Trechos de video com Hitler são proibidos

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Johnny
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Trechos de video com Hitler são proibidos

Mensagem por Johnny »

Estúdio pediu que YouTube retirasse do ar paródias com Hitler do filme 'A Queda'

Publicada em 22/04/2010 às 15h09m
AP

NOVA YORK - Adolf Hitler, que por anos foi utilizado para expressar frustações em vídeos na internet, foi silenciado. "A Queda", filme alemão de 2004 sobre os últimos dias do Führer, foi adotado como base para a criação de paródias em vídeos que reclamavam de assuntos tão amplos como o Twitter, a morte de Michael Jackson e o videogame Xbox 360.

Todas as paródias se baseiam na mesma cena do filme: um Hitler derrotado, interpretado por Bruno Ganz, lança um discuso furioso para sua equipe, presa com ele em um bunker subterrâneo. A cena ganha diversos sentidos diferentes com legendas em inglês ou português sobre, por exemplo, a separação do grupo Oasis. A história se tornava hilária graças ao intenso melodrama, atuações brilhantes e cortes perfeitos.

Era o viral que se recusava a morrer. Até agora. Na terça-feira os clipes começaram a desaparecer do YouTube . Muitos deles tinham sido vistos milhares, até mesmo milhões de vezes. A Constantin Films, estúdio que detém os direitos do filme, pediu que eles fossem removidos. E o YouTube obedeceu.

Martin Moszkowicz, diretor da Constantin em Munique, conta que a empresa vem lutando contra infrações de copyright há anos. Organizações judaicas também reclamaram quanto ao teor das imagens, disse ele.

" Até onde vai uma paródia? É um assunto muito complicado "

- Até onde vai uma paródia? É um assunto muito complicado - defende Moszkowicz - Então tomamos uma medida simples: tirar tudo do ar. O importante é proteger nossos direitos. Temos muito orgulho desse filme.

Abraham Foxman, diretor da Liga Anti-Difamação dos EUA, disse que a organização ficou "satisfeita".

- Consideramos (os vídeos) ofensivos - disse - Acreditamos que eles transformam em algo trivial não só o Holocausto mas a Segunda Guerra Mundial. Hitler não é um personagem cômico.

" Consideramos (os vídeos) ofensivos. Hitler não é um personagem cômico. "

Moszkowicz questiona a ideia de que a atenção dada ao filme, que arrecadou US$ 5,5 milhões nos EUA e foi indicado ao Oscar de filmes estrangeiro, teve ajuda das paródias.

- Não vimos nenhum crescimento nas vendas de DVDs. Não há correlação entre paródias na internet e as vendas do filmes, pelo menos que eu tenha repadado.

Ele não soube dizer porque os vídeos só foram retirados recentemente. O YouTube, que é do Google, não comentou o assunto. Muitos argumentaram que, por serem paródias, os vídeos estariam protegidos pelo princípio legal do "fair use" (uso justo, em inglês), doutrina que defende o uso de produções artísticas em determinadas situações.

A política do site é retirar conteúdo protegido por direitos autorais se houver um pedido dos donos desse direito. Com a tecnologia "Content ID" o YouTube pode fazer uma busca em seu enorme arquivo para remover o material necessário. Esse processo costuma levar dias e até semanas.

O YouTube, no entanto, dá aos detentores dos direitos a opção de incluir publicidade nos vídeos para gerar receita com eles. Segundo Google, a maioria das cerca de mil empresas que utilizam a tecnologia "Content ID" optam por esse caminho.

"O 'Content ID' criou um novo modelo para os detentores de direitos", afirma o site em um comunicado.

Muitos clipes de Hitler ainda estão no ar e novas paródias surgiram com o líder alemão reclamando da remoção dos vídeos. O meme conquistou uma audiência legal na cultura online. Enquato a maioria das paródias na internet surgem e desaparecem de um dia para o outro, novos vídeos de "A Queda" continuaram sendo produzidos ao longo dos anos. Não se sabe quantos existem, mas estima-se que o número esteja na casa das centenas.

Elas se tornaram uma forma de desabafar sobre qualquer coisa. O diretor do filme, Oliver Hirschbiegel, disse a revista New Yorker, em janeiro, que gostava muitos das brincadeiras.

"A ideia do filme é tirar essas pessoas terríveis dos tronos que as transformaram em demônios, torná-las reais e trazer suas ações para a realidade. Acho justo que se torne parte da história e seja usado pelas pessoas como elas quiserem. Se eu ganhasse royalties por isso, seria ainda melhor."

A perda foi duramente sentida na internet nesta quarta-feira, como se uma grande tradição tivesse morrido. Em um dos posts mais comentados, o blog Techcrunch lamenta que uma voz se perdeu: "A maioria dos memes da internet não chegam a esse nível".
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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