Unimed e Hospitais Fleury usam remédios roubados
Enviado: 23 Set 2009, 08:45
Remédios roubados em hospitais públicos de SP são encontrados em unidades de saúde particulares do país
Plantão | Publicada em 22/09/2009 às 20h25m
Jornal Nacional, SPTV, O Globo
SÃO PAULO - Remédios roubados de hospitais públicos de São Paulo foram encontrados em mais de 20 unidades de saúde particulares, entre elas, dois grandes hospitais da capital paulista. A Vigilância Sanitária fiscalizou 22 unidades particulares de saúde entre clínicas, hospitais, laboratórios e distribuidoras de medicamentos. Na vistoria, foram encontradas irregularidades em todas elas.
Pelo menos dez caixas do medicamento Mabthera, remédio usado no tratamento contra o câncer, vendido por até R$ 5,8 mil cada um, foram encontrados por fiscais da Vigilância Sanitária no Fleury Hospital Dia. Outra caixa foi achada numa clínica oncológica em Higienópolis, na região central. Segundo a Vigilância Sanitária, elas pertencem a lotes roubados de hospitais públicos.
- Os dois apresentaram notas ficais da compra por preços semelhantes aos de mercado - disse o delegado Sérgio Norcia, do Departamento de Polícia de Proteção da Cidadania (DPPC) e responsável pela Operação Medula.
Um hospital do Maranhão pagou mais barato pelo Mabthera: R$ 4,9 mil. O mesmo preço pago pelo Instituto Goiano de Oncologia. Cooperativas Unimed do Rio Grande do Sul, de Curitiba e de Uberaba, em Minas Gerais, fizeram negócios com distribuidoras clandestinas.
- Com relação aos compradores desses medicamentos, no mínimo nos surge a dúvida com relação à conduta deles. É justamente por isso que está se instaurando inquérito policial para apurar essa conduta - disse o delegado Alexandre Zakir.
Também foram apreendidas mais de 200 notas fiscais. Os documentos mostram que os estabelecimentos fiscalizados compravam remédios de 13 distribuidoras em situação irregular. Quatro delas pertencem à quadrilha presa na última sexta-feira, durante a operação Medula, acusada de receptação de medicação roubada.
O laboratório Fleury se diz vítima e diz que seguiu os procedimentos legais para fazer a compra.
- Em todos os processos foram obedecidas as políticas internas de compras, análises desses processos, números, variação de preços e tudo o mais - explicou Mauro Figueiredo, presidente do Grupo Fleury.
A Unimed do Rio Grande do Sul reconheceu que em 2008 comprou remédios de uma das distribuidoras investigadas. E que por motivos administrativos decidiu descadastrar a empresa.
A Unimed de Uberaba informou que desconhecia que a origem do medicamento fosse duvidosa.
A Unimed de Curitiba não se pronunciou,
Este ano, foram roubados quase 1,3 mil frascos de Mabthera. Até agora foram recuperadas apenas 72 unidades.
Plantão | Publicada em 22/09/2009 às 20h25m
Jornal Nacional, SPTV, O Globo
SÃO PAULO - Remédios roubados de hospitais públicos de São Paulo foram encontrados em mais de 20 unidades de saúde particulares, entre elas, dois grandes hospitais da capital paulista. A Vigilância Sanitária fiscalizou 22 unidades particulares de saúde entre clínicas, hospitais, laboratórios e distribuidoras de medicamentos. Na vistoria, foram encontradas irregularidades em todas elas.
Pelo menos dez caixas do medicamento Mabthera, remédio usado no tratamento contra o câncer, vendido por até R$ 5,8 mil cada um, foram encontrados por fiscais da Vigilância Sanitária no Fleury Hospital Dia. Outra caixa foi achada numa clínica oncológica em Higienópolis, na região central. Segundo a Vigilância Sanitária, elas pertencem a lotes roubados de hospitais públicos.
- Os dois apresentaram notas ficais da compra por preços semelhantes aos de mercado - disse o delegado Sérgio Norcia, do Departamento de Polícia de Proteção da Cidadania (DPPC) e responsável pela Operação Medula.
Um hospital do Maranhão pagou mais barato pelo Mabthera: R$ 4,9 mil. O mesmo preço pago pelo Instituto Goiano de Oncologia. Cooperativas Unimed do Rio Grande do Sul, de Curitiba e de Uberaba, em Minas Gerais, fizeram negócios com distribuidoras clandestinas.
- Com relação aos compradores desses medicamentos, no mínimo nos surge a dúvida com relação à conduta deles. É justamente por isso que está se instaurando inquérito policial para apurar essa conduta - disse o delegado Alexandre Zakir.
Também foram apreendidas mais de 200 notas fiscais. Os documentos mostram que os estabelecimentos fiscalizados compravam remédios de 13 distribuidoras em situação irregular. Quatro delas pertencem à quadrilha presa na última sexta-feira, durante a operação Medula, acusada de receptação de medicação roubada.
O laboratório Fleury se diz vítima e diz que seguiu os procedimentos legais para fazer a compra.
- Em todos os processos foram obedecidas as políticas internas de compras, análises desses processos, números, variação de preços e tudo o mais - explicou Mauro Figueiredo, presidente do Grupo Fleury.
A Unimed do Rio Grande do Sul reconheceu que em 2008 comprou remédios de uma das distribuidoras investigadas. E que por motivos administrativos decidiu descadastrar a empresa.
A Unimed de Uberaba informou que desconhecia que a origem do medicamento fosse duvidosa.
A Unimed de Curitiba não se pronunciou,
Este ano, foram roubados quase 1,3 mil frascos de Mabthera. Até agora foram recuperadas apenas 72 unidades.