Guerra ao Terror? 6 Oscars?

[Dick]

Que merda é essa? Vá entender o que se passa na cabeça da academia... relegaram Avatar a segundo plano, que é o tipo de filme que sustenta de verdade Hollywood (além de, no caso, ser bem feito, politicamente correto e divertido de se ver), e elegeram um filme devagar, quase parando, como Guerra ao Terror (The Hurt Locker). Vá lá, o filme é bom, apesar de mostrar a guerra do ponto de vista de um cara que não está nem aí para a hora de brasília, que troca a família pela adrenalina, e que passa a imagem distorcida de uma guerra sem sentido (que de fato o é, mas não deste modo). Mas não sei como o roteiro pode ter sido escolhido como o melhor. Até o desenho Up tem uma história mais dinâmica e melhor construída. Quando eu acho que estou entendo algo de cinema...

[Fernando Silva]

Independente de qual filme é melhor, acho a Kathryn Bigelow um mulherão.

E ainda é mais velha que eu, coisa rara hoje em dia...

[Jack Torrance]

Poderiam me explicar porque "Onde os francos não têm vez" também foi tão foda assim.

[Johnny]

Que merda é essa?

Dãã, a de sempre. Ou você crê que seja sério quanto o troféu imprensa?

Vá entender o que se passa na cabeça da academia...

Quais academias?

relegaram Avatar a segundo plano, que é o tipo de filme que sustenta de verdade Hollywood

Pois é. Se um dia todos resolverem fazer filmes ao gosto da academia, adeus hollywood.

... elegeram um filme devagar, quase parando, como Guerra ao Terror (The Hurt Locker).

...é.

Vá lá, o filme é bom, apesar de mostrar a guerra do ponto de vista de um cara que não está nem aí para a hora de brasília, que troca a família pela adrenalina, e que passa a imagem distorcida de uma guerra sem sentido (que de fato o é, mas não deste modo).

Afinal o filme é bom ou não é?

Mas não sei como o roteiro pode ter sido escolhido como o melhor. Até o desenho Up tem uma história mais dinâmica e melhor construída. Quando eu acho que estou entendo algo de cinema...

Quem entende de cinema está na ACADEMIA. Você não está.

[Dick]

"Onde os fracos não têm vez" possui uma dinâmica bastante incomum... acredite: fazer uma pessoa ser perseguida por cachoros, sem trilha sonora para além de corredeiras e barulhos naturais, e ainda assim conseguir uma excelente tomada de suspense não é para qualquer um...

[Dick]

repetido

[Dick]

Quem entende de cinema está na ACADEMIA. Você não está.

Naturalmente isto não procede. Silogismo barato.

[user f.k.a. Cabeção]

Independente de qual filme é melhor, acho a Kathryn Bigelow um mulherão.

E ainda é mais velha que eu, coisa rara hoje em dia...

Mas deveria ter injetado um pouco de botox nas mãos também...

[Apo]

Ah dane-se a Academia! O que interessa é a BU-FUN-FA!

Não vi os filmes. Avatar me nego a ver.

[user f.k.a. Cabeção]

Gostei do Avatar, não vi esse filme que ganhou (acho que não fui o único...).

Muita gente analisou demais Avatar, é só um trama estilo Pocahontas/Dança com Lobos, com elementos originais um pouco mais interessantes, e uma certa dose de eco-politicamente correto, mas não exagerada. Nada pra ficar se discutindo por horas.

O filme em si é visualmente sensacional, além de ter um excelente ritimo e encadeamento que marca os filmes clássicos do Cameron (como Exterminador do Futuro 2, um dos melhores filmes de todos os tempos period.).

Só achei que o visual do cenário foi claramente *inspirado* nas capas do Yes que o Roger Dean criou. Tipo, ilhas voadoras, formações rochosas em arco, florestas e cachoeiras mágicas, etc, tudo quase idêntico... bem cara-de-pau não terem citado o cara...

[Dick]

Um outro problema relacionado a Avatar é que muitas pessoas que o viram o fizeram em cinemas ordinários, e mesmo através de um torrent vagabundo da internet sem a mínima qualidade. Isso é realmente uma pena. Visto com a qualidade certa, Avatar possui uma ambientação inefável. Visto em um IMAX 3D, o filme chega às raias do inacreditável. É muito bonito.

[Dick]

Bem ao contrário do Guerra ao Terror, que é um filme bem montado, percebe-se que há qualidade em sua proposta, em algumas questões que traz, mas que você quer que acabe rápido para ir fazer outra coisa.

[Apo]

Só achei que o visual do cenário foi claramente *inspirado* nas capas do Yes que o Roger Dean criou. Tipo, ilhas voadoras, formações rochosas em arco, florestas e cachoeiras mágicas, etc, tudo quase idêntico... bem cara-de-pau não terem citado o cara...

Mas que interessante! Mesmo sem ver o filme todo, dá mesmo pra sentir que tem muito do astral de uma capa de Fragile e Tales from Topographic Oceans. Acho que estas atmosferas meio que caíram no inconsciente coletivo.

[user f.k.a. Cabeção]

O problema é que se fosse uma coisa ou outra, ou apenas uma atmosfera, até ia, mas dava para achar cada elemento distinguível da obra do Dean no filme, de maneira quase inalterada.

Eu lembro de ter esperado os créditos para ver se ele ia ser citado, eu estava achando até que ele tinha trabalhado no filme.

Eu acho que ao menos breve menção o cara merecia, já que é cara-de-pau demais o pessoal do filme dizer que não se inspiraram no trabalho dele. Referências são em geral consideradas fair-use, desde que sejam devidamente reconhecidas. Parece que tá rolando um processo.

[Apáte]

Só achei que o visual do cenário foi claramente *inspirado* nas capas do Yes que o Roger Dean criou. Tipo, ilhas voadoras, formações rochosas em arco, florestas e cachoeiras mágicas, etc, tudo quase idêntico... bem cara-de-pau não terem citado o cara...

Agora que tocou no assunto, bem que parece mesmo.

Pena que na porcaria do site do Yes não dá mais pra ver a discografia.

[user f.k.a. Cabeção]

Aliás, o Close to Edge daria uma boa trilha sonora para algumas cenas do filme, principalmente porque as letras não tem sentido (o que diabos é "total mass retain" ??).

[Apáte]

Pelo menos me diga que você não busca sentido nas letras do Sgt Peppers.

[user f.k.a. Cabeção]

Não costumo dar atenção pra elas. Eu gosto de Rolling Stones, Led Zeppelin e AC/DC, pra vc ter uma idéia.

Só em casos muito raros, como Pink Floyd e Jethro Tull as letras valem alguma coisa, e nem sempre.

O interessante do Yes é mais a verborragia non-sense do que o fato das letras não dizerem nada. Acho que eles escolhiam palavras que soavam bem e pareciam querer dizer alguma coisa.

É como quando um cara com mestrado em marketing diz: "blablabla.... precisamos buscar por soluções proativas e sinergéticas".

Não quer dizer absolutamente nada, mas todo mundo fica impressionado...

[Dick]

Ressaca do Ocar
Rubens Ewald Filho

Estou chegando ao hotel logo depois da transmissão mais longa de todos os tempos do Oscar. No mínimo foram quatro horas, o que para eles não foi surpresa porque no roteiro já havia a previsão de três horas e trinta e seis minutos. Portanto, deixe-me ver, se eu fiz uma hora de pré-show, mais meia hora de tapete vermelho da ABC e mais quatro horas de show, fiquei cinco horas e meia no ar… ufa… não é a toa que, no final, fui ficando irritado com tudo e começando a xingar Hollywood e a festa…

Bom, vocês aqui no blog são testemunhas de como faz tempo que venho falando de Guerra ao Terror, chegando mesmo a pedir para os outros blogueiros assistirem ao filme e escreverem a respeito. Isso não quer dizer que ache sua vitória justificada ou merecida.

O que podemos explicar para o jovem que está começando a gostar de cinema, que assistiu a Avatar e tinha certeza de que a Academia lhe outorgaria os merecidos prêmios, não só técnicos? Pois acho que a Academia falhou em tudo. Diz ser de ciências e, no entanto, dedicou 15 segundos aos prêmios científicos técnicos, que mal foram citados e não vistos. Faltou total respeito aos grandes nomes do cinema, inclusive Roger Corman e Lauren Bacall, mostrando-os de longe mesmo quando a plateia insistia em aplaudi-los de pé. Transformaram as homenagens aos grandes em cerimônia do Lion’s clube de Beverly Hills, o que era para ser o momento mais emocionante da noite.

Sem dúvida, o que mais me irritou foi ter caído nesse conto do vigário mais velho dos homens, dos produtores pretensiosos e burros que prometeram uma mudança total e, no final das contas, a única coisa que trouxeram de novo foi mudar o Oscar goes to para o velho the winner is. Grande porcaria de contribuição, a qual ninguém deu a menor bola. Não provocou o menor frisson. Aliás, nada que fizeram deu certo. O número de abertura foi uma bobagem curta e fraca, desperdiçando o Neil Patrick Harris, que esteve tão bem no Tony e no Emmy. Um desperdício. O número de street dance para ilustrar as trilhas musicais foi pueril e banal. A ideia de falar sobre os indicados foi roubada do ano passado e foi mal feita porque as pessoas deste ano não tinham o que dizer, não sabiam dizer e estava na cara que estavam mentindo, representando. Os apresentadores fizeram algumas piadinhas razoáveis, mas nem precisava de dupla, um sozinho já dava conta do recado, mediocremente como tudo que sucedeu na noite.

Entre as premiações, houve o escândalo de perderem A Fita Branca e Profeta, que, admito, são os filmes do ano, em troca de um filme argentino bem legal, mas que não tem fôlego para vencê-los. Vocês verão como vai haver outra mudança interna na categoria porque sucedeu tudo o que eles estavam tentando evitar. Injustiças óbvias.

Já estou cansando de ficar polemizando sobre Avatar e Guerra ao Terror. Foram meses falando sobre o assunto e meu repertório está se esgotando. Acho burrice de Hollywood não apoiar os blockbusters que a sustentam, ainda mais agora que finalmente apareceu um bom (e Deus sabe quanto tempo teremos que esperar por outro do mesmo nível. Mais 12 anos?). Enfim, quem sabe a dor do cotovelo do brasileiro com mais um Oscar para o cinema argentino finalmente faça cair a ficha e os nossos cineastas e burocratas tomem jeito.

Vamos para frente e dar um break nos Oscars por uns bons meses.


Fonte: http://blogs.r7.com/rubens-ewald-filho/2010/03/08/ressaca-do-oscar/

[Apáte]

Não costumo dar atenção pra elas. Eu gosto de Rolling Stones, Led Zeppelin e AC/DC, pra vc ter uma idéia.

Eu também, e AC/DC e a não ser que você se interesse por sexo de duendes, AC/DC é a única que dá pra levar em conta. What Do You Do For Money Honey, If You Want Blood (You've Got It) e principalmente Whole Lotta Rosie são obras primas.

Só em casos muito raros, como Pink Floyd e Jethro Tull as letras valem alguma coisa, e nem sempre.

I've got a bike.
You can ride it if you like.
It's got a basket, a bell that rings and
Things to make it look good.
I'd give it to you if i could,
But i borrowed it.

O interessante do Yes é mais a verborragia non-sense do que o fato das letras não dizerem nada. Acho que eles escolhiam palavras que soavam bem e pareciam querer dizer alguma coisa.

É como quando um cara com mestrado em marketing diz: "blablabla.... precisamos buscar por soluções proativas e sinergéticas".

Não quer dizer absolutamente nada, mas todo mundo fica impressionado...

Sempre achei que mais parece coisa de crente quando está recebendo o Espírito Santo.

Mas é legal.

[Samael]

Gostei do Avatar, não vi esse filme que ganhou (acho que não fui o único...).

Muita gente analisou demais Avatar, é só um trama estilo Pocahontas/Dança com Lobos, com elementos originais um pouco mais interessantes, e uma certa dose de eco-politicamente correto, mas não exagerada. Nada pra ficar se discutindo por horas.

O filme em si é visualmente sensacional, além de ter um excelente ritimo e encadeamento que marca os filmes clássicos do Cameron (como Exterminador do Futuro 2, um dos melhores filmes de todos os tempos period.).

Só achei que o visual do cenário foi claramente *inspirado* nas capas do Yes que o Roger Dean criou. Tipo, ilhas voadoras, formações rochosas em arco, florestas e cachoeiras mágicas, etc, tudo quase idêntico... bem cara-de-pau não terem citado o cara...

Achei pior que os outros citados. Aquele papo no final de negar sua própria humanidade (meu "aniversário", o novo nascimento) e aqueles "deus ex machina horrorosos" (no trailer o duelo parece de igual pra igual, mas quando Cameron desenvolve a trama, ele se sente obrigado a vitimizar mais os nativos, e eles ficam ridiculamente fracos) com a Deusa salvando tudo conseguem estragar qualquer coisa.

E se você ousar comparar Avatar ou Titanic com Terminator, Alien ou até mesmo com o Segredo do Abismo, eu serei obrigado a dizer que seu gosto por cinema é uma porcaria!

[Dick]

Nem me pasou pela cabeça tal tipo de comparação. A propósito, parece que sua crítica residiu no roteiro, exclusivamente. Embora não reprochável, é limitado.

Quanto ao meu gosto, verifico que, ser ele uma porcaria ou não, está relacionado ao seu gosto, não? Ora, ora...

[Dick]

Ops, tomei as dores... foi mal, Samael.

[user f.k.a. Cabeção]

Eu não ouso comparar nada com Terminator 2. Esse, junto com Apocalypse Now e C'era uma volta il West, são filmes que eu vejo pelo menos 1 vez a cada ano e no final eu só falo : uau!

Avatar foi um filme super-estimulante visualmente com uma trama bacaninha. Realmente, a experiência era pra ser em 3D, se vc viu em cinema convencional perdeu boa parte do que o filme se propunha a oferecer.

Mas nem fodendo que eu comparo com T2, esse filme é um clássico eterno, o melhor do seu gênero, um marco da cinematografia.

T2 é muito superior ao resto da filmografia do Cameron, apesar de eu gostar muito do primeiro Terminator, de Aliens e de True Lies.

Só que Terminator 2 transcende os limites do filme de ação-ficção, sem jamais pretender ser mais do que é. É uma aula, uma masterclass de cinema, com um roteiro primoroso e coerente [dentro das concessões naturais que precisam ser feitas ao gênero da ficção científica], um ritmo alucinante, onde cada cena se encaixa e se explica na cena seguinte de maneira sublime, numa trama que não fica a deriva nem se arrasta por momento algum, com diversos picos de tensão, cenas espetaculares e um clímax sensacional.

Nada pode superar uma moto voando da janela de um edifício contra um helicópero da polícia em pleno voo, pilotada por um cyborg de metal líquido que se projeta para dentro da aeronave e ordena o piloto para sair, que o obedece prontamente!

[Samael]

Nem me pasou pela cabeça tal tipo de comparação. A propósito, parece que sua crítica residiu no roteiro, exclusivamente. Embora não reprochável, é limitado.

Quanto ao meu gosto, verifico que, ser ele uma porcaria ou não, está relacionado ao seu gosto, não? Ora, ora...

Quantas dores por uma brincadeira com um velho amigo...

As minhas críticas ao Avatar estão ligadas ao aspecto estético, construção de personagens e enredo. Os personagens são EXTREMAMENTE unidimensionais e o protagonista é bem ruim. O filme é visualmente deslumbrante, mas o planeta é clichê, previsível, mal explorado. A tribo nativa não é nada além de um amálgama tribal de africanos com indígenas, todos os animais possuem aspecto anfíbio...

A única coisa dentro desse contexto que me agradou foi a mistura de mito e realidade (eles se misturam agradavelmente no filme) e, principalmente, o duelo entre duas personas no protagonista (que é desperdiçada pelo enredo preso e pela má atuação do ator merdão que o Cameron escolheu).

No geral, é um filme divertido e medíocre. Se não se propusesse a ser uma revolução cinematográfica, seria até bom. Mas como se leva a sério demais, é simplesmente ruim. Dei uma nota 5 no IMDB.