joaomichelazzo escreveu:zumbi filosófico escreveu:Por que a saída pelo canal vaginal num parto, ou a extração do útero por cesariana, deveriam ser os fatores que conferem o direito à vida, na sua opinião?
Não são. A vida começa muito antes.
Creio que o zigoto já seja um ser vivo.
A questão é:
Qual a melhor fase da gravidez para se abortar esta vida?
Leia a esse texto do Sagan:
http://ocanto.esenviseu.net/sagan.htm(devia por esse link logo na assinatura, para facilitar...)
zumbi filosófico escreveu:Puta que pariu. Nem sei o que responder a isso.
Cara, isso que você está dizendo tem exatamente a mesma lógica que dizer que tudo bem matar bebês se não quiser tê-los, desde que tenham nascido de parto prematuro, cesárea, ou que tenham apenas três semanas de nascidos. Basta colocar como "alternativa" o espancamento, estupro, e abandono, e então é "justo" matá-lo com três semanas de nascido. Mas não na semana que vem.
Não é justo.
De uma vez por todas.
Não defendo matança de bebês, exterminio de crianças, velhos incapazes, deficientes, etc. Não. Não defendo.
Eu defendo o aborto.
Levando em consideração o que você falou, que não há diferença entre um bebê recém-nascido e um nascituro de sete meses, e ainda assim, não ve nada demais no aborto do último, falar que "não defendo a matança de bebês, defendo o aborto", tem o mesmo sentido que dizer, "não defendo a matança de idosos, defendo a eutanásia forçada pelo estado", ou "não defendo a barbárie, defendo que as multidões tenham o direito de espontaneamente linchar aos párias".
O único jeito dessa argumentação fazer algum "sentido" (apesar de ainda ser absurdo, monstruoso) defender isso, seria se a sua argumentação tivesse como enfoque principal uma espécie de soberania absoluta do corpo da mulher -- como os pró-vida que consideram aceitável o aborto em caso de estupro.
Em outras palavras, "não importa se é um embrião, ou se está em vias de trabalho de parto, o corpo é da mulher e aquele ser ou mesmo pessoa não tem direito de estar ali, poderá estar enquanto a mulher assim permitir -- e ela não tem qualquer obrigação disso."
Quem decide quando o aborto deve ser feito, não sou eu, é alguém capacitado para tal.
Também decide em qual fase da gravidez ele deve feito, qual método deve se utilizar para tal, etc.
Novamente, levando em consideração que manteve que o feto aos sete meses não difere de um bebê recém-nascido, essa colocação é meio como dizer, "quem decide como a eutanásia dos velhos deve ser feita, não sou eu, é um executor capacidado para tal. Também decide em que idade, qual método deve se utilizar para tal, etc".
E não adianta simplesmente dizer que "não é a favor disso", porque, mesmo que não seja, é uma arbitrariedade, pois ser a favor do aborto mesmo tão tardio, é equivalente achar permissível que as pessoas matassem seus familiares idosos se assim quisessem, quando estes precisassem de cadeiras de rodas.
Essa questão que você falou putaquepariu, ficou fora do contexto.
Eu falei que tem mãe que não quer ter filhos.
E falei também que tem mães que matam seus filhos, com 7 meses, com 1 ano, com 10 ou 12.
São mães que não desejavam ter o filho, são mães que não amam seus filho, e são mães que matam seus filhos.
Não defendo a atitude dessas mães. Nada justifica a atitude dessas mães.
Mas ela
em nada difere de se matar fetos aos 7 meses.
A sua explicação é como dizer, "eu falei que tem pessoas que matam seus pais de 40 anos, 50 ou 60. São filhos que não desejavam ter os pais, são filhos que não amam seus pais, e são filhos que matam seus pais. Não defendo essa atitude dos filhos. Nada justifica a atitude desses filhos. Por isso seria muito melhor que fosse legalizado matar os pais quando fizessem 70 anos."
Tem mães que não querem ter filhos e por um infortúnio ou descuido, acabam engravidando.
Algumas mudam de opinião e criam seus filhos com todo amor e carinho.
Outras tem o filho e o odeiam a vida toda.
Mais uma vez vou falar:
O fato da mãe não amar seu filho, não lhe dá o direito de mata-lo, maltrata-lo ou abandona-lo.
A minha pergunta foi:
"É justo colocar uma criança no mundo para maltrata-la, espanca-la, odia-la ou abandona-la a própria sorte?"
Alguém que pensou no direito à vida deste feto, pensou também que ao nascer, esta criança deve ter o direito de ser amada, bem tratada e educada com carinho até sua emancipação?
Novamente, isso equivale a "têm filhos que lamentam-se a vida toda de não poderem ter escolhido os pais, alguns mudam de opinião e os amam. A minha pergutna foi, é justo manter um pai no mundo para maltratá-lo, espancá-lo, ou abandoná-lo a própria sorte?"
"Alguém que pensou no direito à vida desse senhor de idade, pensou também que ao completar 70 anos, este senhor deve ter o direito de ser amado, bem tratado, e cuidado com carinho até que falecesse?"