marta escreveu:Eu não faço "campanha", Sal. Eu tenho três funções no jornal: repórter, articulista e colunista.
Quando atuo como repórter, eu me limito a fazer a reportagem, seja ela qual for, sem julgar nada nem ninguém. Ponto. Nos artigos para a revista, eu escolho o tema e estudo para fazer uma reportagem, mas sem emitir a minha opinião a respeito. Acabei de entregar um sobre as tais "pulseiras do sexo" que foram proibidas na sessão da Câmara de ontem à noite.
Na minha coluna, escrevo o que quero e o que penso. Ali eu coloco a minha opinião. Por incrível que pareça, as colunas que eu chego em casa e penso: porra! acho que peguei pesado demais; são aquelas de maior repercussão. Recebebo telefonemas no jornal, e-mails, gente que me para na rua, para elogiar. Pode?
E é com a sua coluna onde vc pode se expressar com liberdade que entra a responsabilidade como formadora de opinião.
marta escreveu:Eu não acho que os filhos das vagabas sejam mais prejudicados porque tem uma pá de gente que ajuda.
Mas, na parte que me toca, eu diferencio mesmo. Pra mim tem crianças mais crianças do que as crianças dos outros, sabe por que? Porque uma criança que cresce nesse ambiente de promiscuidade e vagabundagem, aprende. Aprende muito mais rápido do que aquela que vai à escola, cuja mãe trabalha.
Os filhos das vagabas, com 12, 13 anos já estão fazendo mais filhos. Então meu lema é: se parar de ajudar, elas param de fazer.
Depende, segundo vc mesma relata já conseguiu diminuir a ajuda.
Status social é móvel. Quanto mais oportunidades se der maior a probabilidade de se romper esse círculo vicioso. Não dá para se dizer que uma criança é mais merecedora do que outra baseada no seu status de nascimento.
Se status de nascimento fosse tão determinante não veríamos filhinhos-de-papai no crime, torrando heranças de quem batalhou muito para construir e por aí vai.
Além do que seguir esse tipo de raciocínio é abrir espaço para se por preço / valor na vida. E a história mostra que esse não é um bom caminho.
marta escreveu:Então meu lema é: se parar de ajudar, elas param de fazer. Aquelas que vão à OAB pra colocar os pais no pau, eu dou a maior força. Pai tem de assumir. Quando esses pais tem descontada a pensão no holerit e vão pra cadeia quando não pagam, também pensam duas vezes pra fazerem filhos a torto e a direito. Trepar é bom e todo mundo gosta, mas não façam filho, gente! criança dá despesa, dá trabalho, dá dor de cabeça e quando é mal criado então, nem se fala. Vira um peso pra sociedade.
Ninguém vai me convencer que uma vagaba tem o direito de tirar a vaga de uma criança, na creche, de uma mãe que trabalha. O estado não tem como arcar com essa filharada toda e eu não me sinto na obrigação de sustentá-los. Não me sinto mesmo.
Eu sempre fui adepta do "quem pariu Mateus que o crie" fazendo o sacrifício que for, pais e mães que são os responsáveis primeiros.
E concordo plenamente que a prioridade numa creche seja de uma mãe que trabalhe fora.
marta escreveu:Quanto à coluna das sacolinhas, de fato, bombou. Acabou. Ninguém mais quer saber de sacolinha, banheirinha e enxovalzinho. O marido de uma amiga minha, recortou a coluna e guardou dentro da agenda dele. Quando alguém pede ajuda, ele tira xeroz da coluna e manda. Quanto a isso, eu não tenho controle algum. Nem eu imaginava que a coluna teria essa repercussão. Isso eu não posso prever quando eu escrevo. Só meço o resultado quando a coluna já está nas bancas. Pelo visto, a cidade toda concordou comigo
Imagino que tenha bombado mesmo porque normalmente as pessoas estão ansiosas por uma retórica do "não fazer", do "não ser", do menor esforço, do menor custo imediato.
É a responsabilidade do formador de opinião e Marta vamos ter que chegar a uma conclusão de quando é válido usar o argumento da maioria concordante porque segundo os interesses próprios não vale
“Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, Thoreau