Queremos dividir o Brasil?

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Jack Torrance
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Queremos dividir o Brasil?

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Queremos dividir o Brasil?

"Não", é a resposta que resulta da leitura de Uma Gota de Sangue, de Demétrio Magnoli, um livro ambicioso que investiga as origens ideológicas das cotas raciais

"Cada homem é uma raça." A frase, título de um livro do escritor moçambicano Mia Couto, sintetiza a ideia de que cada indivíduo tem sua história, seu repertório cultural, seus desejos, suas preferências pessoais e, é claro, uma aparência física própria que, no conjunto, fazem dele um ser único. Rótulos raciais são, portanto, arbitrários e injustos. Mia Couto, com sua concepção universalista da humanidade, é citado algumas vezes em Uma Gota de Sangue – História do Pensamento Racial (Contexto; 400 páginas; 49,90 reais), do sociólogo paulistano Demétrio Magnoli, recém-chegado às livrarias. Trata-se de uma dessas obras ambiciosas, raras no Brasil, que partem de um esforço de pesquisa histórica monumental para elucidar um tema da atualidade. Magnoli estava intrigado com o avanço das cotas para negros no Brasil e resolveu investigar a raiz dessas medidas afirmativas. O resultado é uma análise meticulosa da evolução do conceito racial no mundo. Descobre-se em Uma Gota de Sangue que as atuais políticas de cotas derivam dos mesmos pressupostos clássicos sobre raça que embasaram, num passado não tão distante, a segregação oficial de negros e outros grupos. A diferença é que, agora, esse velho pensamento assume o nome de multiculturalismo – a ideia de que uma nação é uma colcha de retalhos de etnias que formam um conjunto, mas não se misturam. É o racismo com nova pele.

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Em todos os povos ou períodos da história, a sensação de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas diferenças em relação aos que estão de fora, "os outros". Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de "homens" ou "gente" e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos – esses são "seres inferiores" ou "narizes chatos". O filósofo grego Aristóteles considerava a "raça helênica" superior aos outros povos. Mas até o Iluminismo, no século XVIII, a humanidade não recorreu a teses raciais para justificar a escravidão – tratava-se de uma decorrência natural de conquistas militares. A postulação de que todos os homens nascem livres e iguais criou, porém, uma reação: a fim de embasar o domínio de povos europeus e seus descendentes sobre as populações colonizadas ou escravizadas, começou-se a elaborar uma divisão sistemática de raças, com pretensões científicas. No século XIX, esse pensamento atingiu seu ápice, com a apropriação das teses darwinistas de seleção natural. Os teóricos do racismo científico trataram de estabelecer hierarquias entre os grupos humanos com base em fundamentos biológicos. Com a gradual abolição da escravidão, o racismo científico foi usado para justificar o imperialismo ocidental na África e na Ásia.

Magnoli descreve como duas visões de mundo opostas estiveram em constante tensão ao longo da história mundial recente. A primeira crê numa espécie humana dividida em raças que se distinguem por ancestralidades diferentes, expressas em traços físicos e culturais. Os arautos dessa ideia podem ser chamados, genericamente, de racialistas. A segunda visão, antirracialista, nega a separação da humanidade em categorias inventadas e acredita no princípio da igualdade entre as pessoas. Representam a linha de pensamento antirracialista personalidades como o líder sul-africano Nelson Mandela e os americanos Frederick Douglas, abolicionista do século XIX, e Martin Luther King, líder do movimento em defesa dos direitos civis. Entre os racialistas, figuram o presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, o ditador alemão Adolf Hitler e o ativista negro americano Malcolm X. O exemplo do regime de Hitler na Alemanha não aparece no livro para tentar provar a tese de que todo pensamento racialista leva ao genocídio, o que obviamente não é verdade, mas para demonstrar o extremo a que se pode chegar quando o estado impõe critérios de raça. A crença de Theodore Roosevelt e outros governantes na supremacia dos brancos sobre os negros não levou a uma política de extermínio, como ocorreu na Alemanha. Para Magnoli, a explicação está nas diferenças fundamentais entre o racismo nazista e aquele predominante em outros países. A principal delas é que, na Alemanha, o racismo combinou-se a um nacionalismo extremado e ao ódio obsessivo em relação aos judeus. Esse contexto levou à busca pela "solução final" – a expulsão em massa seguida da eliminação física dos judeus.

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LUTA DE CASTAS
Polícia reprime protesto de gujares, na Índia, em junho de 2008. O grupo étnico pediu para ser rebaixado no sistema de castas para ganhar cotas no serviço público


Em sua origem, a tese da purificação racial adotada pelos nazistas foi influenciada pelo movimento eugenista americano, que teve seu auge nas primeiras décadas do século XX. Os eugenistas defendiam o melhoramento genético da população por meio de políticas que impedissem indivíduos considerados inferiores de se reproduzir. Tais medidas, por sua vez, só podiam ser tomadas com a classificação sistemática da população segundo critérios hereditários, entre os quais a raça. Atualmente, com o conhecimento que se tem do DNA humano, a tese de que a humanidade pode ser dividida em raças foi relegada ao ridículo. "O ser humano tem 25.000 genes, dos quais não mais de trinta definem a cor da pele e dos olhos, o formato do rosto, o tamanho do nariz e a textura do cabelo, entre outras características morfológicas", explica o geneticista Sérgio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais. Ou seja, na imensidão do genoma humano, os aspectos físicos geralmente usados para classificar as raças não representam nada. Do ponto de vista genético, pode haver mais diferenças entre dois africanos do que entre um deles e um europeu nórdico.

O fato de a ciência concluir que as raças não existem como conceito biológico cria uma dificuldade para os defensores da discriminação reversa (o outro nome para as cotas): inviabiliza a tentativa de usar critérios objetivos para decidir quem pode ou não ser beneficiário de privilégios no vestibular, no mercado de trabalho ou em licitações públicas. Essa dificuldade, aliás, sempre existiu nos países que legislaram com base em raça, mesmo quando esse conceito ainda era considerado uma verdade científica. Nos Estados Unidos, por exemplo, criou-se a regra da gota única de sangue – daí o título do livro de Magnoli –, segundo a qual qualquer indivíduo era considerado negro se tivesse um antepassado de origem africana, por mais longínquo que fosse. Em muitos estados americanos, esse foi o critério para as leis segregacionistas que proibiam, entre outras coisas, que brancos e negros casassem entre si, frequentassem a escola juntos ou até mesmo se servissem do mesmo bebedouro. O sistema americano de classificação de raças sempre omitiu a categoria "mestiços", como se fosse possível existir algum grau de pureza dentro de grupos populacionais. A rotulação oficial nos Estados Unidos é até hoje tão arbitrária que divide os cidadãos segundo critérios de cor de pele (brancos e negros), linguísticos (hispânicos) e geográficos (asiáticos). Durante o infame regime do apartheid na África do Sul, que fez dos não brancos cidadãos de segunda classe até 1994, os funcionários do estado passavam um pente ou lápis no cabelo das pessoas para, dependendo do grau de crespidão, classificá-las como negras ou coloured (mestiças). O método criava situações absurdas como a de membros da mesma família recebendo rótulos distintos.

Uma Gota de Sangue alerta para o que ocorre quando um estado se mete a catalogar a população segundo critérios raciais com o objetivo de, a partir deles, elaborar políticas públicas: pouco a pouco, os próprios cidadãos passam a acreditar naquela divisão e se veem obrigados a defender interesses de gueto. Isso cria conflitos políticos e rancor, inclusive nas situações em que as leis tentam beneficiar um grupo antes segregado. É o caso da Índia, país com o maior programa de cotas do mundo. O complexo sistema indiano de castas, tornado oficial pelo imperialismo inglês no século XIX, levou a que o governo daquele país, na década de 50, concedesse privilégios ao grupo dos intocáveis, ou dalits, e a "outras classes retardatárias" – expressão contida no texto constitucional do país. Uma forma de tentar compensá-los das injustiças sofridas no passado. O resultado é que eles passaram a ser invejados. Em 2008, os membros da etnia gujar, do norte da Índia, entraram em choque com a polícia, em protestos que mataram quatro dezenas de pessoas, para pedir o próprio rebaixamento no sistema de castas. Sua reivindicação: também serem considerados inferiores o suficiente para ganhar cotas no serviço público e em universidades. Conseguiram.

No livro de Magnoli, emerge como um desvio estranho a tentativa de instituir uma classificação oficial de raças no Brasil, país cuja identidade nacional foi construída sobre a ideia da mestiçagem. Não se trata de mito: análises genéticas da população demonstram que o DNA de um brasileiro tem, em média, proporções iguais de heranças maternas de origem europeia, africana e ameríndia. Magnoli argumenta que é exatamente essa realidade mestiça que os defensores das ações afirmativas querem destruir, ao tentar somar todos os que se consideram "pardos" à categoria de "negros". Para os ativistas da negritude, a identidade racial é, na verdade, questão ideológica. Isso explica por que uma das principais perguntas feitas aos candidatos às cotas no Brasil é se já se sentiram discriminados. Resposta correta para conseguir a vaga: sim. A baiana Sabynne Christina Silva Regis preferiu não mentir e, em entrevista de seleção do Itamaraty para uma bolsa de estudos para "afrodescendentes", disse nunca ter sido vítima de preconceito racial. Ela está convicta de que isso lhe custou a vaga. Que uma pessoa se considere "parda" não basta aos racialistas brasileiros. "O que se quer é açular a luta de classes – e, nesse contexto, a mestiçagem é incômoda porque elimina a polarização política com base em raça", diz Leão Alves, secretário-geral da ONG Nação Mestiça, com sede em Manaus.

A ideia de que existem raças é um anacronismo que não condiz com a tradição brasileira e com as mudanças que vêm ocorrendo no mundo civilizado. Barack Obama, presidente do país que inventou a regra da gota única de sangue, define-se não como negro, mas como mestiço. E não deixa de ser curioso que, se fosse brasileiro, isso talvez o impedisse de ganhar uma bolsa no Itamaraty. O filósofo Kwame Anthony Appiah, especialista em estudos afro-americanos da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, colocou a questão nos seguintes termos, em entrevista a VEJA: "O estado brasileiro pode não ter ajudado os descendentes dos escravos a sair da pobreza, mas pelo menos jamais os discriminou ativamente, como ocorreu nos Estados Unidos. Isso faz uma grande diferença. Adotar políticas raciais, agora, significaria criar no Brasil uma minoria com privilégios. Em democracias, a existência de minorias com tratamento especial quase sempre resulta em encrenca. A pergunta que os brasileiros deveriam se fazer é: isso vale a pena?". Uma Gota de Sangue, de Demétrio Magnoli, contribui para que se responda: não, não e não.

RAÇA COMO IDEOLOGIA

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Desde 2002, o Itamaraty mantém um programa de bolsa de estudos, no valor de 25 000 reais, para "afrodescendentes" que pretendem seguir carreira diplomática. A bióloga Mariama da Silva, de 26 anos, de São Paulo, e a veterinária Sabynne Regis, de 35 anos, de Salvador, inscreveram-se no programa em 2005. "Durante o processo de seleção, contei como é viver neste país, onde o preconceito é velado", diz Mariama (à esquerda). Sabynne (à direita) não abordou a questão racial. "Os avaliadores queriam ouvir uma situação de discriminação, mas eu não tinha nada para contar", diz ela. Mariama ganhou a bolsa; Sabynne, não. O edital para o programa não faz segredo sobre os critérios ideológicos de seleção: "a experiência como negro" do candidato está no topo da lista de prioridades

"Esse caminho conduzirá a uma carteira de identidade racial"

O sociólogo Demétrio Magnoli, autor de Uma Gota de Sangue, conversou com VEJA

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O AUTOR
Magnoli diz que os defensores das cotas querem criar um racismo de massas no Brasil


O senhor escreveu, certa vez, que ficou incomodado ao deparar com o item "raça" no formulário de matrícula da escola de sua filha. Por quê?
Porque esse é o primeiro documento público no Brasil que compulsoriamente associa as pessoas nominalmente a uma raça. É um documento diferente das pesquisas anônimas do censo demográfico. No caso da matrícula escolar, ao se associar um nome a uma raça, repete-se uma prática fundamental das políticas raciais no mundo inteiro, desde o século XIX. Não vejo nenhum dilema político em que as pessoas, na esfera privada, imaginem participar de uma raça. É um direito de cada um criar identidades próprias. O problema é quando o estado cria e impõe um rótulo às pessoas. No caso das matrículas, isso foi feito através de uma norma do Ministério da Educação (MEC), válida para escolas públicas e privadas. Os pais devem declarar a "raça" de seus filhos. Hoje, todos os formulários de saúde e educação no país têm esse item. O Brasil está oficializando as identidades raciais.

Qual é o perigo?
A função desse conjunto de documentos é impingir aos cidadãos uma marca racial da qual não poderão fugir e que depois terá efeitos práticos em sua vida, no vestibular ou no mercado de trabalho. Estamos trilhando um caminho que conduzirá a uma carteira de identidade racial.

Quem ganha com isso?
Em todos os lugares em que foi aplicado esse tipo de medida, formaram-se elites políticas sustentadas sobre bases raciais. Seu interesse é ganhar influência, votos e audiência social. No Brasil, os promotores dessas políticas imaginam que o racismo brasileiro leva as pessoas a "negar a sua verdadeira raça". Para eles, incentivos oficiais, vagas em universidades e cotas no mercado de trabalho vão ajudar os mestiços a "assumir a sua negritude" – frase que se ouve a toda hora. Pretende-se com isso criar uma larga base social para que os promotores das políticas raciais se ergam como lideranças políticas. Eles querem criar um racismo de massas, algo que não existe no Brasil. Há, sim, um racismo difuso, mas não um ódio racial de massas.

Por que essa agenda foi adotada pelo Partido dos Trabalhadores?
Porque o partido mantém relações com ONGs que promovem tais políticas, muitas por influência de entidades filantrópicas americanas. Como não têm apoio popular, as ONGs precisam se atrelar a um partido para ganhar representatividade e exercer pressão sobre o estado. Embora hoje o PT seja a principal agremiação a conduzir essa bandeira, vale lembrar que as políticas raciais começaram com o PSDB, durante a Presidência de Fernando Henrique Cardoso.

O que é avaliado de verdade na hora de conceder cotas?
No estado racial, as pessoas têm de demonstrar uma identidade e assumi-la. Os desviantes são aqueles que se recusam a fazê-lo. Como não existe ninguém "verdadeiramente negro", assim como não existe "verdadeiramente branco", o que se tenta avaliar é, no fundo, a ideologia. Entre pessoas igualmente pardas, ganha a vaga aquela que se diz vítima de discriminação. Essa resposta é associada a uma ideologia da negritude que serve de critério para as comissões universitárias decidirem sobre a distribuição de cotas. É quase o mesmo que beneficiar no vestibular os alunos que estão de acordo com as ideias de determinado partido.

A criação de um racismo de massas é um caminho sem volta?
Volta sempre existe, mas é preciso saber a que custo. Em Ruanda, pagou-se o preço de um genocídio. Posteriormente, o estado ruandês decidiu proibir a classificação racial da população. Se o Brasil insistir nas políticas raciais e se elas se tornarem enraizadas, coisa que ainda não ocorreu, a sociedade vai pagar um preço alto, impossível de prever.

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http://veja.abril.com.br/020909/queremo ... p-88.shtml
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

“Homem de preto qual é sua missão? Entrar pelas favelas e deixar corpo no chão! Homem de preto o que é que você faz? Eu faço coisas que assustam o Satanás!”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Aqui no sul, somos apenas 12% de origem africana e 22% de origem ameríndia.

No entanto, quando o candidato se inscreve para o vestibular da federal, consta lá a pergunta auto-declarante ( pelo jeito não questionável):

Como VOCÊ se considera?

Branco(a)
Negro(a)
Amarelo(a) - de origem oriental
Pardo(a)
Indígena

Assim como quando você escolhe estudar numa universidade federal, precisa estudar para passar mediante a ideologia por elas apresentadas nas provas e não outro critério de excelência.

Ou seja, se você se considerar negro ou índio e ainda responder o que "eles" querem, tem o "direito" de sair em vantagem.
Não querem dividir, mas querem conduzir. O que leva a aberrações como esta:

Desde 2002, o Itamaraty mantém um programa de bolsa de estudos, no valor de 25 000 reais, para "afrodescendentes" que pretendem seguir carreira diplomática. A bióloga Mariama da Silva, de 26 anos, de São Paulo, e a veterinária Sabynne Regis, de 35 anos, de Salvador, inscreveram-se no programa em 2005. "Durante o processo de seleção, contei como é viver neste país, onde o preconceito é velado", diz Mariama (à esquerda). Sabynne (à direita) não abordou a questão racial. "Os avaliadores queriam ouvir uma situação de discriminação, mas eu não tinha nada para contar", diz ela. Mariama ganhou a bolsa; Sabynne, não. O edital para o programa não faz segredo sobre os critérios ideológicos de seleção: "a experiência como negro" do candidato está no topo da lista de prioridades.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Herf »

O Magnoli explica isso como nenhum outro. Teve um debate dele contra o Frei Beto que eu fiquei até com pena do padre.

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Jack Torrance
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Herf escreveu:O Magnoli explica isso como nenhum outro. Teve um debate dele contra o Frei Beto que eu fiquei até com pena do padre.


Vi no YouTube e achei com o frei David Santos.

Esse frei aí defende que 88% das vagas nas universidades públicas deveriam ser pra cotistas.

viewtopic.php?f=1&t=19178&st=0&sk=t&sd=a
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Jack Torrance »

Aliás, você deixou um link pro site da Band (o link está no tópico que disponibilizei no link do post acima), onde pode-se procurar o debate entre os dois.
“No BOPE tem guerreiros que matam guerrilheiros, a faca entre os dentes esfolam eles inteiros, matam, esfolam, sempre com o seu fuzil, no BOPE tem guerreiros que acreditam no Brasil.”

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

30/08/2009 - 20h43
Conceito de "raças" foi criado para justificar dominação, diz autor
da Folha Online

As "raças" e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade. O conceito de que existem diferentes "raças humanas" foi criado pelo próprio homem e ganhou força com base em interesses de determinados grupos, que necessitavam de justificativas para a dominação sobre outros grupos.


A afirmação é do geneticista Sérgio Pena, autor do livro "Humanidade Sem Raças?" (Publifolha, 2008), da Série 21. O título tem formato de ensaio e aborda o conceito de "raças" e o racismo de forma sintética. Saiba mais sobre o livro

O autor examina a questão sob o prisma da biologia e da genética moderna, com uma perspectiva histórica. E propõe, já no trecho de abertura do livro, que pode ser lido abaixo, a necessidade da "desinvenção" imediata do conceito de "raças".

"Perversamente, o conceito tem sido usado não só para sistematizar e estudar as populações humanas, mas também para criar esquemas classificatórios que parecem justificar o status quo e a dominação de alguns grupos sobre outros", afirma o autor. "Assim, a sobrevivência da ideia de raça é deletéria por estar ligada à crença continuada de que os grupos humanos existem em uma escala de valor."

Leia abaixo o trecho de introdução de "Humanidade Sem Raças?". O texto mantém a ortografia original do livro, publicado em 2008.

*
A Bíblia nos apresenta os Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Morte, Guerra, Fome e Peste. Com os conflitos na Irlanda do Norte, em Ruanda e nos Bálcãs, no fim do século passado, e após o 11 de Setembro, a invasão do Afeganistão e do Iraque e os conflitos de Darfur no início do século 21, temos de adicionar quatro novos cavaleiros: Racismo, Xenofobia, Ódio Étnico e Intolerância Religiosa.

Neste livro vamos examinar um desses: o racismo, com o seu principal comparsa, a crença na existência de "raças humanas". Proponho demonstrar que as raças humanas são apenas produto da nossa imaginação cultural. Como disse o epidemiologista americano Jay S. Kaufman, as raças não existem em nossa mente porque são reais, mas são reais porque existem em nossa mente.1

Acredito que a palavra devia ser sempre escrita entre aspas. Como isso comprometeria demais a apresentação do texto, serão omitidas aqui, mas gostaria de sugerir que o leitor as mantivesse, imaginariamente, a cada ocorrência do termo. No passado, a crença de que as raças humanas possuíam diferenças biológicas substanciais e bem demarcadas contribuiu para justificar discriminação, exploração e atrocidades. Ao longo dos tempos, esse infeliz conceito integrou-se à trama da nossa sociedade, sem que sua adequação ou veracidade tenham sido suficientemente questionadas.

Perversamente, o conceito tem sido usado não só para sistematizar e estudar as populações humanas, mas também para criar esquemas classificatórios que parecem justificar o status quo e a dominação de alguns grupos sobre outros. Assim, a sobrevivência da idéia de raça é deletéria por estar ligada à crença continuada de que os grupos humanos existem em uma escala de valor. Essa persistência é tóxica, contaminando e enfraquecendo a sociedade como um todo.

Henry Louis Gates Jr. (1950), professor da Universidade de Harvard e diretor do Instituto w.e.b. Du Bois de Pesquisa Sobre Africanos e Afro-Americanos, é um brilhante intelectual norte-americano da atualidade. Em um artigo intitulado "A Ciência do Racismo", recentemente publicado online na revista The Root, Gates faz a seguinte afirmativa: "[...] a última grande batalha sobre o racismo não será lutada com relação ao acesso a um balcão de restaurante, a um quarto de hotel, ao direito de votar, ou mesmo ao direito de ocupar a Casa Branca; ela será lutada no laboratório, em um tubo de ensaio, sob um microscópio, no nosso genoma, no campo de guerra do nosso DNA. É aqui que nós, como uma sociedade, ordenaremos e interpretaremos a nossa diversidade genética".2

Vou seguir a sugestão de Gates e examinar toda a questão das raças humanas e do racismo sob o prisma da biologia e da genética moderna, com uma perspectiva histórica. Assim, contrasto três modelos estruturais da diversidade humana. O primeiro, com base na divisão da humanidade em raças bem definidas, foi desenvolvido nos séculos 17 e 18 e culminou no racismo científico da segunda metade do século 19 e no movimento nazista do século 20. Esse equivocado modelo tipológico definiu as raças como muito diferentes entre si e internamente homogêneas. E foi essa crença de que as diferentes raças humanas possuíam diferenças biológicas substanciais e bem demarcadas que contribuiu para justificar discriminação, exploração e atrocidades.

O segundo foi o modelo populacional. Incorporando novos conhecimentos científicos, ele surgiu após o final da Segunda Guerra Mundial, e fez a divisão da humanidade em populações, que passaram a ser corretamente percebidas como internamente heterogêneas e geneticamente sobrepostas. Infelizmente ele se degenerou em um modelo "populacional de raças" e tem sido compatível com a continuação do preconceito e da exploração.

O que proponho para o século 21 é a substituição desses dois modelos prévios por um novo paradigma genômico/individual de estrutura da diversidade humana, que vê essa espécie dividida não em raças ou populações, mas em seis bilhões de indivíduos genomicamente diferentes entre si, mas com graus maiores ou menores de parentesco em suas variadas linhagens genealógicas.

Este terceiro e novo modelo genômico/individual valoriza cada ser humano como único, em vez de enfatizar seu pertencimento a uma população específica, e está solidamente alicerçado nos avanços da genômica, especialmente na demonstração genética e molecular da individualidade genética humana e na comprovação da origem única e recente da humanidade moderna na África. Ele é fundamentalmente genealógico e baseado na história evolucionária humana - enfatiza a individualidade e a singularidade das pessoas e o fato de que a humanidade é uma grande família. Nele, a noção de raça humana perde totalmente o sentido e se desfaz como fumaça.

A mensagem principal deste livro é que se deve fazer todo esforço em prol de uma sociedade desracializada, que valorize e cultive a singularidade do indivíduo e na qual cada um tenha a liberdade de assumir, por escolha pessoal, uma pluralidade de identidades, em vez de um rótulo único, imposto pela coletividade. Esse sonho está em perfeita sintonia com o fato demonstrado pela genética moderna: cada um de nós tem uma individualidade genômica absoluta, que interage com o ambiente para moldar uma exclusiva trajetória de vida.

A Invenção das Raças

Parece existir uma noção generalizada de que o conceito de raças humanas e sua indesejável conseqüência, o racismo, são tão velhos como a humanidade. Há mesmo quem pense neles como parte essencial da "natureza humana". Isso não é verdade. Pelo contrário, as raças e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade.

Desde os primórdios da humanidade houve violência entre grupos humanos, mas só na era moderna essa violência passou a ser justificada por uma ideologia racista. De fato, nas civilizações antigas não são encontradas evidências inequívocas da existência de racismo (que não deve ser confundido com rivalidade entre comunidades). É certo que havia escravidão na Grécia, em Roma, no mundo árabe e em outras regiões. Mas os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra e não havia a idéia de que fossem "naturalmente" inferiores aos seus senhores. A escravidão era mais conjuntural que estrutural - se o resultado da guerra tivesse sido outro, os papéis de senhor e escravo estariam invertidos.

A emergência do racismo e a cristalização do conceito de raças coincidiram historicamente com dois fenômenos da era moderna: o início do tráfico de escravos da África para as Américas e o esvanecimento do tradicional espírito religioso em favor de interpretações científicas da natureza.

Diversidade Humana

Antes de prosseguirmos, proponho ao leitor um simples experimento. Dirija-se a um local onde haja grande número de pessoas - uma sala de aula, um restaurante, o saguão de um edifício comercial ou mesmo a calçada de uma rua movimentada. Agora observe cuidadosamente as pessoas ao redor.

Deverá logo saltar aos olhos que somos todos muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito diferentes. Podemos ver grandes similaridades no plano corporal, na postura ereta, na pele fina e na falta relativa de pêlos, características da espécie humana que nos distinguem dos outros primatas.

Por outro lado, serão evidentes as extraordinárias variações morfológicas entre as diferentes pessoas: sexo, idade, altura, peso, massa muscular e distribuição de gordura corporal, comprimento, cor e textura dos cabelos (ou ausência deles), cor e formato dos olhos, formatos do nariz e lábios, cor da pele etc.

Essas variações são quantitativas, contínuas, graduais. A priori, não existe absolutamente qualquer razão para valorizar uma ou outra dessas características no exercício de perscrutação. Mas logo se descobre que nem todos os traços têm a mesma relevância. Alguns são mais importantes; por exemplo, quando reparamos que algumas pessoas são mais atraentes que outras.

Além disso, há características que podem nos fornecer informações sobre a origem geográfica ancestral das pessoas: uma pele negra pode nos levar a inferir que a pessoa tenha ancestrais africanos, olhos puxados evocam ancestralidade oriental etc. Mas isso é tudo: não há nada mais que se possa captar à flor da pele.

Pense bem. Como é possível que o fato de possuir ancestrais na África faça o todo de uma pessoa ser diferente de quem tem ancestrais na Ásia ou Europa? O que têm a pigmentação da pele, o formato e a cor dos olhos ou a textura do cabelo a ver com as qualidades humanas singulares que determinam uma individualidade existencial? Tratar um indivíduo com base na cor da sua pele ou na sua aparência física é claramente errado, pois alicerça toda a relação em algo que é moralmente irrelevante com respeito ao caráter ou ações daquela pessoa.

1 Kaufman, J. S., "How Inconsistencies in Racial Classification Demystify The Race Construct in Public Health Statistics". Em: Epidemiology, 10:108-11, 1999.
2 Gates, H. L., "The Science of Racism". Em: The Root (www.theroot.com/id/46680/output/print), 2008.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cien ... 3011.shtml
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Fernando Silva
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

O censo deveria registrar a etnia, mas escolas e empresas não deveriam pedir isto em seus formulários de inscrição. Se faz diferença para elas, então há algo de errado.

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Herf
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Herf »

Jack Torrance escreveu:
Herf escreveu:O Magnoli explica isso como nenhum outro. Teve um debate dele contra o Frei Beto que eu fiquei até com pena do padre.


Vi no YouTube e achei com o frei David Santos.

Esse frei aí defende que 88% das vagas nas universidades públicas deveriam ser pra cotistas.

http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?f=1&t=19 ... &sk=t&sd=a

Sim, me enganei. É esse frei David mesmo.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Ayyavazhi »

Fernando Silva escreveu:O censo deveria registrar a etnia, mas escolas e empresas não deveriam pedir isto em seus formulários de inscrição. Se faz diferença para elas, então há algo de errado.


De fato, Fernando. Já está passando da hora de perguntarmos qual a necessidade de informar a etnia. Acho que o texto do BMB explica isso também. Apatia e descaso totais. Não importa de onde venha o comando, a gente apenas obedece. E já aprendemos a sentar, deitar, rolar e fingir de morto.


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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

A escravidão no Brasil durou aproximadamente 350 anos. Neste período os escravos (índios e negros) sustentaram a nação, produziram riquezas, desenvolveram ativos contribuindo para o progresso da nação, sofreram atrocidades inimagináveis para os dias de hoje e quando conseguiram a tão sonhada liberdade saíram literalmente com uma mão na frente e outra atrás.
Se nos dias de hoje ainda encontramos o preconceito racial, imaginem na época. O período pós abolição talvez tenha sido pior que o da escravidão para os negros na época. Sem terras pra trabalhar foram marginalizados pela sociedade, largados a própria sorte ou na mão de Deus como preferirem.
Desde então a população negra luta pela sobrevivência, pelo seu espaço e felizmente assistimos o preconceito sendo erradicado da nossa sociedade. Mas existe uma dívida muito grande com essas populações e essa dívida precisa ser reconhecida e ressarcida.
Porém a forma com que o governo está tratando o assunto ao meu ver está incitando o racismo quando deveria combatê-lo. No caso das quotas o governo poderia estipular quotas para os pobres ao invés das quotas raciais. Teria o mesmo efeito sem tocar na questão racial, seria mais aceita pela sociedade já que os mais afortunados tem condições de pagar por ensino, combateria a desigualdade, incentivaria a o ensino particular etc...
É isso... Fui!
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Fernando Silva
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

Alcioneijr escreveu:Desde então a população negra luta pela sobrevivência, pelo seu espaço e felizmente assistimos o preconceito sendo erradicado da nossa sociedade. Mas existe uma dívida muito grande com essas populações e essa dívida precisa ser reconhecida e ressarcida.

Não devo nada a ninguém. E não se esqueça de que os escravos não eram contra a escravidão - eram contra serem escravos. Quando se libertavam, compravam escravos para eles.
Alcioneijr escreveu:Porém a forma com que o governo está tratando o assunto ao meu ver está incitando o racismo quando deveria combatê-lo. No caso das quotas o governo poderia estipular quotas para os pobres ao invés das quotas raciais.

Sim. O governo está dizendo aos negros: "Vocês são diferentes dos brancos e têm direitos especiais por serem negros". Está apenas reforçando a diferença e o racismo.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Alcioneijr escreveu:A escravidão no Brasil durou aproximadamente 350 anos. Neste período os escravos (índios e negros) sustentaram a nação, produziram riquezas, desenvolveram ativos contribuindo para o progresso da nação, sofreram atrocidades inimagináveis para os dias de hoje e quando conseguiram a tão sonhada liberdade saíram literalmente com uma mão na frente e outra atrás.
Se nos dias de hoje ainda encontramos o preconceito racial, imaginem na época. O período pós abolição talvez tenha sido pior que o da escravidão para os negros na época. Sem terras pra trabalhar foram marginalizados pela sociedade, largados a própria sorte ou na mão de Deus como preferirem.
Desde então a população negra luta pela sobrevivência, pelo seu espaço e felizmente assistimos o preconceito sendo erradicado da nossa sociedade. Mas existe uma dívida muito grande com essas populações e essa dívida precisa ser reconhecida e ressarcida.
Porém a forma com que o governo está tratando o assunto ao meu ver está incitando o racismo quando deveria combatê-lo. No caso das quotas o governo poderia estipular quotas para os pobres ao invés das quotas raciais. Teria o mesmo efeito sem tocar na questão racial, seria mais aceita pela sociedade já que os mais afortunados tem condições de pagar por ensino, combateria a desigualdade, incentivaria a o ensino particular etc...
É isso... Fui!


Lutar pela sobrevivência todos lutam, admitam negros e índios ou não. Mas só por ter nascido não-negro e não-índio não tenho que ( apesar de me matar estudando e trabalhando ) ser descaradamente passada pra trás por gente que se diz negra quando nem é, para, junto com governos que só querem votos de cúmplices, entrarem pela porta dos fundos sem fazer força alguma.
Se antes negros e índios tinham ódio e despeito de brancos, agora se aliam com governantes populistas (e que são a verdadeira elite se refestelando com dinheiro de TODOS nós) para retaliar coisas do passado.
Sou descendente de judia. Quero cotas porque alemães exterminaram e escravizaram a minha família.
E mais: a escravização negra começou com os próprios negros dentro da África. Não adianta vir jogar pedra no telhado do vizinho.

Mas é assim mesmo: com negros e índios tirando aquelas notas ridículas nos vestibulares, jamais darão conta do que enfrentarão pela frente. Sem contar que estão sucateando o ensino público mais ainda. Novo apartheid à vista. Não tem jeito.
Deveriam é parar de choramingar séculos a fio e exigir que governos corruptos corruptores parem de provocar mais ódio e enfrentamento racial e consertem a base do ensino. Oportunidades iguais não é fazer gente furar a fila, é parar de se meter na vida das pessoas atrapalhando mais ainda. Mas disto que vivem as urnas.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Fernando Silva escreveu:Não devo nada a ninguém.

Você não. Mas a sociedade deve. Quando vc vê uma favela de maioria negra ou mestiça ali está uma dívida criada pelo racismo. Quando eu falo em ressarcimento, falo em trazer todas essas pessoas para cidadania. Colocando-as em condição de igualdade para que não fiquem a margem na sociedade.
Fernando Silva escreveu:E não se esqueça de que os escravos não eram contra a escravidão - eram contra serem escravos. Quando se libertavam, compravam escravos para eles.

Quantos casos? Um pra mil? Isso muda o fato?
Fernando Silva escreveu:Sim. O governo está dizendo aos negros: "Vocês são diferentes dos brancos e têm direitos especiais por serem negros". Está apenas reforçando a diferença e o racismo.

Então o governo precisa dizer: "Vcs foram marginalizados e prejudicados até hoje. Agora precisam de ajuda para alcançarem a condição que lhes é de direito"
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:Não devo nada a ninguém.

Você não. Mas a sociedade deve.


A sociedade somos nós. Os negros também devem algo a eles mesmos: levantar a cabeça e parar de encher o saco com vitimização ( e pode apostar, o que fazem se dão muito bem ).

Quando vc vê uma favela de maioria negra ou mestiça ali está uma dívida criada pelo racismo.

Da elite POLÍTICA E DOS PRÓPRIOS NEGROS, que adoram se gabar de suas belezas, mas alisam e pintam os cabelos de loiro, querem morar em bairro de "bacana" ( argh!) mas enchem o saco com lixo de música que se gaba de ser perferia e outras coisas que tais.
Quando eu falo em ressarcimento, falo em trazer todas essas pessoas para cidadania. Colocando-as em condição de igualdade para que não fiquem a margem na sociedade.


Passando na frente dos que estudam, mesmo sendo pobres, só porque têm a pele mais escura? Eles que busquem igualdade de outra forma menos racista! Ademais, querer igualdade total é coisa de gente burra. Eu não quero ser igual a ninguém. Quero o que faço por merecer. Nem mais, nem menos, muito menos às custas dos demais.
Fernando Silva escreveu:E não se esqueça de que os escravos não eram contra a escravidão - eram contra serem escravos. Quando se libertavam, compravam escravos para eles.

Quantos casos? Um pra mil? Isso muda o fato?


Milhares. Muda que não se pode apontar o dedo sujo para o nariz do vizinho que nunca escravizou ninguém, mas que já foi assaltado e humilhado à força em nome de fazer "justiça".
Fernando Silva escreveu:
Sim. O governo está dizendo aos negros: "Vocês são diferentes dos brancos e têm direitos especiais por serem negros". Está apenas reforçando a diferença e o racismo.

Então o governo precisa dizer: "Vcs foram marginalizados e prejudicados até hoje. Agora precisam de ajuda para alcançarem a condição que lhes é de direito"


Furando a fila, vendendo sua dignidade barato e continuar choramingando que quem não chora, não mama.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Apo,

No Brasil existe legislação para combater a descriminação racial. Portanto cuidado com essa sua língua venenosa.

Se você crê que os negros/mestiços competem nas mesmas condições que os brancos você só pode viver em outro país. Por acaso seu nome é Alice?

Minha querida... Eu moro em uma cidade que foi colonizada por Alemães. Cansei de escutar estórias de que contratações para trabalhar em fábricas eram feitas baseadas na etnia das pessoas. O Contratante olhava por cima e as cabeças mais loirinhas ganhavam a vaga.

E quanto as pessoas que vivem nas favelas. Sabe-se lá a distância da escola mais próxima para elas estudarem. Sabe-se lá a qualidade de ensino nessas escolas. Sabe-se lá as dificuldades que elas encontram na família e meio onde estão inseridas. Sabe-se lá das rebeldias que elas desenvolvem quando policiais invadem suas casas infringindo seus direitos humanos.

E quanto ao legado. Vc considerou as famílias desestruturas pelas heranças do passado? E falando em herança está ai outra coisa que vc também não deve ter considerado.

E se você não tem essas considerações quando trata a questão racial no Brasil é porque vc provavelmente é racista também.
Pessoas como você quando veem um negro na televisão sendo preso pensam: "Só pode ser negro mesmo".
Um pensamento mais ponderado diria: "Está aí um desafortunado que escolheu o caminho errado".

E caso queira saber eu não sou negro pra estar defendendo-os.
Ateísmo como pura vaidade é mais um dogma de certeza que não existe.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Fernando Silva »

Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:Não devo nada a ninguém.

Você não. Mas a sociedade deve. Quando vc vê uma favela de maioria negra ou mestiça ali está uma dívida criada pelo racismo.

Estou de saco cheio dessa lenga-lenga de "a culpa é da sociedade".
Se formos tentar reparar todas as injustiças do passado, podemos começar expulsando os brancos das Américas. Depois, vamos expulsar os índios que exterminaram os povos que chegaram antes deles.
Até chegar ... em Adão e Eva?

O que aconteceu no passado foi culpa dos que viveram no passado. Podemos tentar consertar o que está errado, mas não há dívidas a serem pagas.
Alcioneijr escreveu:Quando eu falo em ressarcimento, falo em trazer todas essas pessoas para cidadania. Colocando-as em condição de igualdade para que não fiquem a margem na sociedade.

Igualdade de chances, mais nada. Quem quiser que as aproveite, quem não quiser que se dane.
Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:E não se esqueça de que os escravos não eram contra a escravidão - eram contra serem escravos. Quando se libertavam, compravam escravos para eles.

Quantos casos? Um pra mil? Isso muda o fato?

Muda tudo. Você não pode julgar uma sociedade antiga pela mentalidade da sociedade atual.
Hoje, racismo é crime. Se houver um caso de racismo hoje, aplique-se a lei.
Alcioneijr escreveu:
Fernando Silva escreveu:Sim. O governo está dizendo aos negros: "Vocês são diferentes dos brancos e têm direitos especiais por serem negros". Está apenas reforçando a diferença e o racismo.

Então o governo precisa dizer: "Vcs foram marginalizados e prejudicados até hoje. Agora precisam de ajuda para alcançarem a condição que lhes é de direito"

Ajuda para remover as barreiras, mas não direitos especiais para quem tem esta ou aquela cor de pele.
Ajuda para consertar uma situação que está errada, não para "reparar injustiças". Isto é apenas vingança e só vai criar má vontade.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Fernando,

Se vc olhar para meu primeiro post verá que eu também não sou favorável as quotas. Portanto não tire palavras da minha boca.

E a injustiça foi cometida no passado mas o resultado dela está aí. Só não vê quem não quer.
Ateísmo como pura vaidade é mais um dogma de certeza que não existe.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Alcioneijr escreveu:Apo,

No Brasil existe legislação para combater a descriminação racial. Portanto cuidado com essa sua língua venenosa.


E eu acho bom que você pare de tentar me amordaçar porque depois de ter vivido uma ditadura de direita, não me dobro para ditaduras de esquerda que só querem o poder através de gente que vende seu voto por causa da cor da pele. Ou seja, o racismo é para com a minha pessoa: 100% BRANCA e daí? Eu não posso exigir direitos, mas os negros podem. Eu não posso fazer camiseta com escritos afrontosos, mas os negros podem. Vão se ferrar com o próprio veneno.
E aprenda a escrever: é DIScriminação.

Se você crê que os negros/mestiços competem nas mesmas condições que os brancos você só pode viver em outro país. Por acaso seu nome é Alice?

E querem continuar, assim podem furar a fila tirando vaga de quem realmente estuda sem nunca ter escravizado ninguém. Como a MINHA FILHA, por exemplo.

Minha querida... Eu moro em uma cidade que foi colonizada por Alemães. Cansei de escutar estórias de que contratações para trabalhar em fábricas eram feitas baseadas na etnia das pessoas. O Contratante olhava por cima e as cabeças mais loirinhas ganhavam a vaga.


Os negros devem, então, furara fila. Tá certo. É na marra, mesmo que com notas mais baixas PORQUE O GOVERNO OS QUER MAIS BURROS E DEPENDENTES! Você é cego.

E quanto as pessoas que vivem nas favelas. Sabe-se lá a distância da escola mais próxima para elas estudarem.


Assim como os colonos de pele alva que andam léguas para ir para à escola. Papo furado.
Mas negro não se importa de andar léguas para ir a baile funk.

Sabe-se lá a qualidade de ensino nessas escolas. Sabe-se lá as dificuldades que elas encontram na família e meio onde estão inseridas. Sabe-se lá das rebeldias que elas desenvolvem quando policiais invadem suas casas infringindo seus direitos humanos.


Ninguém manda ficar tendo filho em penca, dar dízimo na Igreja e viver em buteco de esquina. Enquanto isto, votam no Lulla.

E quanto ao legado. Vc considerou as famílias desestruturas pelas heranças do passado? E falando em herança está ai outra coisa que vc também não deve ter considerado.


A sua conversinha é rasa demais. Nem vou perder meu tempo. Legado todos nós temos. A diferença é o que fazemos dele. Deitar o burro na sombra e lamentar, ou vender a alma ao diabo não me parece muito digno e nem honesto.

E se você não tem essas considerações quando trata a questão racial no Brasil é porque vc provavelmente é racista também.


Isto é você quem está ditando. Sou racista se eu não for hipócrita. Tenho que amar todos do mesmo jeito e compactuar o estilo de vida e suas escolhas? Eu não e ninguém me obriga.

Pessoas como você quando veem um negro na televisão sendo preso pensam: "Só pode ser negro mesmo".

Você está sendo racista agora e ainda colocando pensamentos criminosos na minha cabeça. Contenha-se.


Um pensamento mais ponderado diria: "Está aí um desafortunado que escolheu o caminho errado".


Desafortunada sou eu, que branca e vinda de família pobre dei a volta por cima, mesmo com toda a pressão cristã para permanecer na pobreza e me conformar com o que deus me deu. E desafortunada sou eu porque tive só 1 filha, a quem dou tudo o que posso com sacrifício para poder estudar nas melhores escolas, sem choramingação. E quem sabe, estudar numa boa universidade por mérito e esforço, porque se ela for ser cúmplice do que estão fazendo com a universidade brasileira, EU terei fracassado.

E bem o que você disse: o cara que é um desafortunado ( por ter nascido de outra cor, imagino eu), ainda escolhe o caminho errado, tem mais é que se danar e responder pelas próprias escolhas, em lugar que ficar chantageando a sociedade, que já têm problemas demais!

E caso queira saber eu não sou negro pra estar defendendo-os.


E eu com isto. Não me interessa cor de ninguém.

E você não está defendo negros em hipótese alguma. Está defendendo um reacionarismo que incentiva o racismo.
Editado pela última vez por Apo em 06 Set 2009, 19:27, em um total de 1 vez.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Alcioneijr escreveu:Fernando,

Se vc olhar para meu primeiro post verá que eu também não sou favorável as quotas. Portanto não tire palavras da minha boca.

E a injustiça foi cometida no passado mas o resultado dela está aí. Só não vê quem não quer.


Não entendi mesmo. Você quer que corrijam as desigualdades, defende o pensamento do tal "orgulho negro" ( não sei por que alguém grita que se orgulha da cor e ao mesmo tempo dizer que os demais são racistas, contracenso total!), acha que eles são vítimas do passado ( que não acaba nunca porque não os interessa de fato ) e ainda pe contra as cotas?
O que você sugere?

Já aproveite e dê sugestões sobre a pobreza, os doentes mal atendidos pela saúde pública, os impostos que não são cobrados de igrejas e templos ( e poderiam, quem sabe, melhorar a qualidade de vida, a saúde e o ensino de raças inferiorizadas ), as crianças que os pobres põe no mundo e depois jogam em latas de lixo ( porque deus não gosta que se impeça os nascimentos de seus filhos, que ele não sustenta), problemas dos pobre coitados dos sem terra ( que são marginais disfarçados de pobres coitados, a maioria deles brancos...) e outros tantos.
Se você continuar com estes pensamentos cristãos, talvez possa ver que nada disto tem origem onde dizem e nada disto se resolve com ideologias socializantes e bandeiras igualitárias.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Darkside »

Deise Garcia escreveu:Fernando,

Se vc olhar para meu primeiro post verá que eu também não sou favorável as quotas. Portanto não tire palavras da minha boca.


Poxa, mas elas organizam tão bem os tópicos, não entendo essa birra.
"Temos uma coisa muito mais extraordinária: não só se consegue que uma mesa se mova magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde."

Alan Kardec, Obras Póstumas Pág. 237

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Apo »

Eu vou resumir a balela racista em que estão nos metendo para se perpetuar no poder.

Quando brancos se dizem brancos, os demais argumentam que brancos 100% não existem porque todo mundo tem um pouquinho de negro.
Logo, todos nós podemos nos auto-declarar negros e entrar pela porta dos fundos das cotas.
Mas só se auto-declaram negros os que compactuam com prerrogativas que privilegiam cor de pele e não mérito.

Quando negros são chamados de negros, é ofensa porque estão querendo dizer com isto, que eles são inferiores, burros, escravos etc. Mas eles podem se auto-declarar negros quando os interessa.
Brancos podem ser chamados de branquela azedo que não é ofensa. Mas não podem se declarar brancos porque isto quer dizer que são melhores do que os demais, mesmo sendo mesmo brancos e só por que tem que pagar por terem nascido brancos.

Todo negro é considerado vítima, escravo, incapaz e merecedor de privilégios ( em relação aos brancos )apenas porque é negro.
Todo branco é tido, a priori, como um escravizador malévolo e déspota ( em relação apenas aos negros ) apenas porque nasceu branco.

ISTO SIM É QUE É RACISMO IMPOSTO PELAS PARTES QUE SE INTERESSAM.
Mas provavelmente, eu que pagaria o pato.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Apo escreveu:
E eu acho bom que você pare de tentar me amordaçar porque depois de ter vivido uma ditadura de direita, não me dobro para ditaduras de esquerda que só querem o poder através de gente que vende seu voto por causa da cor da pele. Ou seja, o racismo é para com a minha pessoa: 100% BRANCA e daí? Eu não posso exigir direitos, mas os negros podem. Eu não posso fazer camiseta com escritos afrontosos, mas os negros podem. Vão se ferrar com o próprio veneno.

Se liga Apo... Deixa o seu egoísmo um pouco de lado e tenta entender o seu semelhante.

Apo escreveu:E querem continuar, assim podem furar a fila tirando vaga de quem realmente estuda sem nunca ter escravizado ninguém. Como a MINHA FILHA, por exemplo.


Não sou favorável as cotas... Já falei! Defendo que universidade pública deveria priorizar os pobres.
Mas isso não muda o fato de os negros estarem ainda sofrendo os efeitos da escravidão.

Apo escreveu:Os negros devem, então, furara fila. Tá certo. É na marra, mesmo que com notas mais baixas PORQUE O GOVERNO OS QUER MAIS BURROS E DEPENDENTES! Você é cego.

Se o governo os quisesse burro não os colocaria na universidade. Não viaja!

Apo escreveu:Assim como os colonos de pele alva que andam léguas para ir para à escola. Papo furado.
Mas negro não se importa de andar léguas para ir a baile funk.

Quando falo de questões culturais e legado me refiro a isso. Vc prefere o olhar mais crítico e eu o mais tolerante.

Apo escreveu:Ninguém manda ficar tendo filho em penca, dar dízimo na Igreja e viver em buteco de esquina. Enquanto isto, votam no Lulla.

Tudo é consequência de um processo que já veio errado lá do passado. O que vc está fazendo pra levar educação a essas pessoas? Dizendo que só vc tem direito a educação porque estudou. Elas que se ferrem e depois reclama da falta de educação delas. Que contra-senso em!
Corrigindo: Boteco.

Apo escreveu:A sua conversinha é rasa demais. Nem vou perder meu tempo. Legado todos nós temos. A diferença é o que fazemos dele. Deitar o burro na sombra e lamentar, ou vender a alma ao diabo não me parece muito digno e nem honesto.

Pessoas que enxergam o mundo com tanta intolerância são um perigo pra humanidade. A história mostra isso.

Apo escreveu:Isto é você quem está ditando. Sou racista se eu não for hipócrita. Tenho que amar todos do mesmo jeito e compactuar o estilo de vida e suas escolhas? Eu não e ninguém me obriga.

Se você respeita mesmo a liberdade deveria começar a entender o estilo de vida de outras pessoas. Pra se ter liberdade é preciso ter paz. E pra ter paz é preciso de tolerância. Coisa que vc demonstra não ter.

Apo escreveu:Desafortunada sou eu, que branca e vinda de família pobre dei a volta por cima, mesmo com toda a pressão cristã para permanecer na pobreza e me conformar com o que deus me deu. E desafortunada sou eu porque tive só 1 filha, a quem dou tudo o que posso com sacrifício para poder estudar nas melhores escolas, sem choramingação. E quem sabe, estudar numa boa universidade por mérito e esforço, porque se ela for ser cúmplice do que estão fazendo com a universidade brasileira, EU terei fracassado.


Eu também sou desafortunado mas não é por isso que eu vou adotar opiniões egoístas. Tive que trabalhar desde cedo e estudei em escolas públicas e como consequência de tudo isso, não tive um ensino médio suficiente para conseguir competir com afortunados que além de escolas particulares com ensino superior ao público, contam com cursinhos e disponibilidade de tempo para estudar. Infelizmente tive que me sacrificar e continuar trabalhando para pagar a faculdade enquanto filhos de afortunados desfrutam de ensino gratuito quando tem condições de pagar.

Apo escreveu:E bem o que você disse: o cara que é um desafortunado ( por ter nascido de outra cor, imagino eu), ainda escolhe o caminho errado, tem mais é que se danar e responder pelas próprias escolhas, em lugar que ficar chantageando a sociedade, que já têm problemas demais!

Quem tem menos oportunidades está mais propenso a andar por caminhos errados. É estatística. Poderia acontecer com seus filhos se eles não tivessem educação para guiá-los.

Apo escreveu:E você não está defendo negros em hipótese alguma. Está defendendo um reacionarismo que incentiva o racismo.

Reacionária é você que prefere o continuísmo do que vem sendo praticado á séculos.
Editado pela última vez por Alcioneijr em 06 Set 2009, 21:48, em um total de 1 vez.
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Darkside escreveu:
Deise Garcia escreveu:Fernando,

Se vc olhar para meu primeiro post verá que eu também não sou favorável as quotas. Portanto não tire palavras da minha boca.


Poxa, mas elas organizam tão bem os tópicos, não entendo essa birra.


Eu disse isso. Tu bebeu Dark?
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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Apo escreveu:Eu vou resumir a balela racista em que estão nos metendo para se perpetuar no poder.

Quando brancos se dizem brancos, os demais argumentam que brancos 100% não existem porque todo mundo tem um pouquinho de negro.
Logo, todos nós podemos nos auto-declarar negros e entrar pela porta dos fundos das cotas.
Mas só se auto-declaram negros os que compactuam com prerrogativas que privilegiam cor de pele e não mérito.

Quando negros são chamados de negros, é ofensa porque estão querendo dizer com isto, que eles são inferiores, burros, escravos etc. Mas eles podem se auto-declarar negros quando os interessa.
Brancos podem ser chamados de branquela azedo que não é ofensa. Mas não podem se declarar brancos porque isto quer dizer que são melhores do que os demais, mesmo sendo mesmo brancos e só por que tem que pagar por terem nascido brancos.

Todo negro é considerado vítima, escravo, incapaz e merecedor de privilégios ( em relação aos brancos )apenas porque é negro.
Todo branco é tido, a priori, como um escravizador malévolo e déspota ( em relação apenas aos negros ) apenas porque nasceu branco.

ISTO SIM É QUE É RACISMO IMPOSTO PELAS PARTES QUE SE INTERESSAM.
Mas provavelmente, eu que pagaria o pato.


Os negros ainda sofrem na pele os efeitos da escravidão e isso é um fato. Se você tem dificuldade de aceitar o que é fato não me admiro que combata com tanta veemência aquilo que carece de evidências.
Ateísmo como pura vaidade é mais um dogma de certeza que não existe.

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Re: Queremos dividir o Brasil?

Mensagem por Alcioneijr »

Apo escreveu:
Alcioneijr escreveu:Fernando,

Se vc olhar para meu primeiro post verá que eu também não sou favorável as quotas. Portanto não tire palavras da minha boca.

E a injustiça foi cometida no passado mas o resultado dela está aí. Só não vê quem não quer.


Não entendi mesmo. Você quer que corrijam as desigualdades, defende o pensamento do tal "orgulho negro" ( não sei por que alguém grita que se orgulha da cor e ao mesmo tempo dizer que os demais são racistas, contracenso total!), acha que eles são vítimas do passado ( que não acaba nunca porque não os interessa de fato ) e ainda pe contra as cotas?
O que você sugere?

Já aproveite e dê sugestões sobre a pobreza, os doentes mal atendidos pela saúde pública, os impostos que não são cobrados de igrejas e templos ( e poderiam, quem sabe, melhorar a qualidade de vida, a saúde e o ensino de raças inferiorizadas ), as crianças que os pobres põe no mundo e depois jogam em latas de lixo ( porque deus não gosta que se impeça os nascimentos de seus filhos, que ele não sustenta), problemas dos pobre coitados dos sem terra ( que são marginais disfarçados de pobres coitados, a maioria deles brancos...) e outros tantos.
Se você continuar com estes pensamentos cristãos, talvez possa ver que nada disto tem origem onde dizem e nada disto se resolve com ideologias socializantes e bandeiras igualitárias.


Não há CONTRA-SENSO. Já dei minha sugestão para o problema no primeiro post.

Os sem terras são um outro assunto que não convém nesse tópico. Mas não compartilho da mesma opinião que você. Se por um lado invadir terra que "pertencem" a alguém é uma agressão. Por outro lado escravizar ou privar pessoas do direito a subsistência é uma agressão maior ainda.
Ateísmo como pura vaidade é mais um dogma de certeza que não existe.

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