Botanico escreveu:Existe uma coisa chamada REALIDADE e o Espiritismo e as religiões respeitáveis do Dantas tentam encontrar um sentido para ela. Como somos imperfeitos, o sentido mais lógico que nos foi passado é que os espíritos têm a sua infância espiritual e seu aperfeiçoamento depende de seus esforços. Assim então, ao encarnarem, animarão personalidades em diversos graus de imperfeição (que é o que vemos na vida real...). Por que não fomos criados perfeitos de origem, não nos responderam, exceto daquela forma meio atravessada. Só posso me servir daquela frase humilhante e constrangedora aos grandes sábios que é: _ Não sei.
Luis Dantas escreveu:Admitir ignorância é o início do conhecimento e da sabedoria, você sabe; não precisa ser constrangedor.
Isso é óbvio... Como também é óbvio que ignorantes acham que um sábio não pode dizer que não sabe... E os sábios pedantes se envergonham de admitir isso...Botanico escreveu:Já as religiões respeitáveis do Dantas dizem que Deus criou nossas almas puras e perfeitas, mas no momento do nascimento, são atacadas pela imperfeição, herdada daqueles nossos veneráveis ancestrais Adão e Eva. Tal fato deve desagradar muito a Deus, mas não há nada que o Divino possa fazer, exceto nos legar uma vaga promessa de que em algum ano futuro a falha será corrigida...
Luis Dantas escreveu:Eieiei, devagar com o andor. Você está passando por cima de um ponto crucial, apesar de eu já o ter explicado: Deus é uma alegoria, no máximo uma fonte de inspiração. Não se consegue chegar muito longe dependendo de sua existência literal, como essa forma primitiva de abraamismo que você descreve faz.
Sabe, Dantas, quando discuto com uma prima minha testemunha de jeová, sempre que possível tento ter as publicações dessa seita em mãos. O motivo é que ela insiste em me dizer que "eu estava no Salão do Reino e lá não foi dito nada disso...". Aí, de posse da publicação, eu posso refutá-la sem que ela tenha como se defender (só a Torre de Vigia pode publicar a respeito de doutrina jeovista _ nenhum testemunha de jeová pode escrever nada ou mesmo emitir qualquer opinião a respeito). Para mim, Danta, VALE O QUE ESTÁ ESCRITO E PROCLAMADO COMO VERDADE PELO GRUPO RELIGIOSO. Esse lance de "alegorias" acaba por se fazer com que se diga sim e não ao mesmo tempo. Afinal o que está nos textos sagrados vale ou não?
Como é que o Lutero refutava a Santa Madre Igreja? Com a Bíblia apenas. Quando um debatedor quis saber dos padres se podiam refutá-lo, disseram que com as tradições e os concílios sim, mas com a Bíblia não. E o debatedor viu-se forçado a concluir: _ Entendo. Assim sou obrigado a concluir que os protestantes estão com a Bíblia e nós fora dela...Luis Dantas escreveu:O que importa, mesmo para um Cristão ou Muçulmano, não é o quanto ele crê em Deus, mas quão construtivamente se inspira nessa idéia e em outras de sua Doutrina. Nem poderia ser diferente.
Lá no escurinho do seu quarto pode ser assim, mas atreva-se o cristão ou muçulmano dizer que o quanto ele crê em Deus não é importante...Luis Dantas escreveu:Só que bem ou mal as fés abraâmicas podem ser tomadas com maturidade suficiente para comportar Deus como uma alegoria, e até mesmo ignorá-lo (como se faz no Judaísmo Humanístico);
Neste caso continuariam a ser fés abraâmicas?Luis Dantas escreveu:já a Doutrina Espírita não tem esse potencial, porque é por demais engessada em seus dogmas, que incluem não apenas uma versão particularmente pobre do Deus de Abraão,
Bem, acho que se enganou em algum lugar. O Deus de Abraão é triplo, ciumento, colérico, vingativo, parcial, burro, ignorante, cheio de defeitos humanos.
O Deus dos espíritas é eterno, único, onipotente, onisciente, imaterial, soberanamente justo e bom e infinito em todas as perfeições. Tal Deus NADA tem a ver com o Deus de Abraão.Luis Dantas escreveu:como também fantasmas particularmente neuróticos e "leis" bastante estranhas. Pode-se transcender essa pobreza religiosa do Espiritismo, não é nem mesmo difícil... mas quando se consegue, não resta o bastante da Doutrina nem para merecer contestação. Quando se deixa de ser espírita, é para valer e irreversível.
Como eu disse: ser quer que deixemos o Espiritismo, ofereçam-nos mais e melhor do que ele.Botanico escreveu:Melhorou? Às religiões respeitáveis do Dantas eu faço a pergunta: _ Mas por que não corrigiu as falhas na hora? Por que em vez de deixar o Diabo e os diabos aqui para piorar a situação, o Divino já não os jogou num buraco negro de uma vez?
Luis Dantas escreveu:Porque o Diabo e o Divino são apenas alegorias, figuras de linguagem para mecanismos sociais e psicológicos que só podem ser resolvidos pelas decisões conscientes dos cidadãos e das comunidades, claro.
É um tanto auto-evidente, quando se tem a coragem de questionar.
Quanto a essas decisões, lembro-me daquela propaganda onde a moça dizia sobre um anti-ácido:
_ Como será que a minha ta-ta-ta-taravó resolvia esse problema?
E aí aparece a cena das índias misturando ervas numa gamela e a queixa:
_ Ih! Vai demorar...Botanico escreveu:Aí vêm os clérigos respeitáveis das religiões respeitáveis dizer que se tivesse sido assim, Deus seria só temido por sua intransigência e não amado por ter provado que a vida independente da vontade dele é desastrosa, etc e tal...
Luis Dantas escreveu:Há clérigos medíocres que dão essas respostas vazias, sim. Cabe à comunidade não se deixar deter por essas bobagens e preferir outros, mais ajuizados e sábios. E/ou chegar a suas próprias conclusões de forma lúcida, o que francamente é obrigação básica de qualquer pessoa.
Quem não se cuida se estrepa. Isso é verdade dentro e fora de qualquer religião. Nada mais natural.
Não quer fazer uma visita a essas igrejas de religiões respeitáveis e dar uma mão a esses clérigos?