paulo tenha sofrido uma tremenda dor de barriga misturado com uma insolação das brabas. Ou qualquer outra suposição espetacular que julgar necessária. Tudo isso para desmerecer o Livro Sagrado.

Caro C :emoticon1: lega

E o que há na Bíblia para que nós passemos a levá-la a sério?
O que a distingue de qualquer outro livro sagrado ou de histórias de ficção?


As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.


O engraçado é que tais experiências/testemunhos não acontecem apenas com cristãos, e sim com pessoas de todas as religiões. Logo, não há porque considerar a bíblia mais do que qualquer outro livro sagrado.

Então, repetindo as perguntas:

E o que há na Bíblia para que nós passemos a levá-la a sério?
O que a distingue de qualquer outro livro sagrado ou de histórias de ficção?

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 16:11
por Azathoth
emmmcri escreveu:As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.


E o que dizer das experiências/testemunhos de bilhões de hindus e muçulmanos ao longo da história do planeta?

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 16:14
por emmmcri
Azathoth escreveu:
emmmcri escreveu:As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.


E o que dizer das experiências/testemunhos de bilhões de hindus e muçulmanos ao longo da história do planeta?


Legítimas experiências com entidades do mal.
Abraço.

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 16:38
por clara campos
:emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:

Enviado: 12 Jan 2007, 16:46
por Caro Colega
Muitas são as objeções que se levantam contra a veracidade da Bíblia; objeções estas fincadas no naturalismo e ceticismo dos pressupostos da critica negativa. O ser humano e sua arrogância precisa eliminar a credibilidade na Bíblia, pois ela é um tropeço na vida. Ela aponta e condena seus pecados que eles mesmos não querem largar. Como não conseguiram lograr êxito destruindo-a por fora tentam destruí-la por dentro. Para relembrar, podemos nos transportar para anos atrás, no Reinado de Terror da Revolução Francesa. Esse período começou a 26 de novembro de 1793 quando a França, por decreto de sua assembléia legislativa, declarou que não há Deus, o que foi motivo de regozijo para todos os seus habitantes, e durou até 17 de junho de 1797, quando o governo francês anulou o decreto e outra vez se permitiu a prática da religião na França. Durante este tempo a Bíblia foi queimada e abolida na França. Todas as igrejas foram fechadas e proibiu-se a adoração de Deus por decreto da assembléia, que era o corpo legislativo da França. Também se decidiu que a semana seria de dez dias. O dia de descanso foi abandonado e em seu lugar se consagrava um dia em cada dez para a orgia e a blasfêmia. Negou-se abertamente a existência de Deus. Uma mulher imoral foi nomeada a deusa da razão, e as pessoas deviam adorá-la. Ficou proibido todo tipo de culto religioso. Tudo isto durou exatamente três anos e meio, como o disse a profecia em Apocalipse. Porém, o testemunho bíblico não só ressuscitaria, mas se elevaria e sua fama subiria ao Céu. Em 1804 e 1816 foram organizadas as primeiras e maiores sociedades bíblicas e o livro de Deus inundou o planeta, constituindo-se no livro mais difundido de toda a história da humanidade.

E agora, tentam destruí-la por dentro, já que não conseguiram por fora.

Um dos modos que os inimigos da Bíblia tentam fazer isso é criando heresias e histórias das mais estapafurdias para deturpar a mensagem dando a Bíblia uma nova interpretação fora do propósito para qual foi destinada, como fazem os espíritas, os adeptos do movimento Nova Era, os Mórmons, Testemunhas de Jeová etc... quando não o lado mais intelectual, filosófico e científico é explorado colocando em dúvida sua confiabilidade.

Por muito tempo vários episódios descritos na Bíblia foram considerados não históricos. Contudo, descobertas após descobertas foram confirmando, fatos bíblicos que outrora considerado apenas lenda, era de fato historia real

Muitas personagens bíblcas foram tidas como não históricas mas que recentemente as descobertas tem mostrado que eram pessoas reais como bem descreve a Bíblia. Eis algumas:
Sargão: o arqueólogo francês Paul-Émile Botta em 1843 fez escavações em Corsabad e encontrou vestígios do "lendário" Sargão.

Belsazar: Tempos atrás o nome de Belsazar foi tido como lenda. Contudo no século 19 descobriu-se alguns cilindros com inscrições cuneiformes. O escrito mencionava uma certa oração ao filho de Nabonido cujo nome era Belsazar. Também havia a discrepância de que a Bíblia mencionava-o como rei, enquanto as inscrições o chama de filho de Nabonido, sendo ele na verdade um príncipe. Mas novas inscrições encontradas em escavações relatam a estreita união entre Belsazar e Nabonido na regência do reino. Também o nome rei podia ser dado mesmo a um regente abaixo do rei oficial. Escavações arqueológicas feitas na Síria descobriram uma estátua de um governante com duas inscrições em línguas diferentes, uma delas mencionava-o como governador a outra como rei.
Joaquim: Importantes inscrições babilônicas mencionam uma lista de rações dadas a um certo "Yaukin (Joaquim), rei de iahudu (Judá)".
Davi: A existência do rei Davi era considerada como lenda até 1993 quando foi descoberta uma pedra de basalto contendo a inscrição "Casa de Davi". Provando assim que se há uma casa (dinastia) de Davi, houve de fato um personagem real histórico que a deu origem.
Balaão: Em Deir Alá, localizado no vale do Jordão, foi descoberta uma inscrição aramaica de meados do século VIII, mencionando o vidente Balaão (Nm. 22-24).

Cidades

Muitas cidades que outrora eram conhecidas apenas nos relatos bíblico foram desenterradas por escavações arqueológicas. Eis algumas delas:
Cidades antediluvianas: Eridu, Obeide, Ereque, Susa, Tepe Gawra, Sipar, Larsa tem sido desenterradas com utensílios da época ainda intactos, com isso muito dos costumes daqueles povos primitivos foram expostos ao conhecimento moderno.
Ur dos Caldeus: O arqueólogo Sir Charles Leonard Woolley descobriu Ur dos Caldeus.
Cidades Bíblicas como Faleg e Sarug, Nacor, Tare e Harã foram mencionadas em textos cuneiformes encontrados em Mari uma antiga cidade do século XIX a.C. Pelos arquivos do palácio de Mari as cidades de Harã e Nacor eram cidades florescentes em 1.900 a.C.
Siquém: "Escavações foram empenhadas em Siquém, primeiramente pelas expedições austríaco-alemãs em 1913 e 1914; posteriormente no período de 1926 a 1934, sob a responsabilidade de vários arqueólogos; e, por fim, por uma expedição americana no período de 1956 a 1972 [...] A escavação na área sagrada revelou uma fortaleza na qual havia um santuário e um templo dedicado a El-berith, 'o deus da convenção'. Este templo foi destruído por Abimeleque, filho do juiz Gideão (Veja Jz 9) e nos proporcionou uma data confiável acerca do 'período teocrático'. Recentemente, nas proximidades do monte Ebal (Veja Dt 27.13), foi encontrada uma estrutura que sugere identificar um altar israelita. Datado do 13º ou 12º século a.C., o altar pode ser considerado como contemporâneo de Josué, indicando a possibilidade de o altar ter sido construído pelo próprio líder hebreu, conforme é descrito em Deuteronômio 27 e 28". (Horn, Siegfried H, Biblical archaeology: a generation of discovery, Andrews University, Berrien Springs, Michigan, 1985, p.40).
Arade: "Escavações realizadas por Y. Aharoni e R. B. K. Amiran no período de 1962 a 1974 comprovaram a existência de Arade - 30 km ao nordeste de Berseba" (The New Bible Dictionary, Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1962).
"O local consiste em um pequeno monte superior ou acrópole onde as escavações revelaram ser a cidade da Idade do Ferro". (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).

Susã: "Escavações conduzidas por Marcel Dieulafoy no período de 1884 a 1886 comprovaram a existência da cidade de Susã". (Douglas, J. D., Comfort, Philip W. & Mitchell, Donald, Editors. Who's Who in Christian History,Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1992.)

Nínive: Em 1845, um explorador inglês A H Layard descobriu Nemrod que na Bíblia se chama Cale.
Betel: "W. F. Albright fez uma escavação de ensaio em Betel em 1927 e posteriormente empenhou uma escavação oficial em 1934. Seu assistente, J. L. Kelso, continuou as escavações em 1954, 1957 e 1960" (Achtemeier, Paul J., Th.D., Harper's Bible Dictionary, San Francisco: Harper and Row, Publishers, Inc., 1985).

Dafca: onde ficava a mina de Ramsés II foi descoberta por Flinders Petrie, arqueólogo inglês em 1904.
Cades-Barnéia: (Deut. 1.19) Esta antiga cidade Bíblica tem sido identificada com Ain Kadees, um oásis.

Povos

Hititas: Duvidava-se da existência deste povo até uma escavação feita em 1905 descobrir uma enorme quantidade de inscrições cuneiformes. A tradução mencionava um povo cuja Bíblia chamava de filhos de het. Os escombros das cidades hititas foram expostos ao mundo novamente.


Notas explicativas:
Muitos lugares e acontecimentos descritos na Bíblia que outrora fora posto sob suspeita, podem agora, graças as recentes pesquisas na terra santa, serem verificados.
Por exemplo, até hoje existe a fonte chamada na Bíblia de Mara (Amarga). É sabido que naquela região os nômades atestam a existência de fontes de águas salobras como registra as fontes bíblicas.
Até hoje os beduínos conseguem tirar água da rocha como fez Moisés devido a um fenômeno natural daquela região. O Dr. Halley cita um interessante comentário de Cobern em Recent Explorations in Palestine sobre o episódio de Números 20.8-12. Diz ele que no lugar da antiga Cades existe até hoje ao lado de duas fontes que jorram água viva uma fonte extinta: "Cobern pensa que Moisés feriu a rocha acima da fonte extinta...e estas duas fontes brotaram..." (p. 138)
O mistério da sarça ardente que tanto intrigou crentes e céticos agora encontra sua explicação numa combustão de gases de certas plantas típicas da região que parece produzir o mesmo fenômeno bíblico.
O maná mencionado de ponta a ponta na Bíblia, ainda hoje pode ser colhido na região do Sinai. Consiste, segundo a opinião de vários pesquisadores, em uma secreção da tamargueira do tamanho do coentro e de cor branca com gosto de mel, como de fato descreve a Bíblia.
As codornizes também é algo natural e não raro. Devido ao cansaço por causa das longas jornadas em suas migrações, elas literalmente se deixam cair nas planícies da costa para recobrar forças. Permitindo assim serem apanhados tão facilmente como fizeram os israelitas a milhares de anos atrás.
A existência de uvas enormes mencionadas em Números 13.24 não é de todo inverossímil como muitos pensam. Até hoje aquela região é rica em vinhas.
A façanha de Jonas na boca de um grande peixe considerada por muitos como prova real de lendas na Bíblia, já foi constatada no Século XX, quando um marinheiro foi engolido por uma baleia e encontrado depois de muitos dias vivo, porém ferido.
Também temos testemunhos escritos antiqüíssimos do templo de Marduque que atestam a narrativa bíblica sobre a longevidade de muitos reis da época do dilúvio. Também povos como babilônicos, persas, hindus, egípcios gregos e outros tiveram tradições semelhantes a esta.

Objeção -Autoria do Pentateuco

Os críticos alegam que Moisés não foi o autor do Pentateuco.
Contudo essa alegação não é tão nova como muitos pensam, de fato ela é antiga, antecedendo mesmo à origem da Alta Critica moderna, aparecendo em algumas seitas do II século d.C. Mas ganhou notoriedade com as teorias das fontes JEDS. Seus defensores acreditam que vários autores independentes escreveram os cinco primeiros livros da Bíblia. As principais razões apresentadas são:
1. Os diferentes nomes divinos;
2. Repetições de narrativas;
3. Estilo diferente;
4. A narrativa da morte de Moisés;
5. O texto narrado na terceira pessoa;
6. A questão da escrita.

Resposta Apologética:

1. A resposta a este argumento não é tão difícil assim. A explicação mais convincente é que os nomes divinos refletiam mais o caráter de Deus do que o gosto particular dos supostos redatores (das fontes) por tais nomes. Por exemplo, quando aparece o nome Elohim em dado versículo, geralmente refere a idéia abstrata de Deus. É o nome para representar o Deus que a humanidade conhece. Já Yahweh reflete o Deus do pacto. Quando Deus se relacionando particularmente com o homem num conceito israelita. Também a questão da junção dos nomes divinos, Yahweh-Elohim, não significa que duas fontes diferentes se uniram para formar este nome. Essa tese labora em erro pelo fato de as divindades pagãs do antigo oriente usarem também nomes duplos, por exemplo, Amon-Rá. Mas nenhum estudioso tentaria inventar duas fontes diferentes para explicar esse fenômeno lingüistico baseado nesta suposta fusão de dois nomes egípcios.
2. Os críticos sugerem que narrativas duplas no livro do Gênesis são por vezes contraditórias, isto seria prova convincente de que houve mais de um autor para o livro. Mas narrativas duplas não quer dizer versões diferentes e muito menos que elas refletem reais contradições. Por exemplo, a dupla narrativa da criação em Gênesis 1 e 2, mostra que a primeira é uma menção geral à criação, enquanto que a segunda concentra-se em detalhar a criação especial do primeiro casal. Não há contradições nas narrativas duplas. Muitos textos no oriente próximo mostra este mesmo tipo de repetições mas os críticos não se atreveriam a dar diferentes autores para cada um deles. Alguns estudiosos acreditam que narrativas repetidas pode ser apenas um peculiar estilo literário oriental para reafirmar verdades importantes.

3. Quanto a mudanças de estilos, muitas vezes elas refletem apenas mudanças de assunto e não precisam ser necessariamente indício de diversas fontes. Dependendo do contexto, um mesmo autor pode escrever em diferentes estilos. Não era raro acontecer o mesmo em literatura antiga e até mesmo moderna. Por exemplo, A Divina Comédia de Dante é um ótimo exemplo disso.

4. Outro ponto a esclarecer é sobre a morte de Moisés. Concordamos que realmente houve enxertos literários por terceiros na narrativa de do ultimo capítulo de Deuteronômio. Não há de supor que Moisés narrou sua própria morte, isso não é necessário para defendermos a autoria mosaica do livro. Por outro lado, isto não significa que todo o documento tenha sido escrito por outros. Gleason Archer nos dá um exemplo moderno disso citando a obra de um grande escritor na qual foi introduzido um obituário de um outro escritor. Contudo ninguém ousou fazer objeções quanto a autoria da obra.

5. A questão de um texto ser narrado na terceira pessoa também encontra paralelo na literatura antiga e até moderna. Não raro escritores como Flávio Josefo (Guerras dos judeus), Julio César (Guerra Gálica) e outros escreveram na terceira pessoa. Também não podemos descartar a idéia de Moisés ter ditado o texto a um escrevente.

6. Finalmente, os críticos acreditavam que na época de Moisés ninguém sabia escrever. Mas esta teoria caiu por terra quando foram desenterradas algumas tabuinhas de pedra com misteriosas escritas que lembravam os hieróglifos egípcios. Decifradas estas escritas levou a conclusão que eram de procedência de trabalhadores cananeus das minas do Faraó. Eles já possuíam uma escrita por volta de 1500 antes de Cristo. Com isso conclui Keller "Desde então sabemos que já a trezentos anos antes de Moisés haver conduzido por ali o povo tirado do Egito, havia homens de Canaã que sabiam 'escrever', em sua linguagem intimamente aparentada com a de Israel" (p. 120)
Mas novas descobertas colocaram em relevo o fato de que mesmo antes de Abraão já existia a escrita. O arqueólogo Wooley em 1923 encontro inscrições em um templo em Obeide à 6 km de Ur. A inscrição dizia: "Anipada, rei de Ur, filho de Messanipada, construiu este para sua senhora Nin-Kharsag". Este foi considerado o documento mais antigo do mundo. Assim, fica provado que a escrita era comum na palestina e que Moises poderia perfeitamente ter escrito o Pentateuco pois segundo o relato bíblico ele foi "educado em toda a ciência dos egípcios", segundo diz os estudiosos, isto incluía a arte da escrita.

Compilação ou Revelação?

Como Moisés soube disso se tais fatos aconteceram milênios antes dele?
Resposta Apologética:
Esse é um questionamento razoável de se fazer devido às implicações dele advinda. Nem mesmo os crentes estão isentos.
Todavia, a resposta a ele não é tão embaraçosa como parece. Moisés poderia ter tido uma revelação especial de Deus: tudo leva a crer que os relatos da criação do céu e da terra foram revelações especiais de Deus, pois não havia uma testemunha humana presente nesta época. Entretanto, os acontecimentos empós criação, não precisa necessariamente ter sido fruto de uma revelação especial. Muitos acreditam que na época de Noé já existia a escrita como parece sugerir alguns documentos cuneiforme referindo-se a livros ante-diluvianos. Também alguns acreditam, baseando em tradições judaicas que na época de Enoque havia escrita, já que uma antiga tradição menciona livros escritos por Enoque. Seja como for, não é errado supormos que Moisés compilou vários relatos bíblicos de seus ancestrais, passados oralmente ou escritos, através dos séculos, e os reuniu em uma só obra.

Objeção - A Data do Pentateuco

Os críticos afirmam que o Pentateuco teria sido manipulado no século VII a.C. pelos escribas da corte do rei Josias e não Escrito no século XV a.C. Segundo essa teoria Josias teria mandado compilar várias lendas de personagens isolados como Abraão, Moisés e Josué costurando tudo em um só texto formando o Pentateuco, ou melhor, um hexateuco da Bíblia e inserido neles a história do Êxodo com o fito de encorajar os israelitas a lutar contra os egípcios.

Resposta Apologética:

A história é mirabolante, mas carece de respaldo histórico. Vejamos porque:
O arqueólogo Dr. Price conta que, "Grabriel Barkay descobriu em 1979, numa tumba do vale de Hinom, em Jerusalém, pequenos rolos de prata contendo um texto do Pentateuco - a benção de Arão (Nm. 6:24-26), datado de antes do exílio de Judá. O achado criou um problema para os eruditos que defendiam a autoria do Pentateuco como sendo de sacerdotes de época posterior ao exílio. Como resultado, suas teorias deverão ser abandonadas" (Price, R., Pedras que Clamam, Editora CPAD, 2001, São Paulo, Página 36).
Ainda nos informa o Historiador Jaguaribe: "O mais antigo documento escrito da Tohah, o chamado Documento J, data do décimo século a. C. A Torah, ou Pentateuco, contém cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio ..." (Jaguaribe, H., Um Estudo Crítico da História, Vol. 1, Editora Paz e Terra, 2001, São Paulo, Página 217).
Se há documentos do Pentateuco com datas anteriores ao século VII a. C., a pergunta é óbvia, como então os sacerdotes judaicos teriam manipulado algo que já existia?
É importante também levarmos em conta o respeito que os sacerdotes e escribas tinham pela Torá e sua mensagem, desrespeitar a ordenanças de Deus seria trazer sobre si maldição de morte, veja:
"Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá" (Dt. 18:20).
Será que os zelosos sacerdotes e escribas, conhecendo a maldição aos que inventassem palavras que Deus não havia dito, teriam ainda assim coragem de acrescer algo a mensagem divina? Presumir dessa maneira é, sem dúvida, desconhecer a cultura dos tempos bíblicos e desprezar a dedicação de um povo que preserva sua religião e fé até hoje!
Após ter sustentado esse ponto de vista negativo quanto a este ponto acima, um crítico, especialista em interpretação arqueológica admite: "Ainda há debates intensos sobre muitos dos temas...Muitas de nossas idéias são altamente controversas e certamente não compartilhada por todos"

Objeção - A Criação

Alega-se por vezes que as narrativas de Gênesis não passam de um refinamento de lendas de povos pagãos.

Resposta Apologética:

Os primeiros relatos de Gênesis sobre a criação, um jardim paradisíaco, a queda do homem, a árvore da vida, o dilúvio, a arca e a dispersão das raças tem encontrado paralelo em vários documentos extrabíblicos.
A queda do primeiro casal é relatado em documentos da Pérsia, Babilônia, Índia, Grecia, China etc... Os detalhes incrementados com cores politeísta dão o toque diferencial entre estes e o documento mosaico. No entanto, de modo geral, a mensagem central transmitida é sempre a mesma: o primeiro casal eram livres, andavam nus, mas em dado momento ofenderam os deuses e caíram no desfavor destes. Dois antigos sinetes babilônicos mostram a figura de um homem e uma mulher nus seguidos por uma serpente.
Apesar de documentos como Enuma Elish, e os épicos de Atrahasis e Gilgamesh mostrarem um paralelo incrível com Gênesis, no entanto, não podemos ver nisso nada mais que distorções de eventos reais. Não há de supor que os eventos descritos em Gênesis são apenas plágios refinados ao gosto mosaico destes documentos.
Contudo, estudiosos ao analisarem tais documentos viram que existem mais diferenças que similaridades. "No Oriente Médio antigo, a regra é que relatos ou tradições simples dão lugar (por acréscimo ou adorno) a lendas elaboradas, mas não o inverso."
Merryl Unger explica que "Suas semelhanças se devem a uma mesma herança, onde cada raça de homens manteve, de geração em geração, os históricos orais e escritos da história primeva da raça humana."
é quase impossível aceitar que narrativas pagãs mostrando o surgimento do universo através de corpos de deuses iracundos, vingativos e imorais numa saga selvagem, possa ser a fonte da qual Moises tirou o Gênesis. Outro ponto a salientar é que tais narrativas politeístas choca-se grandemente com o monoteísmo extremo dos antigos hebreus.
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Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 16:50
por Caro Colega
Manipulando o Jesus histórico

De modos diferentes, em épocas diferentes, culturas diferentes têm tentado distorcer o Jesus simples dos evangelhos. Desde o Jesus dos evangelhos apócrifos passando pelo Jesus sem carne e osso, desprovido de matéria, dos gnósticos do primeiro século da era cristã e atualmente o Jesus místico da Nova Era, nada mais são que reações da cultura da época, que se recusa a aceitar o Homem de Nazaré, exatamente como ele é. Cada vez que o espírito de uma raça diferente entrou no espírito do evangelho, tentou manipular a figura daquele que é o Senhor dessa mesma história, algumas vezes a ponto de ela ficar deformada e irreconhecível.
Portanto, em nada nos espanta o fato de a invasão do liberalismo no Ocidente ter levado muitos a alterar novamente as características do Senhor. Para tanto, esses movimentos, encabeçados por acadêmicos descomprometidos com a fé cristã, buscou utilizar-se de hipóteses e documentos duvidosos sobre Jesus para tecer um amontoado de informações que, longe de acrescentar algo ao conhecimento dele, distorceu-o completamente.
O Dr. Otto Borchet, em seu livro O Jesus histórico, fez um excelente comentário sobre as muitas tentativas históricas de distorcer a imagem de Jesus, conforme ela nos é fidedignamente mostrada por Mateus, Marcos, Lucas e João, testemunhas oculares ou contemporâneas dele. "Indubitavelmente [...] cada geração que se aproxima da figura de Jesus novamente, tem tentado retificar essa imagem no que acha nela deficiente". A verdade, porém, é que qualquer tentativa de acrescentar algo ao Jesus bíblico falha.
Um outro livro que apresenta os principais estudos acadêmicos atuais dos críticos para tentar reconstruir o Jesus histórico foi publicado em 1998 por Mark Alan Powell. Powell, apresenta um apanhado sobre os vários retratos do "Jesus Histórico" apresentado pelos críticos através da história. Assim, R. Horsley que vê Jesus como um profeta, G. Vermes como um judeu carismático, Morton Smith como um mágico, B. F. Witherington como um sábio judeu e F. G. Downing como um filósofo cínico, são alguns que fazem coro com os críticos do "The Jesus Seminar", J.D.Crossan, M. Borg, E. P. Sanders, J. P. Meier e N. T. Wright.
Contudo urgi esclarecer que quando falamos em "Jesus histórico", estamos na verdade tratando de uma expressão não muito definida.
O que seria o Jesus histórico? É o mesmo Jesus da Bíblia? Caso seja, até que ponto? Trataremos disso logo abaixo.

O Jesus histórico versus o Jesus real

No entanto, devemos levar em consideração uma distinção muito significativa levantada pelo crítico John P. Meier, em seu livro "Um Judeu Marginal", qual seja: qual a diferença entre o Jesus histórico e o Jesus real? Existe de fato tal diferença?
Meier diz que o Jesus histórico não é o Jesus real. Ele explica que a noção de real é enganosa, pois existe varias gradações da noção de real. Não podemos nos referir à realidade total de uma pessoa em tudo que ela pensou, sentiu, experimentou, fez e disse. Mesmo com todos os documentos oficiais disponíveis não se poderia descobrir a realidade total de uma pessoa. O máximo que o historiador ou biógrafo poderia montar era um quadro "razoavelmente completo" da personagem.
Os relatos que os evangelhos apresentam de Jesus é justamente isso. Os quatro evangelistas se detêm somente nos três últimos anos de sua vida. Apenas dois deles: Mateus e Lucas falam sobre sua infância, mesmo assim de modo bem limitado. A maioria dos atos e palavras de Jesus, assim como os chamados anos obscuros de sua vida, ficaram vedados por um véu de mistério. O apóstolo João confirma esta verdade ao narrar em seu evangelho:
"muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem." (João 21.25)
Portanto o Jesus real mesmo com todos os registros disponíveis sobre ele foge à nossa verificação total. Mas não pense que Jesus é o único que enfrenta tal dificuldade, a problemática desta abordagem se estende a todos os outros personagens famosos da história como Sócrates, Platão, Augusto, Alexandre e outros. Mas longe está, disso ser um obstáculo à existência de Jesus. Não absolutamente. O que estamos tratando somente é sobre a diferença empírica que se impõe entre o Jesus real e o Jesus da história. As informações que subsistiram sobre Jesus, obviamente, nunca conseguirão refletir a totalidade de sua vida. Não obstante, podemos conhecer o "Jesus histórico".
O exegeta D.A Carson resume a questão com muita propriedade: "Portanto, o fato de que não é possível reconstruir uma vida detalhada de Jesus com base nos evangelhos sinóticos não põe de modo algum em dúvida os evangelhos como fontes históricas exatas. Devem ser julgados por aquilo que de fato nos dizem, não pelo que não nos dizem"

A busca pelo Jesus histórico

Muito embora tenhamos falado que o Jesus real não pode ser resgatado pela pesquisa histórica, no entanto, o Jesus histórico pode apresentar fragmentos do Jesus real. O Jesus histórico é aquela personagem reconstruída pelas informações que chegaram até nós através de vários documentos históricos. Alguém poderia nos taxar de fundamentalistas, mas cremos que os poucos registros deixados nos evangelhos sobre Jesus é o suficiente para nosso conhecimento. Na verdade João nos fornece de maneira resumida o propósito dos registros evangélicos sobre Jesus: "estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (João 20.31)

A importância da busca pelo Jesus histórico

Acredito que muitos não considerariam de alguma importância uma pesquisa pelo Jesus da história se contentando apenas com o Cristo da fé. Infelizmente a disposição em pesquisar historicamente Jesus parte em geral de críticos agnósticos que do que de cristãos ortodoxos. Geralmente para esses últimos é de pouca relevância tal busca, pois o que vale mesmo é o Cristo da fé. No entanto, esta posição é um grande paradoxo, pois o Jesus da fé não pode ser desvinculado do Jesus da história. A fé cristã não é um salto no escuro, é em suma a aceitação de alguém real que viveu no espaço-tempo. Essa busca ressalta que a fé cristã não é uma vaga atitude existencial ou mera maneira de ser. Mas sim, que existe um conteúdo específico na fé cristã, ligado a eventos históricos especiais. Esta necessidade foi sentida pelos seguidores de Bultmann que acabou por isso formando uma nova escola. Bultmann cria que os fatos históricos quanto a Jesus eram irrelevantes, pois o que valia mesmo era o Cristo da fé e nosso encontro pessoal com ele, mesmo que este Cristo seja o Cristo emergido das supostas lendas e mitos criados pelos cristãos primitivos, segundo a opinião dele. Contudo, uma nova busca teve inicio, pois seus discípulos perceberam que "um rompimento tão completo entre a fé cristã e os liames históricos deixaria a igreja à deriva e sem condições de reivindicar absolutamente qualquer coisa para si" (Carson p.59)
Gregory A. Boyd, Ph.D refutando os argumentos do "Seminário de Jesus", acrescenta: "A verdade teológica baseia-se na verdade histórica" (Em Defesa de Cristo p. 165)

A historicidade de Jesus

Lá pelo século XIX, alguns críticos como Bruno Bauer chegou a incrível conclusão de que Jesus nunca existiu.
Hoje, talvez, nem mesmo os críticos mais ferozes como o "The Jesus Seminar", ousam negar a existência histórica de Jesus Cristo, haja vista os muitos documentos a respeito de sua pessoa. Negar a passagem de Jesus pela terra seria hoje como assinar um atestado de obtusidade histórica ou se declarar descontextualizado com as novas descobertas.
Apesar da abundancia de provas que temos sobre Ele, muitos estudiosos amadores levados pelo preconceito e pouca seriedade científica, especulam dizendo que não existem comprovações concretas da existência de Jesus fora dos evangelhos. Quando não, saem com o disparate de que só existem duas menções ao nome de Jesus fora dos livros religiosos (N.T e os escritos cristãos dos pais da igreja), os quais se limitariam a Flávio Josefo e Plínio. Isto mostra o tom preconceituoso e parcial com que tais estudiosos tratam os documentos cristãos históricos. Só porque a maioria dos testemunhos históricos sobre a existência de Jesus são de cunho religioso já são postos sob suspeita, tipo "culpado até que se prove o contrario".
É claro que para quem conhece um pouco de história isso não passa de uma falácia.
Fora os próprios Evangelhos e os escritos dos Pais da Igreja, temos ainda muitos outros do primeiro e do segundo século que mencionam Jesus Cristo. Podemos dividi-lo em dois grupos: os documentos provindos de fontes judias e o de fontes pagãs. Ei-los em ordem:

Fontes judaicas:

Flávio Josefo

Josefo foi contemporâneo de Cristo viveu até 98 d.C. É considerado um dos melhores historiadores antigo. Suas obras sobre o povo judeu é uma preciosidade histórica da vida helênica no primeiro século. Em seu livro, "Antiguidades Judaicas", ele faz algumas referências a Jesus. Em uma delas, ele escreve:
"Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas" (Josefo, "Antiguidades Judaicas" XVIII,3,2).
O texto acima é uma versão árabe, e talvez é a que mais chegue perto do original. Muitos colocam em dúvida este texto dizendo ser interpolação de um escritor cristão. Alegam que Josefo, na qualidade de judeu, nunca iria se reportar a Jesus desta maneira. Mas parece que não há motivos fortes para isso. A verdade é que cada vez mais eruditos hoje em dia estão inclinados a aceitar esta versão do texto como fidedigno, embora admitam pequenas interpolações em algumas partes como a referência sobre a ressurreição, e a declaração do messianismo.

Talmude:

A Encyclopaedia Britannica mencionando os talmudes judaicos como fontes históricas sobre Jesus, finaliza o assunto da seguinte maneira:
"A tradição judaica recolhe também notícias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de Jerusalém e no da Babilônia incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão cristã, mas que confirmam a existência histórica de Jesus de Nazaré."
A "contradição" mencionada pela enciclopédia é o fato dos judeus acusarem Jesus de magia.
"Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa." (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a)
Estes relatos da crucificação estão de pleno acordo com os evangelhos (cf. Lucas 22,1; João 19,31).

Fontes Pagãs:

Plínio

No século II, quando o cristianismo começou a atravessar as fronteiras do Império, os cristãos começaram a chamar mais a atenção dos pagãos. A difusão do cristianismo foi tão profusa que chegou a ser tema de uma correspondência política entre Plínio, o Jovem, procônsul na Ásia Menor, em 111 d.C. e Trajano. A carta dirigida ao imperador Trajano trata das torturas que os cristãos são submetidos pelos pretensos crimes. Entre eles está o seguinte:
"...[os cristãos] têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição..." (Plínio, Epístola 97).
É interessante ressaltar alguns detalhes nesta carta. Plínio relata fatos históricos importantíssimos tais como a igreja em expansão, e a adoração ao seu fundador - Cristo - "como se fosse um deus" (Christo quase deo). Veja que ele não procura negar a existência histórica de Jesus.

Tácito

Cornélio Tácito (55-117), um dos mais famosos historiadores romanos, governador da Ásia em 112 A.D.,genro de Júlio Agrícola que foi governador da Grã-Bretanha, escreveu o seguinte sobre Cristo:
"O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judéia... mas também em toda a cidade de Roma..." (Tácito, "Anais" XV,44).
O contexto desta carta trata sobre o incêndio criminoso de Roma. Nero mandara incendiar Roma e usou os cristãos como bode expiatório. Tácito apesar de não ser simpatizante do cristianismo, confirma, entretanto, fatos históricos importantíssimos tais como: um personagem histórico chamado "Crestos" (Cristo), sua igreja, sua morte e a expansão do cristianismo no primeiro século. Ele tão somente confirma o que já sabíamos através dos relatos evangélicos. (Lucas 3,1).

Outros testemunhos seculares ao Jesus histórico incluem:

Talo (52 d.C),o historiador samaritano é um dos primeiros escritores gentios a mencionar Cristo indiretamente. Tentando dar uma explicação natural para as trevas que ocorreram na crucificação de Jesus, diz:
"O mundo inteiro foi atingido por uma profunda treva; as pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e outros distritos foram afetados. Esta escuridão Talos, no terceiro livro de sua História, chama, como me parece sem razão, um eclipse do Sol."
Tanto os escritos de Talo, como de Flêgão, não existem mais, alguns fragmentos foram preservados nos escritos de Júlio Africano (220 d.C)
Mara Bar-Serapião - 73 d.C (?), um sírio escrevendo ao seu filho Serapião sobre a busca da sabedoria, menciona a Cristo como sábio, embora não o mencione pelo nome, mas apenas como "rei dos judeus". Diz ele:
"Que vantagem tem os judeus executando seu sábio rei?...O rei sábio não morreu; ele vive nos ensinos que deu."
Tertuliano, jurista e teólogo em sua defesa do Cristianismo menciona uma correspondência entre Tibério e Pôncio Pilatos sobre Jesus (Apologia,2).
Justino, o Mártir, filósofo cristão ao escrever ao imperador Antonino Pio desafia o imperador a consultar os arquivos imperiais deixados por Pilatos sobre a morte de Jesus Cristo (Apologia 1.48).
Celso, o filósofo neoplatônico e inimigo ferrenho do cristianismo também menciona Cristo em seus escritos.
No entanto, queremos deixar claro que estas citações não têm a pretensão de provar a identidade de Cristo, se Ele era o Filho de Deus ou não. Elas apenas mostram que os anais da história preservou através de documentos de pessoas não cristãs, a história de um homem que viveu no I século, identificado com o Jesus bíblico. A primeira vista, talvez pareça pouca a quantidade de informações que temos sobre Jesus, mas se confrontarmos Jesus Cristo com as inúmeras figuras indefinidas da história antiga, é surpreendente a quantidade de informações que ainda temos sobre Ele. Se porventura fossemos reconstituir a vida de Jesus a partir destes pequenos relatos, teríamos o suficiente para saber quem foi Jesus. Ora, eles nos dão a informação básica sobre ele: um homem que viveu no I século, chamado Cristo, Filho de uma mulher judia, operador de milagres que reuniu em torno de si vários seguidores que o adoravam como Deus. Este homem foi crucificado sob o governo de Pôncio Pilatos. É claro que muitas partes dentro dessas passagens como, por exemplo, em Josefo e Tibério, são até admissíveis de interpolações. Mas o caráter anticristão de seus autores é uma prova incontestável de sua veracidade. Plínio, Tibério e muito menos Luciano de Samosata não poderiam jamais ser acusados de falsidade. Portanto, negar a confiabilidade de todas essas fontes que citam Jesus na base de algumas insignificantes interpolações seria menosprezar de resto toda a história antiga.

Enviado: 12 Jan 2007, 16:58
por Caro Colega
Alguns críticos contendem que os evangelhos obscureceram o Jesus histórico encobrindo sua vida em uma emaranhado de lendas e mitos. Muitos desses críticos afirmam que histórias bíblicas são apenas mitos e nunca ocorreram realmente. Mas há pelo menos QUATRO RAZÕES pelas quais essa interpretação é falha.

A comparação de relatos literários demonstra que um mito demanda um certo número de gerações para se desenvolver. E não há registros em qualquer tipo de literatura de um mito se desenvolvendo na presença de tantas testemunhas oculares e em um tempo tão curto quanto o tempo que o Novo Testamento gastou para ser escrito.

- John A.T. Robinson argumenta que, dado o seu silêncio sobre a destruição do Templo em Jerusalém em cerca de 70 A.D, o Novo Testamento deve ter sido escrito antes deste acontecimento. Desde que a destruição do Templo teria confirmado a pregação de que Jesus substituíra o sistema sacrificial (João 1:29, Hebreus 10:11) do mesmo, o Novo Testamento certamente teria se referido à mesma como um evento passado, distinto do fim do mundo (Lucas 21:25-28), tivesse ela já acontecido. [John A.T. Robinson, Redating the New Testament (SCM Press, 1976).]
John Macquarrie escreve: "O mito é usualmente caracterizado por se passar em um passado e tempo muito remotos ... como se tivessem tomado lugar hà muito tempo atrás". Em contraste, os evangelhos se referem "a um evento que tomou lugar em uma localização bem definida na Palestina ... e sob o governo de Pôncio Pilatos, somente uma ou duas gerações antes que o Novo Testamente registrasse estes acontecimentos". [John Macquarrie, God-Talk: An Examination of the Language and Logic of Theology (Harper, 1967), pp. 177-180.]
A.N. Sherwin-White escreve: "A crítica agnóstica seria muito mais crível se a compilação dos evangelhos tivesse ocorrido muito mais tarde no tempo ... do que parece ser o caso ... Heródoto nos habilita a testar o tempo de criação de um mito mostrando que mesmo duas gerações são um intervalo de tempo muito curto para permitir que a tendência mística prevaleça sobre o núcleo histórico dos eventos". [A.N. Sherwin-White, Roman Society and Roman Law in the New Testament (Oxford University Press, 1963), pp. 189-190.]


Os evangelhos não se parecem com mitos gregos ou lendas judaicas. Ao contrário destas, os evagelhos não comentam orgulhosamente sobre grandes realizações ou embelezam a narrativa. Na verdade, eles contém detalhes que dificultariam a criação de heróis legendários. Por exemplo, os seis fatores seguintes, encontrados no capítulo 20 de João contrariam a tendência de materiais legendários.

- Michael Grant escreve: "Os métodos modernos de criticismo falham em suportar a teoria de um Cristo mítico [Osíris, Mitras, etc...]. Este tipo de crítica tem sido respondido e aniquilado vez após outra por eruditos de primeira linha". [Michael Grant, Jesus: An Historian's Review of the Gospels (Scribner's, 1977), p. 200.]

E, se os evangelhos fossem a criação de escritores movidos por preconceitos parternalistas, como algumas feministas contendem, é incrível que os escritores dos mesmos tenham escolhido mulheres para serem as primeiras testemunhas da ressurreição de Cristo. Naquela época, o testemunho de mulheres não tinha nem mesmo valor legal.

Os judeus eram os piores candidatos para a invenção de um Cristo mítico. Nenhuma outra cultura era tão oposta à confusão mítica entre divindade e humanidade como eles.

- M. Grant. escreve: "O Judaísmo era um conjunto de doutrinas que torna outras doutrinas de morte e ressurreição de deuses míticos tão estranhas e ele que a emergência de tais estórias no meio do mesmo é de díficil crédito". [Michael Grant, Jesus: An Historian's Review of the Gospels (Scribner's, 1977), p. 199.] N.T Wright de Oxford demole a asserção de Spong de que os evangelhos são midrash judaicos e portanto fantasia em seu livro Who Was Jesus? (Wm. B. Eerdmans Pub. Co, 1992). As duas narrativas são diferentes gêneros literários e os midrash não são fantasias de qualquer forma, mas material "fortemente controlado e argumentado" (p. 71 em diante). Veja também Paul Barnett, Peter Jensen and David Peterson, Resurrection: Truth and Reality: Three Scholars Reply to Bishop Spong (Aquila, 1994).


Total de Fontes das postagens do Caro Colega neste tópico:

+ http://www.christiananswers.net
+ site da CACP
+ http://abr.christiananswers.net
+ Bíblia Sagrada

Té mais, amiguinhos! :emoticon10:

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Caro C :emoticon16: lega

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 17:04
por Jeanioz
emmmcri escreveu:
Azathoth escreveu:
emmmcri escreveu:As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.


E o que dizer das experiências/testemunhos de bilhões de hindus e muçulmanos ao longo da história do planeta?


Legítimas experiências com entidades do mal.
Abraço.


Não é o que os hindus e muçulmanos afirmam.

Não se for assim como você diz, por quê essas experiências/testemunhos seriam "legítimas experiências com entidades do mal" e as experiências/testemunhos dos cristãos não, sendo que as experiências/testemunhos de todos são bem semelhantes?

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 17:37
por emmmcri
Jeanioz escreveu:
emmmcri escreveu:
Azathoth escreveu:
emmmcri escreveu:As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.


E o que dizer das experiências/testemunhos de bilhões de hindus e muçulmanos ao longo da história do planeta?


Legítimas experiências com entidades do mal.
Abraço.


Não é o que os hindus e muçulmanos afirmam.

Não se for assim como você diz, por quê essas experiências/testemunhos seriam "legítimas experiências com entidades do mal" e as experiências/testemunhos dos cristãos não, sendo que as experiências/testemunhos de todos são bem semelhantes?


Conhecemos a árvore por seus frutos.Os frutos de Cristo em meu ser são bons,muito bons, aprendi a desejar o bem aos meus inimigos,por exemplo,uma das maiores virtudes do cristianismo.

Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 17:37
por Hugo
Vocês ainda levam esse cara a sério? :emoticon12:

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 17:39
por emmmcri
Hugo escreveu:Vocês ainda levam esse cara a sério? :emoticon12:


Eu sou um cara sério!

:emoticon16: :emoticon16: :emoticon16:

Re: Re.: A criação do mito de Jesus

Enviado: 12 Jan 2007, 17:48
por Jeanioz
emmmcri escreveu:
Jeanioz escreveu:
emmmcri escreveu:
Azathoth escreveu:
emmmcri escreveu:As experiências/testemunhos de bilhões e bilhões de Cristãos ao longo da história no planeta.


E o que dizer das experiências/testemunhos de bilhões de hindus e muçulmanos ao longo da história do planeta?


Legítimas experiências com entidades do mal.
Abraço.


Não é o que os hindus e muçulmanos afirmam.

Não se for assim como você diz, por quê essas experiências/testemunhos seriam "legítimas experiências com entidades do mal" e as experiências/testemunhos dos cristãos não, sendo que as experiências/testemunhos de todos são bem semelhantes?


Conhecemos a árvore por seus frutos.Os frutos de Cristo em meu ser são bons,muito bons, aprendi a desejar o bem aos meus inimigos,por exemplo,uma das maiores virtudes do cristianismo.


Isso também não é exclusividade do cristianismo. Desejar o bem aos "inimigos", ou seja, conviver bem com pessoas diferentes não depende de religião, e sim de caráter.