Dissidente islamica
Enviado: 03 Fev 2006, 02:10
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ayaan_Hirsi_Ali
Ayaan Hirsi Ali
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Ayaan Hirsi AliAyaan Hirsi Ali (nascida com o nome Ayaan Hirsi Magan a 13 de Novembro de 1969 em Mogadíscio, Somália) é actualmente deputada na Câmara Baixa (Tweeede Kamer) do parlamento neerlandês pelo Partido Liberal (VVD).
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1 Biografia
2 Prémios
3 Ligações externas
4 Ver também
[editar]
Biografia
Ayaan Hirsi Ali nasceu na Somália. O seu pai opunha-se ao regime socialista de Siyad Barre e em 1976 a família teve de fugir do país. Ayaan viveu na Arábia Saudita, depois na Etiópia e mais tarde no Quénia, onde frequentou a escola secundária e viveu durante onze anos.
Aos cinco anos Ayaan foi circuncisada numa cerimónia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática.
Em 1992, o seu pai pretendia casá-la com um primo residente no Canadá. Enquanto aguardava na Alemanha pelos documentos que lhe permitiriam entrar no Canadá, Ali decidiu fugir para os Países Baixos, onde recebeu o estatuto de refugiada. Trabalhou como empregada de limpeza e tradutora, antes de frequentar o curso de Ciência Política na Universidade de Leiden.
Após a conclusão dos seus estudos trabalhou para a Fundação Wiardi Beckman, um instituto ligado ao Partido Trabalhista PvdA. A pesquisa que ela ali desenvolveu focou sobretudo a integração de mulheres estrangeiras (maioritariamente muçulmanas) na sociedade neerlandesa.
Esta pesquisa deu-lhe opiniões fortes sobre o assunto, o que resultou num corte de relações com o PvdA. Na sua opinião, não havia espaço suficiente dentro do PvdA para criticar aquilo que ela via como consequências negativas de certos aspectos sócio-culturais dos migrantes e do Islão.
No seu livro "de Zoontjesfabriek" ("Fábrica de filhos") ela criticou a perspectiva islâmica das mulheres. Na sua opinião, a cultura islâmica pretende apenas que as mulheres produzam filhos para os seus maridos. O livro também critica tradições como a circuncisão feminina, que é muito comum na Somália.
Em 2002 o Partido Liberal VVD convidou Hirsi Ali para integrar as listas do partido, tendo sido eleita deputada em Janeiro de 2003. No livro acima referido, ela diz que a oportunidade oferecida pelo VVD foi um factor importante na decisão de mudar dos trabalhistas para os liberais, de modo a trazer as suas ideias para o parlamento.
Após a publicação do seu livro, Hirsi Ali recebeu várias ameaças de morte. A maioria delas circulou na Internet e não foram consideradas sérias.
Numa entrevista so jornal diário "Trouw" (Sábado 25 de Julho de 2003), ela afirmou sobre o profeta Maomé: "medido pelos nosos estandards ocidentais, ele é um homem perverso. Um tirano". Hirsi Ali refere-se ao facto de Maomé ter casado com uma rapariga de nove anos. Várias organizações islâmicas e individuos islâmicos processaram-na por discriminação. No entanto Hirsi Ali não foi condenada. De acordo com o promotor público, as suas críticas "não contém quaisquer conclusões com respeito aos muçulmanos, e a sua dignidade como grupo não é negada".
Em 2004, juntamente com o controverso realizador de cinema neerlandês Theo van Gogh (realizador), ela fez um filme intitulado "Submissão" sobre a opressão da mulher nas culturas islâmicas. O título refere-se ao Islão (que significa literalmente submissão a Alá) e foi fortemente criticado pelos muçulmanos neerlandeses, que o consideram uma desgraça para a sua religião. O filme mostra mulheres semi-nuas, com textos do Alcorão escritos nos seus corpos. Van Gogh, também um crítico do Islão, recebeu igualmente ameaças de morte e foi assassinado, por um muçulmano radical, em 2 de Novembro de 2004. No corpo de Van Gogh encontrava-se uma carta que referia que a próxima pessoa a ser morta seria Ayaan. A deputada teve de abandonar o país, tendo vivido durante algum tempo na Califórnia, Estados Unidos da América.
Em Janeiro de 2005 Hirsi Ali regressou ao parlamento neerlandês, tendo já anunciado a sua intenção em criar uma sequela para o filme "Submissão", desta feita focando a situação dos homossexuais masculinos no mundo islâmico. A revista "Time" considerou-a uma das cem pessoas mais influentes no planeta em 2005. Hirsi Ali vive sob a protecção de dois guarda-costas 24 horas por dia.
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Prémios
No dia 20 de Novembro de 2004 Ayaan Hirsi Ali foi galardoada com o Prémio Liberdade do Partido Liberal da Dinamarca "pelo seu trabalho a favor da liberdade de expressão e dos direitos das mulheres". Devido a ameaças de fundamentalistas islâmicos não foi possível a Ayaan estar presente na cerimónia de entrega do prémio. No entanto, um ano depois, a 17 de Novembro de 2005, ela viajou até à Dinamarca para agradecer pessoalmente a Anders Fogh, primeiro-ministro da Dinamarca e líder do Partido Liberal.
No dia 29 de Agosto de 2005 Ayaan foi galardoada com o Prémio Democracia do Partido Liberal da Suécia "pelo seu corajoso trabalho a favor da democracia, direitos humanos e direitos das mulheres."[1]
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Ligações externas
Entrevista na revista Der Spiegel
Entrevista no jornal The Guardian
Entrevista na rádio NPR
Entrevista CBS News
Testemunho na BBC News
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Ver também
Theo van Gogh (realizador)
Salman Rushdie
Ayaan Hirsi Ali
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Ayaan Hirsi AliAyaan Hirsi Ali (nascida com o nome Ayaan Hirsi Magan a 13 de Novembro de 1969 em Mogadíscio, Somália) é actualmente deputada na Câmara Baixa (Tweeede Kamer) do parlamento neerlandês pelo Partido Liberal (VVD).
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1 Biografia
2 Prémios
3 Ligações externas
4 Ver também
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Biografia
Ayaan Hirsi Ali nasceu na Somália. O seu pai opunha-se ao regime socialista de Siyad Barre e em 1976 a família teve de fugir do país. Ayaan viveu na Arábia Saudita, depois na Etiópia e mais tarde no Quénia, onde frequentou a escola secundária e viveu durante onze anos.
Aos cinco anos Ayaan foi circuncisada numa cerimónia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática.
Em 1992, o seu pai pretendia casá-la com um primo residente no Canadá. Enquanto aguardava na Alemanha pelos documentos que lhe permitiriam entrar no Canadá, Ali decidiu fugir para os Países Baixos, onde recebeu o estatuto de refugiada. Trabalhou como empregada de limpeza e tradutora, antes de frequentar o curso de Ciência Política na Universidade de Leiden.
Após a conclusão dos seus estudos trabalhou para a Fundação Wiardi Beckman, um instituto ligado ao Partido Trabalhista PvdA. A pesquisa que ela ali desenvolveu focou sobretudo a integração de mulheres estrangeiras (maioritariamente muçulmanas) na sociedade neerlandesa.
Esta pesquisa deu-lhe opiniões fortes sobre o assunto, o que resultou num corte de relações com o PvdA. Na sua opinião, não havia espaço suficiente dentro do PvdA para criticar aquilo que ela via como consequências negativas de certos aspectos sócio-culturais dos migrantes e do Islão.
No seu livro "de Zoontjesfabriek" ("Fábrica de filhos") ela criticou a perspectiva islâmica das mulheres. Na sua opinião, a cultura islâmica pretende apenas que as mulheres produzam filhos para os seus maridos. O livro também critica tradições como a circuncisão feminina, que é muito comum na Somália.
Em 2002 o Partido Liberal VVD convidou Hirsi Ali para integrar as listas do partido, tendo sido eleita deputada em Janeiro de 2003. No livro acima referido, ela diz que a oportunidade oferecida pelo VVD foi um factor importante na decisão de mudar dos trabalhistas para os liberais, de modo a trazer as suas ideias para o parlamento.
Após a publicação do seu livro, Hirsi Ali recebeu várias ameaças de morte. A maioria delas circulou na Internet e não foram consideradas sérias.
Numa entrevista so jornal diário "Trouw" (Sábado 25 de Julho de 2003), ela afirmou sobre o profeta Maomé: "medido pelos nosos estandards ocidentais, ele é um homem perverso. Um tirano". Hirsi Ali refere-se ao facto de Maomé ter casado com uma rapariga de nove anos. Várias organizações islâmicas e individuos islâmicos processaram-na por discriminação. No entanto Hirsi Ali não foi condenada. De acordo com o promotor público, as suas críticas "não contém quaisquer conclusões com respeito aos muçulmanos, e a sua dignidade como grupo não é negada".
Em 2004, juntamente com o controverso realizador de cinema neerlandês Theo van Gogh (realizador), ela fez um filme intitulado "Submissão" sobre a opressão da mulher nas culturas islâmicas. O título refere-se ao Islão (que significa literalmente submissão a Alá) e foi fortemente criticado pelos muçulmanos neerlandeses, que o consideram uma desgraça para a sua religião. O filme mostra mulheres semi-nuas, com textos do Alcorão escritos nos seus corpos. Van Gogh, também um crítico do Islão, recebeu igualmente ameaças de morte e foi assassinado, por um muçulmano radical, em 2 de Novembro de 2004. No corpo de Van Gogh encontrava-se uma carta que referia que a próxima pessoa a ser morta seria Ayaan. A deputada teve de abandonar o país, tendo vivido durante algum tempo na Califórnia, Estados Unidos da América.
Em Janeiro de 2005 Hirsi Ali regressou ao parlamento neerlandês, tendo já anunciado a sua intenção em criar uma sequela para o filme "Submissão", desta feita focando a situação dos homossexuais masculinos no mundo islâmico. A revista "Time" considerou-a uma das cem pessoas mais influentes no planeta em 2005. Hirsi Ali vive sob a protecção de dois guarda-costas 24 horas por dia.
[editar]
Prémios
No dia 20 de Novembro de 2004 Ayaan Hirsi Ali foi galardoada com o Prémio Liberdade do Partido Liberal da Dinamarca "pelo seu trabalho a favor da liberdade de expressão e dos direitos das mulheres". Devido a ameaças de fundamentalistas islâmicos não foi possível a Ayaan estar presente na cerimónia de entrega do prémio. No entanto, um ano depois, a 17 de Novembro de 2005, ela viajou até à Dinamarca para agradecer pessoalmente a Anders Fogh, primeiro-ministro da Dinamarca e líder do Partido Liberal.
No dia 29 de Agosto de 2005 Ayaan foi galardoada com o Prémio Democracia do Partido Liberal da Suécia "pelo seu corajoso trabalho a favor da democracia, direitos humanos e direitos das mulheres."[1]
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Ligações externas
Entrevista na revista Der Spiegel
Entrevista no jornal The Guardian
Entrevista na rádio NPR
Entrevista CBS News
Testemunho na BBC News
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Ver também
Theo van Gogh (realizador)
Salman Rushdie