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Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 29 Jan 2010, 06:34
por Fernando Silva
E o MST já declarou que vai lutar contra a candidatura de Serra porque não quer a volta do neoliberalismo.
Não morro de amores pelo Serra, mas, se o MST é contra, ele se torna simpático para mim.
Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 29 Jan 2010, 10:42
por Acauan
A melhor competência demonstrada pelo PT na última década foi no seu incansável trabalho de reescrever a História recente do país para fazer parecer que antes do governo Lula reinava o caos e as trevas do neoliberalismo, das quais o povo sofrido foi libertado pela ascenção do Messias operário à presidência.
E tem gente que acredita nisto.
Desmentir toda a infinita série de mentiras petistas sobre o governo anterior é desnecessário ante o fato incontestável de que o governo Silva preservou a política econômica do governo Cardoso, sendo por vezes até mais rigoroso que o antecessor em algumas práticas ditas neoliberais.
E as únicas coisas que deram certo neste atual governo foi justamente a política econômica e os programas sociais de auxílio direto, não por acaso, também criados por Fernando Henrique Cardoso.
Petista nenhum pode negar isto, mas mesmo assim continuam defendendo o discurso da herança maldita...
Esta gente é Orwelliana mesmo.
Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 01 Fev 2010, 17:26
por Apo
Que sera que o Carlo e o Johnny dirao agora sobre as noticias auspiciosas que o Economist publica sobre o maravilhoso Brasil?
( Desculpem a falta de acentuaçao, mas estou fora do Brasil e o teclado nao permite).
Ah sim, todo mundo que ja ouviu falar do Molusco por aqui, tira o maior sarro da cara do podre. Esta e a verdade, carissimi.
Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 12 Fev 2010, 00:05
por Fabris
Aos neoliberalistas de plantão:
Onde, dentro do dogma neoliberal, estava previsto o socorro a bancos e indústrias quebradas com dinheiro público?
Neoliberais costumam ser neoliberais apenas nos momentos de prosperidade. Em casos de crise, são os primeiros a pedir a intervenção do estado.
Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 12 Fev 2010, 05:56
por user f.k.a. Cabeção
Depende de quem você chama de Neoliberal.
Se você chamar Milton Friedman de neoliberal, sua teoria monetarista defendia a "injeção de liquidez" por um banco central em crises eventuais de solvência.
Mesmo em seu livro "Free to Choose", que preconiza as virtudes da economia de livre mercado e é uma das obras mais populares associadas ao que se costuma chamar de doutrina "neoliberal", ele dedica alguns capítulos a sua teoria de que a crise de 29 teria sido causada pela retração violenta da moeda, e que poderia ter sido evitada caso o FED fizesse um pacote de salvamento.
E foi o que o Ben Bernanke fez agora. O que diferenciava Friedman de Lord Keynes (o papa do anti-liberalismo, que poderia muito bem ir pelo nome de "neo-socialismo") não era exatamente a intervenção estatal em si, mas o fato de que Friedman dizia que o Estado, atraves do FED, injetaria liquidez no mercado financeiro/monetário e reduziria gastos, enquanto Keynes defendia que a injeção de moeda inflacionária deveria ser feita atraves da expansão dos gastos públicos.
Apesar de eu simpatizar com Friedman e gostar de suas idéias, o fato é que em termos de macro-economia sua visão não era tão distante do que Keynes pregava, e seu framework é basicamente uma adaptação da estrutura teórica deste.
Enquanto que os liberais "hardcore" (escola Austríaca) diziam que os dois estavam errados. Mises e Hayek afirmavam que não existe uma "crise monetária" mas uma crise de maus investimentos que necessitam ser liquidados. As pessoas retraem o crédito e a moeda simplesmente porque fica evidente que eles não estão dando retorno esperado, e que o capital investido está sendo destruído de forma perdulária devido a uma política monetária frouxa. Para eles, a únicas medidas a se tomar são aquelas do nível individual: procurar commodities ou negócios mais seguros enquanto o mercado relaxa e os preços voltam a refletir a realidade. Que os maus bancos e maus negócios pereçam, e se algum negócio produtivo acabar sofrendo efeitos colaterais, também não deve ser ajudado, já que não há um meio claro de identificar o que é produtivo e o que gerou a crise, assim como é preciso evitar um moral hazzard de que o Estado salvará quem quer que se encontre em dificuldades.
É claro que quando a maioria dos interlocutores associa (neo)liberalismo a personalidades políticas como George W. Bush, Silvio Berlusconi, Nicolas Sarkozy e tutti quanti, esse tipo de post acaba sendo apenas eu exercitando meu velho hábito de perder o meu - cada vez mais escasso e precioso - tempo.
Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 12 Fev 2010, 12:21
por Herf
Fabris escreveu:Aos neoliberalistas de plantão:
Onde, dentro do dogma neoliberal, estava previsto o socorro a bancos e indústrias quebradas com dinheiro público?
Neoliberais costumam ser neoliberais apenas nos momentos de prosperidade. Em casos de crise, são os primeiros a pedir a intervenção do estado.
Há pessoas que defendem apenas aquilo que é de seu interesse político ou financeiro no momento, não tendo escrúpulo algum em mudar de posição quando as circunstâncias políticas e econômicas ao seu redor mudam.
Pode-se citar pessoas assim na esquerda, na direita, entre os neoliberais e entre os socialistas.
Mas, como deveria ser do conhecimento de todos, não é observando a desonestidade dessas pessoas que se refuta as ideias que elas pregam quando lhes é conveniente.
Re: The Economist vê liberdade ‘quase perdida’ no Brasil
Enviado: 12 Fev 2010, 14:48
por user f.k.a. Cabeção
"You don't know what it's like out there. I've worked in the private sector. They expect results." - Ray Stantz (Dan Aykroyd) em Ghostbusters
Bem colocado Herf,
O fato desses banqueiros e empresários agora agitarem a bandeira de um cripto-socialismo keynesiano como forma de salvar suas peles não deve levantar mais dúvidas a respeito do liberalismo do que do próprio keynesianismo para o qual eles teriam "virarado a casaca".
E é bom lembrar que poucos são os empresários e banqueiros (principalmente banqueiros) que em outras épocas andam por aí defendendo despudoradamente o liberalismo. Sim, eles sabem reclamar de barreiras comerciais que lhes são impostas, de leis trabalhistas que lhes prejudicam, de impostos asfixiantes, mas estão sempre dispostos a investir em qualquer político que lhes favoreça, através de subsídios, de reservas de mercado, de tributação diferenciada, linhas de crédito facilitadas, etc.
Eu não os culpo, eles reagem aqui ao mesmo tipo de incentivo que faz com que tanta gente com nível educacional superior, muitos deles entre os mais capazes e potencialmente produtivos membros da sociedade, passem anos e anos estudando para concursos públicos para enfim ocuparem mais um quadro via de regra composto por corruptos, inúteis, inertes ou contra-producentes funcionários federais, estaduais, municiapais ou autárquicos.
Ou dos pobres-coitados-porém-não-tão-indigentes, que poderiam trabalhar mais e sobreviver e prosperar sem auxílios governamentais, mas adotam a saída mais fácil de coletar o cheque do governo todo mês, sem se preocupar em poupar ou melhorar minimamente de vida, já que nesse caso perderiam o auxílio.
Para todos esses, o Estado é uma oportunidade de viverem melhor ou se esforçarem menos, as custas dos outros que trabalham e produzem de verdade.