Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

André, olha o que e achei em 10 min de pesquisa:

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/rbhr/o ... tadual.pdf

Olha isto aqui e preste atenção ao art.5º:

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/rbhr/o ... tadual.pdf

De onde também se destaca este trecho:

A Constituição Brasileira de 1988 estabelece no § 1º do Artº 210 a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas:


"§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental".


Na mesma linha, a Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997, que deu nova redação ao Artº 33 da Lei nº 9.394/96, prevê sua organização, atribuindo a regulamentação aos respectivos sistemas de ensino:


"Artº 33 - O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural, religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.


Alguém põe a mão no fogo acerca da interpretação dúbia disto aqui? E quem controla o que é proselitismo ou não?

É como eu disse: o buraco é mais embaixo.
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

Estive lendo o documento e PDF em questão e, a menos que eu esteja muito equivocada, pode-se pensar que a Constituição diz um coisa, quando na verdade, ela afrouxa a questão com um blablabla que dá chance total ao abuso da fuga à laicidade. Vejamos:

I - Considerações Gerais sobre o ensino religioso e sua implementação


A Constituição Brasileira de 1988, reconhecendo os direitos sociais dos cidadãos, estabelece a promoção da cidadania e da dignidade como dever do Estado e da sociedade. Particularmente, no que diz respeito à função social da educação em geral - e da escola em particular -, a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9394/96), reforça este princípio constitucional, ao definir estes mesmos objetivos como deveres da escola e da comunidade.


Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também, enfatizam a necessidade de projetos pedagógicos capazes de introduzir a reflexão sobre a cidadania, bem como as práticas a ela pertinentes, no próprio cotidiano escolar.


Entende-se que o ensino religioso deve ser enfocado nessa perspectiva, considerando-se algumas especificidades da educação e da escola contemporâneas.


Em primeiro lugar, releve-se que o pensar contemporâneo sobre a educação tem insistido na descompartimentalização tradicional dos conhecimentos. O currículo marcado pela setorização dos conteúdos e pelo ensino fragmentado, tal como ocorria nas escolas no último século, vem cedendo lugar a uma concepção interdisciplinar de conhecimento. Resposta à demanda profissional, econômica e social contemporâneas pela competência de estabelecer relações, conectar fatos, fenômenos e dados, a interdisciplinariedade tem se afirmado como princípio curricular e de avaliação. Dessa forma, é preciso evitar a introdução de disciplinas estanques; contrariamente, se deve cuidar da articulação entre os saberes, priorizar a rede entre os conhecimentos e a polivalência das informações.


Paralelamente a este princípio, outro sobressai na pedagogia atual: a necessidade de contextualização do conhecimento. O significado dos conteúdos emerge da relação essencial entre informação e realidade, entre conhecimento prévio e conhecimento novo, entre teoria e aplicabilidade. Portanto, o planejamento de qualquer conteúdo ou disciplina deve ser feito levando-se em consideração as características, expectativas, conhecimentos e necessidades dos alunos a quem se destina.


Finalmente, tão fundamental quanto o papel da escola de desenvolver as competências de âmbito cognitivo, é o de trabalhar com seus alunos no sentido de explicitar que não há conhecimento, futuro e vida sem a competência de conviver com as diferenças (cultural, social, sexual, religiosa). As sociedades globalizadas, mas profundamente marcadas por desigualdades de condições de acesso a bens essenciais, encontram-se, em pleno século XXI, a mercê da violência urbana, dos conflitos étnicos e religiosos, do desemprego e da fome, da falência do núcleo familiar tradicional, da poluição que destrói o meio ambiente e a saúde. Somem-se a isso as juventudes desassistidas que buscam um projeto futuro e um sentido para a própria vida e de seus semelhantes, em meio a uma sociedade competitiva e consumista. Portanto, são bem-vindos todos os projetos educacionais (aí se podendo incluir o ensino religioso) que visam, direta ou indiretamente, o trabalho comunitário, a conscientização da responsabilidade pessoal e social e que estimulem e restaurem os valores humanos, de compromisso moral e ético, auxiliando a compreensão do homem e o autoconhecimento.


"Devemos cultivar, como utopia orientadora, o propósito de encaminhar o mundo para uma maior compreensão mútua, mais sentido de responsabilidade e mais solidariedade, na aceitação das nossas diferenças espirituais e culturais. A educação, permitindo o acesso de todos ao conhecimento, tem um papel bem concreto a desempenhar no cumprimento desta tarefa universal: ajudar a compreender o mundo e o outro a fim de melhor se compreender." (Jacques Delors, Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI - UNESCO). Ou nas palavras de Dom Lourenço de Almeida Prado : "(...) este direito universal à educação não será plenamente atendido se não for oferecido a cada um a educação que corresponda a sua vocação própria, a sua índole, a sua tradição e cultura, a sua participação na vida da sociedade..."


Dentro desta perspectiva, o ensino religioso pode vir a contribuir com os projetos pedagógicos das escolas e até rediscutí-los, à luz de uma concepção essencialmente formativa da educação.


II - O conteúdo


O ensino religioso nas escolas deve, antes de tudo, fundamentar-se nos princípios da cidadania e do entendimento do outro. O conhecimento religioso não deve ser um aglomerado de conteúdos que visam evangelizar ou procurar seguidores de doutrinas, nem associado à imposição de dogmas, rituais ou orações, mas um caminho a mais para o saber sobre as sociedades humanas e sobre si mesmo. As religiões são corpos doutrinais de construção histórica, têm contextos vinculados à etnologia, história social, geografia, arte, política, economia etc... Conhecê-las e desvendá-las significa ampliar a rede de conhecimentos dos estudantes sobre o patrimônio cultural humano e, ao mesmo tempo, propiciar-lhes suporte emocional e social do ponto de vista do binômio: autoconhecimento / alteridade (aprender a ser / aprender a conviver).


Nesse sentido, as propostas de ensino religioso devem enfatizar o respeito pelo outro, o trabalho com aqueles que se encontram em situação de exclusão social, promovendo formas voluntárias e autônomas de participação e levando a um compromisso com as questões sociais e a uma possibilidade de intervenção: tais práticas são caminhos viáveis para a promoção da cidadania. Do mesmo modo, o compromisso com valores como honestidade, justiça, amor ao próximo, bondade e solidariedade devem ser incentivados. Estes valores ligados a uma ética que, específica para cada grupo social e religioso, apresenta elementos que podem ser vistos como universais, devem ser assumidos na organização dos temas.


Visto sob a perspectiva histórica, o ensino religioso pode promover o reconhecimento daquilo que diferencia grupos sociais e estilos de vida, sem quaisquer formas de discriminação ou hierarquização dos mesmos. Com o auxílio de outros campos de produção de conhecimento - história, antropologia, geografia, sociologia, literatura e arte, entre outros, pode-se combater o estranhamento tão freqüente em relação às práticas culturais diferentes, uma vez que a promoção deste conhecimento é condição determinante para o combate à ignorância e aos preconceitos dela resultantes. Dito por outras palavras, o ensino religioso, entendido como um dado da cultura e da identidade, é capaz de contribuir para uma visão mais filosófica da existência, presente em todas as formas de crença.


Tratada a partir de suas perspectivas antropológicas e históricas, as religiões podem promover, pelo conhecimento, o respeito e a valorização da identidade cultural. Assim, podem ser uma porta de acesso para outros valores e práticas culturais, identificáveis na arte de seus templos, nos cantos e nos rituais, nos textos sagrados (no caso das sociedades letradas), nas concepções de tempo que as orientam, nas permissões e proibições estabelecidas, entre tantas outras possibilidades. Para isto, seu estudo deve ter como premissa fundamental a idéia da tolerância para com a diversidade, sem que isto signifique a negação da própria crença ou o direito de apregoá-la. Pelo contrário, a tolerância implica ver o outro como um igual, cujo pensamento religioso, do mesmo modo, é um esforço por dotar a vida de significados. Este é um aspecto fundamental quando se considera a história do Brasil e particularmente, do Estado de São Paulo, tão marcado por sincretismos religiosos e culturais. Aqui se encontram desde as concepções animísticas dos indígenas, passando pela tradição cristã católica romana trazida pelos primeiros colonizadores, até os cultos afro-brasileiros ligados à existência da escravidão, bem como os diversos ramos do catolicismo e os diversos ramos do protestantismo, o judaísmo, o islamismo, o budismo e outras religiões orientais, todos eles conseqüência de séculos de movimentos migratórios internos e externos. Somente a ênfase nos aspectos culturais dessas religiões, nos grupos étnicos aos quais elas se relacionam e no diálogo entre diferentes culturas poderá garantir que o ensino religioso, de fato, leve a um convívio respeitoso entre os divergentes. Deste modo, também, ele estará não apenas atendendo às diretrizes estabelecidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, particularmente no tocante aos chamados "temas transversais", mas principalmente indicando um modo possível - e adequado - para o tratamento destes temas.


Isto posto, fica claro que o ensino religioso deve ser tratado como área de conhecimento em articulação com os demais aspectos da cidadania, como saúde, sexualidade, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, arte etc.


O ensino religioso, nesta concepção, articula-se substancialmente com os princípios legais vigentes, seja na proibição de qualquer tipo de proselitismo, seja na coerência com os princípios e fins da educação nacional que apregoa: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância.


Nesse sentido, nunca é demais ressaltar a necessidade das escolas observarem, na formulação dos conteúdos e procedimentos didáticos, o respeito à pluralidade cultural e religiosa dos alunos, como já ressaltamos anteriormente, e da não discriminação de minorias religiosas, assim como dos que não professem nenhum credo. É preciso, na organização dos temas a serem tratados, dar conta de uma escolha que abranja vários credos, cristãos ou não cristãos. Para concretização desta proposta, recomendamos a organização de atividades supra-confessionais, com projetos interdisciplinares que façam sentido para todos os alunos. Recomendamos também o tratamento do ensino religioso como tema transversal, o que permitiria implementar a proposta de uma abordagem filosófica, com lugar para a reflexão sobre valores e princípios éticos e o conhecimento da história das religiões. Isso poderia trazer a possibilidade de um efetivo diálogo entre várias áreas do conhecimento, como língua portuguesa e literatura, história, geografia, artes etc, trazendo para a reflexão coletiva, de forma contextualizada, as religiões e suas práticas, percursos, crenças e experiências individuais.


A Secretaria de Estado da Educação deverá promover encontros e atividades que incentivem a discussão entre as várias instâncias das escolas estaduais, no sentido de implementar as diretrizes propostas nesta Indicação. Deve também promover a capacitação de seus professores e elaborar manuais com textos e orientações que os auxiliem no desenvolvimento dos temas a serem tratados.

...


O que achas? Não me espanta em nada. É bem Brasil isto aqui.
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

Acho bom se acostumarem a rasgar as Cartas Ma(li)gnas brasileiras. Até porque elas nunca valeram muito mesmo.

É só continuar pesquisando e encontra-se a realidade.

http://www.gper.com.br/documentos/efeti ... parana.pdf
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

DF
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/ ... u6726.jhtm

Vale ler o trabalho desta autora, para perceber que a laicidade está longe da mentalidade nacional e acadêmica, onde muitas vezes ainda é aceita a noção de que a Igreja está dentro do Estado, sendo impossível desvinculá-la deste e de suas diretrizes em todos os campos da vida pública.


http://www.educacao.ufrj.br/revista/ind ... chmann.pdf
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André
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por André »

Apo somente tenho a dizer que é lamentável que sobre o suposto pretexto de "respeito a diversidade cultural" e através de emendas a Constituição, ou seja coisas que anteriormente não estavam lá(devido a pressão de grupos religiosos, principalmente) isso exista.

Diante disso, os descrentes e todos aqueles que defendem o estado laico, e ai temos crentes tb, fiquem sabendo disso, e lutem para mudar.

Ao que parece o ensino religioso ensina sobre todas as religiões, se esse for o caso, não pode ser alguém que fez teologia para uma religião, como um teólogo cristão. Pois obviamente vai distorcer a favor da sua religião. Se for um profissional de história, com especialização em história das religiões, a coisa melhora um pouco, mas ainda assim há muito espaço para proselitismo. E tal disciplina é desnecessária, melhor seria dar mais horas a história e filosofia, e que esses professores, tocassem na questão das religiões.

Estou especialmente curioso para saber qual a qualificação do professor de religião, e como se processa isso. Se tivesse mais tempo, quem sabe pós-mestrado, irei a escolas, procurar essas aulas, e vou tentar assistir como observador, para analisar melhor.

Acabei de ler isso em um dos links que postou APO Esse

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2008/ ... u6726.jhtm

" os professores são contratados por religião e a aula é ministrada conforme a doutrina do docente. "

Vixi problemas a vista.

-Quais religiões aparecem? Não acredito que vão achar todas, como vão escolher? Vão ter aulas com múltiplos cristãos de diferentes facções?

- visão alternativa as religiões é apresentada? Provavelmente não, o que pode levar milhões de crianças a acharem que elas têm que escolher uma religião, como quem joga na loteria, se for sorteado é salvo. Ser descrente não é uma religião mas é uma postura diante delas, e a história dos descrentes, de quem desafiou as Igrejas, certamente pode ser contada. Assim como posicionamentos ateu, agnóstico, céticos, explicados.

-Que tipo de aula é? E como garantir que não vai haver proselitismo se o professor é membro de uma organização religiosa, e a estudou inclusive para defender. Isso não é ausência de proselitismo, isso é proselitismo de todas as partes, exceto dos sem religião. Que são novamente, marginalizados.

Problemas, muitos problemas a vista....
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

Pois é. Mas estes problemas sempre estiveram presentes, como eu tinha colocado. O pior é que, no meu tempo, ninguém questionava, portanto passava sem maiores traumas. Agora, fazem manobras, usam textos cheios de falácias tendenciosas e no fim, fica pior a emenda que o soneto. Isto porque há uma grande concorrência e novos entrantes no mercado, querendo um naco das mentes infantis ( e seus bolsos, no futuro). Mas o Estado já cobra para alienar as cabeças deles, através de impostos.

E eu pergunto o que sempre perguntei: adianta querer mudar o status quo e o modus operandi desta corja? O único jeito é ter grana e escolher o colégio particular dos filhos: ou o que professa a sua religião e por isto nem pega assim tão pesado, ou coloca o filho numa escola verdadeiramente laica ( eu digo laica no sentido de ensinar apenas disciplinas científicas e nenhum tipo de filosofia teísta ).

Infelizmente é isto. Nunca se iluda com Constituições. Elas servem a eles e não a nós.
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por André »

Apo escreveu:Pois é. Mas estes problemas sempre estiveram presentes, como eu tinha colocado. O pior é que, no meu tempo, ninguém questionava, portanto passava sem maiores traumas. Agora, fazem manobras, usam textos cheios de falácias tendenciosas e no fim, fica pior a emenda que o soneto. Isto porque há uma grande concorrência e novos entrantes no mercado, querendo um naco das mentes infantis ( e seus bolsos, no futuro). Mas o Estado já cobra para alienar as cabeças deles, através de impostos.

E eu pergunto o que sempre perguntei: adianta querer mudar o status quo e o modus operandi desta corja? O único jeito é ter grana e escolher o colégio particular dos filhos: ou o que professa a sua religião e por isto nem pega assim tão pesado, ou coloca o filho numa escola verdadeiramente laica ( eu digo laica no sentido de ensinar apenas disciplinas científicas e nenhum tipo de filosofia teísta ).

Infelizmente é isto. Nunca se iluda com Constituições. Elas servem a eles e não a nós.



O ensino religioso mudou, mas continua sendo espaço para proselitismos. Agora não apenas o proselitismo católico. Essa foi a mudança. É importante que mais e mais descrentes, e aqueles que acreditam em um Estado laico, saibam disso, pois pelo que andei perguntando, parece que muita gente não sabe.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

Pelo menos nem tudo está perdido nas universidades federais. :emoticon33:

NOTÍCIAS

UFRGS promove Aula Magna com Nélio Bizzo (15/09/2009)

Acontece amanhã, quarta-feira, às 10h, no Salão de Atos da Reitoria (Av. Paulo Gama, 110- Campus Centro), a Aula Magna “Darwin: O Postilhão dos Andes”, que será proferida por Nélio Vincenzo Bizzo. Com atuação nas áreas de ensino da evolução e darwinismo, Nélio Bizzo é professor na Universidade de São Paulo (USP), tendo sido credenciado para pesquisar os manuscritos e a biblioteca pessoal de Charles Darwin. No evento, que faz parte do Simpósio Darwin 200 anos e integra as comemorações dos 75 anos da UFRGS, será lançado o livro “Darwin: do Telhado das Américas à Teoria da Evolução”.
Entrada franca.

Mais informações pelos telefones 3308-3034 e 3308-3933. A Aula Magna será transmitida ao vivo pela Rádio da Universidade, que pode ser ouvida pela freqüência 1080 AM e pela internet, através do link relacionado.

Link relacionado:
www.ufrgs.br/radio/
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Johnny »

Pois é dona Apocaliptika. E com todas estas nuances extravagantes e exageradas de nossos esse-lentíssimos homens do poder, ainda vem Monsier Fernadô achar que nossa sociedade pode ser modificada a ponto de exigirmos um corpo votante consciente nas esferas mais baixas da sociedade.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:Pois é dona Apocaliptika. E com todas estas nuances extravagantes e exageradas de nossos esse-lentíssimos homens do poder, ainda vem Monsier Fernadô achar que nossa sociedade pode ser modificada a ponto de exigirmos um corpo votante consciente nas esferas mais baixas da sociedade.

Ela pode e tem que ser modificada.
Ou você acha que o povão nunca chegará a um nível mental que lhe permita escolher os próprios representantes?

Sim, é verdade que há um monte de gente no poder que prefere manter seus currais de eleitores submissos, mas eu faço o pouco que eu posso para mudar isto, pelo menos entre os que me estão mais próximos.

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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Johnny »

Fernando Silva escreveu:Ela pode e tem que ser modificada.
Ou você acha que o povão nunca chegará a um nível mental que lhe permita escolher os próprios representantes?

Com a educação hoje em níveis de 4,5 no PAÍS(fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/)? Acho! Aliás, tenho certeza. E veja bem Fernando, estou falando de EDUCAÇÃO E CULTURA, não educação moral familiar.

Fernando Silva escreveu:Sim, é verdade que há um monte de gente no poder que prefere manter seus currais de eleitores submissos, mas eu faço o pouco que eu posso para mudar isto, pelo menos entre os que me estão mais próximos.

Infelizmente Fernando, somos poucas andorinhas. E para atrapalhar existem muitos gaviões, falcões, gatos e outros bixos para nos devorar. Espiritas são pensantes e críticos (E S P I R I T A S) mas a maioria das religiões dominantes no nosso país (90% aproximadamente portanto) são exatamente o contrário, o tal do é a vontade de Deus e ponto. Somando isso aos partidos religiosos, bem, acho que já respondi sua pergunta.

Ontem estava conversando com meu dentista (um dos) que fez doutorado na Unicamp. Saiu daqui do nordeste para fazer um doutorado aí pois por aqui, ninguém "quer-ia". Mas ele disse que está mudando muita coisa na UFESE, onde ele é membro. Teremos mudanças, claro. Em pouco tempo? Não sei, nem Diná sabe.

Salvador está passando por um momento de transição, onde o coronelismo que protegia, deixou de existir e a lambança está tomando conta. Tomando como referência o RJ, eu acredito que a população chegará num ponto em que o caos será tão grande, que os cérebros terão que entrar em reset e só aí passarão a buscar uma solução. Mas se algum esperto entrar lá e conseguir manter o caos em níveis aceitáveis, daí esqueça. Vai ficar assim eternamente ou até que alguns revolucionários arrisquem as vidas e botem o povo na rua contra o sistema.

O que você acha?
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:O que você acha?

Sou pessimista por natureza. Minha esperança é continuar caminhando por entre as balas e não ser atingido.

1. O governador daqui tirou das ruas mais de 2/3 das vans que atravancavam o trânsito. Já apareceram as pichações contra ele. Daqui a pouco, volta tudo ao que era dantes.

2. A polícia ocupou algumas favelas e expulsou os bandidos: aumentou o número de assaltos e roubos de carro.

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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

Fernando Silva escreveu:
Johnny escreveu:O que você acha?

Sou pessimista por natureza. Minha esperança é continuar caminhando por entre as balas e não ser atingido.

1. O governador daqui tirou das ruas mais de 2/3 das vans que atravancavam o trânsito. Já apareceram as pichações contra ele. Daqui a pouco, volta tudo ao que era dantes.

2. A polícia ocupou algumas favelas e expulsou os bandidos: aumentou o número de assaltos e roubos de carro.


Fernando...quando estive no Rio este ano, os motoristas de táxi agiam de forma muito estranha. Todos faziam questão de trazer à conversa a questão da volência. E todos afirmavam sonoramente que as coisas estavam "muito diferentes agora", referindo-se a uma mudança no quesito criminalidade e segurança da cidade.
Parece coro de pau mandado em nome do turismo, não?
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Re: Enquete do Senado: ensino religioso nas escolas públicas.

Mensagem por Apo »

Johnny escreveu:Pois é dona Apocaliptika. E com todas estas nuances extravagantes e exageradas de nossos esse-lentíssimos homens do poder, ainda vem Monsier Fernadô achar que nossa sociedade pode ser modificada a ponto de exigirmos um corpo votante consciente nas esferas mais baixas da sociedade.


Primo, não sei mais em que parâmetro se pode julgar o que é consciência de voto.
Parece um blablabla em sentido exigir a tal consciência quando 99% dos candidatos não presta.
Novos entrantes deste mercado rendoso não tem escrito na testa se prestam ou não. A força da máquina em cima deles expulsa todo aquele que quiser agir honestamente. Simplesmente o botão do foda-se acaba por ser ligado.
O povo também não é de todo honesto, mas é ignorante ou cúmplice porque não tem outro jeito.
Até gente com experiência política, de vida, viajada, estudada e espiritualizada :emoticon12: acaba por repetir umas frases feitas quase sem perceber! Esta é a nosso miopia e não utopia! É assim que obecedemos ao poder que nos monitora. Pensamos que votamos e isto basta como exercício de democracia e sinal de que estamos no caminho da civilização. Não é verdade. Estamos na direção errada, porque os ventos nos empurram e não vemos o que está em outras direções. Governantes e candidatos sabem disto e riem-se à farta. O modelo está funcionando como nunca.
Gente que pensa diferente, ou é do contra, ou maluca, ou revoltada sem causa, ou nazista, ou paranóica, ou golpista ou FDP.
Ou seja, não sei para onde vamos, e quem manda é o dinheiro. Se o mundo for bem, apenas das falcatruas, acabamos por colher alguns frutos porque fazemos parte do mercado ( enquando o mercado estiver aberto para nós, óbvio). Mas melhor que isto, desenvolvimento mesmo econômico e social...duvido.
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Trancado