Religião é Veneno

RIO - A Liga Independente das Escolas de Samba, controlada pelos bicheiros, pagou uma festa oferecida no encerramento do encontro do Colégio de Presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Reportagem de Chico Otávio e Cássio Bruno publicada na edição desta terça-feira do GLOBO mostra que o evento, com visita à Cidade do Samba, show e coquetel, aconteceu em 28 de agosto deste ano e foi patrocinado pela Liga a pedido do então presidente do TRE-RJ, desembargador Alberto Motta Moraes.

Ao discursar no coquetel, Motta Moraes homenageou os bicheiros Aniz Abraão David, o Anísio, e Luizinho Drummond, ambos da cúpula da Liga. Anísio foi preso na Operação Furacão, em 2007 . A Liga informou que o custo da festa foi baixo, mas não divulgou valores.

Perguntado se não se incomoda de patrocinar eventos para magistrados, uma vez que integrantes da cúpula da Liga têm graves problemas com a Justiça, o presidente da Liga, Jorge Castanheira respondeu:

- Magistrados? Não. Ao que me consta, eram presidentes de TREs.

Motta Moraes: "Fiz e faria de novo"

Sucessor do desembargador Roberto Wider na presidência do TRE-RJ, Motta Moraes ficou pouco mais de um ano no cargo (setembro de 2008 a outubro de 2009). Tempo suficiente para uma gestão polêmica. Amigo do lobista Eduardo Raschkovsky, acusado de vender "facilidades" em nome de desembargadores (um dos assessores de Eduardo frequentava a presidência do Tribunal), Motta Moraes responde a uma sindicância no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sob a acusação de favorecer, com suas decisões, um candidato a prefeito do Norte Fluminense.

Motta Moraes admitiu conhecer Raschkovsky. No entanto, preferiu não se manifestar sobre a sindicância instaurada pelo CNJ. O desembargador, porém, tentou justificar o evento do Colégio de Presidentes dos TREs.

- Perguntaram se poderia ser em alguma escola de samba. Mas não ia levar ninguém a escola de samba - afirmou Motta Moraes, que disse não ver problemas em pedir apoio da Liga para um evento de magistrados. - Fiz e faria de novo.

Wider se defende e critica reportagem

O corregedor-geral da Justiça do Rio, Roberto Wider, usou a sessão desta segunda do Órgão Especial do Tribunal de Justiça para acusar O GLOBO de fazer uma "campanha difamatória" envolvendo o seu nome. O magistrado, que também mandou carta a todos os desembargadores, disse que tomou a iniciativa de pedir investigações ao CNJ, que antes disso já estava apurando o caso. Na sessão, Wider afirmou que recebeu o repórter do GLOBO às vésperas da publicação da reportagem, "quando ela já estava praticamente concluída".

Ele também criticou a reportagem dizendo que tem "apenas informações em off" e não traz "fato concreto" contra a conduta dele à frente do TRE-RJ ou da Corregedoria. Para ele, as denúncias podem ter sido fundamentadas em dossiês apócrifos com o objetivo de manchar a imagem dos membros do TJ. ( Leia mais: Wider terá que explicar amizade com acusado de tráfico de influência )

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/1 ... 678341.asp

Johnny escreveu:Provem! Se provarem, a PF e governos terão obrigação de averiguar e impedir. Afinal, não existem leis?

Mucuna escreveu:Quero ver vc conseguir "provas" contra os 'bicheiros' e leva-las adiante, se os juízes estão em festas patrocinadas por eles, fora outras esferas de poder. Isso para não falar dos outros métodos mais... ortodoxos da máfia resolver tal problema.

Fernando Silva escreveu:

Mucuna escreveu:Quero ver vc conseguir "provas" contra os 'bicheiros' e leva-las adiante, se os juízes estão em festas patrocinadas por eles, fora outras esferas de poder. Isso para não falar dos outros métodos mais... ortodoxos da máfia resolver tal problema.

Eles já foram presos por diversos crimes, mas depois são soltos.

Aqui no Rio, a juíza Denise Frossard ficou na saída da prisão, como quem não quer nada, no dia em que eles foram soltos.
Eles a ofenderam ao passar por ela e ela mandou prendê-los de novo por ofensas a uma autoridade.

Jack Torrance escreveu:

Fernando Silva escreveu:Aqui no Rio, a juíza Denise Frossard ficou na saída da prisão, como quem não quer nada, no dia em que eles foram soltos.
Eles a ofenderam ao passar por ela e ela mandou prendê-los de novo por ofensas a uma autoridade.

E por que ela ficou na saída da prisão?