Leigo em medicina cria potencial tratamento para o cancro

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Avatar do usuário
Johnny
Mensagens: 14128
Registrado em: 10 Mar 2006, 16:06
Gênero: Masculino

Leigo em medicina cria potencial tratamento para o cancro

Mensagem por Johnny »

Leigo em medicina cria potencial tratamento para o cancro
Especialista americano acredita nesta invenção e leva a cabo investigações para potenciá-la
2009-10-23

John Kanzius não desistiu de tentar descobrir uma cura para a sua doença

John Kanzius, um leigo no que respeita à medicina, é o autor de uma técnica artesanal que poderá traduzir-se numa esperança para o tratamento de doenças oncológicas.

Tendo-lhe sido diagnosticada uma leucemia em 2002, este americano decidiu criar um método que exterminasse as células cancerígenas, sem os efeitos secundários da rádio e químioterapia convencionais. O objectivo era que as ondas rádio transmitidas através de um pequeno campo magnético fossem capazes de aquecer metal e de criarem energia suficiente para acender uma lâmpada fluorescente, por exemplo.

“É a ideia mais estimulante que vi em 20 anos de investigação sobre o cancro”, salienta Steven Curley, cirurgião especializado em cancro do fígado do Instituto de Oncologia de Houston, nos EUA.

John Kanzius, que entretanto sucumbiu este ano à doença de que era vítima, acreditava que se introduzisse algum tipo de metal nas suas células cancerígenas, poderia aquecê-las e exterminá-las com as ondas de rádio.

Steven Curley acredita no potencial do mecanismo criado por Kanzius
O potencial desta ideia suscitou o interesse de Steven Curley, que começou a fazer as suas investigações utilizando nanopartículas de ouro, que são atraídas pelas células cancerígenas.

O investigador de Houston já conseguiu o financiamento de um laboratório para por em prática vários projectos ligados à ideia de Kanzius. O seu objectivo principal é tratar cancros em fase avançada, por isso tem trabalhado com moléculas especiais que identifican as células malignas e ligam-nas a nanopartículas metálicas.

Os primeiros testes desta técnica estão a ser realizados com células de cancro do fígado e do pâncreas, os mais difíceis de serem tratados, e os resultados preliminares têm sido positivos. O cirurgião americano afirma que, dentro de dois ou três anos, estas investigações serão alargadas ao cancro da mama, da próstata e à leucemia.

Embora céptico relativamente à cura do cancro, o especialista mostra-se optimista face à hipotética aquisição de um novo tratamento. “Não sei se encontraremos uma cura, mas acho que teremos um tratamento eficiente e minimamente tóxico para os doentes”, conclui.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

Imagem

Avatar do usuário
Botanico
Mensagens: 4210
Registrado em: 25 Out 2005, 21:15

Re: Leigo em medicina cria potencial tratamento para o cancro

Mensagem por Botanico »

Johnny escreveu:Leigo em medicina cria potencial tratamento para o cancro
Especialista americano acredita nesta invenção e leva a cabo investigações para potenciá-la
2009-10-23

Os primeiros testes desta técnica estão a ser realizados com células de cancro do fígado e do pâncreas, os mais difíceis de serem tratados, e os resultados preliminares têm sido positivos. O cirurgião americano afirma que, dentro de dois ou três anos, estas investigações serão alargadas ao cancro da mama, da próstata e à leucemia.

Embora céptico relativamente à cura do cancro, o especialista mostra-se optimista face à hipotética aquisição de um novo tratamento. “Não sei se encontraremos uma cura, mas acho que teremos um tratamento eficiente e minimamente tóxico para os doentes”, conclui.


Alguém aqui já viu aquele filme o "Óleo de Lorenzo"? Parece que foi algo semelhante. Um garoto tinha uma doença incurável e os médicos já tinham desistido dele, mas seus pais pesquisaram de tudo sobre a doença até que encontraram a cura.


O ÓLEO DE LORENZO
Heloisa Sobreiro de Araújo

Geralmente vivemos nossa vida da melhor forma possível, buscando nossa realização diariamente no estudo, no trabalho, no lazer, etc. Normalmente não pensamos nos riscos implícitos do fato de simplesmente viver. Quando subitamente somos confrontados com uma ameaça real à nossa vida e à nossa felicidade, percebemos como é efêmera a nossa permanência na Terra e como é pequena a nossa capacidade de mudar esta realidade. No entanto, este texto não trata de uma aceitação conformista de nosso destino, mas de uma avaliação de até onde podemos ir para tentar mudar uma realidade difícil.

O “Óleo de Lorenzo” é uma estória verdadeira, de um menino, Lorenzo Odone, que aos oito anos começou a demonstrar os sintomas de uma rara doença genética e incurável, a adrenoleucodistrofia (ADL). Quando seus pais foram informados deste terrível diagnóstico de seu filho único, não se conformaram e iniciaram uma batalha científica para melhor entender o “inimigo” invisível que lentamente destruía o cérebro de Lorenzo, deixando-o cego, surdo, paralítico, incapaz de engolir e de se comunicar. Ao invés de simplesmente ficarem sentados aguardando os resultados dos estudos médicos, eles decidiram estudar nos livros de medicina e nos poucos artigos científicos da época, tudo que pudesse ajudar na compreensão do mecanismo de ação desta doença e assim poder discutir com os médicos a melhor forma de tratamento para amenizar os sintomas de Lorenzo.

Os pais de Lorenzo se recusaram a aceitar passivamente este diagnóstico e passaram a se dedicar ao estudo dos mecanismos básicos celulares, em livros de cursos de medicina. Inicialmente buscavam aprender e entender como as células do nosso organismo funcionam, para isso, passavam dias e noites em bibliotecas, mergulhados em livros em uma época em que computadores pessoais e Internet eram palavras completamente desconhecidas. Quando eles acreditavam que haviam encontrado alguma informação relevante, procuravam médicos e professores dos cursos de medicina e discutiam com eles suas idéias, sempre buscando encontrar uma forma de tratamento que minimizasse o sofrimento de Lorenzo. A quantidade de dificuldades que encontraram foi enorme, desde o preconceito de médicos e professores por serem “leigos” em Bioquímica e Medicina, a impossibilidade de realização de testes em humanos de tratamentos ainda não autorizados pelo FDA (Food and Drug Administration – Órgão que fiscaliza a saúde nos Estados Unidos) e a dificuldade em achar parceiros químicos com competência para produzir a fórmula dos óleos que eles acreditavam que poderiam curar Lorenzo.

A ADL se caracteriza pelo acúmulo de ácidos graxos saturados de cadeia longa (principalmente ácidos com 24 e 26 carbonos) na maioria das células do organismo afetado, mas principalmente nas células do cérebro, levando à destruição da bainha de mielina, que protege determinados neurônios. Sem a mielina, estes neurônios perdem a capacidade de transmitir corretamente os estímulos nervosos que fazem o cérebro funcionar normalmente e aí surgem os sintomas neurológicos da doença. O óleo de Lorenzo é uma mistura de dois ácidos graxos insaturados, o ácido oléico (C18:1) e ácido erúcico (C20:1), cujo metabolismo se sobrepõe ao dos saturados, evitando assim o seu acúmulo. Para chegar a esta mistura, os pais de Lorenzo estudaram os resultados de muitas pesquisas na época, inclusive feitas em animais. Eles sabiam, por exemplo, que o óleo é tóxico para ratos, levando-os à morte, mas tiveram a coragem de ministrar em seu filho e mostrar ao mundo que o óleo é inofensivo aos humanos e que podia reverter e principalmente evitar os efeitos catastróficos da ADL. Enfrentaram e ainda enfrentam dificuldades com o FDA, que até hoje não autorizou o uso em humanos. Devido a essas dificuldades, o óleo é hoje produzido por uma companhia inglesa, e o Sr. Odone não recebe nenhuma porcentagem das vendas do produto, apesar de ter sido o seu idealizador. O reconhecimento dos seus estudos pela comunidade científica e acadêmica resultou no título de Doutor honoris causa por sua imensa contribuição à ciência e à medicina.

Hoje Lorenzo está com 28 anos e apesar das suas limitações, consegue se comunicar pelo piscar de olhos e movimento dos dedos. Gosta de música e ouvir estórias. As crianças diagnosticadas com ADL na mesma época que Lorenzo e que não receberam o tratamento do óleo não chegaram à idade adulta. Lorenzo não se curou porque as lesões no sistema nervoso central deixaram seqüelas permanentes mas a doença estacionou. Porém o mais significativo dos fatos foi a prevenção do desenvolvimento dos sintomas nos novos casos diagnosticados. Os pais de Lorenzo ainda fundaram o “Projeto Mielina”, uma fundação que tenta concentrar esforços nos estudos das doenças relacionadas à mielina. Para saber mais, acesse http://www.myelin.org.

O “Óleo de Lorenzo” é uma estória real de coragem, determinação e dedicação.


A revista New Scientist noticiou hoje (4 de junho de 2008) a morte de Lorenzo Odone, que ficou mundialmente conhecido ao ter sua história contada no filme O Óleo de Lorenzo.

Ele sofria de uma doença chamada ALD (adrenoleucodistrofia) e morreu aos 30 anos de idade, contrariando todos os prognósticos médicos, que afirmavam que ele não chegaria à adolescência. A doença manifestou-se quando ele tinha seis anos.

Apesar do tradicional ceticismo científico - que só acredita no que os próprios cientistas descobrem - ter provocado manifestações iradas de vários médicos, pesquisas posteriores comprovaram que o óleo de Lorenzo funciona realmente, mas apenas como inibidor da doença, sendo altamente eficaz na proteção das crianças contra a doença, ou seja, antes que a ALD se manifeste. Depois que a mielina já está destruída, como no caso de Lorenzo, o óleo não tem mais efeito.

Os pais de Lorenzo queriam criar um "soro" para o seu filho, mas acabaram criando uma "vacina" para todos os outros portadores da disfunção, que é genética.

Trancado