Massacre étnico deixa 500 mortos na Nigéria

[Lúcifer]

09/03/2010
Massacre étnico deixa 500 mortos na Nigéria

Agências

O ataque de muçulmanos da etnia fulani contra cristãos da etnia berom no domingo, perto de Jos, no norte da Nigéria, deixou ao menos 500 mortos, segundo balanço divulgado pelo porta-voz do governo do Estado de Plateau, Gregory Yenlong.

O ataque é o mais recente episódio do confronto étnico-religioso na região, que opõe cristãos a pastores muçulmanos fulanis na disputa pelas terras de cultivo.

Armados com revólveres, metralhadoras e machados, os muçulmanos invadiram casas das cidades de Dogo Na Hauwa, Ratsat e Jeji e mataram todos que encontraram pela frente.

Em apenas três horas, ao menos 500 pessoas, entre elas muitas mulheres e crianças, foram mortas e queimadas, segundo testemunhas, que descreveram cenas de horror e violência.

"Muitas pessoas foram mortas em um ato abominável perpetrado por pastores fulanis", disse Dan Majang, responsável pela comunicação do Estado de Plateau, citado pela agência de notícias France Presse. Majang disse ainda que 95 pessoas foram detidas depois do ataque.

Confrontos
A hipótese das autoridades é de que o massacre, ocorrido perto da casa do governador de Plateau, Jonah Jang, tenha sido uma resposta dos pastores aos confrontos religiosos de janeiro passado --que deixaram 326 mortos. O incidente foi considerado pelos membros da etnia fulani uma ação organizada dos cristãos para assassinar muçulmanos.

O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para as vítimas. O presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu com as agências de segurança do Estado e afirmou que os soldados estão em alerta vermelho. O massacre aconteceu mesmo com a imposição de um toque de recolher pelo governo local, que vigora na região das 18h às 6h desde janeiro.

Os conflitos envolvendo cristãos e muçulmanos na Nigéria deixaram mais de 12 mil mortos desde 1999, quando foi implantada a sharia (lei islâmica) em 12 Estados do norte do país.

Peter Gyang, morador de Dogo Nahawa, a aldeia mais afetada, perdeu a mulher e dois filhos no ataque. "Eles fizeram disparos para assustar as pessoas e logo as mataram a machadadas", afirmou a jornalistas. "O ataque começou aproximadamente às 3h e durou até às 6h. Não vimos nenhum policial", completou.

Shamaki Gad Peter, responsável por uma organização defensora dos direitos humanos em Jos, disse que o ataque era "aparentemente" coordenado. "Os criminosos lançaram ações de forma simultânea. Muitas casas foram queimadas", afirmou Peter, após visitar três aldeias.

Moradores citados pelo jornal britânico "The Guardian" disseram que muitos corpos ainda estavam nas ruas horas após o ataque. Testemunhas afirmaram às autoridades que os criminosos eram entre 300 e 500.

http://www.agora.uol.com.br/mundo/ult10109u704177.shtml

[Lúcifer]

Ainda bem que eles tem deus no coração e amam o seu próximo.
Imagina se não tivessem.