Queremos dividir o Brasil?

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Avatar do usuário
Jack Torrance
Mensagens: 4488
Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
Gênero: Masculino
Localização: São José do Rio Preto/SP
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

zumbi filosófico escreveu:É sério isso mesmo? Se por acaso não aparecessem nem 6%, simplesmente iriam ter "vagas proibidas" para não-negros/pobres/índios? Estranho. Imaginava que as cotas funcionassem como uma priorização, ou seja, daqueles aptos a entrar, entram primeiro os que se enquadram nas cotas; se não tem quem se enquadre nas cotas dentre os candidatos, entra qualquer outro. Muito estranho. Certeza que é isso mesmo? Porque parece bastante com coisa de fear-mongers.


Não. As cotas que não foram preenchidas, foram pros cotistas de escolas públicas. Eu postei a notícia neste tópico.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

Avatar do usuário
zumbi filosófico
Mensagens: 2054
Registrado em: 19 Out 2007, 20:01
Gênero: Masculino

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por zumbi filosófico »

Então tem uma escala de prioridades de cotas? Primeiro negros, depois índios, depois estudantes de escolas públicas, etc? E em algum lugar no meio, mulheres e deficientes? E as vagas não ficam vagas, se sobrarem, é isso?


Depois vou ler o tópico todo e acabo vendo, ia só responder uma ou outra antes de parar, para voltar depois.
Imagem

Avatar do usuário
Jack Torrance
Mensagens: 4488
Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
Gênero: Masculino
Localização: São José do Rio Preto/SP
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Acauan escreveu:
Jack Torrance escreveu: John Rawls: equidade e igualdade

Conclusão essa que choca-se frontalmente com a muito difundida concepção darwinista dos norte-americanos que divide a sociedade entre vencedores (winners) e perdedores (losers). Como poderiam eles aceitar - numa cultura que celebra o vencedor mais do que qualquer outra que se conheça - uma doutrina voltada preferencialmente a favor dos desvalidos, dos que não tiveram condições de seguir na competição, ou foram alijados dela, mesmo que o objetivo seja nobre visando corrigir um erro do passado? Seja como for,a Teoria da Justiça serve hoje como inspiração para a maior parte dos reformadores sociais em atividade.


Este discurso esquerdista é tão capenga que desmorona diante do fato óbvio de que o sistema de cotas proposto no Brasil é apenas cópia das Políticas de Ação Afirmativa adotadas nos Estados Unidos para integração social das minorias.


Mas isso não tira o "mérito" do programa.

Sei que lá, a história dos negros, foi bem diferente daqui.

O que podem ter motivado a copiar o modelo, foi o sucesso que teve essa política lá nos EUA.
Editado pela última vez por Jack Torrance em 16 Set 2009, 13:19, em um total de 2 vezes.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

Avatar do usuário
Jack Torrance
Mensagens: 4488
Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
Gênero: Masculino
Localização: São José do Rio Preto/SP
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Anna escreveu: ... Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.


Perguntas completamente pessoais que você não precisa responder:

Quem pagou a sua faculdade foram seus pais?

Você trabalhava? Se trabalhava, o ambiente em que você vivia (família, trabalho, etc.) lhe proporcionava todas as condições para estudar?
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

Avatar do usuário
Jack Torrance
Mensagens: 4488
Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
Gênero: Masculino
Localização: São José do Rio Preto/SP
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

zumbi filosófico escreveu:Então tem uma escala de prioridades de cotas? Primeiro negros, depois índios, depois estudantes de escolas públicas, etc? E em algum lugar no meio, mulheres e deficientes? E as vagas não ficam vagas, se sobrarem, é isso?


Depois vou ler o tópico todo e acabo vendo, ia só responder uma ou outra antes de parar, para voltar depois.


Não, é que essas cotas que os negros não preencheram, eram pra negros, mas como eles não preencheram, foram pros cotistas de escola pública, que também têm cotas pra eles. Se não me engano a divisão é assim: 30% das vagas são cotas, 15% pra negros e 15% pra egressos de escolas públicas; se dentro desses 15% não houver cotista o suficiente para preenchê-lo, passa pros cotistas do outro grupo.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

Avatar do usuário
Jack Torrance
Mensagens: 4488
Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
Gênero: Masculino
Localização: São José do Rio Preto/SP
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Fernando Silva escreveu:
Jack Torrance escreveu:A igualdade, nesse caso, é dar oportunidade pra quem não tem condições.

Exato. Oportunidades iguais para todos. Quem quiser, que aproveite. Quem não quiser, que se dane e não reclame depois por ter ficado pobre enquanto que o vizinho, que partiu das mesmas condições, ficou rico depois de ralar muito.


O mérito passaria a significar, então, a capacidade que os estudantes têm de, em condições adversas, superarem as dificuldades encontradas por meio do esforço realizado, mesmo que os resultados ainda não sejam os mesmos que os daqueles estudantes que se encontravam em situações bem mais favoráveis.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

Avatar do usuário
zumbi filosófico
Mensagens: 2054
Registrado em: 19 Out 2007, 20:01
Gênero: Masculino

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por zumbi filosófico »

Jack Torrance escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Jack Torrance escreveu:A igualdade, nesse caso, é dar oportunidade pra quem não tem condições.

Exato. Oportunidades iguais para todos. Quem quiser, que aproveite. Quem não quiser, que se dane e não reclame depois por ter ficado pobre enquanto que o vizinho, que partiu das mesmas condições, ficou rico depois de ralar muito.


O mérito passaria a significar, então, a capacidade que os estudantes têm de, em condições adversas, superarem as dificuldades encontradas por meio do esforço realizado, mesmo que os resultados ainda não sejam os mesmos que os daqueles estudantes que se encontravam em situações bem mais favoráveis.


Mais ou menos relacionado, mais a pergunta de modo geral, do que ao fato dela estar sendo dirigida especificamente à Anna.

Vi umas palestras e textos na internet sobre o conceito de que apesar dos brancos (americanos) muito comumente creditarem totalmente ao esforço pessoal o próprio sucesso, se é sondada a sua história pessoal (uo de antepassados) suficientemente a fundo, chega-se mais cedo ou mais tarde a alguma ajudinha do governo. Em outros casos, há coisas que são em efeito praticamente "ações afirmativas" para brancos, como darem preferência a habitantes duma dada região, majoritariamente branca. Não sei bem o quanto isso poderia ter correspondentes no Brasil. Nesse último exemplo ao menos, acho que não tem.


Assets, Race and Social Mobility

May 14, 2004
Thomas Shapiro professor, law and social policy, Brandeis
Robert Patrick Cooper senior counsel, One United Bank Boston
Stephan Thernstrom professor, history, Harvard University
Kathleen McDermott exec dir, Montachusett Opportunity Council

Thomas Shapiro asks whether inequality in assets, particularly racial inequality, stymie social mobility. According to Shapiro, wealth is a special form of money. Income pays the bills, but assets: savings, inheritances, gifts from relatives, are what provide the down payment on a home, the tuition for higher education, or capital for opening a small business.

Thomas Shapiro is Pokross professor of law and social policy at the Heller School for Social Policy and Management, Brandeis University. He is author of The Hidden Cost of Being African American: How Wealth Perpetuates Inequality and co-author of Black Wealth/White Wealth.

http://forum-network.org/lecture/assets ... l-mobility


Color of Wealth: The US Racial Wealth Divide

November 9, 2006
Meizhu Lui executive director, United for Fair Economy
Betsy Leondar-Wright communications director, UFE
Michelle Cromwell professor, social systems, Pine Manor

In the panel discussion, leading experts on the wealth divide explore the economic histories of Native Americans, Latinos, African Americans, Asian Americans, and European Americans, and tackle the relationship between race and finances in the United States.

For every dollar in assets possessed by the average white family in the United States, the average family of color has less than a dime. This event asks why the distribution of wealth in our nation is so uneven; whether public policy, even when well intentioned, reinforces existing inequalities; and whether or not race and ethnicity continue to play a pivotal role in defining the haves and have-nots in our society.

Meizhu Lui is the Executive Director of United for a Fair Economy, a national non-profit organization that helps build social movements for greater equality. Her articles have appeared in the Wealth Inequality Reader, Inequality Matters, and in Yes!, Orion, and Social Policy magazines, as well as in Black Commentator. Meizhu Lui was a hospital food service worker and AFSCME activist for 20 years, and became the first Asian President of a local union in Massachusetts. Meizhu Lui serves on the Center for American Progress National Initiative to End Poverty. She is a Trustee of the Hyams Foundation in Boston, Massachusetts and a long-time member of Freedom Road Socialist Organization. Her work in Boston has been honored by the YWCA, the Immigrant Workers' Resource Center, Mass Senior Action Council, the Boston Women's Fund, the Big Sisters Association, and Labor Studies Program at the University of Massachusetts-Boston.

Betsy Leondar-Wright is the Communications Director at United for a Fair Economy, and co-author of Shifting Fortunes: The Perils of the Growing American Wealth Gap. She is also on the board of Class Action, a non-profit organization that raises consciousness about class and money. She has spoken about economic inequality on CNN, Air America and hundreds of local and syndicated radio shows. Her op-eds have appeared in the San Jose Mercury News, Tallahassee Democrat, Daily Corinthian, Topeka Capital-Journal, and others. Before coming to UFE, Leondar-Wright directed two organizations, the Massachusetts Human Services Coalition and the Anti-Displacement Project.

Michelle Cromwell is an Assistant Professor at Pine Manor College and a Center Associate at PMC's Center for Inclusive Leadership and Social Responsibility. She holds a PhD in Conflict Analysis and Resolution from Nova Southeastern University, Florida. Her areas of specialty include: Multiculturalism, Violence Prevention, Peace Making/Keeping, Social Capital, Coalition and Capacity Building, Race and Ethnic Relations, Conflict Transformation, and Culturally Sensitive Mediation. As a lecturer she teaches in both the Management and Social & Political Systems Departments. Cromwell also works as an independent consultant and lecturer and is the founder of Multicultural Perspectives, a company that works with human systems to enable them to see the world through different lenses.

http://forum-network.org/lecture/color- ... lth-divide


When Affirmative Action Was White

September 22, 2005
Ira Katznelson professor, political science, history, Columbia

Ira Katznelson discusses how racism and Jim Crow imposed themselves on the key social policies of the New Deal and the Fair Deal, and asks what the consequences are for America today.

http://forum-network.org/lecture/when-a ... -was-white





Nada disso é de qualquer forma argumento pró cotas raciais, é mais contra uma versão talvez um pouco ingênua da visão de "quem se esforça sempre consegue" como explicação implícita da situação toda.
Imagem

Avatar do usuário
zumbi filosófico
Mensagens: 2054
Registrado em: 19 Out 2007, 20:01
Gênero: Masculino

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por zumbi filosófico »

Jack Torrance escreveu:[...]
O que podem ter motivado a copiar o modelo, foi o sucesso que teve essa política lá nos EUA.


Bem, já vi diversas argumentações de que as cotas raciais ou étnicas não só não tiveram sucesso, mas foram contra-producentes. Não só nos EUA, mas no resto do mundo de modo geral.

Por outro lado, "sucesso" em política pode muitas vezes significar apenas aprovação popular; meio como sucesso comecial não significa que a coisa não seja uma bosta.
Imagem

Avatar do usuário
Anna
Mensagens: 6956
Registrado em: 16 Out 2005, 15:43
Gênero: Feminino
Localização: AM/RJ

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

Jack Torrance escreveu:
Anna escreveu: ... Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.


Perguntas completamente pessoais que você não precisa responder:

Quem pagou a sua faculdade foram seus pais?


Meu irmão passou para a UFRJ, então não precisou pagar faculdade, eu fiz Souza Marques, como meu pai não podia pagar a minha faculdade, já no primeiro período eu apliquei para seleção candidatos a bolsistas para trabalhar na própria faculdade, fui selecionada e contratada, e trabalhava para o laboratório de Zoologia e Biologia Marinha da universidade em troca tinha desconto de 85% da mensalidade da faculdade. Trabalhei na minha faculdade de diversas formas diferentes, e tive várias bolsas diferentes, durante dois anos tive bolsa integral, mas pra isso trabalhava na faculdade nos feriados e sábado também. Também apliquei para seleções de contrato de estagiários para atuar em resgastes e manutenção da fauna silvestre no IBAMA, que garantiu o pagamento da faculdade nos ultimos meses.

Você trabalhava? Se trabalhava, o ambiente em que você vivia (família, trabalho, etc.) lhe proporcionava todas as condições para estudar?



Eu procurei a forma mais inteligente de trabalhar e estudar, de maneira que estivesse imersa no ambiente da faculdade e funcionou. Eu trabalhava na faculdade, cumpria minha carga horária, depois ia pra biblioteca, ou em alguma sala tranquila ou no próprio lab e ia estudar. Meu ambiente familiar era um caos total, detalhes são particulares demais para dividir com gente que nunca vi mais gorda. Mas não dava pra estudar em casa, não havia estabilidade ou paz por lá. Então eu arrumei espaço pra estudar no colégio e na faculdade. Já durante o meu segundo grau eu optei por passar o dia todo e a noite no colégio estudando. Só voltava pra casa pra dormir.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

Avatar do usuário
Anna
Mensagens: 6956
Registrado em: 16 Out 2005, 15:43
Gênero: Feminino
Localização: AM/RJ

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Anna »

zumbi filosófico escreveu:
Jack Torrance escreveu:[...]
O que podem ter motivado a copiar o modelo, foi o sucesso que teve essa política lá nos EUA.


Bem, já vi diversas argumentações de que as cotas raciais ou étnicas não só não tiveram sucesso, mas foram contra-producentes. Não só nos EUA, mas no resto do mundo de modo geral.

Por outro lado, "sucesso" em política pode muitas vezes significar apenas aprovação popular; meio como sucesso comecial não significa que a coisa não seja uma bosta.



Eu acho estranho essa estória de sucesso. Sucesso é ter conseguido uma vida digna realizando uma atividade que te remete em algum grau felicidade e prazer, e permite prover a si e aos seus. Infelizmente a maioria das pessoas no mundo odeia o que faz.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

Avatar do usuário
Apo
Mensagens: 25468
Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
Gênero: Feminino
Localização: Capital do Sul do Sul

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Anna escreveu:
Apo escreveu:
Alcioneijr escreveu:A escravidão no Brasil durou aproximadamente 350 anos. Neste período os escravos (índios e negros) sustentaram a nação, produziram riquezas, desenvolveram ativos contribuindo para o progresso da nação, sofreram atrocidades inimagináveis para os dias de hoje e quando conseguiram a tão sonhada liberdade saíram literalmente com uma mão na frente e outra atrás.
Se nos dias de hoje ainda encontramos o preconceito racial, imaginem na época. O período pós abolição talvez tenha sido pior que o da escravidão para os negros na época. Sem terras pra trabalhar foram marginalizados pela sociedade, largados a própria sorte ou na mão de Deus como preferirem.
Desde então a população negra luta pela sobrevivência, pelo seu espaço e felizmente assistimos o preconceito sendo erradicado da nossa sociedade. Mas existe uma dívida muito grande com essas populações e essa dívida precisa ser reconhecida e ressarcida.
Porém a forma com que o governo está tratando o assunto ao meu ver está incitando o racismo quando deveria combatê-lo. No caso das quotas o governo poderia estipular quotas para os pobres ao invés das quotas raciais. Teria o mesmo efeito sem tocar na questão racial, seria mais aceita pela sociedade já que os mais afortunados tem condições de pagar por ensino, combateria a desigualdade, incentivaria a o ensino particular etc...
É isso... Fui!


Lutar pela sobrevivência todos lutam, admitam negros e índios ou não. Mas só por ter nascido não-negro e não-índio não tenho que ( apesar de me matar estudando e trabalhando ) ser descaradamente passada pra trás por gente que se diz negra quando nem é, para, junto com governos que só querem votos de cúmplices, entrarem pela porta dos fundos sem fazer força alguma.
Se antes negros e índios tinham ódio e despeito de brancos, agora se aliam com governantes populistas (e que são a verdadeira elite se refestelando com dinheiro de TODOS nós) para retaliar coisas do passado.
Sou descendente de judia. Quero cotas porque alemães exterminaram e escravizaram a minha família.
E mais: a escravização negra começou com os próprios negros dentro da África. Não adianta vir jogar pedra no telhado do vizinho.

Mas é assim mesmo: com negros e índios tirando aquelas notas ridículas nos vestibulares, jamais darão conta do que enfrentarão pela frente. Sem contar que estão sucateando o ensino público mais ainda. Novo apartheid à vista. Não tem jeito.
Deveriam é parar de choramingar séculos a fio e exigir que governos corruptos corruptores parem de provocar mais ódio e enfrentamento racial e consertem a base do ensino. Oportunidades iguais não é fazer gente furar a fila, é parar de se meter na vida das pessoas atrapalhando mais ainda. Mas disto que vivem as urnas.



Muitos negros, índios e descendentes não concordam com as cotas por "raça". Eu, por exemplo, sou branca na cor da pele mas descendente direta de negros. Negros que não tiveram oportunidade, que não puderam estudar, que não tinham o que comer ou vestir, mas não porque eram negros, mas pobres. Logicamente eram muito pobres por que eram descedentes de negros escravos, que consequentemente eram a escória da sociedade. Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.


Eu sou branca e de olhos azuis ( como gosta o presidente da república) , estudei em escola pública e ruim também. Não passei na federal por pouco, mas desisti por falta total de estimulo, apoio e preguiça talvez.
Acabei indo pra PUC e meu avô pagou a minha faculdade com subsídio público.
Acho que a vontade é mais forte que tudo, mas uma parte das pessoas não encontra e não sabe onde estão as portas que conduzem à saída do buraco. Outras sabem, têm apoio e mesmo assim não se interessam.
Vê-se isto claramente em escola particulares também.

Não acho que devam ou que vão resolver problema algum dando vagas ao mesmo tempo que tiram de quem se saiu melhor porque não era negro- ou era, e pegou pesado. Até porque o bom senso diz que quem não tem condições mesmo não deve entrar de jeito algum! Ou estamos produzindo gerações de profissionais que não têm condições cognitivas e nem embasamento mínimo em função do direito de sentar a bunda numa cadeira de nível superior? Espero que os professores acadêmicos não se sintam também constrangidos em reprovar tais indivíduos, ou teremos uma catástrofe logo, logo.

Respeito muito mais quem se esforça e não cái nesta barganha eleitoreira do governo. Precisamos mudar os exemplos no Brasil, a cultura do afrouxamento, a vitimização, o se contentar com migalhas. Isto tem que mudar ou ficaremos presos em políticas de padrastos deste naipe que temos aí.

Este papo de escravo já deu o que tinha que dar. Negros sabem o que querem e o conseguem por mérito próprio. Assim como pobres e ricos que se esforçam e têm ambição. Mas esquerdismos não gostam de povo ambicioso de uma forma madura. Eles são imediatistas e hipócritas. O ensino básico e médio é um lixo cada vez maior. Os programas assistencialistas dão dinheiro sem controle algum pra manter crianças sentadas em escolas sem cadeiras e sem luz. O que estamos fazendo com nosso povo? Comprando todo mundo com mentiras!

Quanto aos índios...como é que se aceita que alguém meramente alfabetizado, que faça uma redação e um teste de português mediano entre para a universidade? Não podemos exigir mais nada do que eles recebem estudando nas escolas que estudam. Logo, não podem entrar na universidade apenas porque são índios! Isto é absurdo demais. Inaceitável.
Imagem

Avatar do usuário
Apo
Mensagens: 25468
Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
Gênero: Feminino
Localização: Capital do Sul do Sul

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Anna escreveu:
Jack Torrance escreveu:
Anna escreveu: ... Mas enfins, eu estudei em escola ruim (pública), mas tanto eu, como meu irmão, fizemos graduação, e pós, hoje ele é mestre, professor de um famoso e reconhecido conservatório de música do Brasil. Eu sou pós doutora, coordenadora do maior programa científico de biodiversidade do MCT na Amazônia, vivo viajando mundo afora. Ou seja, a linhagem dos meus antepassados saiu do tronco para a mais alta casta intelectual de nossa sociedade. Sem cotas. Apenas por que nós tinhamos muita vontade de fazer algo que valesse à pena de nossas vidas.


Perguntas completamente pessoais que você não precisa responder:

Quem pagou a sua faculdade foram seus pais?


Meu irmão passou para a UFRJ, então não precisou pagar faculdade, eu fiz Souza Marques, como meu pai não podia pagar a minha faculdade, já no primeiro período eu apliquei para seleção candidatos a bolsistas para trabalhar na própria faculdade, fui selecionada e contratada, e trabalhava para o laboratório de Zoologia e Biologia Marinha da universidade em troca tinha desconto de 85% da mensalidade da faculdade. Trabalhei na minha faculdade de diversas formas diferentes, e tive várias bolsas diferentes, durante dois anos tive bolsa integral, mas pra isso trabalhava na faculdade nos feriados e sábado também. Também apliquei para seleções de contrato de estagiários para atuar em resgastes e manutenção da fauna silvestre no IBAMA, que garantiu o pagamento da faculdade nos ultimos meses.

Você trabalhava? Se trabalhava, o ambiente em que você vivia (família, trabalho, etc.) lhe proporcionava todas as condições para estudar?



Eu procurei a forma mais inteligente de trabalhar e estudar, de maneira que estivesse imersa no ambiente da faculdade e funcionou. Eu trabalhava na faculdade, cumpria minha carga horária, depois ia pra biblioteca, ou em alguma sala tranquila ou no próprio lab e ia estudar. Meu ambiente familiar era um caos total, detalhes são particulares demais para dividir com gente que nunca vi mais gorda. Mas não dava pra estudar em casa, não havia estabilidade ou paz por lá. Então eu arrumei espaço pra estudar no colégio e na faculdade. Já durante o meu segundo grau eu optei por passar o dia todo e a noite no colégio estudando. Só voltava pra casa pra dormir.



Esquerdistas não acreditam que trabalhar e se esforçar seja solução, Anna. Eles duvidam e afrontam quem consegue.
Vi estes dias um cara dizendo que negro não tem como estudar porque é mandado cedo pra rua pra trabalhar. E trabalhar durante um turno e estudar no outro é muita coisa. Logo, segundo ele, os negros não têm tempo pra estudar. ¬¬

Esquerdistas também duvidam que filhos de quem pode pagar escola particular se mate estudando, sem dormir quase, fins de semana e feriados inteiros. Sem festinhas, sem computador, sem tempo pra nada. Para eles, quem pode pagar colégio particular nem precisa estudar e passa de graça, faz uma viagem pra Europa de 6 em 6 meses e vive na gandaia.
Editado pela última vez por Apo em 16 Set 2009, 17:44, em um total de 1 vez.
Imagem

Avatar do usuário
Apo
Mensagens: 25468
Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
Gênero: Feminino
Localização: Capital do Sul do Sul

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Aliás, vale registrar aqui uma iniciativa que pode dar ótimo resultado. Descontando-se evangelizações, os IACS ( Institutos Adventistas ) recebem alunos sem condições de pagar a escola com hospedagem e estudo no nível médio que se sustentam trabalhando nos campus.Isto na escola. Na faculdade adventista não sei como é. Depois que terminam o último ano, se continuarem trabalhando, podem ainda ficar tentando trabalho no mercado externo ou tentando vestibular hospedados lá.
A PUC também oferece bolsa de estudo para seus funcionários na graduação desde façam vestibular é claro. E nos pós, descontos significativos para os aprovados pela seleção a que todos se submetem. Não estuda quem não quer.
Imagem

Avatar do usuário
Jack Torrance
Mensagens: 4488
Registrado em: 30 Out 2005, 16:56
Gênero: Masculino
Localização: São José do Rio Preto/SP
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Anna escreveu:Meu ambiente familiar era um caos total, detalhes são particulares demais para dividir com gente que nunca vi mais gorda.


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Tá certo que eu tenho uma ligeira barriguinha, mas não sou gordo. :emoticon22:
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

Soldados do BOPE sobre BOPE

Avatar do usuário
Acauan
Moderador
Mensagens: 12929
Registrado em: 16 Out 2005, 18:15
Gênero: Masculino

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu: Quanto aos índios...como é que se aceita que alguém meramente alfabetizado, que faça uma redação e um teste de português mediano entre para a universidade? Não podemos exigir mais nada do que eles recebem estudando nas escolas que estudam. Logo, não podem entrar na universidade apenas porque são índios! Isto é absurdo demais. Inaceitável.


WHAT?????
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Avatar do usuário
Acauan
Moderador
Mensagens: 12929
Registrado em: 16 Out 2005, 18:15
Gênero: Masculino

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Acauan »

Jack Torrance escreveu:John Rawls: equidade e igualdade
Conclusão essa que choca-se frontalmente com a muito difundida concepção darwinista dos norte-americanos que divide a sociedade entre vencedores (winners) e perdedores (losers). Como poderiam eles aceitar - numa cultura que celebra o vencedor mais do que qualquer outra que se conheça - uma doutrina voltada preferencialmente a favor dos desvalidos, dos que não tiveram condições de seguir na competição, ou foram alijados dela, mesmo que o objetivo seja nobre visando corrigir um erro do passado? Seja como for,a Teoria da Justiça serve hoje como inspiração para a maior parte dos reformadores sociais em atividade.


O parágrafo acima é bastante elucidativo sobre o porquê de esquerdas não gostarem da idéia de sucesso pelo mérito individual.

Para os esquerdistas defensores das cotas raciais existe uma entidade chamada “os brancos” e outra entidade chamada “os negros”. A partir destas duas entidades fictícias constroem a tese de como os brancos um dia escravizaram os negros, é justo que hoje os brancos compensem os negros pelas injustiças passadas, mesmo que tal compensação represente um custo para os brancos.

A falácia se evidencia na obviedade de que os indivíduos forçosamente incluídos no coletivo “os brancos” não têm necessariamente responsabilidade de qualquer tipo com a escravidão ou injustiças sofridas pelos negros no passado, logo não tem que genericamente arcar com o ônus destas responsabilidades.

Esquerdas gostam é do título usado no parágrafo em destaque, a saber, os tais “reformadores sociais”, a saber, eles mesmos, a própria esquerda se referindo a si própria.
Resumindo a ópera deles, é preciso dar cada vez mais poder aos “reformadores sociais” pois só eles podem fazer justiça aos alijados, desvalidos e aos que não tiveram condições de seguir na competição.
Claro que, se alguém defender a heresia de que os alijados, desvalidos e os que não tiveram condições de seguir na competição não são tão alijados, desvalidos ou sem condições assim, como os reformadores sociais querem que sejam, podem passar a acreditar na heresia maior de que talvez não se deva dar poder a estes reformadores sociais.

Só prá lembrar, toda vez que os alijados, desvalidos e os que não tiveram condições de seguir na competição deram poder aos nobres reformadores sociais para que lhes fizesse justiça, se arrependeram tremendamente.

Mas aí já era tarde demais...



Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Avatar do usuário
Apo
Mensagens: 25468
Registrado em: 27 Jul 2007, 00:00
Gênero: Feminino
Localização: Capital do Sul do Sul

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu: Quanto aos índios...como é que se aceita que alguém meramente alfabetizado, que faça uma redação e um teste de português mediano entre para a universidade? Não podemos exigir mais nada do que eles recebem estudando nas escolas que estudam. Logo, não podem entrar na universidade apenas porque são índios! Isto é absurdo demais. Inaceitável.


WHAT?????


Não se pode conceber uma manobra política que permita isto aqui:

Sobre os cursos em que podem ingressar:

O processo seletivo específico para ingresso de estudantes indígenas será realizado no sábado, dia 17/01/09, na Escola Técnica (Ramiro Barcelos, 2777 – Campus Saúde). A prova será realizada das 14h às 18h30, sendo que o candidato deverá estar presente 30 minutos antes do começo da prova. Os 84 inscritos concorrem a 10 vagas suplementares nos cursos de Agronomia, Ciências Jurídicas e Sociais – Diurno, Ciências Sociais (Licenciatura) – Diurno, Enfermagem, História (Licenciatura) – Diurno, Letras (Licenciatura), Medicina, Nutrição, Odontologia e Pedagogia. O Manual do Candidato e demais informações estão disponíveis na SAE pelo telefone 3308-3083 e através da página relacionada abaixo.
http://www.universitario.com.br/noticias/noticias_noticia.php?id_noticia=6627

Sobre o que consta no processo de seleção:

4 – PROVAS
4.1 Avaliação de Conhecimentos
O Processo Seletivo constituir-se-á de duas Provas, sendo uma prova de Língua Portuguesa, com vinte e cinco questões de escolha múltipla, mais a prova de Redação, na modalidade dissertativa.
A prova de Redação será avaliada por dois examinadores, e o escore resultante desse procedimento será formado pela média dos escores por eles atribuídos.



Sendo que a provinha de Língua Portuguesa se limita a isto:

LÍNGUA PORTUGUESA

A prova de Língua Portuguesa tem como principal objetivo a avaliação das competências de leitura, compreensão e interpretação da capacidade de reflexão sobre os fatos da língua, não se detendo na verificação imediata do domínio de terminologias e classificações pertencentes à chamada gramá-tica tradicional. É dentro dessa perspectiva que devem ser compreendidos os conteúdos e orientações que se seguem.

CONTEÚDO PARA AS QUESTÕES DE ESCOLHA MÚLTIPLA

Leitura e análise de textos

• Interpretação: compreensão global do texto, significação contextual de trechos e palavras do texto, inferências, função de elementos coesivos
• Estruturação do texto e dos parágrafos
• Variedades de texto e de linguagem
Sintaxe

• Frase, período, oração
• Processos de coordenação e subordinação
• Equivalência e transformação de estruturas
• Discurso direto e indireto
• Pontuação, Regência e concordância
• Funções das classes de palavras
Morfologia

• Estrutura e formação de palavras
• Classes de palavras (emprego)
• Flexão nominal e verbal
Ortografia

• Sistema oficial vigente
Imagem

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

http://www.linearclipping.com.br/cnte/d ... not=919338
A farsa do país "racista"
Data: 25/10/2009
Veículo: O GLOBO
Jornalista(s): ROBERTA FRAGOSO M. KAUFMANN



Assertivas de que o Brasil se constitui em um país racista, tomando por base os dados estatísticos que revelam a precária situação vivenciada pelos negros (considerados os pretos mais os pardos), em comparação com os brancos, precisam ser analisadas com cautela. Isto porque os números são interpretados como se fossem provas irrefutáveis de racismo, o que, neste país, não corresponde à verdade.

A sub-representatividade dos negros na universidade está diretamente relacionada às profissões nas quais se faz necessário maior investimento financeiro, seja pelo alto valor das mensalidades, seja pelos gastos com o material. A representação dos negros no ensino superior é de aproximadamente 25%. No entanto, em odontologia é inferior a 10%; em medicina é inferior a 15% - cursos que, pelo alto custo, terminam afastando os estudantes mais pobres. Por outro lado, em história, os negros são 38%; em Letras, 29% e matemática, 33%, áreas em que o investimento do aluno com material não é tão relevante.

Observe-se que até mesmo o turno escolhido gera fator determinante para a participação dos negros.

No curso de história, no Rio, por exemplo, a participação chega a 46%, no turno noturno.

O que se pretende demonstrar é que , nos cursos que requerem maior disponibilidade de recursos, a representação do negro é menor.

Já nos cursos mais teóricos, em que os alunos não precisam de equipamentos sofisticados, além dos livros (que podem ser pegos de empréstimo nas bibliotecas), há uma maior representatividade. O problema, basicamente, é de renda, e não de racismo.

Por outro lado, as estatísticas normalmente veiculadas e que pretendem extrair a fórceps a conclusão de que vivemos em um país racista levam em consideração o total de brancos e de negros independentemente de renda.

Acontece que, desta forma, o grupo comparado passa a ser muito diverso. É preciso então verificar se esse discurso de verdade que apela para o racismo no Brasil e para o fosso existente entre brancos e negros está correto, ou se, do contrário, revela verdadeiramente o abismo entre ricos e pobres.

Tomando os dados do PNAD/2004 e fazendo tabulações relativas a brancos, pretos e pardos, residentes em áreas urbanas, com um filho e rendimento familiar total de até dois salários mínimos (pobres, portanto), o resultado é esclarecedor.

Os grupos aqui reunidos são grupos comparáveis, porque, ao menos em tese, têm as mesmas condições de vida e as mesmas possibilidades. Comparam-se assim pobres com pobres e não brancos ricos com negros pobres.

Feita a comparação entre os grupos, o resultado foi o esperado: brancos, pretos e pardos pobres têm as mesmas dificuldades.

A proporção dos que sabem ler/escrever: 73% dos brancos, 72% dos pretos, 69% dos pardos. O número médio do tempo de estudo é de cinco anos, para os três grupos.

A proporção de pessoas que têm o ensino médio como curso mais elevado é de 24% brancos, 22% pretos e 21% pardos. Existem muitos outros números. Onde está, então, o país racista? Não é a cor da pele o que impede as pessoas de chegar às universidades, mas a renda - a péssima qualidade das escolas que os pobres brasileiros, sejam brancos, pretos ou pardos, conseguem frequentar. Se o impedimento não é a cor da pele, cotas raciais não fazem sentido.

ROBERTA FRAGOSO M. KAUFMANN é mestre em Direito.

Avatar do usuário
Acauan
Moderador
Mensagens: 12929
Registrado em: 16 Out 2005, 18:15
Gênero: Masculino

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Acauan »

Uma das bandeiras da esquerda no Brasil é a tese de que nós somos um país racista.

"Nós" quem, cara-pálida?
Cabe perguntar.

Em uma nação de mestiços, onde mesmo a chamada elite branca frequentemente tem pelo menos um pé na cozinha, como admitiu um ex-presidente, a pecha de país racista tem que ser muito bem explicada.

As justificativas esquerdistas para a acusação de racismo são manipulações capengas de dados estatísticos, como por exemplo, aqueles que dizem que negros ganham menos do que brancos, mesmo quando possuem o mesmo número de anos de escolaridade.
Esta mesma conclusão deturpada é repetida à tripa forra para tentar provar que somos um país machista porque as mulheres ganhariam menos que os homens, mesmo exercendo funções iguais.

Há pelos menos dois erros propositais nestas interpretações.
Um é tirar conclusões específicas a partir de grandes médias, ignorando o que dizem as análises por estratos.
Outra é atribuir arbitrariamente uma causa a uma constatação estatística.

Não é preciso ser do IBGE para saber que engenheiros formados na Escola Politécnica da USP ganham maiores salários do que os engenheiros formados na Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes.
Considerados apenas anos de formação e reconhecimento legal do diploma de nível superior, se poderia concluir que o mercado de trabalho paulista é racista para com os mogianos.
A estupidez da conclusão salta aos olhos porque é óbvio que existem outros fatores a ser considerados do que simplesmente os anos de formação o que remete a análise das causas para uma coleta mais abrangente de dados.

Agora sacanagem mesmo é como as esquerdas mudam de idéia sobre o que é ser branco ou negro no Brasil, conforme suas conveniências.
Quando querem provar que os negros são metade da população brasileira, consideram negro qualquer um que não seja 100% branco puro sangue com pedigree comprovado.
Quando querem provar que os negros são excluídos das melhores profissões, expurgam da categoria negro qualquer um mais claro que o Mr. T.

O que não falta neste país são mestiços em posição de destaque em todas as atividades, mas quando interessa aos politicamente corretos estes mestiços são discretamente empurrados para a classificação de brancos.
Basta tentar lembrar quantas vezes o dr. Enéas Carneiro foi identificado como negro.
Para as esquerdas um mestiço pobre vindo do cu do mundo que se torna um dos mais respeitados cardiologistas do país só pode ter alma branca.


Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Avatar do usuário
Herf
Mensagens: 1178
Registrado em: 03 Mar 2007, 15:38

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Herf »

Acauan escreveu:Uma das bandeiras da esquerda no Brasil é a tese de que nós somos um país racista.

"Nós" quem, cara-pálida?
Cabe perguntar.

Em uma nação de mestiços, onde mesmo a chamada elite branca frequentemente tem pelo menos um pé na cozinha, como admitiu um ex-presidente, a pecha de país racista tem que ser muito bem explicada.

As justificativas esquerdistas para a acusação de racismo são manipulações capengas de dados estatísticos, como por exemplo, aqueles que dizem que negros ganham menos do que brancos, mesmo quando possuem o mesmo número de anos de escolaridade.
Esta mesma conclusão deturpada é repetida à tripa forra para tentar provar que somos um país machista porque as mulheres ganhariam menos que os homens, mesmo exercendo funções iguais.

Há pelos menos dois erros propositais nestas interpretações.
Um é tirar conclusões específicas a partir de grandes médias, ignorando o que dizem as análises por estratos.
Outra é atribuir arbitrariamente uma causa a uma constatação estatística.

Não é preciso ser do IBGE para saber que engenheiros formados na Escola Politécnica da USP ganham maiores salários do que os engenheiros formados na Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes.
Considerados apenas anos de formação e reconhecimento legal do diploma de nível superior, se poderia concluir que o mercado de trabalho paulista é racista para com os mogianos.
A estupidez da conclusão salta aos olhos porque é óbvio que existem outros fatores a ser considerados do que simplesmente os anos de formação o que remete a análise das causas para uma coleta mais abrangente de dados.

Agora sacanagem mesmo é como as esquerdas mudam de idéia sobre o que é ser branco ou negro no Brasil, conforme suas conveniências.
Quando querem provar que os negros são metade da população brasileira, consideram negro qualquer um que não seja 100% branco puro sangue com pedigree comprovado.
Quando querem provar que os negros são excluídos das melhores profissões, expurgam da categoria negro qualquer um mais claro que o Mr. T.

O que não falta neste país são mestiços em posição de destaque em todas as atividades, mas quando interessa aos politicamente corretos estes mestiços são discretamente empurrados para a classificação de brancos.
Basta tentar lembrar quantas vezes o dr. Enéas Carneiro foi identificado como negro.
Para as esquerdas um mestiço pobre vindo do cu do mundo que se torna um dos mais respeitados cardiologistas do país só pode ter alma branca.

Essa de sair por aí apontando dados estatísticos como prova de qualquer coisa é clássica.

O dado de que negros - seja lá qual for a definição que se adote para o termo - são a minoria nas universidades serve para provar que há racismo no processo seletivo universitário tanto quanto serve para provar a tese racista de que negros são menos inteligentes, ou de que negros são mais abduzidos por alienígenas do que brancos no dia da prova do vestibular, ou qualquer outra tese que se imagine.

O fato é que um dado não prova nada por si só. Só prova se, junto com ele, seja exposta também a lógica que sustenta a tese.

Assim, até que o racialista prove que há uma conspiração entre os fiscais de provas de vestibular ou entre professores do ensino médio para reprovar alunos negros, que o regimento das universidades restringe a entrada de afrodescendentes, etc, o fato de que negros são minoria em universidades está muito melhor explicado de formas diferentes, conhecidas ao menos superficialmente por todos.

Mas essas formas de explicar não rendem popularidade, votos e benefícios...

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

"O Globo" 23/03/10
Um país misturado

JOSÉ ROBERTO PINTO DE GÓES

O Supremo Tribunal Federal está julgando a constitucionalidade do sistema de cotas raciais adotado pela Universidade de Brasília. A decisão que vier a tomar pode pôr fim à tentativa de governos e ONGs de levar o Estado brasileiro a classificar racialmente os cidadãos, ou incorporar de vez leis raciais ao nosso ordenamento jurídico.

O sistema de cotas raciais da UnB sempre foi escandaloso — até para os padrões racialistas, que são muito elásticos. Na sua primeira versão, o candidato às vagas para a “raça negra” devia anexar uma fotografia à declaração de ser negro. Uma comissão julgava o caso. Aí veio o supremo ridículo, no vestibular de 2007: a comissão certificou a negritude de Alan e recusou a de Alex, irmãos gêmeos idênticos. A exigência da fotografia caiu, mas a comissão ainda existe e é secreta, clandestina. Não é incrível? Um grupo anônimo, sem delegação alguma da sociedade, se arvora o direito de dizer a mim, a você, a qualquer brasileiro, o que somos e a que raça pertencemos. A UnB criou um tribunal racial e a figura jurídica do estelionato racial.

Audiências públicas foram realizadas no início deste mês. O STF ouviu 28 pessoas favoráveis às cotas raciais e 12 contrárias. Mas as intervenções foram pautadas pela serenidade, educação e respeito, como convém à dignidade daquela Corte. Os maus modos começaram depois, na imprensa e na internet. Tem sido sempre assim: a militância racialista não discute — porque não quer ouvir argumentos diferentes dos seus — e se contenta e se compraz em desqualificar o “inimigo”, que só pode estar mal intencionado, ser contra a inclusão social, os pobres, os negros e tudo de justo e razoável que pode haver nesse mundo.

O alvo da vez é o senador Demóstenes Torres, crítico das leis raciais. Na qualidade de presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ele fez uso da palavra e, entre outras coisas, afirmou que os brasileiros não padecem de uma espécie de pecado original, caracterizado pelo estupro das escravas por seus proprietários (obviamente todos brancos, nessa versão).

Desde então, tem sido amplamente caluniado, como se tivesse negado a natureza intrinsecamente má da escravidão e o poder dos senhores de violentar suas escravas.

O senador não disse nada disso. No que disse, tem razão. A miscigenação do povo brasileiro tem pouco a ver com estupro de escravas. Não se trata de negar ou diminuir a dor experimentada por muitas mulheres que se viram cara a cara com o mal, representado pelo desejo sexual despótico do proprietário.

Mas a nossa miscigenação, tão larga, tão ampla, se fez, sobretudo, entre a população pobre e livre — geralmente bem maior do que a população escrava. Todas as fontes até hoje estudadas o indicam. Se alguém tem provas em contrário, que apresente.

Até lá, não há por que duvidar que somos mestiços filhos do desejo, do amor e do cuidado de nossas famílias.

Por que os racialistas insistem em criar o Mito do Estupro Original? É simples: porque precisam associar a idéia de negro (na qual incluem os pardos) à de vítima. A vitimização da “raça negra” é peça central na ideologia racialista: sem ela não há cotas, não há reparação, não há leis raciais.

Além disso, não se conformam com a nossa miscigenação. Tudo seria muito mais fácil se o Brasil fosse um país bicolor, pretos de um lado, brancos de outro. Não é. Então, faz-se necessário desqualificar a nossa mistura e inventar um passado pecaminoso para ela.

Moral da história: não se pode querer leis raciais para o Brasil sem levar na alma certo incômodo com Brasil tal como ele é: misturado, racialmente indistinto e surdo a apelos raciais.

JOSÉ ROBERTO PINTO DE GÓES é professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

A nova lei racial estabelece que brasileiros são ou brancos ou pretos, sem tons de cinza, e que os negros são "africanos exilados na América", uma nação separada que merece direitos especiais.


"O Globo" 22/07/10
Os caçadores e o elefante

DEMÉTRIO MAGNOLI

Dois dias atrás, no meio da tarde, em cerimônia no Palácio do Itamaraty, Lula sancionou a primeira lei racial da história do Brasil. São 65 artigos, esparramados em 14 páginas, escritos com o propósito de anular o artigo 5o da Constituição Federal, que começa com as seguintes palavras: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.” O conjunto leva o título de Estatuto da Igualdade Racial, uma construção incongruente na qual se associa o princípio da igualdade ao mito da raça, que veicula a ideia de uma desigualdade essencial e, portanto, insuperável.

O texto anticonstitucional, aprovado a 16 de junho por um acordo no Senado, é uma versão esvaziada do projeto original. No acordo parlamentar, suprimiram-se as disposições que instituíam cotas raciais nas universidades, no serviço público, no mercado de trabalho e nas produções audiovisuais. Pateticamente, em todos os lugares exceto no título, o termo “raça” foi substituído pela palavra “etnia”, empregada como sinônimo. Eliminou-se ainda a cláusula que asseguraria participação nos orçamentos públicos para os “conselhos de promoção da igualdade étnica”, órgãos a serem constituídos paritariamente nas administrações federal, estaduais e municipais por representantes dos governos e de ONGs do movimento negro.

Mas o que restou é a declaração de princípios do racialismo. A lei define uma coletividade racial estatal: a “população negra”, isto é, “o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas”. Dessa definição decorre uma descrição racial do Brasil, que se dividiria nos grupos polares “branco” e “negro”, e a supressão oficial das múltiplas identidades intermediárias expressas censitariamente na categoria “pardos”. Implicitamente, fica cassado o direito de autodeclaração de cor/raça, pois o poder público arroga-se a prerrogativa de ignorar a vontade do declarante, colando-lhe um rótulo racial compulsório.

O texto funciona como plataforma para a edificação de um Estado racial, uma meta apontada no artigo 4o que prevê a adoção de políticas raciais de ação afirmativa e a “modificação das estruturas institucionais do Estado” para a “superação das desigualdades étnicas”.

A fantasia que sustenta a nova lei consiste na visão do Brasil como uma confederação de nações-raças. Nessa confederação, o princípio da igualdade deixaria de ser aplicado aos indivíduos, convertendo-se numa regra de coexistência entre coletividades raciais.

Os cidadãos perdem o estatuto de sujeitos de direitos, transferindo-o para as coletividades raciais. Se o Poder Judiciário curvar-se ao esbulho constitucional, estudantes ou trabalhadores da cor “errada” não poderão apelar contra o tratamento desigual no acesso à universidade ou a empregos arguindo o princípio da igualdade perante a lei, pois terão sido rebaixados à condição de componentes de um grupo racial.

Nos termos do Estatuto Racial, que é um estatuto de desigualdade, a “população negra” emerge como uma nação separada dentro do Brasil. O Capítulo I fabrica direitos específicos para essa nação-raça no campo da saúde pública. O Capítulo II, nos campos da educação, da cultura, do esporte e do lazer. O Capítulo IV, nas esferas do acesso à terra e à moradia. O Capítulo V, na esfera do mercado de trabalho.

O Capítulo VI, no terreno dos meios de comunicação. O pensamento racial imagina a África como pátria da “raça negra”. A nova lei enxerga a “população negra” como uma nação diaspórica: um pedaço da África no exílio das Américas. O Capítulo III determina uma proteção estatal particular para as “religiões de matriz africana”.

A supressão do financiamento público compulsório para os “conselhos de promoção da igualdade étnica” e dos incontáveis programas de cotas raciais na lei aprovada pelo Senado refletiu, limitada e parcialmente, o movimento de opinião pública contra a racialização do Estado brasileiro. Uma vertente das ONGs racialistas interpretou o resultado como uma derrota absoluta — e pediu que o presidente não sancionasse o texto esvaziado. Surgiram até vozes solicitando uma consulta plebiscitária sobre o tema racial, algo que infelizmente não se fará.

O ministério racial, que atende pela sigla enganosa de Seppir, entregou-se à missão de alinhar sua base na defesa do “Estatuto possível”. Para tanto, reuniu pronunciamentos de arautos do racialismo como o antropólogo Kabengele Munanga, uma figura que chegou a classificar os mulatos como “seres naturalmente ambivalentes”, cuja libertação dependeria de uma opção política pelo pertencimento ao grupo dos “brancos” ou ao dos “negros”. Na sua manifestação, o antropólogo narrou uma fábula sobre os caçadores Mbuti, da África Central, denominados pigmeus na época da expansão imperial europeia.

Os caçadores de Munanga almejam abater um elefante, mas voltam para a aldeia com apenas três antílopes, “cuja carne cobriria necessidades de poucos dias”. As mulheres e crianças, frustradas, contentam-se com tão pouco e não culpam os caçadores, mas Mulimo, Deus da Caça, divindade desse povo monoteísta. Os caçadores voltarão à savana e, um dia, trarão o elefante.

A fábula é apropriada, tanto pelo seu sentido contextual como pelas metáforas que mobiliza. Ela remete a um povo tradicional, fechado nas suas referências culturais, que serviria como inspiração para a imaginária nação-raça diaspórica dos “afro-brasileiros”.

Os caçadores simbolizam as lideranças racialistas, que já anunciam a intenção de usar o Estatuto Racial para instituir, por meio de normas infralegais, os programas de cotas rejeitados no Senado. O elefante representa o Estado racial completo, com fartas verbas públicas para sustentar uma burocracia constituída pelos próprios racialistas e dedicada à distribuição de privilégios.

Munanga não falou das guerras étnicas na África Central. É que o assunto perturba Mulimo e prejudica a caçada.

Avatar do usuário
marta
Mensagens: 9656
Registrado em: 23 Out 2005, 01:40
Localização: São Paulo-SP

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por marta »

Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:Não devo nada a ninguém.

Você não. Mas a sociedade deve. Quando vc vê uma favela de maioria negra ou mestiça ali está uma dívida criada pelo racismo. Quando eu falo em ressarcimento, falo em trazer todas essas pessoas para cidadania. Colocando-as em condição de igualdade para que não fiquem a margem na sociedade.



Mas... a escravidão não é bíblica? :emoticon39:
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

Avatar do usuário
Fernando Silva
Administrador
Mensagens: 20080
Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
Gênero: Masculino
Localização: Rio de Janeiro, RJ
Contato:

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

marta escreveu:
Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:Não devo nada a ninguém.

Você não. Mas a sociedade deve. Quando vc vê uma favela de maioria negra ou mestiça ali está uma dívida criada pelo racismo. Quando eu falo em ressarcimento, falo em trazer todas essas pessoas para cidadania. Colocando-as em condição de igualdade para que não fiquem a margem na sociedade.



Mas... a escravidão não é bíblica? :emoticon39:

E, mais do que isto, a escravidão no Brasil não era apenas uma consequência da escravidão praticada desde sempre na África, entre africanos (e que continua até hoje) ?

Avatar do usuário
marta
Mensagens: 9656
Registrado em: 23 Out 2005, 01:40
Localização: São Paulo-SP

Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por marta »

Fernando Silva escreveu:
marta escreveu:
Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:Não devo nada a ninguém.

Você não. Mas a sociedade deve. Quando vc vê uma favela de maioria negra ou mestiça ali está uma dívida criada pelo racismo. Quando eu falo em ressarcimento, falo em trazer todas essas pessoas para cidadania. Colocando-as em condição de igualdade para que não fiquem a margem na sociedade.



Mas... a escravidão não é bíblica? :emoticon39:

E, mais do que isto, a escravidão no Brasil não era apenas uma consequência da escravidão praticada desde sempre na África, entre africanos (e que continua até hoje) ?


Eu nunca entendi direito essa tal DÍVIDA DA SOCIEDADE. Escravidão, menores infratores, sistema carcerário falido, enfim. Que raio de dívida é essa? Ademais, se os negros do Brasil quiserem retornar para a África, eu não tenho nada contra. Até outubro desse ano, somos um país livre. Cada um vai viver onde quiser e onde achar melhor para si.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

Trancado