Cidade do Vaticano, 25 mar (EFE).- O Vaticano denunciou hoje o que considera uma "evidente e ignóbil tentativa de atingir a qualquer custo" o papa Bento XVI com as novas denúncias de atos de pedofilia cometidos por padres e que haviam sido abafados, segundo as vítimas, pelo atual pontífice.
A defesa do papa foi feita pelo "L'Osservatore Romano", o jornal vespertino da Santa Sé, que acusa a imprensa internacional de divulgar uma imagem da Igreja Católica "como se fosse a única responsável pelos abusos sexuais, o que não corresponde com a realidade".
Em uma nota intitulada "Nenhum encobrimento", o diário do Vaticano afirma que os critérios de Bento XVI para enfrentar os casos de sacerdotes pedófilos são "transparência, firmeza e severidade".
O vespertino vaticano acrescentou que se trata de um modo de agir "coerente com sua história pessoal", que "evidentemente não agrada os que prefeririam poder instrumentalizar, sem fundamento algum, horríveis episódios e casos dolorosos de dezenas de anos".
O jornal da Santa Sé respondeu com esta nota ao artigo publicado hoje pelo diário americano "The New York Times", segundo o qual as máximas autoridades do Vaticano, incluindo Bento XVI, acobertaram o sacerdote americano Lawrence C. Murphy, acusado de abusar sexualmente de 200 menores entre 1950 e 1970 em uma escola para crianças surdas do estado de Wisconsin.
O "L'Osservatore Romano" diz que os relatórios sobre a conduta do sacerdote foram enviados pelo arcebispo de Milwaukee em 1996 à Congregação para a Doutrina da Fé, dirigida pelo então cardeal Joseph Ratzinger, o atual papa.
Tais relatórios faziam referência apenas à violação do sacramento da penitência e não às acusações de abusos sexuais.
O diário do Vaticano assegura que "não houve ocultação" de informações no caso Murphy e que isso fica provado na documentação citada pelo "The New York Times", que inclui um carta do padre pedófilo a Ratzinger em 1998 pedindo que seu processo fosse interrompido devido ao seu grave estado de saúde.
A Congregação para a Doutrina da Fé respondeu pedindo ao arcebispo de Milwaukee que iniciasse todas as ações pastorais para conseguir a reparação do escândalo e o restabelecimento da justiça, "finalidade, esta última, reiterada pelo papa, como demonstra sua carta aos irlandeses", afirmou o "L'Osservatore Romano". EFE
Santa Sé diz que casos de pedofilia querem atingir papa
Santa Sé diz que casos de pedofilia querem atingir papa
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re: Santa Sé diz que casos de pedofilia querem atingir papa
Vaticano defende decisão de não destituir padre acusado de abuso
Plantão | Publicada em 25/03/2010 às 12h13m
Reuters/Brasil Online
Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano não puniu um padre católico acusado de abusar sexualmente de até 200 meninos surdos nos Estados Unidos entre os anos 1950 e 1970 porque as leis da Igreja não exigem punição imediata, disse na quinta-feira o porta-voz do Vaticano.
O The New York Times divulgou na quinta-feira que o Vaticano não destituiu Lawrence Murphy de suas funções sacerdotais no final dos anos 1990, apesar de ter recebido avisos claros dos bispos dele de que seu caso era grave e poderia causar constrangimentos à Igreja.
O relato foi divulgado em meio a crescentes acusações sobre abusos sexuais cometidos por religiosos na Europa e pressões sobre bispos, principalmente na Irlanda, para renunciarem por não terem denunciado os casos às autoridades civis.
Entre 25 documentos internos da Igreja divulgados pelo New York Times em seu site na Internet está uma carta de 1996 sobre Murphy escrita ao cardeal Joseph Ratzinger, então ocupante do mais alto cargo doutrinal no Vaticano e hoje o papa Bento 16. A carta revela que Ratzinger foi informado do caso de Lawrence Murphy.
O vice de Ratzinger primeiro aconselhou a realização de um julgamento disciplinar secreto, mas revogou seu parecer em 1998, depois de Murphy ter feito um apelo por clemência diretamente a Ratzinger. O padre morreu mais tarde no mesmo ano.
O porta-voz do Vaticano Federico Lombardi disse em comunicado à imprensa que Murphy infringiu a lei, mas que uma investigação civil das denúncias feitas contra ele em meados dos anos 1970 foi arquivada e que o Vaticano só tomou conhecimento das alegações 20 anos mais tarde.
"A questão canônica (relativa às leis da Igreja) apresentada à Congregação não guardava relação com quaisquer potenciais procedimentos civis ou criminais contra o padre Murphy", disse Lombardi.
"Em casos como esses, o Código de Lei Canônica não prevê penalidades automáticas."
A carta enviada a Ratzinger em 1996 pelo então arcebispo de Milwaukee, Rembert Weakland, não foi respondida, disse o New York Times.
Depois de oito meses, Weakland escreveu uma segunda carta ao vice de Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé, o então arcebispo Tarcisio Bertone, que hoje é cardeal e o secretário de Estado do papa, ou seja, primeiro-ministro do Vaticano.
De acordo com os documentos divulgados no site do New York Times, Bertone primeiro aconselhou Weakland, em 1997, a disciplinar Murphy nos termos de um documento de 1962 do Vaticano que ordena sigilo no tratamento a casos de erros de conduta sexual por parte de sacerdotes.
Murphy apelou diretamente a Ratzinger em 1998, dizendo que se arrependera de seus pecados e que, aos 72 anos, sua saúde estava fragilizada. Três meses mais tarde, Bertone recuou e aconselhou apenas "medidas pastorais" para lidar com Murphy. Tratam-se de medidas disciplinares internas, como proibir o acusado de exercer o ministério público.
A diocese de Superior, no Wisconsin, para onde Murphy se transferiu em 1974 depois de seus casos de abuso terem vindo à tona em Milwaukee, rejeitou esse conselho e passou a organizar um julgamento interno. O trabalho foi encerrado quando Murphy morreu, quatro meses depois.
Plantão | Publicada em 25/03/2010 às 12h13m
Reuters/Brasil Online
Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano não puniu um padre católico acusado de abusar sexualmente de até 200 meninos surdos nos Estados Unidos entre os anos 1950 e 1970 porque as leis da Igreja não exigem punição imediata, disse na quinta-feira o porta-voz do Vaticano.
O The New York Times divulgou na quinta-feira que o Vaticano não destituiu Lawrence Murphy de suas funções sacerdotais no final dos anos 1990, apesar de ter recebido avisos claros dos bispos dele de que seu caso era grave e poderia causar constrangimentos à Igreja.
O relato foi divulgado em meio a crescentes acusações sobre abusos sexuais cometidos por religiosos na Europa e pressões sobre bispos, principalmente na Irlanda, para renunciarem por não terem denunciado os casos às autoridades civis.
Entre 25 documentos internos da Igreja divulgados pelo New York Times em seu site na Internet está uma carta de 1996 sobre Murphy escrita ao cardeal Joseph Ratzinger, então ocupante do mais alto cargo doutrinal no Vaticano e hoje o papa Bento 16. A carta revela que Ratzinger foi informado do caso de Lawrence Murphy.
O vice de Ratzinger primeiro aconselhou a realização de um julgamento disciplinar secreto, mas revogou seu parecer em 1998, depois de Murphy ter feito um apelo por clemência diretamente a Ratzinger. O padre morreu mais tarde no mesmo ano.
O porta-voz do Vaticano Federico Lombardi disse em comunicado à imprensa que Murphy infringiu a lei, mas que uma investigação civil das denúncias feitas contra ele em meados dos anos 1970 foi arquivada e que o Vaticano só tomou conhecimento das alegações 20 anos mais tarde.
"A questão canônica (relativa às leis da Igreja) apresentada à Congregação não guardava relação com quaisquer potenciais procedimentos civis ou criminais contra o padre Murphy", disse Lombardi.
"Em casos como esses, o Código de Lei Canônica não prevê penalidades automáticas."
A carta enviada a Ratzinger em 1996 pelo então arcebispo de Milwaukee, Rembert Weakland, não foi respondida, disse o New York Times.
Depois de oito meses, Weakland escreveu uma segunda carta ao vice de Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé, o então arcebispo Tarcisio Bertone, que hoje é cardeal e o secretário de Estado do papa, ou seja, primeiro-ministro do Vaticano.
De acordo com os documentos divulgados no site do New York Times, Bertone primeiro aconselhou Weakland, em 1997, a disciplinar Murphy nos termos de um documento de 1962 do Vaticano que ordena sigilo no tratamento a casos de erros de conduta sexual por parte de sacerdotes.
Murphy apelou diretamente a Ratzinger em 1998, dizendo que se arrependera de seus pecados e que, aos 72 anos, sua saúde estava fragilizada. Três meses mais tarde, Bertone recuou e aconselhou apenas "medidas pastorais" para lidar com Murphy. Tratam-se de medidas disciplinares internas, como proibir o acusado de exercer o ministério público.
A diocese de Superior, no Wisconsin, para onde Murphy se transferiu em 1974 depois de seus casos de abuso terem vindo à tona em Milwaukee, rejeitou esse conselho e passou a organizar um julgamento interno. O trabalho foi encerrado quando Murphy morreu, quatro meses depois.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


- Fernando Silva
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Re: Santa Sé diz que casos de pedofilia querem atingir papa
Como é que o Grande Inquisidor não sabia de nada? Incompetência? Não era a função dele saber? Ou ele estava muito ocupado perseguindo hereges como o Leonardo Boff?
E agora tem um cardeal dizendo que "roupa suja se lava em casa"? Que casa? Quem mora nela e quem está de fora e não deve saber?
A ICAR não são todos os católicos, vivos e mortos?
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/ ... 168697.asp
E agora tem um cardeal dizendo que "roupa suja se lava em casa"? Que casa? Quem mora nela e quem está de fora e não deve saber?
A ICAR não são todos os católicos, vivos e mortos?
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/ ... 168697.asp
A resposta mais forte por parte do Vaticano veio de um dos principais assistentes de Bento XVI, o cardeal português José Saraiva Martins. Segundo ele, não deveria ser surpresa que bispos sabiam de casos de abuso e não os denunciaram.
- Não deveríamos estar muito escandalizados se alguns bispos sabiam dos casos, mas mantiveram segredo. É isso que acontece em qualquer família, não se lava roupa suja em público - afirmou a repórteres, num café da manhã com a imprensa.
Saraiva Martins disse defender tolerância zero a casos de abuso sexual, mas afirmou que as denúncias são uma conspiração contra a Igreja.
- Isso é um pretexto para atacar a Igreja. Há um plano muito bem organizado, com um objetivo muito claro - disse, sem comentar quem estaria por trás do suposto plano.