Acauan escreveu:Quem fala em ser ridicularizado é do autor do método estatístico para contar homossexuais baseado na fórmula: número de homossexuais
= número de deficientes físicos + alguma coisa.
Se você entendeu assim a essência de um raciocínio probabilístico-estatístico basicamente simples, agora sabemos porque seu nome não pode ser indicado para a elaboração de questões de exames vestibulares.
Acauan escreveu:Pedro Reis escreveu:Você acha que pode se safar das suas contradições morais...
Contradições morais?
Mas não é você que vem jurando de pés juntos que não me acusou de nada, nem de homofóbico ou qualquer coisa do tipo? Que contradições morais são estas então? Se as há, está me acusando e mentiu quando disse que não.
Se não as há, está mentindo agora. Mentiroso.
A citação acima é um oportuno exemplo de contradição moral.
O meu comentário, que mais uma vez ele não teve escrúpulos em torcer, era uma clara alusão ao sujeito que sobe em palanques para me acusar de subir em palanque, que se empenha histericamente em causas paranóico-messiânicas mas quer debochar de quem simplesmente expressa sua opinião acusando-o de ter a ilusão de salvador do mundo, que gasta 10 parágrafos hipócritas refletindo sobre a própria insignificãncia e 20 parágrafos,
coitado, se jactando de coisas bobocas.
E tantas outras que o enfado me impede de lista-las todas, incluindo a contradição moral de um mentiroso compulsivo e sem escrúpulos acusar de mentiroso alguém que até agora manteve um comportamento irreprensivelmente ético.
Acauan escreveu:Ao contrário de desonestos como você, tenho números para sustentar minhas afirmações, sim.
Não disse que não havia muitos gays ou que todos na parada eram héteros, isto você inventou, conforme lhe é usual. O que eu disse é que a área das avs.
Paulista e Consolação (74 mil e 50 mil metros quadrados respectivamente) não comportam os números de 3 a 5 milhões de participantes anunciados pelos
organizadores. Isto é um fato matemático, contra o qual a desonestidade não pode argumentar.
Tudo isto porque esfreguei na cara do coitado os números que provam que as áreas das av. Paulista e Consolação não comportam os números
de participantes alegados pelos organizadores da Parada Gay, o homem que diz boboca assumido não teve dados objetivos para refutar e fica aí chorando
igual criancinha da qual roubaram o pirulito (roubaram o pirulito, hum..., deixa prá lá...)
Agora tô com preguiça de fazer o que fiz lá em cima, colar o que eu escrevi e o que você escreveu, para mostrar que, em contradição com seus próprios argumentos de ocasião, você, sem nenhuma base estatística, nem confiável, nem suspeita, aludiu a uma suposta massiva presença de heteros como argumento de que o número de gays presentes na passeata fosse muito menor do que aquele que os registros fotográficos indicam.
Mas te digo uma coisa: se você continuar com essa cara de pau te faço passar por essa vergonha de novo.
Acauan escreveu:Primeiro lugar, seu mentiroso, não descaracterizei nada, só citei que parte da presença na Parada era de expectadores e, impressionante ter que dizer, por que cargas d'água alguém faria uma parada sem platéia para assistir, quanto mais uma Parada Gay, cujo objetivo é justamente os gays
mostrarem a cara para a população em um grande evento.Pedro Reis escreveu:Então eu te questionei claramente: "Quantos heteros? Qual a proporção? O suficiente para você dizer que não há tantos gays ali?" Com base em que metodologia estatística confiável realizada por instituto isento você faz esta afirmação? Não precisa dizer: NENHUMA! Puro palpite, escolhido de acordo com a sua predileção.
De novo, você é um mentiroso. Qualquer um que volte àqueles parágrafos verá que questionei o número de participantes informado pela organização do evento e demonstrei isto com números precisos em uma prova matemática. Em nenhum momento fiz qualquer alusão quantitativa à platéia, apenas citei que havia expectadores em quantidade porque o evento se tornou um carnaval paulista e sendo próximo do metrô facilita o acesso. Não disse que os héteros eram maioria, muitos ou poucos, isto você inventou, porque é um mentiroso, fala sem dados e quando é refutado por dados se refugia na desonestidade.
GARGALHADAS! E a cara de pau continua! Mas até que me diverte...
Então aqui está, rebatendo uma referência ao enorme número de homossexuais presentes na Av. Paulista:
Acauan escreveu:
O mesmo papo furado de sempre. Ninguém apresenta estatísticas confiáveis elaboradas por institutos isentos sob metodologias reconhecidas, mas todo mundo quer dar palpite em cima de números que desconhecem completamente. E Parada Gay virou carnaval em SP, na qual vai muita gente que não tem o que fazer no dia, facilitado por ser ao lado de estações do metrô.
Risos... Rapaz, a última vez que vi tanto cinismo foi quando o anão congressista declarou na maior cara lavada que
enriqueceu porque "Deus o ajudou a ganhar 40 vezes na loteria".
Acauan escreveu:Já disse lá atrás que mesmo que houvesse só um homossexual no país ele não poderia ser discriminado, não são os números que legitimam o
direito.
Muito bonito, belas palavras. Só espero que não seja mais um destes seus discursos mais conforme às circunstâncias do que às convicções. Mais outra daquelas afirmações que você contradiz com atitudes e palavras a cada 3 parágrafos, em média.
Porém, apesar de não discordar, na prática é muito diferente que exista um único negro discriminado na África do Sul, de todo um sistema jurídico, político e social suportando a opressão oficial da imensa maioria da população.
Acauan escreveu:
Todo o discurso de propaganda militante homossexual é justamente igualar a causa homossexual à de gênero ou raça, tentando esconder o
fato inegável de que homossexualismo é comportamento e gênero e raça são característica intrínsecas universais de cada ser humano.
Grupos de comportamento devem ter seus direitos assegurados, mas são por definição diferentes de grupos cuja natureza é nata e intrínseca,
pelo fato já apontado de que comportamentos sexuais são potencialmente infinitos, como provam o desdobramento das organizações gays em gays,
lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e o caralho a quatro, exceto, claro, no caso das lésbicas.
Não entendi esse negócio de "organizações gays se desdobram em lésbicas e um monte coisas, exceto lésbicas". ( ???!! )
Mas, enfim, um disparate a mais, um a menos, vamos ao que interessa: o que tem o c... a ver com as calças?
Então homossexualismo é comportamento e gênero é intrínseco? Seria o caso de se perguntar pela enésima vez: e daí?
Como essa distinção entra como argumento? Poderia se argumentar que talvez o homossexualismo seja intrínseco, e talvez gênero nem sempre seja tão intrínseco assim, já que alguns seres humanos nascem com um gênero e por razões ainda discutidas acham que devem pertencer a outro. Já o conceito de raças humanas é algo extremamente vago e da forma eurocêntrica como foi definido não tem utilidade alguma. Porém todas estas considerações são irrelevantes porque a questão mesmo é, em quê estas distinções periféricas diferenciam a luta destes grupos contra o preconceito e o estigma social?
Se diferenças importantes puderem ser apontadas na luta das mulheres, dos negros e dos homossexuais por direitos iguais na sociedade, sem sombra de dúvida a orientação sexual ser intrínseca ou cultural não é uma delas. O paralelo importante que se pode traçar entre estes movimentos é o que eu fiz anteriormente. Tratam-se de processos em que esses grupos precisam alcançar conquistas tanto na área jurídica, pleiteando plena cidadania, quanto uma mudança de paradigma cultural que atenue e gradativamente elimine a rejeição que os indivíduos sofrem por pertencerem a estes grupos.
No caso das mulheres talvez não se pudesse falar em rejeição da mulher, mas sem dúvida havia uma cultura de rejeição à mulheres que exercessem atividades culturalmente consideradas omo destinadas ao homem. Que eram praticamente todas as atividades interessantes e capazes de proporcionar realização ao ser humano.
As feministas começaram lutando por uma equiparação junto ao Direito, mas logo perceberam que isso estava longe de ser o bastante para mudar uma mentalidade que era opressiva à mulher. Uma mentalidade que permeava toda sociedade, e estava incutida até nas próprias mulheres.
Hoje a mulher pode desfrutar da sua sexualidade com tanta liberdade quanto o homem ( ou quase ). Hoje temos mulheres primeira-ministro, mulheres general, mulheres no comando de grandes corporações, mulheres delegadas de polícia, pilotos de corrida, etc... Mas há muitas décadas já havia sido conquistada a paridade entre os gêneros perante a Lei. Porém as mentalidades não se transformam com a mesma facilidade, é preciso quebrar tabus, é preciso que as pessoas gradativamente se acostumem com o que antes havia sido arbitrariamente definido como inadequado ou estranho.
Os movimentos raciais caminharam por um processo bastante semelhante, e não porque raça e sexo sejam ambos caracteres intrínsecos, mas porque ambos os grupos eram tratados de forma desigual perante à Lei, e ambos estigmatizados socialmente.
É este precisamente o caso dos homossexuais hoje. Pouco importa se as mulheres são uma parte da população tão heterogênea como realmente são. Pouco importa se os assim chamados "negros" se subdividem na verdade em negros, mulatos, miscigenados com hispânicos, com orientais, em uma infinidade possibilidades diferentes. O que importava é que a sociedade norte-americana tratava de forma mais privilegiada os indivíduos identificados como "brancos", do que os identificados como "não-brancos".
Mais irrelevante ainda é se um percentual ínfimo dos homossexuais é travesti ou transgênero, porque o estigma social que atormenta a vida de todas estas pessoas é o fato de estar disseminada na sociedade uma mentalidade hostil contra qualquer pessoa que se relacione sexual e afetivamente com outra do mesmo sexo. Independentemente de qualquer nuance que possa existir nestes relacionamentos. Os carecas do ABC que eu já citei, que massacraram aquele professor em São Paulo, eles antes não perguntaram se o cara era lésbica, viado, bicha, travesti, transexual, ativo, passivo, machão que gosta de macho, nada... Qualquer um desses que por acaso tivesse passando naquele momento teria sido linchado da mesma forma. E o que é importante aqui: PELO MESMO MOTIVO. O motivo de ser homossexual.
Alguém aqui já observou que os gays não podem exigir amor, admiração, veneração... sei lá o quê mais... Bingo! Quem disse isso resumiu tudo. Os caras podem exigir cidadania. Direitos iguais e serem tratados sem discriminação em locais públicos. Mas a igualdade mesmo não poderá ser imposta, terá que ser conquistada pouco a pouco, da mesma forma que mulheres e minorias raciais também fizeram.
Acauan escreveu:
A bandeira da militância gay é que ser homossexual é uma característica nata intrínseca tanto quanto ser mulher ou negro, mas esta é a bandeira dos
homossexuais. O debate democrático a respeito está longe de ser encerrado e a ciência não fez até hoje um parecer definitivo sobre o assunto.
Coisas como o gene do homossexualismo ainda são apenas hipóteses e testes, sem resultados conclusivos.
O que não muda absolutamente nada. Se depois de amanhã alguém identificar o "gene gay" isto seria apenas uma informação de interesse para a Ciência. Os foristas que aqui manifestaram seu repúdio aos gays e toda a parcela da sociedade que compartilha desse mesmo sentimento de rejeição, não mudaria de opinião ou comportamento por causa disso. O homossexualismo é visto com preconceito indepentendemente da sua causa, se é opção,
genética, cultura, sem vergonhice ou sei lá o quê. Ninguém vai apagar da bíblia os trechos que condenam os sodomitas só por causa disso. Ser intrínseco ou não, congênito ou não, não muda nada. Você está confundindo tudo. Posso perfeitamente entender porque muitos homossexuais preferem a tese de que o gay já nasce gay. Porque isso esvaziaria o discurso dos que querem mudar as pessoas que não se sentem bem sendo diferentes do que são, e o discurso dos que querem associar prática homo com desvio de caráter, mas não é uma estratégia para se compararem aos movimentos feministas ou das minorias raciais, o que efetivamente, em todos os aspectos realmente importantes, é comparável mesmo.
Além do mais, se é essa a crítica - "não é inato como ser mulher ou negro" -, então que crítica mais inócua.
1 - Muitas pessoas são homossexuais? Sim.
2 - Heterossexuais gozam de alguns direitos que são negados aos homossexuais? Sim.
3 - Há, em geral, uma atmosfera de repúdio a estas pessoas? Sim.
4 - Uma militância politicamente organizada é uma forma efetiva e necessária para se atingir objetivos lícitos democraticamente? Sim.
5 - A mudança da mentalidade social resolveria o problema? Sim.
6 - A forma de se alcançar estas transformações é através da visibilidade e de outros expedientes utilizados com sucesso por outros movimentos de direitos civis? Sim.
Se alguém concorda que a resposta para todas estas perguntas é "sim" então é incompreensivel um discurso sistematicamente crítico ao movimento dos gays obcecado com questões irrelevantes que discutem o quanto os homossexuais estão certos ou não ao se proclamarem um grupo homogêneo, ou se é verdadeiro ou não acreditar em tendências sexuais inatas no ser humano.
Acauan escreveu:Não é apenas heterogeneidade e sim a unidade artificialmente criada por uma militância organizada, que ela própria, como mostrada acima,
se fragmenta em subdivisões cada vez menores.
A unidade parece existir. Unidade e heterogeneidade não são conceitos incompatíveis.
Acauan escreveu:Pedro Reis escreveu:
Parece a lógica do Olavo de Carvalho, aquele débil mental que afirma que as estatísticas de violência contra homossexuais são irrelevantes se comparadas as estatísticas de todos os casos de violência. Um raciocínio que evidentemente não leva em consideração a proporção dos grupos na sociedade e principalmente o fato da violência contra homossexuais ter uma motivação comum, porque é óbvio que estes números não contam homossexuais que por acaso tenham sido assaltados, brigado no trânsito ou se metido em briga de torcidas, mas apenas os que efetivamente foram agredidos por serem homossexuais.
E para provar isto me compara ao Olavo de Carvalho?
Brilhante!
A lógica parece ser, o homem que diz boboca assumido acha minhas colocações parecidas com a de um cronista de direita, logo estou errado.
Bom... bom...
A Lógica Formal é a ciência que estuda a validade dos argumentos analisando sua construção sintática, independentemente da semântica. Qualquer argumento com a estrutura sintática do citado acima é inválido. E isso pode ser provado formalmente.
Então a lógica é: se você constrói argumentos sintaticamente idênticos a este são igualmente inválidos.
O que você chama de "desvio do assunto" é na verdade um exemplo ilustrativo.
Acauan escreveu:
Então se uma seita de fanáticos atacar carteiros não se trata de entregar o caso à polícia, incriminar esta seita e prender seus líderes e
perpetradores? Certamente deve ser necessário fazer toda uma reengenharia social para que toda sociedade goste mais de carteiros, mesmo que isto
implique em redução ou supressão das liberdades e garantias individuais.
Deve ser isto...
Acauan escreveu:Pedro Reis escreveu:
Muitas mulheres são vítimas de violência neste país. Muitos destes casos são ordinários, fruto da atual crise da segurança pública. Porém muitas vezes, como no caso Eloá, a violência é especificamente resultado da mentalidade machista que ainda existe, e por reconhecer que este é um problema específico e particular se espalharam delegacias de mulheres por todo o país. Porque o problema é real, existe, atinge especificamente mulheres e POR SEREM MULHERES! Querer negar esse fato óbvio diluindo essas estatísticas em outras mais gerais é falacioso.
Uma falácia que alguém com dois neurônios e um quebra-molas no meio percebe logo de cara.
Os skinheads que agrediram até a morte um professor em São Paulo não estavam ali na praça de bobeira, esperando para espancar o primeiro que passasse. Mataram o cara porque pareceu homossexual.
É um caso de polícia? Dããããã!!! Claro que é.
Mas não é SÓ um caso de polícia, é um sintoma da existência de uma mentalidade homofóbica e agressiva, permeando os valores sociais, e que as estatísticas demonstram estar fazendo um número significativo de vítimas entre homossexuais. Portanto requer também medidas específicas para se combater o problema.
Bem, ficou claro de que lado o homem que diz boboca assumido está e não é do lado da democracia.
Quando da ocorrência de ações contra grupos específicos, o homem que diz boboca assumido defende explicitamente que devem ser tomadas "medidas específicas" para além de investigar, capturar e punir os autores e cúmplices específicos do crime.
Mas se vamos atuar para além dos autores específicos do crime, significa que pessoas que não tiveram qualquer relação com o ato criminoso serão envolvidas nestas tais "medidas específicas", cujo significado é mantido convenientemente em aberto, sem que nenhum princípio do direito autorize o poder público a fazer isto, a menos que os princípios do direito sejam abandonados em prol do saneamento dos valores sociais permeados de "mentalidade homofóbica e e agressiva", tanto quanto os nazistas se deram o direito de sanear a sociedade alemã permeada do que alegavam ser contaminação judaico-bolchevique.
O grande problema aqui é quem se arroga no direito de sanear valores sociais se coloca necessariamente acima destes valores, autodeclarando-se juiz e executor de toda uma sociedade ou, no mínimo, educador destas sociedades.
A História é cheia de casos assim, salvadores messiânicos que vêem a sociedade de cima e se acham no direito e dever de mudá-la, independente do que esta própria sociedade ache – uma vez que seus valores estão permeados disto ou daquilo. Os resultados também foram registrados pela História e as experiências do século XX com tais Messias ideológicos contabilizou dezenas de milhões de mortos e sociedades saneadas da liberdade, dos direitos
fundamentais e das condições mínimas de subsistência.
Cacilda! Que viagem!
Você estava drogado quando escreveu isso?
Ou estava bêbado quando leu o que escrevi?
Que espécie de estado alterado de inconsciência relaciona algo do que escrevi com a proposta de transformar o país em um Estado orwelliano e produz essa dissertação sobre as gêneses do totalitarismo?
Por quais patológicos processos as profundezas sombrias e insondáveis da sua mente perturbada engendraram a estapafúrdia idéia de que medidas específicas, tipo criar delegacias de mulheres, seriam o primeiro degrau em uma escalada de arbitrariedades que vai levar inexoravelmente a sociedade à Gulags e campos de extermínio?
Passa uma borracha em tudo isso e vamos começar de novo.
Então há esse sujeito, que se diz filósofo mas nunca cursou Filosofia, que se alinha com o pensamento conservador e, sabe-se lá por meio de que contrapartidas, atua como caixa de ressonância para o discurso dos setores mais reacionários da Igreja Católica. Em comum com muitos aqui tem o tal sujeito o hábito de negar que existam estados de ânimo homofóbicos na sociedade, em qualquer nível capaz de justificar a existência de um movimento politicamente organizado para defender os direitos de uma parcela de cidadãos que se sente repudiada e oprimida. Em comum com você o tal sujeito acredita ( ou quer que acreditem ) que a militância gay não passa de um pretexto para alcançar insidiosos objetivos. Você e o Olavo de Carvalho também se parecem quando no afã de negar fatos que contradigam suas teses não se constrangem em se valerem de falácias tão primárias que chegam a ser ridículas.
Um exemplo:
Quando confrontado com as estatísticas de violência contra homossexuais que indicam que há sim homofobia, o cara que se diz filósofo procura descaracterizar estes números argumentando que nada indicam, já que comparados a todas as ocorrências de violências os casos de violência contra homossexuais seriam insignificantes.
Tipo assim: Mil pessoas foram assassinadas em 2009 em São Paulo. "Apenas" 50 eram gays.
Ele "esquece" que diferentemente dos outros 950 homicídios, estes 50 casos não são isolados, mas se relacionam pelo fato das vítimas terem sido mortas POR SEREM gays. O que é uma evidência daquilo que ele nega, ou seja, que na nossa sociedade ainda há uma mentalidade de hostilidade aos homossexuais que em suas manifestações mais extremadas produz casos de agressão e até morte.
Se um homossexual por acaso é morto em alguma situação ordinária da violência urbana, tal como um assalto ou uma briga de trãnsito, então é, como você diz, apenas mais um caso de polícia. Ainda se um homossexual é morto por um assassino homofóbico, mas este é um caso pontual, extraordinário, continua sendo nada mais que um caso de polícia.
Porém se há um padrão claramente identificável de agressões contra pessoas homossexuais então esses casos, percebidos em conjunto, indicam a existência de um problema maior e mais profundo, com o qual a parte sadia e lúcida da sociedade tem obrigação de lidar. E para o qual serão necessárias estratégias específicas, para além dos procedimentos policiais e judiciais ordinários que ainda devem ser aplicados na elucidação e punição de cada crime individualmente.
Mas que medidas específicas são estas? Bom, o "significado é convenientemente deixado em aberto", e inteligentemente, obviamente deixado em aberto, porque como o próprio termo "específico" sugere, tais medidas são diferentes dos procedimentos comuns de investigação, captura, julgamento e punição dos culpados, aplicáveis a toda espécie de crime. Um problema social X talvez tenha que ser abordado de uma forma diferente do problema social Y. Por nenhuma interpretação honesta "medidas específicas" significariam medidas à revelia do princípios de direito, nem que a responsabilidade de decisão e execução estaria nas mãos de algum pequeno grupo.
É preciso voltar a um exemplo que eu já tinha dado mas que espantosamente nada ajudou para que o cara não embaralhasse as idéias.
Casos de violência doméstica contra a mulher também são estatisticamente identificáveis como a expressão de uma mentalidade machista ainda comum em muitos homens. Estão relacionados entre si por este fator e se destacam por esta particularidade de outros episódios de violência. Razão pela qual MEDIDAS ESPECÍFICAS foram necessárias e bem-vindas para coibir este tipo de delito. Ainda que o código penal já tivesse instrumentos
para punir qualquer tipo de agressão, foi sancionada, como uma medida específica contra esse tipo de crime, a famosa Lei Maria da Penha.
Vejam o que diz a lei em sua introdução:
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. —Lei 11.340
Notem: existe uma Convenção específica sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres. E até uma Convenção Interamericana especificamente para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher.
Também foram criadas as Delegacias de Mulheres, porque era um erro estratégico na abordagem do problema que este fosse tratado como crime comum, onde bastasse apenas [color=yellow]"investigar, capturar e punir os autores e cúmplices específicos do crime". Algo que simplesmente acabava não acontecendo porque:
1 - Mulheres se sentiam constrangidas em dar queixa em uma delegacia comum.
2 - A má vontade de delegados e escrivãos homens, muitas vezes tão machistas quanto os próprios agressores, não ajudava muito.
3 - Não havia pessoal treinado para lidar especificamente com esse problema.
4 - Não havia delegadas e investigadoras designadas especialmente para este tipo de crime com quais as vítimas pudessem se sentir mais à vontade ao expor o caso.
Além das delegacias ainda foram criados Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
São medidas específicas, respostas ao reconhecimento da existência do problema. Negar que o problema existe tratando cada caso como apenas mais um caso comum de violência, sem reconhecer particularidades específicas que o ligam a muitos outros casos semelhantes, é que não ajudaria muito.
Mas estas são medidas do poder público que atuam no sentido da punição. Já a prevenção recai sobre a certeza da punição e também sobre um trabalho de mudança de mentalidades em que se engajam vários setores da sociedade. Como exemplos a Igreja Católica instituiu a campanha "Homem e Mulher - Imagem de Deus" e a IECLB distribuiu uma cartilha sobre o tema.
Não é preciso dizer que nada disso ameaça o Estado de Direito, a democracia.
Acauan escreveu:
[...] quem achar que é paranóia explique porque deficiente físico passou a se chamar portador de necessidades especiais.Pedro Reis escreveu:
É paranóia e eu explico. Deficiente é o mesmo que incapaz, ou menos capaz. Uma expressão estigmatizante que reforça a idéia de quem um portador de necessidades especiais deve ser preterido no mercado de trabalho. Por nada além de zelo e bom senso optou-se por se referir aos aleijados de uma forma mais elegante.
Quem não achar que é paranóia explique quem teria interesse no "controle ideológico" sobre a expressão "deficiente físico", quem é este grupo que determina e exerce este controle, e como os objetivos deste grupo seriam alcançados se as Associações de Deficientes Físicos passassem a se chamar Associação para Portadores de Necessidades Especiais.
Este zelo com expressões supostamente estigmatizantes remonta historicamente ao movimento feminista, às vezes é chato, hoje em dia está na moda e é praticado com um certo exagero. Mas conspiração é paranóia mesmo.
Acauan escreveu:
Errado, como sempre...
Está querendo dizer que há mesmo uma conspiração?
Só espero que você não acredite que os reptilianos estão metidos nisso.
Acauan escreveu:
Primeiro que deficiente não significa incapaz e o deficiente físico é sim menos capaz fisicamente no limite estrito
de sua deficiência e isto não estigmatiza ninguém, é apenas um fato da vida. Alguém dependente da cadeira de rodas é plenamente qualificado para um cargo
profissional no qual se trabalhe sentado, outras tarefas podem estar fora de suas possibilidade físicas. O deficiente sabe disto, o mundo sabe disto e
não há nenhuma crueldade nisto, assim como nada muda enfeitando as palavras.
Camaradinha,
Eu sei que para um egóico é difícil, mas tente processar a idéia de que algumas pessoas pensam diferente de você.
Esta é a sua opinião, tão insignificante que você não a consegue expressar senão bufando, é a maneira como você interpreta e analisa esta questão. Porém pessoas mais sensíveis podem achar que é mais ameno se referir a alguém com alguma deficiência física por "portador de necessidades especiais", e podem fazer isso com a melhor das intenções. Não significa que estejam engajadas em nada que a sua paranóia possa imaginar que estejam engajadas e nem que tenham sofrido lavagem cerebral.
Significa apenas que alguns podem ser mais delicados que outros no trato com as pessoas e que nem todo mundo pensa da mesma maneira.
Pra você não faz diferença dizer "ceguinho" ou deficiente visual, mas eu particularmente evito chamar uma pessoa com problemas de visão de "ceguinho". Especialmente se for alguém com quem não tenho intimidade.
Se você abrisse uma loja de roupas no centro da cidade, especializada em mulheres com manequim acima de 48, certamente escolheria por nome "A Casa das Gordas". Porque afinal palavras não importam, a gorda é gorda mesmo, sabe que é gorda, o mundo inteiro sabe disto, não há nenhum estigma em uma mulher ter 1,60 e pesar 110 kilos, e não há nenhuma crueldade em chama-la de gorda, obesa, baiaca, ou mesmo, já que palavras pouco importam, de Orca Baleia Assassina.
Mas isto é você. A concorrência talvez preferisse "Elegância Sob Medida" e iria faturar 10 vezes mais sem precisar dar desconto.
Acauan escreveu:
É impressionante que tais besteiras sejam ditas com esta cara lavada e ainda arrotando pretensão.
Agora você tirou as palavras da minha boca...
Acauan escreveu:
A condenação ideológica do uso de certas expressões não é um fato espontâneo [...]
É óbvio que não. Tá na cara que todos estes intelectuais pertencem a uma irmandade secreta que se reúne toda quinta-feira à noite para decidir que palavras serão suprimidas e quais substituídas.
Acauan escreveu:
[...] surgido de um súbito direcionamento da boa vontade humana em determinada direção. A prova disto, sem qualquer necessidade de outra maior, é que se tais mudanças fossem espontâneas cada país ou região faria suas adequações de linguagem ao seu modo e a seu tempo, como sempre ocorreu ao longo da História [...]
Houve tempo em que os locutores esportivos, todos, se referiam ao tempo extra designado pelo juiz ao final da partida como "descontos". De repente todos os narradores de futebol, do Oiapóqui ao Chuí, passaram a preferir "acréscimos". Teria sido uma medida decidida por votação em alguma Convenção Nacional de Locutores Esportivos, ou você especula que alguma articulação oculta teria se ocupado de tão insignificante objetivo?
Outra hipótese, mais sensata, é de que alguém tenha finalmente percebido que "desconto" não é um termo adequado para algo que se acrescenta, então a informação circula e como faz sentido é voluntariamente adotada por muitos.
Acauan escreveu:
[...] mas é autoevidente a universalização da prática [...]
Autoevidente é a paranóia.
Acauan escreveu:
[...] todos os grandes jornais do mundo, universidades, centros de cultura adotam o vocabulário politicamente correto, criam neologismos e suprimem determinadas palavras seguindo um padrão. Isto não é coincidência e nem é novo. George Orwell já havia descrito o processo em 1984, com seu newspeak. De lá prá cá não temos a ditadura totalitária do livro, mas as classes intelectuais se engajaram na idéia e são as classes intelectuais que controlam as mídias, as escolas e a cultura de massa. De resto basta notar que palavras como homossexualismo são sistematicamente substituídas em todas as publicações por homossexualidade, como se todos os redatores, em um momento de inspiração divina, tivessem se inspirado de quão opressivo é o primeiro termo e em escala
mundial e no mesmo período de tempo aos poucos alinharam-se todos no uso do segundo.
Por deus, não quero parecer um banana, mas se eu estivesse conversando frente a frente com um tipo desses neste ponto estaria com medo.
Bom, talvez para não tornar a sua paranóia mais autoevidente você não explicou, afinal, quem teria interesse no "controle ideológico" sobre a expressão "deficiente físico", quem é este grupo que determina e exerce este controle, e como os objetivos deste grupo seriam alcançados se as Associações de Deficientes Físicos passassem a se chamar Associação para Portadores de Necessidades Especiais.
Explicação que eu havia lhe cobrado anteriormente porque sem ela o brilhantismo da sua tese não seria completo.
Mas a sua paranóia nasce tanto de um desequilíbrio bioquímico nos neurotransmissores quanto da sua incapacidade de fazer análises mais profundas.
Então, subitamente, parece haver uma universalização de certos valores... "Isto não é coincidência": diriam Erick Von Daniken e David Icke. Certamente há manobras por trás disso, alguém está marionetando a coisa toda.
Mas na sua opinião essa conspiração está relacionada com a conspiração que fez com que nos anos 60, subitamente e por toda parte, muitas pessoas adotassem novos e idênticos valores em relação a patriotismo, sociedade de consumo, existencialismo, amor livre, uso de psicotrópicos e etc?
De repente jovens de todo mundo ( não apenas jovens ) rompiam radicalmente com os valores e a estética da geração anterior. Os Beatles estavam mais cabeludos e não usavam mais terninhos. Em todo lugar grupos de iê iê iê aposentavam os ternos e deixavam o cabelo crescer. Mas não era só a aparência, a música pop ficou mais elaborada e as mensagens convergiam às mesmas temáticas. Em todo lugar as pessoas estavam caindo na estrada, fundando comunidades alternativas, acreditando que drogas expandiam a consciência, que era possível viver sem dinheiro e praticar o amor livre sem sentimentos de posse ou ciúmes.
Como você diz, "no mesmo período de tempo e em escala mundial", todos se alinharam com a mesma linha de pensamento. E olha outra coincidência, junto com os valores vieram também o uso das mesmas expressões: "tô numa boa", "paz e amor", o "freak" do inglês foi traduzido por "bicho" aqui. Tal fenômeno só pode ser explicado por intervenções conspiratórias, ou, como você bem demonstrou: "A prova disto, sem qualquer necessidade
de outra maior, é que se tais mudanças fossem espontâneas cada país ou região faria suas adequações de linguagem ao seu modo e a seu tempo, como sempre ocorreu ao longo da História." Ao que eu acrescentaria as mesmas mudanças de vestuário e de comportamento. O mesmo ímpeto para usar drogas e cultivar piolhos.
Não.
Na verdade fenômenos assim sempre ocorreram ao longo da História. Foi assim com o cristianismo primitivo, inicialmente um movimento descentralizado e desorganizado, que se espalhou rapidamente por grande parte do Mediterrãneo. Foi assim também com o Iluminismo, com o Positivismo, isso é comum e aconteceu também com a geração "flower power".
Mas de fato essa onda toda do "politicamente correto" tem mesmo a ver com o que aconteceu nos anos 60, principalmente com os movimentos pelos direitos civis. Porque a História não acontece aos saltos, há um encadeamento de eventos. Como eu já mencionei movimentos libertários como o feminismo, o movimento pelos direitos das minorias raciais, o movimento pelos direitos dos homossexuais, perceberam que não bastava conquistar
leis que garantissem a estes grupos plena cidadania. Era preciso trabalhar no sentido de uma mudança da mentalidade dominante na sociedade, da transformação de condicionamentos culturais. E isso, como alguém já observou aqui ( acho que foi o f.k cabeção ) não pode ser exigido, muito menos imposto. Não se deve, não se pode e nem adianta fazer leis pra isso.
Mas se pode fazer leis que indiretamente promovem gradualmente esta mudança de paradigmas. Quer dizer, não dá pra fazer uma lei obrigando todo branco a achar o negro lindo, mas você pode criar cotas no cinema e tv para atores negros, e assim gradualmente as pessoas se habituam a ver o negro herói, o negro galã, o negro inteligente, o negro virtuoso, bom caráter. Fizeram isto nos Estados Unidos e parece que deu certo, porque hoje tem um mulato na Casa Branca. Isto em um país onde há apenas duas gerações se enforcavam negros em árvores sem motivo, em um país
onde um governador de estado foi para a porta de uma universidade para impedir a entrada de estudantes negros.
Entre as várias estratégias que estes grupos utilizaram para a mudança de condicionamentos, de mentalidades, estava a idéia de se abolir expressões cujas conotações adquiridas pelo frequente uso reforçavam e retroalimentavam estes mesmos condicionamentos e mentalidades. As feministas, por exemplo, lutaram muito contra o sexismo da linguagem. Por coincidência estava lendo outro dia um artigo do Richard Dawkins em que ele se retratava por um dia, assim como o Acauan, ter defendido que palavras não eram importantes. Diz ele, costumava
rir das feministas que se preocupavam com o uso de expressões ao invés de se ocuparem com coisas mais concretas, como equiparação de salários. Mas hoje ele percebe que palavras importam sim, e são instrumentos para se alcançar estes objetivos concretos. Porque nestes casos é tudo uma questão de mentalidades. E palavras forjam mentalidades.
O sonho acabou, a contra cultura acabou, as feministas e os negros já não são mais tão radicais, mas certas sementes fincaram raízes e ainda influenciam o pensamento liberal nos Estados Unidos e por consequência o pensamento liberal em todo o mundo. Não há envolvido nisso nenhum mistério maior do que esse. É um processo tão espontâneo e que ocorre à revelia de qualquer planejamento ou controle, quanto locutores de futebol de repente deixarem de dizer "descontos" e passarem a dizer "acréscimos".
Há épocas na História em que certas conjunturas convergem para favorecer determinadas idéias e valores, então estas idéias e valores eclodem por toda parte, quase que simultaneamente. Foi assim com o Iluminismo, em um tempo em que não havia internet, satélite nem telefone.
PS: Antes que os idiotas e os mal intencionados façam tal ilação, não estou comparando a importância do Iluminismo com a importância da onda do politicamente correto, apenas defendendo o ponto de vista que atuais conjunturas e fatores históricos favorecem a aceitação e universalização do "politicamente correto" entre aqueles que se inclinam mais para as posturas e o pensamento liberal.