O Homem da Cueca do DEM já foi Homem da Cueca do PT
Enviado: 04 Dez 2009, 19:15
O Homem da Cueca do DEM já foi Homem da Cueca do PT
Este senhor Alcyr Collaço, dono da Tribuna de Brasília, flagrado enfiando dinheiro na cueca, já freqüentou as zonas cinzas do PT entre 2003 e 2006. Agora, o dono do jornal é homem do Mensalão do Arruda, de Brasília.
Ele saiu de SP para Brasília pelas mãos de Marcelo Sereno, ex-membro da Executiva Nacional do PT, homem de confiança de Zé Dirceu na casa Civil de Lula. Ali acabou na teia flagrada pela CPI dos Correios. A CPI demonstrou que Alcyr Collaço chegou a entrar em ação para montar uma rede nacional de comunicação financiada por recursos públicos e de fundos de pensão, cujo objetivo seria dar sustentação aos interesses de Zé Dirceu e Luiz Gushiken (Gushiken era o homem das verbas de publicidade de Lula).
PT/ARRUDA: SURGE A LIGAÇÃO
Em duas reportagens publicadas hoje no Estadão - e as transcrevo na íntegra a seguir - aparecem as primeiras ligações do PT com o esquema de José Roberto Arruda, até então supostamente restrito a partidos da oposição. Talvez isso explique a cautela de alguns caciques do Partido dos Trabalhadores, bem como a historinha de que "imagens não falam por si".
A primeira matéria é de Vannildo Mendes, de Brasília:
"Flagrado com dinheiro na cueca é suspeito de golpe - Empresário Alcyr Collaço é alvo de processo por suposto crime financeiro que provocou prejuízos de cerca de US$ 10 milhões ao banco Santander - Flagrado em vídeo colocando maços de dinheiro na cueca, o empresário Alcyr Collaço tem um histórico de crimes financeiros e negócios engendrados à sombra do poder político. Ex-operador credenciado na Bolsa de Valores de São Paulo, ele foi alvo de denúncias sobre aplicações suspeitas de fundos de pensão, investigadas em 2005 pela CPI dos Correios. Segundo dados levantados pela Inteligência da Polícia Federal, no curso da operação Caixa de Pandora, que desmantelou o propinoduto do DEM do Distrito Federal, Collaço era dono da corretora Ipanema, envolvida em fraudes que deram prejuízo de mais de US$ 10 milhões ao banco Santander, em 2001. Ele chegou a ter prisão decretada e ficou foragido por quatro meses. A prisão acabou revogada, mas o processo continua e só espera a sentença. Por meio da assessoria, o Santander confirmou o golpe, mas disse que não comenta detalhes, porque o processo "ainda está sub judice". Procurado nos seus endereços residencial e de trabalho, Collaço não foi localizado. Ele deixou com a secretária, no escritório do seu jornal, "Tribuna do Brasil", a informação de que está em São Paulo cuidando de assuntos particulares e que não comentaria, por enquanto, as denúncias que o tornaram personagem da Caixa de Pandora. Com a ficha suja e os negócios prejudicados em São Paulo, Collaço transferiu-se para Brasília em 2003. Veio pelas mãos do petista Marcelo Sereno, ex-membro da Executiva Nacional do PT e assessor da Casa Civil da Presidência na primeira fase do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Collaço também mudou seu ramo de negócios com a compra do jornal. Chegou a integrar o núcleo operacional de um esquema, engendrado no Palácio do Planalto, para montar uma estrutura de poder destinada a durar décadas, com o PT na cabeça. Idealizado pelos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação), com o qual Collaço se encontrou algumas vezes, o esquema incluía a construção de uma rede nacional de comunicação, integrada por mídias regionais, financiadas por recursos captados junto a fundos de pensão, entre outras fontes. Pouco antes de cair em desgraça, Collaço chegou a integrar a diretoria da Bolsa Mercantil e de Futuros de São Paulo. Num primeiro momento, ele atuou na captação de recursos do fundo de pensão Portus, para o qual chegou a indicar diretores. Foi o que levantou a subcomissão de fundos de pensão da CPI dos Correios. "Apurei que ele atuava sob as ordens do Marcelo Sereno, que admitiu ser seu amigo de longa data", disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), relator da subcomissão. O fundo Portus é mantido por 13 companhias Docas dos Estados, entre elas a do porto de Santos. Segundo ACM Neto, Collaço, além de indicar diretores, influenciou em negócios que deram prejuízos ao fundo. A PF informou que Collaço é investigado como suspeito de ser um dos operadores do esquema do governo do Distrito Federal. Além de receber sua fatia, ele atuava como agente de repasse de recursos ao PPS, partido que integrava a base do governo Arruda, e em um esquema de blindagem do governador na mídia." (grifos nossos)
E também no Estadão de hoje, assinada pela sucursal brasiliense, saiu a seguinte reportagem:
"Mensalão petista abateu planos do empresário - Com a Justiça em seu encalço, o empresário Alcyr Collaço aportou na capital do País em 2003. Seu plano era comprar o Jornal de Brasília, que passava por grave crise após a prisão de um dos seus donos, Lourenço Peixoto, envolvido com a máfia dos vampiros, integrada por empresários e servidores graduados do Ministério da Saúde, que desviavam recursos públicos mediante a compra superfaturada de hemoderivados e produtos hospitalares. Peixoto resistiu ao negócio e Collaço partiu, em sociedade com o jornalista Etevaldo Dias, para comprar o jornal Tribuna do Brasil. Seu proprietário, o ex-senador Mário Calixto Filho (PMDB), também respondia a processo criminal por envolvimento em esquema de corrupção em Rondônia, pelo qual acabou cassado e preso. Após meses de barganha, o negócio foi fechado no início de 2005, por cerca de R$ 5 milhões, mas não envolveu pagamento em espécie. Em junho de 2005, caiu por terra o plano de montar um grande veículo regional ligado à rede petista, por causa do escândalo do mensalão, mesada paga a deputados em troca de apoio a projetos. Em 2006, Etevaldo deixou a sociedade. "Após o mensalão, os anúncios sumiram e o jornal mergulhou em crise, com dívidas se acumulando e atrasos de pagamento de funcionários", disse. Ele não quis comentar o envolvimento do ex-sócio no escândalo da Caixa de Pandora. Collaço aliou-se ao governo de Joaquim Roriz e foi atraído rapidamente para a Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan), estatal comandada por Durval Barbosa, pivô da operação Caixa de Pandora. O Ministério Público apurou que entre 2003 e 2006, sob o comando de Durval na Codeplan, foi desviado um montante de cerca de R$ 1,2 bilhão. V.M.C" (grifos nossos)
Pois é, amigos, aí está. Ninguém pode ser punido pelo que PODERIA fazer, mas certamente há um histórico. Alcyr Collaço teve ligação com o PT até que o escândalo do Mensalão o afastou. E não foi uma ligação qualquer, como se depreende, sobretudo da primeira reportagem.
Quem o levou a Brasília foi Marcelo Sereno, da Direção Nacional do PT e da Casa-Civil na época de José Dirceu. Na capital federal, Collaço comprou um jornal e integrou um grupo estruturado pelo Planalto, envolvendo veículos de comunicação regionais (e liderado por Dirceu e Gushiken). A coisa ruiu com a descoberta do Mensalão, e o empresário, desta feita, aliou-se a Roriz.
Parece uma releitura invertida de Marcos Valério, descoberto entre Delúbio, Dirceu e Genoíno, mas cujo passado remontava a Azeredo. Collaço, por sua vez, agora aparece nos vídeos com Arruda e sua trupe, mas seu histórico leva a Marcelo Sereno, José Dirceu e Gushiken. E, naquela época, já havia várias acusações contra o empresário.
Tudo isso deve ou não ser investigado? Creio que sim. Vamos ver se todos, sem exceção, manterão a mesma tenacidade com que gritam, agora, o "Fora, Arruda!". Será que continuarão coerentes?
Se for pra botar grana, aposto na relativização do discurso.
http://www.interney.net/blogs/imprensam ... a_ligacao/
Este senhor Alcyr Collaço, dono da Tribuna de Brasília, flagrado enfiando dinheiro na cueca, já freqüentou as zonas cinzas do PT entre 2003 e 2006. Agora, o dono do jornal é homem do Mensalão do Arruda, de Brasília.
Ele saiu de SP para Brasília pelas mãos de Marcelo Sereno, ex-membro da Executiva Nacional do PT, homem de confiança de Zé Dirceu na casa Civil de Lula. Ali acabou na teia flagrada pela CPI dos Correios. A CPI demonstrou que Alcyr Collaço chegou a entrar em ação para montar uma rede nacional de comunicação financiada por recursos públicos e de fundos de pensão, cujo objetivo seria dar sustentação aos interesses de Zé Dirceu e Luiz Gushiken (Gushiken era o homem das verbas de publicidade de Lula).
PT/ARRUDA: SURGE A LIGAÇÃO
Em duas reportagens publicadas hoje no Estadão - e as transcrevo na íntegra a seguir - aparecem as primeiras ligações do PT com o esquema de José Roberto Arruda, até então supostamente restrito a partidos da oposição. Talvez isso explique a cautela de alguns caciques do Partido dos Trabalhadores, bem como a historinha de que "imagens não falam por si".
A primeira matéria é de Vannildo Mendes, de Brasília:
"Flagrado com dinheiro na cueca é suspeito de golpe - Empresário Alcyr Collaço é alvo de processo por suposto crime financeiro que provocou prejuízos de cerca de US$ 10 milhões ao banco Santander - Flagrado em vídeo colocando maços de dinheiro na cueca, o empresário Alcyr Collaço tem um histórico de crimes financeiros e negócios engendrados à sombra do poder político. Ex-operador credenciado na Bolsa de Valores de São Paulo, ele foi alvo de denúncias sobre aplicações suspeitas de fundos de pensão, investigadas em 2005 pela CPI dos Correios. Segundo dados levantados pela Inteligência da Polícia Federal, no curso da operação Caixa de Pandora, que desmantelou o propinoduto do DEM do Distrito Federal, Collaço era dono da corretora Ipanema, envolvida em fraudes que deram prejuízo de mais de US$ 10 milhões ao banco Santander, em 2001. Ele chegou a ter prisão decretada e ficou foragido por quatro meses. A prisão acabou revogada, mas o processo continua e só espera a sentença. Por meio da assessoria, o Santander confirmou o golpe, mas disse que não comenta detalhes, porque o processo "ainda está sub judice". Procurado nos seus endereços residencial e de trabalho, Collaço não foi localizado. Ele deixou com a secretária, no escritório do seu jornal, "Tribuna do Brasil", a informação de que está em São Paulo cuidando de assuntos particulares e que não comentaria, por enquanto, as denúncias que o tornaram personagem da Caixa de Pandora. Com a ficha suja e os negócios prejudicados em São Paulo, Collaço transferiu-se para Brasília em 2003. Veio pelas mãos do petista Marcelo Sereno, ex-membro da Executiva Nacional do PT e assessor da Casa Civil da Presidência na primeira fase do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Collaço também mudou seu ramo de negócios com a compra do jornal. Chegou a integrar o núcleo operacional de um esquema, engendrado no Palácio do Planalto, para montar uma estrutura de poder destinada a durar décadas, com o PT na cabeça. Idealizado pelos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação), com o qual Collaço se encontrou algumas vezes, o esquema incluía a construção de uma rede nacional de comunicação, integrada por mídias regionais, financiadas por recursos captados junto a fundos de pensão, entre outras fontes. Pouco antes de cair em desgraça, Collaço chegou a integrar a diretoria da Bolsa Mercantil e de Futuros de São Paulo. Num primeiro momento, ele atuou na captação de recursos do fundo de pensão Portus, para o qual chegou a indicar diretores. Foi o que levantou a subcomissão de fundos de pensão da CPI dos Correios. "Apurei que ele atuava sob as ordens do Marcelo Sereno, que admitiu ser seu amigo de longa data", disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), relator da subcomissão. O fundo Portus é mantido por 13 companhias Docas dos Estados, entre elas a do porto de Santos. Segundo ACM Neto, Collaço, além de indicar diretores, influenciou em negócios que deram prejuízos ao fundo. A PF informou que Collaço é investigado como suspeito de ser um dos operadores do esquema do governo do Distrito Federal. Além de receber sua fatia, ele atuava como agente de repasse de recursos ao PPS, partido que integrava a base do governo Arruda, e em um esquema de blindagem do governador na mídia." (grifos nossos)
E também no Estadão de hoje, assinada pela sucursal brasiliense, saiu a seguinte reportagem:
"Mensalão petista abateu planos do empresário - Com a Justiça em seu encalço, o empresário Alcyr Collaço aportou na capital do País em 2003. Seu plano era comprar o Jornal de Brasília, que passava por grave crise após a prisão de um dos seus donos, Lourenço Peixoto, envolvido com a máfia dos vampiros, integrada por empresários e servidores graduados do Ministério da Saúde, que desviavam recursos públicos mediante a compra superfaturada de hemoderivados e produtos hospitalares. Peixoto resistiu ao negócio e Collaço partiu, em sociedade com o jornalista Etevaldo Dias, para comprar o jornal Tribuna do Brasil. Seu proprietário, o ex-senador Mário Calixto Filho (PMDB), também respondia a processo criminal por envolvimento em esquema de corrupção em Rondônia, pelo qual acabou cassado e preso. Após meses de barganha, o negócio foi fechado no início de 2005, por cerca de R$ 5 milhões, mas não envolveu pagamento em espécie. Em junho de 2005, caiu por terra o plano de montar um grande veículo regional ligado à rede petista, por causa do escândalo do mensalão, mesada paga a deputados em troca de apoio a projetos. Em 2006, Etevaldo deixou a sociedade. "Após o mensalão, os anúncios sumiram e o jornal mergulhou em crise, com dívidas se acumulando e atrasos de pagamento de funcionários", disse. Ele não quis comentar o envolvimento do ex-sócio no escândalo da Caixa de Pandora. Collaço aliou-se ao governo de Joaquim Roriz e foi atraído rapidamente para a Companhia de Desenvolvimento do Planalto (Codeplan), estatal comandada por Durval Barbosa, pivô da operação Caixa de Pandora. O Ministério Público apurou que entre 2003 e 2006, sob o comando de Durval na Codeplan, foi desviado um montante de cerca de R$ 1,2 bilhão. V.M.C" (grifos nossos)
Pois é, amigos, aí está. Ninguém pode ser punido pelo que PODERIA fazer, mas certamente há um histórico. Alcyr Collaço teve ligação com o PT até que o escândalo do Mensalão o afastou. E não foi uma ligação qualquer, como se depreende, sobretudo da primeira reportagem.
Quem o levou a Brasília foi Marcelo Sereno, da Direção Nacional do PT e da Casa-Civil na época de José Dirceu. Na capital federal, Collaço comprou um jornal e integrou um grupo estruturado pelo Planalto, envolvendo veículos de comunicação regionais (e liderado por Dirceu e Gushiken). A coisa ruiu com a descoberta do Mensalão, e o empresário, desta feita, aliou-se a Roriz.
Parece uma releitura invertida de Marcos Valério, descoberto entre Delúbio, Dirceu e Genoíno, mas cujo passado remontava a Azeredo. Collaço, por sua vez, agora aparece nos vídeos com Arruda e sua trupe, mas seu histórico leva a Marcelo Sereno, José Dirceu e Gushiken. E, naquela época, já havia várias acusações contra o empresário.
Tudo isso deve ou não ser investigado? Creio que sim. Vamos ver se todos, sem exceção, manterão a mesma tenacidade com que gritam, agora, o "Fora, Arruda!". Será que continuarão coerentes?
Se for pra botar grana, aposto na relativização do discurso.
http://www.interney.net/blogs/imprensam ... a_ligacao/