"ESTUDIOSOS" DO ESPIRITISMO
Enviado: 29 Dez 2009, 06:47
"ESTUDIOSOS" DO ESPIRITISMO
Ontem, escrevi sobre dogmatismo católico e alguns obstáculos enfrentados pelos fiéis. Trata-se de uma estrutura filosófica e doutrinária extremamente complexa, surgida há milênios e burilada ao longo dos séculos por boa parte das mentes mais brilhantes do ocidente - e contestada, também, por gênios igualmente impressionantes.
Não tenho religião e nem gosto da idéia de segui-las. Mas acho interessante, e inequivocamente rica, a construção de muitas crenças. Mesmo não acreditando em nada da parte metafísica, admiro verdadeiramente boa parte da teologia hebraica, cristã, islâmica etc.
Mas o espiritismo é uma bomba.
Não há qualquer riqueza histórica ou filosófica. Para se ter idéia, Saci Pererê, Mula Sem Cabeça, Curupira e até a Fada do Dente são mais antigos. O Espiritismo, como tal, surgiu depois de 1850. Enquanto se tem a idéia óbvia de que religiões são milenares, surge algo novo e estranhíssimo: "a crença secular" - não somente na literalidade, mas nas explicações.
Isso porque o espírita não se considera meramente um religioso. Ele alega que sua crença é uma CIÊNCIA. Desse modo, e é a eles que me dirijo, não há qualquer vilipêndio neste post. Faço uma contestação também científica, em especial quanto aos "estudiosos" dessa recentíssima escola de pensamento, nascida das idéias de um pedagogo francês que mudou de nome, mais ou menos como fez Sandra de Sá.
Voltemos ao cristianismo. Não, não acredito. Mas, para COMEÇAR a compreendê-lo, é preciso obviamente ler a Bíblia (sim, os dois testamentos) e algumas encíclicas. Depois, um pouco de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, o que exigirá outro pouco de Platão e Aristóteles, já que haverá releitura de ambos à luz da doutrina cristã. Em seguida, a contestação: Voltaire e Nietzsche. E nem falei em Kant e Kierkegaard, deixando de fora um de cada lado do tatame.
E o Espiritismo? Chico Xavier e Zíbia Gasparetto.
É uma luta injusta, convenhamos. Não tenho religião alguma e, repito, não acredito em qualquer uma dessas coisas. Mas quando se trata de estudar suas filosofias, é risível que justamente a mais simplória se coloque como "ciência", mesmo quando a principal religião do ocidente possui uma obra de estudo que exige décadas de análise para quem pretende minimamente ARRANHAR sua superfície.
Por isso, quando algum espírita diz que é um ESTUDIOSO DO ESPIRITISMO, mesmo sem acreditar e evitando ao máximo parecer agressivo, sempre pergunto: "o que você realmente estuda?"
A resposta é invariavelmente a mesma. São dois livros de Allan Kardec, mais um de sei lá quem. É um "curso" tão complicado que exige, dos mais lentos, mais ou menos dois meses. E está "estudada" a super-mega-ultra-power "ciência". Químicos, físicos, biólogos e afins devem achar o máximo, não é mesmo? Nunca foi tão fácil ser um "cientista".
O fim do mundo? Não. Astrologia é pior. Isso sem falar em homeopatia. Perto dessas duas bizarrices, tratar o estudo dos fantasminhas camaradas como ciência é até bonitinho.
http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/
Ontem, escrevi sobre dogmatismo católico e alguns obstáculos enfrentados pelos fiéis. Trata-se de uma estrutura filosófica e doutrinária extremamente complexa, surgida há milênios e burilada ao longo dos séculos por boa parte das mentes mais brilhantes do ocidente - e contestada, também, por gênios igualmente impressionantes.
Não tenho religião e nem gosto da idéia de segui-las. Mas acho interessante, e inequivocamente rica, a construção de muitas crenças. Mesmo não acreditando em nada da parte metafísica, admiro verdadeiramente boa parte da teologia hebraica, cristã, islâmica etc.
Mas o espiritismo é uma bomba.
Não há qualquer riqueza histórica ou filosófica. Para se ter idéia, Saci Pererê, Mula Sem Cabeça, Curupira e até a Fada do Dente são mais antigos. O Espiritismo, como tal, surgiu depois de 1850. Enquanto se tem a idéia óbvia de que religiões são milenares, surge algo novo e estranhíssimo: "a crença secular" - não somente na literalidade, mas nas explicações.
Isso porque o espírita não se considera meramente um religioso. Ele alega que sua crença é uma CIÊNCIA. Desse modo, e é a eles que me dirijo, não há qualquer vilipêndio neste post. Faço uma contestação também científica, em especial quanto aos "estudiosos" dessa recentíssima escola de pensamento, nascida das idéias de um pedagogo francês que mudou de nome, mais ou menos como fez Sandra de Sá.
Voltemos ao cristianismo. Não, não acredito. Mas, para COMEÇAR a compreendê-lo, é preciso obviamente ler a Bíblia (sim, os dois testamentos) e algumas encíclicas. Depois, um pouco de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, o que exigirá outro pouco de Platão e Aristóteles, já que haverá releitura de ambos à luz da doutrina cristã. Em seguida, a contestação: Voltaire e Nietzsche. E nem falei em Kant e Kierkegaard, deixando de fora um de cada lado do tatame.
E o Espiritismo? Chico Xavier e Zíbia Gasparetto.
É uma luta injusta, convenhamos. Não tenho religião alguma e, repito, não acredito em qualquer uma dessas coisas. Mas quando se trata de estudar suas filosofias, é risível que justamente a mais simplória se coloque como "ciência", mesmo quando a principal religião do ocidente possui uma obra de estudo que exige décadas de análise para quem pretende minimamente ARRANHAR sua superfície.
Por isso, quando algum espírita diz que é um ESTUDIOSO DO ESPIRITISMO, mesmo sem acreditar e evitando ao máximo parecer agressivo, sempre pergunto: "o que você realmente estuda?"
A resposta é invariavelmente a mesma. São dois livros de Allan Kardec, mais um de sei lá quem. É um "curso" tão complicado que exige, dos mais lentos, mais ou menos dois meses. E está "estudada" a super-mega-ultra-power "ciência". Químicos, físicos, biólogos e afins devem achar o máximo, não é mesmo? Nunca foi tão fácil ser um "cientista".
O fim do mundo? Não. Astrologia é pior. Isso sem falar em homeopatia. Perto dessas duas bizarrices, tratar o estudo dos fantasminhas camaradas como ciência é até bonitinho.
http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/