Como a TV sob demanda está ressuscitando a audiência nos USA

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Johnny
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Como a TV sob demanda está ressuscitando a audiência nos USA

Mensagem por Johnny »

Coluna Navegar Impreciso - domingo, 15 de novembro de 2009 19:56
por Pedro Dória

Não foram apenas os jornais, o cinema ou a música que tiveram seu modelo de negócios afetado pelo mundo digital. A televisão também é vítima. Mas, nos EUA, onde a digitalização da TV está mais adiantada, pesquisas de mercado estão revelando uma surpresa positiva para os executivos. Os gravadores digitais, quem diria, são uma benesse para anunciantes.

Não foi assim que o TiVo foi recebido. Trata-se do primeiro aparelho de gravação digital, lançado em 2000.

Perante uma grade com toda a programação de todos os canais, os consumidores poderiam escolher o que gostariam de assistir, indicar para o aparelho, e tudo seria armazenado no disco rígido para posterior deleite.

Nas emissoras, pânico. As gravadoras estavam apenas começando a experimentar suas dificuldades com redes de troca de arquivos online e as TVs temiam que TiVo e similares pudessem ter o mesmo impacto.

O negócio da televisão é baseado na existência de uma grade de programação. Os programas com maior potencial de popularidade são transmitidos num horário em que há mais gente na frente do aparelho. É o horário nobre. De manhã, encaixam programação para donas de casa e crianças. De madrugada, lançam passatempos para insones solitários. Cada programa cai com um tipo de espectador, permitindo que os anúncios sejam mais ou menos dirigidos a um público consumidor específico. Dependendo, custa mais caro ou mais barato. E o horário nobre é o filé mignon.

O medo era de que, apresentando ao público o conceito de TV sob demanda – veja o que quiser, quando puder – os gravadores destruiriam a grade, impedindo emissoras de cobrar por horários específicos. Pior: como dá para adiantar os comerciais, ninguém os veria.

O medo, ao menos na experiência dos EUA, era aparentemente infundado. Mas, para descobrir isso, as emissoras tiveram, antes, que enfrentar seus piores pesadelos. A Nielsen, Ibope de lá, mudou a maneira de medir audiência em 2007. Ao invés de contar quantos aparelhos de TV estavam ligados, passou a medir quantos comerciais eram assistidos, fossem ao vivo, fossem gravados. Os executivos não tinham dúvida de que seriam expostos e os anunciantes descobririam que ninguém vê os reclames.

Os resultados foram surpreendentes. Primeiro: quase ninguém adianta o intervalo. Segundo: as pessoas estão vendo mais TV.

Programas transmitidos em canais diferentes no horário nobre, que não podiam ser assistidos simultaneamente, passaram a ser vistos por uma quantidade maior de pessoas. Outros, abandonados em horários de difícil e em declínio de audiência, se recuperam.

Os gravadores digitais, que lentamente vêm sendo apresentados ao público brasileiro pelas operadoras de TV paga, são a primeira experiência concreta de TV por demanda. A TV por IP – via internet – já existe aqui e ali, mas ainda não há uma massa usando. Que essa tecnologia aumente a exposição do público a comerciais é uma surpresa que pode viabilizar os negócios no futuro.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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