Durante a evolução, o homem passou a interagir com o meio, criou-se o pensamento abstrato, a partir do momento em que combinamos o polegar (funcionando como pinça pra manipular objetos) ao cérebro pra criar ferramentas, passou-se a agir não mais apenas por instinto, mas a consciência humana passou a reger a vida do homem, avançamos nas técnicas e nos tornamos o primeiro ser a imaginar uma coisa e tentar reproduzi-la. O homem só passou a combinar seu cérebro à sua mão pra criar ferramentas há três milhões de anos aproximadamente, quando uma floresta tropical se transformou em não lembro qual deserto da áfrica (acho que o kalahari) forçando o Australhopithecus Africanus a descer das árvores, e como os vegetais se tornaram escassos o Australhopithecus teve que caçar, porém suas condições físicas eram de herbívoro, os que estavam aptos a combinar o cérebro ao polegar pra criar ferramentas sobreviveram, os consumos de carne (que é um concentrado de nutrientes) permitiu que o homem tivesse tempo (que antes ele usava pra procurar um variedade enorme de plantas) pra fazer outras coisas que permitiram o desenvolvimento mais amplo do pensamento abstrato, que daria origem a tudo que o homem criou, inclusive deus. Somos o animal que menos age por instinto e o que tem maior noçao do meio e questiona os mistérios da morte e do que ha depois dela. Foi exatamente um desses questionamentos que levou o homo sapiens neanderthaliensis a sepultar seus mortos aproximadamente há 40 mil anos, o que prova que este sepultamento não foi simplesmente para ocultar o mal-cheiro é o fato de haverem ossos em volta formando figuras geométricas, pedras e outros monumentos. Provavelmente assim fizeram por questionamentos de forças que o homem ainda não era capaz de explicar, mas acreditava que essas podiam interferir nas suas vidas manifestando-se através de raios, chuvas, secas, fogo e outras coisas inexplicáveis ainda para a época, mas acreditavam que se manifestavam de acordo com o comportamento deles. Pensamento abstrato, uma vez que a duvida persiste quando pouco se conhece e ao mesmo tempo se questiona, e essa duvida colocava o homem em verdadeiras tempestades psicológicas onde a duvida prevalecia, dai a importância de crer em algo que não se vê, funciona como uma pílula de farinha, efeito placebo, um barco que o abrigue das tempestades psicológicas que o levavam a questionar sem adquirir respostas concretas tornando-o infeliz. O barco (deus) nunca existiu, mas o ser humano precisava acreditar que estava seguro dentro dele para não ser devorado pelos seus questionamentos irrespondíveis. Limitou sua visão lógica crendo no improvável, alienou-se, e ao mesmo tempo viu-se seguro tendo convicção de uma amanhã prospero e eterno dependendo apenas do modo como agia para agradar a deus. É possível concluir até que a invenção de deus tenha sido um estágio da evolução do homem na aquisição da felicidade, mas que ao mesmo tempo limitou seu pensamento abstrato, criatividade e consciência em relação à lógica. Todo ser humano que se apega ao que não vê é na verdade um desesperado por respostas a inquietações que só o homem possui devido à complexidade de sua consciência. Crer como verdade absoluta em coisas mal explicadas é uma demonstração do quanto são extremas as condições que o homem se encontra na sua eterna busca de respostas. A verdade é que ele precisa se agarrar a uma resposta que se observando pela lógica não tem nenhum sentido e bloqueie os efeitos da tempestade psicológica. Talvez tenham medo de concordar que o fato de não existir nada após a morte pode ser muito melhor, ou que a vida é só um teatro de fantoches com constante apegação a valores e metas na busca de um tal de prazer psicológico. É uma coisa tão simples. A essência da existência é apenas o existir, umas vezes que somos vivos devemos perceber o meio através dos cinco sentidos que possuímos, o resto são apenas influencias do meio sob a maneira de nos portar e agir.
Ver nas coisas apenas o que elas são. É isso.
"O homem inventou deus à sua própria imagem e semelhança"
Corrigido ortográfico e gramática.
O texto no Orkut:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=179166&tid=2427599370644191333&start=1
O homem inventou deus
- Vito Álvaro
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O homem inventou deus
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Re.: O homem inventou deus
Moderação, eu quero justificar o texto não tem suporte?
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Re: O homem inventou deus
Tá... já que decidiram dar um "up" no tópico...
Esse pensamento é na verdade uma visão simplista de Deus e, essa sim limita a lógica ao tentar resumir um conceito tão complexo e abstrato quanto o de Deus, como uma simples pseudo-explicação para as coisas da vida.
Tentar compreender o próprio conceito de Deus, é por si só um excelente exercício racional. É claro que, desde que não o limitemos a uma visão simplista como muitos costumam fazer.
Sim, quando você resume um conceito complexo de forma tão limitada, limita seu pensamento abstrato, criatividade e consciência em relação à lógica.
Esse de fato, é um mal que aflige tanto alguns teístas, quanto alguns ateus.
Alguns teístas, se limitam em uma visão estreita de Deus, que não corresponde ao que é observado por aqueles que nele falam com conhecimento de causa, alguns ateus, se limitam de duas formas, por uma visão simplista que após questionada os leva a conclusão de que Deus é uma crença e, por outro lado, ao se perderem em uma lógica complexa que ignora certos fatos.
Tentar compreender a lógica, sem conhecer os fatos... pode levar a distorções, pois a lógica sozinha não faz muita coisa.
Muita coisa pode ser "lógica" e ao mesmo tempo, pura crença que em nada corresponde aos fatos.
Uma crença, mesmo que lógica, continua sendo apenas uma crença.
Acho que isso vale pra ambos os lados, como o lado que crê como verdade absoluta, que Deus é uma crença... Alguns o fazem sem ao menos conhecer os fatos que levam outros a falar sobre Deus e, sem ao menos atentar para a lógica inerente a essa questão.
A idéia de que o Deus é uma crença mal explicada e que carece de lógica, não poderia estar mais distante da verdade, sendo de fato uma distorção muito simplista do assunto, mesmo que seja uma idéia formada com base no comportamento de alguns teístas.
Tirar essa idéia com base em alguns, seria como concluir que o BIG-BANG não tem lógica, porque a idéia do universo ser criado após a colisão frontal (e não lateral) de dois asteróides que se auto-criaram, é estapafúrdia.
É uma idéia que carece de informação e aprofundamento na questão.
Ou talvez aqueles que pensam assim, tenham medo de concordar que o fato da vida ser eterna é dentre as duas possibilidades, a mais problemática e de terríveis implicações.
Pelo medo, buscam ignorar esse fato para assim não ter que lidar com os óbvios e assustadores problemas inerentes a isso.
A idéia de eternidade só trás conforto a alguém que nunca questionou isso a fundo.
Quando você passa do superficial, a eternidade só trás problemas e medo.
Claro que, o posterior aprendizado termina por remover da mente da pessoa os medos, inseguranças e não-aceitação da eternidade e suas consequencias, resolvendo assim o problema.
Mas pra quem questiona isso de forma mais profunda, a priori, a eternidade é um dos maiores problemas da vida.
Pois é, isso é parte do que os religiosos como Cristo e Buda tentaram ensinar ao povo.
Vito Álvaro escreveu:Limitou sua visão lógica crendo no improvável, alienou-se, e ao mesmo tempo viu-se seguro tendo convicção de uma amanhã prospero e eterno dependendo apenas do modo como agia para agradar a deus.
Esse pensamento é na verdade uma visão simplista de Deus e, essa sim limita a lógica ao tentar resumir um conceito tão complexo e abstrato quanto o de Deus, como uma simples pseudo-explicação para as coisas da vida.
Tentar compreender o próprio conceito de Deus, é por si só um excelente exercício racional. É claro que, desde que não o limitemos a uma visão simplista como muitos costumam fazer.
Vito Álvaro escreveu:É possível concluir até que a invenção de deus tenha sido um estágio da evolução do homem na aquisição da felicidade, mas que ao mesmo tempo limitou seu pensamento abstrato, criatividade e consciência em relação à lógica. Todo ser humano que se apega ao que não vê é na verdade um desesperado por respostas a inquietações que só o homem possui devido à complexidade de sua consciência.
Sim, quando você resume um conceito complexo de forma tão limitada, limita seu pensamento abstrato, criatividade e consciência em relação à lógica.
Esse de fato, é um mal que aflige tanto alguns teístas, quanto alguns ateus.
Alguns teístas, se limitam em uma visão estreita de Deus, que não corresponde ao que é observado por aqueles que nele falam com conhecimento de causa, alguns ateus, se limitam de duas formas, por uma visão simplista que após questionada os leva a conclusão de que Deus é uma crença e, por outro lado, ao se perderem em uma lógica complexa que ignora certos fatos.
Tentar compreender a lógica, sem conhecer os fatos... pode levar a distorções, pois a lógica sozinha não faz muita coisa.
Muita coisa pode ser "lógica" e ao mesmo tempo, pura crença que em nada corresponde aos fatos.
Uma crença, mesmo que lógica, continua sendo apenas uma crença.
Vito Álvaro escreveu:Crer como verdade absoluta em coisas mal explicadas é uma demonstração do quanto são extremas as condições que o homem se encontra na sua eterna busca de respostas. A verdade é que ele precisa se agarrar a uma resposta que se observando pela lógica não tem nenhum sentido e bloqueie os efeitos da tempestade psicológica.
Acho que isso vale pra ambos os lados, como o lado que crê como verdade absoluta, que Deus é uma crença... Alguns o fazem sem ao menos conhecer os fatos que levam outros a falar sobre Deus e, sem ao menos atentar para a lógica inerente a essa questão.
A idéia de que o Deus é uma crença mal explicada e que carece de lógica, não poderia estar mais distante da verdade, sendo de fato uma distorção muito simplista do assunto, mesmo que seja uma idéia formada com base no comportamento de alguns teístas.
Tirar essa idéia com base em alguns, seria como concluir que o BIG-BANG não tem lógica, porque a idéia do universo ser criado após a colisão frontal (e não lateral) de dois asteróides que se auto-criaram, é estapafúrdia.
É uma idéia que carece de informação e aprofundamento na questão.
Vito Álvaro escreveu:Talvez tenham medo de concordar que o fato de não existir nada após a morte pode ser muito melhor, ou que a vida é só um teatro de fantoches com constante apegação a valores e metas na busca de um tal de prazer psicológico. É uma coisa tão simples. A essência da existência é apenas o existir, umas vezes que somos vivos devemos perceber o meio através dos cinco sentidos que possuímos, o resto são apenas influencias do meio sob a maneira de nos portar e agir.
Ou talvez aqueles que pensam assim, tenham medo de concordar que o fato da vida ser eterna é dentre as duas possibilidades, a mais problemática e de terríveis implicações.
Pelo medo, buscam ignorar esse fato para assim não ter que lidar com os óbvios e assustadores problemas inerentes a isso.
A idéia de eternidade só trás conforto a alguém que nunca questionou isso a fundo.
Quando você passa do superficial, a eternidade só trás problemas e medo.
Claro que, o posterior aprendizado termina por remover da mente da pessoa os medos, inseguranças e não-aceitação da eternidade e suas consequencias, resolvendo assim o problema.
Mas pra quem questiona isso de forma mais profunda, a priori, a eternidade é um dos maiores problemas da vida.
Vito Álvaro escreveu:Ver nas coisas apenas o que elas são. É isso.
Pois é, isso é parte do que os religiosos como Cristo e Buda tentaram ensinar ao povo.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".