MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditadura

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Fernando Silva
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MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditadura

Mensagem por Fernando Silva »

O MST homenageia e toma como modelo um criminoso que tentou implantar a ditadura comunista no Brasil.
Suas verdadeiras intenções estão claras.

"O Globo" 26/04/10
Viva Marighella!

DENIS LERRER ROSENFIELD


Não se preocupem, não enlouqueci! Para quem quiser compreender o “abril vermelho” do MST e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), é altamente recomendável a leitura da “Revista Sem Terra”, de fevereiro-março deste ano. Na capa, uma manchete para homenagear Marighella enquanto herói nacional, além de elogios à revolução socialista de Chávez e dos irmãos Castro, com críticas veementes ao agronegócio e ao “latifúndio da mídia”.

A matéria central deste número versa sobre o sentido de ser, hoje, “marighellista”.

Para os mais jovens, convém lembrar que Marighella foi um comunista que lutou para implementar o comunismo no Brasil, tendo como modelo a ex-União Soviética. Por discordar da linha do Partido Comunista Brasileiro, contrário à luta armada, fundou a sua própria organização, a ALN (Ação Libertadora Nacional), partindo para o que se denominava, então, de guerrilha urbana. Era um stalinista e não um partidário da democracia, como os seus partidários procuram apresentá-lo atualmente. Foi morto pelos militares em 1969, tendo o seu projeto sido, desta maneira, abortado.

Ora, este indivíduo, com tal curriculum, que mais se assemelha a uma folha corrida, é apresentado pelos invasores do “abril vermelho” como um partidário da democracia. “Marighella não vive no retrato na parede, nem nas lembranças que guardamos. Vive nos ensinamentos e atitudes que conformaram nossa herança.” O problema reside precisamente aqui, nesta herança que o MST e a CPT procuram resgatar como “nossa”, a saber, a herança comunista, socialista, deles, da qual não pretendem abdicar. Pelo contrário, procuram impô-la, mudando o sentido mesmo das palavras. Os nomes mudaram, porém os significados permanecem.

Agora, quando se ouve falar de “solidariedade”, “justiça”, palavras essas proclamadas pelos ditos movimentos sociais, somos como que compelidos pela simpatia, quando, na verdade, estamos sendo, literalmente, enganados.

“Carlos Marighella é um herói.” Ou ainda: “Importa é que sem mesmo entender os motivos, intuímos que necessitamos do exemplo de nossos heróis.

Invocá-los em nossa mística para que possamos nos sentir sua continuidade, tomar emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem de combate, a sua roupagem.” Logo, deveria ser comemorado como um dos nomes mais destacados de nosso país, devendo servir de exemplo para os mais jovens.

Na perspectiva do PNDH-3, o esquerdista Plano Nacional dos Direitos Humanos, deveria constar dos livros didáticos, que formariam a cabeça dos nossos jovens. A linguagem política é a mesma. Como ele apregoa o banimento dos símbolos religiosos, eles seriam substituídos por esses novos “símbolos políticos”. Segundo a nova doutrina, estados como São Paulo e Santa Catarina deveriam mudar de nome, por não corresponderem à nova concepção.

Talvez pudessem ser chamados estados Marighella e Lamarca. Os heróis nacionais seriam, então, homenageados adequadamente! Pode parecer brincadeira, mas infelizmente não o é.

O novo modelo é a Venezuela de Chávez, além da ilha prisão dos irmãos Castro. Tão paradisíaca que as pessoas procuram dela fugir. Mais vale o preço da liberdade que a realização do socialismo. Mais do que isto, procuram estabelecer uma organização supranacional capaz de levar a cabo esse objetivo. Um dos seus projetos é o da Alba, a aliança chavista. “Diante disto [das tarefas da revolução latino-americana], as políticas da Alba têm como alternativa organizativa fortalecer as bases dos movimentos sociais do continente, fundamentando-se numa política de soberania alimentar, na luta pela reforma agrária, na produção de alimento saudável e agroecológico — ensinada em escolas específicas no Brasil, em Cuba e na Venezuela.” Note-se o uso de termos politicamente corretos, como “produção de alimento saudável e agroecológico”, tendo como função velar o projeto “bolivariano”, “socialista”, que é ensinado nas escolas do MST pelo país afora. Eis o destino dos recursos dos contribuintes quando o governo brasileiro financia essas escolas, que são verdadeiras escolas de quadros militantes.

Torna-se, portanto, vital para a consecução deste projeto político controlar as mentes, formar a opinião pública.

Eis por que em outro artigo, é apregoado o controle “social” dos meios de comunicação, o controle “emessista”, “bolivariano”, “socialista”, dos meios de comunicação, para dizer as coisas claramente. Em um artigo de elogio à 1aConferência Nacional de Comunicações (Confecom), onde pontificaram os mesmos ditos movimentos sociais, que se arvoram em verdadeiros delegados da “sociedade civil”, condenação explícita foi feita às empresas de mídia e aos jornais. Para eles, a luta contra o agronegócio, contra a agricultura de mercado, é a mesma que é empreendida contras as empresas de mídia.

“O dilema da mídia é o mesmo dilema que há em outros setores. Então, não há pacto com latifundiário, pois ele nunca vai querer perder o latifúndio, nem de terra, nem de mídia. Porque são empresas de comunicação e, por trás, grupos de empresários e um modelo econômico.” Em bom português, trata-se de suprimir a economia de mercado, o direito de propriedade e as liberdades próprias de uma sociedade democrática, em particular a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral.

Em editorial, é afirmado que o combate a ser travado é contra os “polos dinâmicos da acumulação capitalista”, tendo como alvo, no campo, os seus setores mais “modernos”, como os “monocultivos da cana-de-açúcar, eucaliptos e soja”. A questão não é o latifúndio, não é a reforma agrária, mas o projeto bolivariano-socialista comunista. O Brasil está sendo presenteado, neste mês, com mais um “abril vermelho”, numa crônica de invasões anunciadas. Crônica de uma impunidade crônica, como se a sociedade brasileira tivesse de conviver com essa forma de violência política. Podemos, assim, compreender melhor o seu significado

DENIS LERRER ROSENFIELD é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Pedro Reis
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Pedro Reis »

Isso não é novidade, há muito o Stédile já declarou que os objetivos do movimento vão muito além da reforma agrária. A revolução marxista é pregada até mesmo em cartilhas de alfabetização utilizadas pelas crianças nos assentamentos, e isto não é segredo.

Mas estes caras não têm força política praticamente nenhuma, é um movimento marginal - no sentido de estar à margem do processo político no Brasil - e até o PT, que usou e abusou da sua militância enquanto útil hoje procura uma maneira de se desvencilhar deles. Fazem algum barulho, mas só.

Só não concordo que o Marighela tenha sido um criminoso. E muito menos o Lamarca. Caracteriza-los assim é vê-los fora do seu contexto histórico, de um país usurpado por uma ditadura militar que havia destituído um presidente eleito e feito refém um congresso. Além disso a visão que se tinha do comunismo na época era bem diferente da visão que se tem hoje. Acredito pessoalmente que ambos foram movidos por uma grande dose de sincero idealismo, especialmente o Lamarca, já que desde que entraram para a clandestinidade assumiram grandes riscos pessoais, passaram por grandes privações e sabiam que tinham uma chance muito maior de perder por conta destas escolhas do que de ganhar.

Criminoso é um termo que ficaria mais bem empregado para descrever o delegado e torturador Fleury, por exemplo. Não vamos chamar Lamarca de herói pois nada conquistou para o povo brasileiro, e se tivesse atingido seus objeitivos talvez fosse ainda pior que a ditadura dos militares, mas um criminoso não tem ideais, age em causa própria e não se preocupa com questões de justiça social, não abre mão de tudo, da família e de uma vida fácil de classe média e uma carreira confortável no exército para viver escondido como indigente, a mercê de um provável destino que já havia vitimado muitos de seus companheiros.

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Acauan
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

As intenções ditatoriais do MST sempre foram públicas, basta checar nas Linhas Políticas do Movimento, tá tudo lá.

O MST é um movimento revolucionário que quer implantar uma ditatura marxista-leninista no Brasil e nunca negou isto.

Assim como não negam suas ações criminosas. Stédile aparece leve e solto em um vídeo disponível no Youtube e já postado neste fórum em que repetidas vezes usa as expressões "nós invadimos" e "nós destruímos". Não usou a expressão "nós matamos", mas esta também seria verdadeira se saída da boca dele e certamente, nos círculos internos da quadrilha, ele a utiliza com a mesma certeza de impunidade com que confessa publicamente outros delitos.

As ligações simbióticas entre o PT e o MST são igualmente claras e públicas, indo muito além do que a foto do presidente Silva ostentando o boné da organização criminosa dá a entender.
As esquerdas brasileiras são inacreditavelmente estúpidas, uma característica histórica, mas também inacreditavelmente pragmáticas, uma característica adquirida após quase cem anos de derrotas humilhantes, a última na luta armada dos anos sessenta-setenta.

No vídeo do Terceiro Congresso do PT (também disponível no Youtube e postado neste fórum, enquanto os petistas não sumirem com ele) é dito com todas as letras as diretrizes de ação do partido rumo a implantação do socialismo no Brasil, sendo citado nele o papel estratégico do MST nesta ação, planejada em várias frentes, sendo prioritária no momento o combate à "mídia burguesa", nome dado a todas as fontes capazes de divulgar informações que o partido não quer que o povo saiba.

Disse e vou repetir.
O PT é hoje a maior ameaça à democracia brasileira.
O MST, as pastorais socialistas, o jornalismo chapa branca, o policiamento politicamente correto, o aumento do poder das ONG's e outras ações fazem parte de um cenário orquestrado, cujo objetivo está também claramente dito no vídeo do congresso petista: "Não basta chegar ao poder para mudar a sociedade, é preciso mudar a sociedade para chegar ao poder."

Aos do lado de lá, que vierem com o papo de sempre que não é nada disto e eu que sou isto e aquilo, repito que uso das próprias fontes do MST e do PT, vão discutir com eles e não me encham o saco.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

E quem quiser saber quem foi Carlos Lamarca, e por extensão o resto da corja, que cheque o episódio em que o "capitão" matou a golpes de coronhadas um tenente do exército brasileiro, amarrado e indefeso.
O máximo que os esquerdistas podem dizer é que os mlitares também cometeram brutalidades, o que em hipótese alguma autoriza este tipo de covardia.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por joaomichelazzo »

Acauan escreveu:E quem quiser saber quem foi Carlos Lamarca, e por extensão o resto da corja, que cheque o episódio em que o "capitão" matou a golpes de coronhadas um tenente do exército brasileiro, amarrado e indefeso.
O máximo que os esquerdistas podem dizer é que os mlitares também cometeram brutalidades, o que em hipótese alguma autoriza este tipo de covardia.


Na sua opinião qual seria a melhor maneira de lutar contra a ditadura?
Ou seria melhor mantê-la e termos hoje um Charles Taylor como presidente?
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

joaomichelazzo escreveu:Na sua opinião qual seria a melhor maneira de lutar contra a ditadura?
Ou seria melhor mantê-la e termos hoje um Charles Taylor como presidente?


A esquerda armada foi humilhantemente derrotada pelos militares em 1972, ou seja, se não temos um Charles Sei-Lá-Quem na presidência não devemos isto aos Lamarcas (ou Dilmas) da vida.

Aliás, o grande legado da esquerda armada foi o AI-5, criado para combate-la. Sem a estupidez dos levantes guerrilheiros o desgaste político dos militares teria sido mais rápido e, quiçá, talvez tivessem promovido a abertura dez anos antes.

Note que não havia qualquer resistência efetiva e poderosa o bastante para botar medo nos militares quando Geisel iniciou a abertura, mas que esta só se consolidou em termos verdadeiramente democráticos com o Movimento da Anistia e posteriormente o das Diretas Já.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Fernando Silva »

Pedro Reis escreveu:Só não concordo que o Marighela tenha sido um criminoso. E muito menos o Lamarca. Caracteriza-los assim é vê-los fora do seu contexto histórico, de um país usurpado por uma ditadura militar que havia destituído um presidente eleito e feito refém um congresso.

A guerrilha começou antes da ditadura. O MST da época, as Ligas Camponesas, já queimava canaviais.
A classe média já vinha gritando "Cadê os militares que não fazem nada?" há muito tempo.
A reação dos militares até que demorou muito.

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joaomichelazzo
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por joaomichelazzo »

Acauan escreveu:A esquerda armada foi humilhantemente derrotada pelos militares em 1972, ou seja, se não temos um Charles Sei-Lá-Quem na presidência não devemos isto aos Lamarcas (ou Dilmas) da vida.


Charles Taylor, ex-presidente da Libéria.
Genocida pratrocinado pelos E.U.A.

Acauan escreveu:Aliás, o grande legado da esquerda armada foi o AI-5, criado para combate-la. Sem a estupidez dos levantes guerrilheiros o desgaste político dos militares teria sido mais rápido e, quiçá, talvez tivessem promovido a abertura dez anos antes.


Ou o desgaste político demoraria mais 20 anos pra ocorrer. Com censura, tortura e propaganda os militares mostravam um Brasil lindo, assim como Fidel mostra Cuba hoje.

Acauan escreveu:Note que não havia qualquer resistência efetiva e poderosa o bastante para botar medo nos militares quando Geisel iniciou a abertura, mas que esta só se consolidou em termos verdadeiramente democráticos com o Movimento da Anistia e posteriormente o das Diretas Já.


Havia um enorme movimento anti ditatorial, com gente sendo presa, morta e junto a isso tinha a guerrilha.
Se ninguém se opusesse de maneira a fazer os militares escutarem (na bala), esses cara estariam no poder ate hoje.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

joaomichelazzo escreveu:Charles Taylor, ex-presidente da Libéria.
Genocida pratrocinado pelos E.U.A.


É..., tinha checado na Wiki.

joaomichelazzo escreveu:Ou o desgaste político demoraria mais 20 anos pra ocorrer. Com censura, tortura e propaganda os militares mostravam um Brasil lindo, assim como Fidel mostra Cuba hoje.


A repressão violenta sistemática e institucionalizada foi desmontada ainda no governo Geisel, sendo fator decisivo o caso Herzog. A perda de popularidade política do regime, o avanço do MDB nas eleições legislativas e prefeituras não colegiadas e mesmo setores moderados do governo militar foram muito mais influentes na decisão de iniciar um processo de abertura do que a luta armada, que só fez fechar ainda mais o regime.

joaomichelazzo escreveu:Havia um enorme movimento anti ditatorial, com gente sendo presa, morta e junto a isso tinha a guerrilha. Se ninguém se opusesse de maneira a fazer os militares escutarem (na bala), esses cara estariam no poder ate hoje.


Não tão enorme assim... A luta armada foi coisa de meia duzia de porras-loucas comunistas. A maioria da população apoiou o regime militar enquanto durou o milagre econômico, os pobres porque tinham emprego e a classe média pela ampla oferta de oportunidades de ascenção social.
Restavam os estudantes, intelectuais de oposição e políticos do MDB, que só começaram a ganhar força depois de 1974 quando o aparato de repressão institucionalizado já estava em desmonte.

A turma do "na bala", como dito, só serviu para dar uma desculpa para os militares ficar mais tempo no poder e implementar seu projeto do "Brasil Grandão", que fechou a economia, estatizou prá caralho e gerou uma inflação enorme e dívida externa ídem.
Sem aqueles pentelhos e sua luta idiota sem chance de sucesso, talvez, apenas talvez, tivessemos uma transição mais equilibrada ENQUANTO o país mantinha crescimento econômico acelerado, poupando-nos do desastre político de promover a abertura democrática em plena crise econômica resultante dos choques do petróleo.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por joaomichelazzo »

Acauan escreveu:Não tão enorme assim... A luta armada foi coisa de meia duzia de porras-loucas comunistas. A maioria da população apoiou o regime militar enquanto durou o milagre econômico, os pobres porque tinham emprego e a classe média pela ampla oferta de oportunidades de ascenção social.


Mas será que a grande maioria apoiava o regime devido a propaganda e a falta de informação?
A imprensa era censurada e povão só tomava conhecimento pelo ponto de vista dos militares. O milagre econômico não foi tão milagre assim, tanto que pagamos a conta até hoje e na época quem o questionasse, ganhava uma estadia nos porões do DOPS.
Sou contra qualquer manifestação armada. A violência não dá bons frutos, mas naquele momento, será que não serviu como um grito de "Tem alguma coisa errada, e vocês não estão vendo"?
Haveria alguma outra maneira de se fazer ouvir?
Tem pessoas que ainda hoje defendem a governo militar, e quando questionadas, alegam ignorância sobre as atrocidades (todas elas) cometidas no período do regime militar.

Se bem que com a situação de bandalheira, falta de ética, corrupção, cara de pau, em que estão metidos os políticos (de todas as esferas), acho que somente um Ditador ou algo parecido daria jeito.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

joaomichelazzo escreveu:
Acauan escreveu:Não tão enorme assim... A luta armada foi coisa de meia duzia de porras-loucas comunistas. A maioria da população apoiou o regime militar enquanto durou o milagre econômico, os pobres porque tinham emprego e a classe média pela ampla oferta de oportunidades de ascenção social.


Mas será que a grande maioria apoiava o regime devido a propaganda e a falta de informação? A imprensa era censurada e povão só tomava conhecimento pelo ponto de vista dos militares.


Nenhuma propaganda pode fazer o povão acreditar que sobra emprego quando na verdade falta e nos anos do milagre os empregos de fato sobravam, o que dispensava propaganda pois o fato era vivido pela população.

joaomichelazzo escreveu:O milagre econômico não foi tão milagre assim, tanto que pagamos a conta até hoje e na época quem o questionasse, ganhava uma estadia nos porões do DOPS.


Também não era assim. Desconheço um único caso de alguém que foi preso ou sofreu algum tipo de repressão violenta por criticar a política econômica do governo. Censura havia, mas os jornais abundavam de comentários sobre os males da dívida externa e da inflação na época, sem que tais fossem suprimidos pelos censores.

joaomichelazzo escreveu:Sou contra qualquer manifestação armada. A violência não dá bons frutos, mas naquele momento, será que não serviu como um grito de "Tem alguma coisa errada, e vocês não estão vendo"?
Haveria alguma outra maneira de se fazer ouvir?


As receitas de bolo na primeira página do Estadão eram muito mais eficientes quanto a isto.
A verdade que não quer calar e que a esquerda nunca vai admitir é que o povão não gostava dos militantes da luta armada, tanto quanto não gosta do MST hoje.


joaomichelazzo escreveu:Tem pessoas que ainda hoje defendem a governo militar, e quando questionadas, alegam ignorância sobre as atrocidades (todas elas) cometidas no período do regime militar.


O regime militar foi repressor e violou direitos humanos, mas não foi nenhuma Alemanha nazista ao ponto de as pessoas precisarem negar conhecimento de atrocidades para justificar seu apoio. Os mais bem informados justificam a repressão pela luta armada, que se não tivesse ocorrido privaria os militares desta escusa. A grande maioria na época não estava nem aí para a repressão política e muitos acreditavam que o governo só reprimia baderneiros comunistas, o que, na esmagadora maioria dos casos, não estava tão longe da verdade.

joaomichelazzo escreveu:Se bem que com a situação de bandalheira, falta de ética, corrupção, cara de pau, em que estão metidos os políticos (de todas as esferas), acho que somente um Ditador ou algo parecido daria jeito.


Ditaduras são fáceis de se entrar e difíceis de sair. A História ensina. Ditadores bem intencionados – e os houve – ou acabam se corrompendo ou são derrubados por sucessores menos preocupados com intenções do que com ações. Aí que mora o perigo.
Nós, Índios.

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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por joaomichelazzo »

Acauan escreveu:Ditaduras são fáceis de se entrar e difíceis de sair. A História ensina. Ditadores bem intencionados – e os houve – ou acabam se corrompendo ou são derrubados por sucessores menos preocupados com intenções do que com ações. Aí que mora o perigo.


Esse é o problema. Não vejo uma luz no fim do túnel no caso do Brasil.
Há muito anos atrás na faculdade um professor dizia que havia chegado nossa vez.
Era nossa hora de botar os políticos velhos e mal intencionados pra fora, tomarmos o poder (pelos meios democráticos) e fazer do Brasil um país mais justo.
O que ví de fato, foram os mesmos políticos, fazendo as mesmas cagadas. Mudaram somente os partidos e as figuras.
Não sei se o Brasil um dia se moralizará.
Temos opiniões divergentes sobre alguns assuntos. Discordo de vários pontos de vista que você defende, masi que você é um cara honesto e tem boa índole. Qual, na sua opinião, a saída para tirarmos o país desta situação?
O que o povo e os governantes tem de fazer, pra colocarmos o país nos trilhos e desinstitucionalizarmos a corrupção?
Pra te falar a vardade, acho o brasileiro um povinho bem bunda.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Johnny »

joaomichelazzo escreveu:
Acauan escreveu:Ditaduras são fáceis de se entrar e difíceis de sair. A História ensina. Ditadores bem intencionados – e os houve – ou acabam se corrompendo ou são derrubados por sucessores menos preocupados com intenções do que com ações. Aí que mora o perigo.


Esse é o problema. Não vejo uma luz no fim do túnel no caso do Brasil.
Há muito anos atrás na faculdade um professor dizia que havia chegado nossa vez.
Era nossa hora de botar os políticos velhos e mal intencionados pra fora, tomarmos o poder (pelos meios democráticos) e fazer do Brasil um país mais justo.
O que ví de fato, foram os mesmos políticos, fazendo as mesmas cagadas. Mudaram somente os partidos e as figuras.
Não sei se o Brasil um dia se moralizará.
Temos opiniões divergentes sobre alguns assuntos. Discordo de vários pontos de vista que você defende, masi que você é um cara honesto e tem boa índole. Qual, na sua opinião, a saída para tirarmos o país desta situação?
O que o povo e os governantes tem de fazer, pra colocarmos o país nos trilhos e desinstitucionalizarmos a corrupção?
Pra te falar a vardade, acho o brasileiro um povinho bem bunda.

Isto já foi proposto aqui viewtopic.php?f=1&t=20720&hilit=o+que+voc%C3%AA+faria
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Johnny »

Falando sério. Enquanto a maioria ficar polarizada em menos pior, rouba mas faz e por aí vai, não terá jeito nunca mesmo. Teriamos que ser conscientes e na urna simplesmente dizer não. Anular e pronto. Mas isto também nunca irá acontecer ou pelo menos, não em menos de 15 anos, já que até hoje não nos aproximamos disso. Votar no menos pior é aceitar que o que está aí é legal da forma que cada um vê.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por joaomichelazzo »

Johnny escreveu:Falando sério. Enquanto a maioria ficar polarizada em menos pior, rouba mas faz e por aí vai, não terá jeito nunca mesmo. Teriamos que ser conscientes e na urna simplesmente dizer não. Anular e pronto. Mas isto também nunca irá acontecer ou pelo menos, não em menos de 15 anos, já que até hoje não nos aproximamos disso. Votar no menos pior é aceitar que o que está aí é legal da forma que cada um vê.


Certo. Mas suponhamos que consigamos que mais de 50% dos eleitores anulem o voto.
Novas eleições com novos candidatos tem que ser convocadas.
O que esses novos candidatos precisam fazer.
Será que não mudaremos apenas os figuras?
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

joaomichelazzo escreveu:
Acauan escreveu:Ditaduras são fáceis de se entrar e difíceis de sair. A História ensina. Ditadores bem intencionados – e os houve – ou acabam se corrompendo ou são derrubados por sucessores menos preocupados com intenções do que com ações. Aí que mora o perigo.


Esse é o problema. Não vejo uma luz no fim do túnel no caso do Brasil.
Há muito anos atrás na faculdade um professor dizia que havia chegado nossa vez. Era nossa hora de botar os políticos velhos e mal intencionados pra fora, tomarmos o poder (pelos meios democráticos) e fazer do Brasil um país mais justo.


Justiça social é um desafio para a civilização, não apenas um problema brasileiro, não somos os piores no quesito, mas temos muito a melhorar.
Na verdade já melhorou bastante com os programas de auxílio direto e aposentadoria rural, que previnem a fome crônica e produzem um efeito social positivo direto e um efeito econômico positivo indireto. O risco de inanição distorce a economia de mercado, pois gente nesta situação se submete a qualquer coisa, jogando para o fundo do poço o valor econômico do trabalho não especializado.
Com os auxílios diretos e aposentadoria rural, a tendência é que os índices de produtividade no semi-árido aumentem muito no médio prazo, uma vez que a mão-de-obra tende a deixar de ser uma mercadoria barata demais para justificar investimentos que levem ao seu melhor aproveitamento. As novas gerações do semi-árido poderão crescer vendo o trabalho como um meio de progredir material e espiritualmente, não como um fardo terrível que garante nada mais que a sobrevivência imediata em condições miseráveis, primeiro passo para romper o continuum da pobreza extrema.

O acúmulo histórico destas pequenas ações bem sucedidas, integrando o poder gerador de riqueza da economia de mercado com a garantia social de que os pobres não morrerão de fome é um dos caminhos para chegarmos lá.


joaomichelazzo escreveu: O que ví de fato, foram os mesmos políticos, fazendo as mesmas cagadas. Mudaram somente os partidos e as figuras.
Não sei se o Brasil um dia se moralizará.


Em nenhum país do mundo os políticos se moralizam se encontram meios para não o fazer. Estes meios têm que ser necessariamente democráticos, pois em ditaduras os políticos vigiam-se uns aos outros e tem poder para impedir que outros os vigiem, logo não dá prá esperar que alguma moralidade surja daí.

O meio democrático mais eficiente é a imprensa livre.
Daí o maior erro do PT em sua campanha de difamação da imprensa, com aquela história de PIG, que nada mais é que tentativa de censurar veículos que denunciam corrupção ou erros do governo.


joaomichelazzo escreveu: Temos opiniões divergentes sobre alguns assuntos. Discordo de vários pontos de vista que você defende, masi que você é um cara honesto e tem boa índole. Qual, na sua opinião, a saída para tirarmos o país desta situação?


É preciso pelo menos três projetos distintos e completos, porém integrados, para curtíssimo, médio e longo prazo.

A longo prazo todo mundo sabe, investir maciçamente em educação, melhorar a qualidade do ensino dos pobres, garantir que eles concluam o ensino médio e cheguem ao mercado de trabalho como profissionais qualificados etc.
Investimento em educação, claro, não é botar dinheiro em sistemas ideologicamente falidos, mas também reformar a pedagogia em todos os níveis, da pré-escola à universidade e botar gente competente prá dar aula, coisa rara hoje.

No médio prazo é preciso recuperar a confiança do povo nas instituições, restaurar o orgulho cívico, a honra do trabalho, o respeito à lei e à ordem dentro de um estado democrático de direito. Nenhum país se torna grande sem consolidar estes valores. A alternância no poder dentro de uma sucessão democrática e estável de governos é indispensável para isto, tanto quanto consolidar uma direita diferente da que vemos hoje em dia, uma direita na qual o povo se espelhe e veja nela os valores familiares nos quais foi criado.

Mas é preciso também que o PT renuncie à sua pretensão de supremacia ideológica – explicitamente declarada pelo presidente – e se torne de fato, não de discurso, um partido social-democrata de centro esquerda, que confronta idéias e realizações contra as alternativas oferecidas por uma frente conservadora. Todos os países que deram certo como democracias estáveis e ricas alcançaram este equilíbrio, que não virá de um partido que apóia atos violentos do MST, tenta calar a imprensa e suborna parlamentares para transferir poder para o executivo.


joaomichelazzo escreveu: O que o povo e os governantes tem de fazer, pra colocarmos o país nos trilhos e desinstitucionalizarmos a corrupção?


Nenhum país do mundo se livrou da corrupção ou pelo menos a diminuiu a níveis toleráveis sem criar mecanismos de transparência que a previnam e leis duras que punam os corruptos.
Um bom começo é a abertura das licitações e concorrências pela Internet, mas sem a contrapartida de colocar ladrões do erário na cadeia, só isto não adiantará nada, pois a criatividade dos meliantes para burlar controles é potencialmente infinita quando acreditam que o benefício compensa o risco.


joaomichelazzo escreveu: Pra te falar a vardade, acho o brasileiro um povinho bem bunda.


O Brasil passou por uma industrialização e urbanização muito rápidas e historicamente recentes, além de amargar os males da deterioração do sistema de ensino público e da inconstância de seus processos políticos.
Com mais uma geração de democracia e crescimento econômico podemos repetir o ocorrido na Coréia do Sul ou Taiwan, acabando com as favelas e construindo uma sociedade decente.

A maior ameaça é ceder ao canto das sereias da via revolucionária, que promete o tudo agora e só faz destruir o feito e retroceder para o pior que antes.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Botanico
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Botanico »

joaomichelazzo escreveu:Mas será que a grande maioria apoiava o regime devido a propaganda e a falta de informação?

Negativo! Apoiaram os milicos, primeiro porque a situação tava preta e apoiaram mais ainda quando veio milagre econômico. Tá pensando o que? Não tem repressão, nem propaganda que mude a realidade. Aquela patética figura do Allende simplesmente ferrou com o Chile e foi a ruína econômica que fez surgir o Pinochet. Allende, diante do caos na economia, fez-se de surdo a todos os apelos para voltar atrás e corrigir o que seus ideais socialistas só bagunçaram. Mas ele se recusou, dizendo que fazer isso era... trair o povo. É... pedir bom senso a um socialista é o mesmo que querer que um burro pense.

joaomichelazzo escreveu:A imprensa era censurada e povão só tomava conhecimento pelo ponto de vista dos militares.

Quando noticiavam que "terroristas matam o dono da Ultragás" os milicos estavam inventando? Certo, tolamente censuravam sexo, falar mal de militar, ou outras bobagens quaisquer, mas os crimes cometidos pelos heróis esquerdistas foram todos inventados?

joaomichelazzo escreveu:O milagre econômico não foi tão milagre assim, tanto que pagamos a conta até hoje e na época quem o questionasse, ganhava uma estadia nos porões do DOPS.

Seria bom que nos trouxesse alguns exemplos...

joaomichelazzo escreveu:Sou contra qualquer manifestação armada. A violência não dá bons frutos, mas naquele momento, será que não serviu como um grito de "Tem alguma coisa errada, e vocês não estão vendo"?

A única coisa errada que esse pessoal fez o povão ouvir é: somos ladrões, assaltantes de banco, assassinos, sequestradores, comunistas, socialistas, terroristas e outros istas dos quais ninguém gosta, exceto nós.

joaomichelazzo escreveu:Haveria alguma outra maneira de se fazer ouvir?

Podiam ligar um rádio ao sinal de uma torre e falar cobras e lagartos do governo e cair fora antes do Fleury chegar. Podiam denunciar torturas e assassinados de INOCENTES, ou seja, de gente que não tinha nada ver com a gente. Ou de gente não fez nada além de criticar a ditadura ou coisa que o valha. Mas a partir do momento em que se dá os tiros, o pretexto que faltava foi dado. Os militares queriam o AI-5 muito antes do discurso do babaca lá no Congresso e da burrada do Mário Sepulturas em recusar permissão para que fosse punido. Foi só o que faltou de desculpa.

Essa "luta" armada era uma piada desde o início. Cada grupelho de heróis babacas esquerdistas tinha sua própria estratégia e objetivos e não havia conexão entre eles. Não tinha qualquer chance de êxito também pois não motivava o povo (que aliás não tinha motivos para seguir esse bando de cretinos) e também não tinha apoio externo (a União Soviética já viu desde o início que isso era fria - o Brasil estava longe demais e EM NADA SE PARECIA COM A CUBA PRÉ FIDEL). Na Folha de domingo, salvo engano, traz uma entrevista de dois caras que foram descartados pela guerrilha do Araguaia. Eles sentiram que aquilo não tinha futuro. Um deles foi informado de que era proibido falar com os habitantes locais. E ele respondeu: - Mas como vamos fazer uma revolução popular se o povo não sabe nada de nós? É uma revolução popular sem povo? (ou algo assim, não lembro das palavras exatas)

joaomichelazzo escreveu:Tem pessoas que ainda hoje defendem a governo militar, e quando questionadas, alegam ignorância sobre as atrocidades (todas elas) cometidas no período do regime militar.

Eu apenas entendo o momento histórico, embora não concorde com o que os militares fizeram. Podiam ter trabalhado mais com a cabeça e aí não precisariam recorrer à violência desnecessária. Infelizmente parece que eles tinha uma foto de Hitler autografada na carteira... Por conta da Guerra Fria, foram treinados pela CIA para lutar contra seu próprio povo e não contra um inimigo externo. E eu desconhecia os feitos dos milicos na época (era só um garoto), mas não os desconheço hoje e não acho que foram tão necessários assim.

joaomichelazzo escreveu:Se bem que com a situação de bandalheira, falta de ética, corrupção, cara de pau, em que estão metidos os políticos (de todas as esferas), acho que somente um Ditador ou algo parecido daria jeito.

Foi essa uma das desculpas que os militares usaram para dar o golpe de 64. Que deu errado então?
Editado pela última vez por Botanico em 27 Abr 2010, 17:23, em um total de 1 vez.

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marta
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por marta »

Revista Veja desta semana

Muito interessante - Vale a pena

Pobres e ricos

por J. R. Guzzo


"Melhor seria se houvesse menos gente empenhada
em defender os pobres. Todos juram que estão a seu favor,
mas se estivessem mesmo deveria haver no Brasil número
muito menor de pobres. Já os ricos, que não têm defensor,
nunca estiveram tão bem"


Promete ser uma arma muito utilizada pelo governo, ao longo da campanha eleitoral, falar sobre o perigo que os pobres deste país passariam a correr se a candidata Dilma Rousseff não for eleita para a Presidência da República. Entre as instruções a respeito do que ela deve dizer em seus discursos, ora em avaliação pelas equipes de propaganda da candidatura oficial, parece haver bastante entusiasmo com a tentativa de colar nos adversários uma intenção secreta: governar contra os pobres e a favor dos ricos. A ideia geral, aí, é deixar os outros candidatos, sobretudo o principal deles, numa situação sem saída. Se falarem em mexer no Bolsa Família, nos aumentos reais do salário mínimo e em outros benefícios, estarão mostrando sua verdadeira cara; se prometerem não mexer em nada, estarão mentindo.

A dificuldade desse tipo de plano, como de tantos outros, é combinar com o adversário para que ele cumpra a sua parte. O ex-governador José Serra, a ex-ministra Marina Silva e quem mais houver em campanha não vão anunciar, por exemplo, que acabarão com os pagamentos do Bolsa Família se forem eleitos. Por que diabo fariam uma coisa dessas? Ao contrário, vão assumir o compromisso de manter tudo como está; se quiserem caprichar, podem até dizer que o governo está pagando muito pouco e prometerem um belo aumento a partir de 2011. Nenhum candidato vai, da mesma forma, sair por aí anunciando planos de congelar os salários, cortar o crédito ou eliminar os programas de casa própria. Resta à ex-ministra, nesse caso, a alternativa de sustentar que os opositores dizem uma coisa, mas querem, na realidade, fazer exatamente o contrário. Mas aí é entrar em território incerto; acusações de mentira sempre têm duas mãos, e, numa disputa eleitoral que ameaça bater todos os recordes em matéria de tapeação, chamar o outro lado de mentiroso pode acabar em lucro zero.

Quanto aos pobres, em si, provavelmente seria melhor se houvesse menos gente empenhada em defendê-los. Todos juram que estão a seu favor, mas se estivessem mesmo já deveria haver no Brasil, a esta altura do século XXI, um número muito menor de pobres. Já os ricos, que não têm nenhum defensor, nunca estiveram tão bem quanto agora. Não há sinal de que algum deles tenha ficado mais pobre nesses últimos sete anos, salvo os que se meteram, por sua própria conta, em maus negócios – nada que tenha a ver com alguma decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele mesmo, por sinal, já disse que jamais os ricos e as grandes empresas ganharam tanto dinheiro quanto em seu período na Presidência. Poderia dizer, também, que nunca a quantidade de milionários brasileiros cresceu tanto como hoje. Segundo o último balanço do banco de investimentos Merrill Lynch, que calcula anualmente o número de cidadãos com patrimônio financeiro superior a 1 milhão de dólares pelo mundo afora, o Brasil ganhou 33 000 novos milionários entre 2004 e 2008. Dá, em média, um novo milionário por hora.

Não existe nada de errado com nenhuma dessas coisas, é claro. O problema do Brasil, em matéria de renda, não é a quantidade excessiva de ricos – é que há pobres demais. Mas sem dúvida é curioso, em cima dos números atuais, que a candidata oficial acuse os opositores de pretender governar para os ricos. O que poderiam fazer de tão diferente assim, em relação ao que já vem acontecendo? Produzir dois novos milionários por hora, quem sabe, em vez de apenas um? Naturalmente, nada disso faz sentido, mas é o que acontece quando estratégias de campanha se resumem a ficar procurando, o tempo todo, alguma maneira de falar mal dos outros candidatos. Os fatos reais, no caso desse palavrório sobre pobres e ricos, têm bem pouco interesse para quem acusa. O que importa é jogar uns contra os outros, na esperança de impressionar o lado onde há mais eleitores.

Os pobres do Brasil, sabidamente, não precisam de várias coisas; entre elas estão debates desse tipo, em que a ânsia de machucar o adversário pode fazer ruído no noticiário de campanha, mas não lhes põe um real a mais no bolso. Também não precisam de solidariedade, simpatia ou "políticas de renda". O que melhora de verdade a sua situação, como ficou comprovado no mundo dos fatos, são a multiplicação das oportunidades de emprego e a estabilidade da moeda na qual o seu trabalho é pago. O compromisso que mais lhes interessa no momento, por parte de quem pretende chefiar o próximo governo, é este – crescimento sem inflação. Não é o suficiente, num país que precisa melhorar em quase tudo. Mas é indispensável.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Johnny »

joaomichelazzo escreveu:
Johnny escreveu:Falando sério. Enquanto a maioria ficar polarizada em menos pior, rouba mas faz e por aí vai, não terá jeito nunca mesmo. Teriamos que ser conscientes e na urna simplesmente dizer não. Anular e pronto. Mas isto também nunca irá acontecer ou pelo menos, não em menos de 15 anos, já que até hoje não nos aproximamos disso. Votar no menos pior é aceitar que o que está aí é legal da forma que cada um vê.


Certo. Mas suponhamos que consigamos que mais de 50% dos eleitores anulem o voto.
Novas eleições com novos candidatos tem que ser convocadas.
O que esses novos candidatos precisam fazer.
Será que não mudaremos apenas os figuras?

A idéia seria ir limpando até ficar num ponto que fosse muito melhor que o quadro atual. Mas como eu disse, isso no Brasil é IMPOSSÍVEL. Só se houvesse um golpe por parte de pessoas éticas. Mas até onde eu sei, pessoas éticas não praticam golpes.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por joaomichelazzo »

Botanico escreveu:Quando noticiavam que "terroristas matam o dono da Ultragás" os milicos estavam inventando? Certo, tolamente censuravam sexo, falar mal de militar, ou outras bobagens quaisquer, mas os crimes cometidos pelos heróis esquerdistas foram todos inventados?


Não, mas ninguem podia se opor publicamente ao regime. Só noticiavam o que era de seu interesse, assim como o Fidel faz em Cuba.

Botanico escreveu:Seria bom que nos trouxesse alguns exemplos...


Precisa mesmo?
Quantos foram exilados por não concordarem.


Botanico escreveu:Podiam ligar um rádio ao sinal de uma torre e falar cobras e lagartos do governo e cair fora antes do Fleury chegar.


Não, infelizmente não podiam.

botanico escreveu:Foi essa uma das desculpas que os militares usaram para dar o golpe de 64. Que deu errado então?


Na tentativa de não largar o osso meteram os pés pelas mãos.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Botanico »

marta escreveu:Revista Veja desta semana

Muito interessante - Vale a pena

Pobres e ricos

por J. R. Guzzo


"Melhor seria se houvesse menos gente empenhada
em defender os pobres. Todos juram que estão a seu favor,
mas se estivessem mesmo deveria haver no Brasil número
muito menor de pobres. Já os ricos, que não têm defensor,
nunca estiveram tão bem"




Faz me lembrar o Mário Soares, o tal socialista português da Revolução dos Cravos, que chegou todo pomposo na França, dizendo:
_ Em Portugal, acabamos com os ricos.
E a autoridade francesa à qual se dirigia, respondeu:
_ É... Mas aqui na França nós queremos é acabar com os pobres...

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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Johnny »

Botanico escreveu:Podiam ligar um rádio ao sinal de uma torre e falar cobras e lagartos do governo e cair fora antes do Fleury chegar.

Até antes de sair o militarismo, a Anatel ia atrás de qualquer pé de chinelo que tivesse PX e não fôsse licenciado. Teve uma história que o Lilico contou na HEbe em meados de 80 em que ele (Lilico) fazia uma crítica-humor-disfarçado numa rádio (não lembro o nome) e poucos minutos depois os militares estavam arrebentando os portões para entrar na rádio. Houve também algo parecido, só que entraram atirando.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Acauan »

Johnny escreveu:Até antes de sair o militarismo, a Anatel ia atrás de qualquer pé de chinelo que tivesse PX e não fôsse licenciado.


Sem querer ser chato e já o sendo, a ANATEL foi criada em 1997.
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Johnny »

Acauan escreveu:
Johnny escreveu:Até antes de sair o militarismo, a Anatel ia atrás de qualquer pé de chinelo que tivesse PX e não fôsse licenciado.


Sem querer ser chato e já o sendo, a ANATEL foi criada em 1997.

Corretíssimo Acauan. Eu quis dizer DENTEL. :emoticon22:

[APO ON]É o chip Acauan[APO Off]

[Marta On] Depois que o Johnny passou a defender os PeTralhas, ficou desmemoriado[Marta Off]

[O Encosto On]Mas como o Johnny é Burro"[O Encosto Off]
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Re: MST assume suas verdadeiras intenções: implantar a ditad

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:Até antes de sair o militarismo, a Anatel ia atrás de qualquer pé de chinelo que tivesse PX e não fôsse licenciado.

Na época do Getúlio, quem tivesse um rádio (receptor, apenas) em casa tinha que registrá-lo.

Mas faz sentido registrar transmissores, mesmo sem uma ditadura. Eles podem atrapalhar serviços públicos importantes, podem perturbar a comunicação com aviões etc.

Trancado