Assim já está dando na cara. Eles proibem o aborto para não faltar crianças para abusar e estuprar. Só pode.
da Associated Press, na Cidade do Vaticano
da Folha Online
Papa Bento 16 vê o escândalo de pedofilia que assola a Igreja Católica da Europa e dos Estados Unidos como "um teste para si próprio e para a igreja", disse seu porta-voz, padre Federico Lombardi. Novas denúncias de abuso sexual contra crianças cometidos por padres aparecem quase diariamente e já ameaçam o nome até mesmo do pontífice, acusado de ocultar denúncias no passado.
É COM VOCÊ, LOMBARRRRDIIIIIII
Segundo Lombardi afirmou à agência de notícias Associated Press, o papa passa a Semana Santa "em humildade e penitência".
"O papa é uma pessoa de fé. Ele vê isso como um teste para ele e para a igreja", continuou Lombardi, questionado como o papa está reagindo as denúncias de pedofilia.
Alessia Pierdomenico/Reuters
Papa Bento 16 encara as denúncias de pedofilia contra sacerdotes como um teste a ele e à Igreja Católica, diz porta-voz
O papa afirmou nesta quinta-feira, em celebração crismal, que os cristãos não devem aceitar injustiças, mas não citou os casos de pedofilia que assolam a Igreja Católica.
Na solenidade, que integra as celebrações da Páscoa e na qual são abençoados os óleos santos, o pontífice defendeu que os direitos devem ser respeitados, já que são "o fundamento da paz".
"Também hoje é importante os cristãos não aceitarem uma injustiça que é elevada a direito, por exemplo, quando ocorre o assassinato de crianças inocentes que ainda não nasceram", exemplificou Bento 16, referindo-se à legalização do aborto.
Transparência
Em meio à cautela do papa, bispos da Europa aproveitam a Semana Santa para pedir transparência do Vaticano ao tratar das denúncias de pedofilia.
Os bispos da Suíça pediram as vítimas que façam denúncias criminais contra os sacerdotes. Na Alemanha, os bispos abriram uma linha telefônica para receber as denúncias.
Já na Dinamarca, os bispos lançaram um inquérito para investigar denúncias de abusos cometidos há duas décadas.
O clérigo austríaco, cardeal Christoph Schoenborn, admitiu a culpa da Igreja ao presidir uma missa em nome das vítimas.
"Obrigado por terem rompido o silêncio", disse Schoenborn. "Muito foi quebrado. Há menos a espera [de ser revelado]. Mas ainda há muito a fazer".
A admissão de culpa e os pedidos de maior transparência e cooperação com a polícia repete a reação dos bispos americanos quando o escândalo de abuso sexual emergiu nos EUA, em 2002.
A reação visa a corresponder ao ultraje causado entre os fiéis não apenas pelas denúncias de abuso sexual de crianças, mas a revelação de que a Igreja Católica conscientemente escolheu esconder os casos.
Os pedidos foram anunciados na semana mais solene do calendário litúrgico da igreja. Como os bispos suíços ressaltaram, a Semana Santa é de penitência, quando os fiéis devem admitir sua culpa, examinar os atos errôneos, encontrar formas de melhorar e pedir perdão a Deus.
Escândalo
O escândalo sobre os acobertamentos de abusos sexuais de crianças por parte de padres foi revelado na Igreja Católica da Irlanda e atingiu o Vaticano com intensidade ainda maior que o escândalo semelhante que atingiu os Estados Unidos oito anos atrás.
Desta vez, o escândalo vem chegando perigosamente perto do próprio papa, na medida em que os grupos de vítimas disseram que querem saber como ele tratou desses casos antes de sua eleição a papa, em 2005.
Muitas alegações de acobertamentos de abusos sexuais envolvem Munique, na época em que o papa foi arcebispo da cidade, entre 1977 e 1981. Grupos de vítimas pedem ainda informações sobre as decisões tomadas pelo papa na época em que dirigiu o departamento doutrinal do Vaticano, entre 1981 e 2005.
Os casos de pedofilia atingiram ainda a Holanda, onde a Igreja Católica recebeu 1.100 denúncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.
Na Alemanha, as denúncias de pedofilia chegam a 120 e teriam ocorrido entre as décadas de 1970 e 1980 em escolas jesuítas locais. O caso envolveu até mesmo o sacerdote Georg Ratzinger, irmão do papa, que liderava os rapazes do coro da catedral de Regensburg. O sacerdote negou saber dos casos de abusos e foi inocentado pelo Vaticano.
Na semana passada, na Áustria, a imprensa local noticiou casos de abusos cometidos em dois institutos religiosos nas décadas de 1970 e 1980.
Na Espanha, o Vaticano disse saber de 14 casos de abuso sexual de crianças, que teriam ocorrido de janeiro de 2001 até março de 2010, na Igreja Católica da Espanha.
De acordo com a imprensa espanhola, entre as suspeitas há pelo menos dez sentenças já emitidas por tribunais civis e quatro processos abertos por abusos similares cometidos por religiosos antes de 2001. No total, são 25 sacerdotes e religiosos espanhóis implicados em pedofilia nos últimos 20 anos.
Nos EUA, as maiores autoridades do Vaticano, incluído o então cardeal Joseph Ratzinger, teriam encoberto o reverendo americano Lawrence Murphy acusado de abusar sexualmente de 200 crianças surdas.
O Vaticano reconheceu ainda os abusos cometidos por dois monsenhores e um padre do município de Arapiraca, a 130 quilômetros de Maceió (AL), depois de terem sido acusados de pedofilia por alunos de um coro e por seus familiares.