Entrevista com Candidato do PCO

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Aranha
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Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Aranha »

Causa Operária entrevista Rui Costa Pimenta, candidato a presidente pelo Partido da Causa Operária, sobre o caráter antidemocrático das eleições, a crise política, o debate da esquerda e as perspectivas para a próxima etapa política

15 de setembro de 2010


Causa Operária - Por que o Partido da Causa Operária colocou como uma das questões centrais da eleição a denúncia do seu caráter antidemocrático?

RCP – É absolutamente evidente que as eleições foram transformadas em uma verdadeira camisa de força para a discussão política. A eleição atual é a culminação de um longo processo de endurecimento das regras eleitorais. A cada eleição, o Legislativo e o Judiciário acrescentaram novos obstáculos em função da crise do regime político e da evolução das massas tanto para intervir na crise interna da burguesia, como para evitar o surgimento de qualquer oposição minimamente real aos partidos que são a base de sustentação do regime. Creio que chegamos a um ponto de virada na situação. As manobras tradicionais estão sendo vistas com desconfiança ou até mesmo rejeição cada vez maior por um importante setor da população que começa a se desprender politicamente tanto do bloco dirigido pelo PT como do bloco dirigido pelo PSDB, ou seja, as alas esquerda e direita do regime parlamentar. Nesse sentido, para nós não se trata simplesmente de uma denúncia, o que é de qualquer modo importante e o que fizemos em todas as eleições anteriores, mas de impulsionar uma tendência efetiva de oposição ao regime político que está se desenvolvendo de fato. A importância da denúncia, neste momento, está neste segundo fato. Acreditamos que esta seja uma forma, juntamente com várias outras questões, de promover um reagrupamento político contra o regime.



Qual a sua análise da “Ficha Limpa”?



RCP - A leia da chamada Ficha Limpa é apenas mais uma das manobras legais que, sob a cobertura do propósito de moralizar uma eleição que é um verdadeiro sistema organizado de imoralidade nos mínimos detalhes, visa a retirar o poder do eleitorado, isto é, do povo brasileiro sobre o processo eleitoral e as instituições representativas. A Lei da Ficha Limpa estabelece o princípio de que os candidatos podem e devem ser filtrados pelo poder Judiciário. Assim como os militares durante a ditadura selecionavam o que achavam que o povo poderia ler e o que não poderia ler, o Legislativo e o Judiciário, quer dizer, os partidos que dominam o regime político, acreditam que podem selecionar em quais candidatos o povo pode votar e em quais não pode, o que é aplaudido por uma parcela da classe média ofuscada por uma noção de moralidade que se colocaria acima da política, uma concepção religiosa da política. A única democracia possível, mesmo burguesa, é a da decisão popular. Como dissemos em outras oportunidades, eleição é quando o eleitor decide. De um modo geral, todas as normas e decisões visam, em última instância a subtrair o poder de decisão do eleitor e a restringir a informação. Detrás da aparência moral, aparece claramente o propósito ditatorial, antidemocrático. A campanha eleitoral brasileira, por exemplo, dura dois meses. Esta aberração é justificada com o argumento de que é preciso coibir o abuso do poder econômico. Dá-se, porém, exatamente o oposto. Em uma eleição de dois meses a predominância do poder econômico e, mais, dos meios de comunicação eletrônicos, outra face do poder econômico, é o mais completo possível. Nessas condições, a eleição transforma-se em uma farsa, em um jogo de cartas marcadas. As normas que reforçam esta situação são hoje mais de duzentas.



Por que este problema não teve o mesmo destaque nas eleições anteriores?



RCP - Por dois motivos. Por um lado, esta situação, embora firmemente estabelecida, não havia chegado ao extremo que chegou hoje. O extremo é sempre uma função da crise. Na tentativa de manter um sistema que se decompõe, a burguesia é obrigada a abusar, a tomar mais e mais medidas antidemocráticas e, com isso, entrega o jogo, como se diz. Por outro lado, e é a contrapartida desta crise, a experiência da população com as eleições não havia amadurecido para colocar o problema. Hoje, o problema, embora não seja uma compreensão generalizada, está claramente se desenvolvendo.



O que está por trás desta evolução antidemocrática?



RCP - A crise do regime que se manifesta em uma crise dos partidos burgueses. A etapa atual começa com a crise do regime militar e dos partidos que existem e dominam sob este regime, Arena e MDB. O primeiro entra em uma crise completa e é obrigado a ceder a dominação exclusiva, compartilhando-a com a oposição burguesa ao regime, organizada no MDB, atual PMDB. O governo do PMDB, no entanto, é quebrado pela luta da classe operária que realiza mais de 15 mil greves em 1985. O governo perde o controle da economia e enfrenta uma hiperinflação. A partir daí, o partido deixa de ser uma alternativa de poder do ponto de vista popular. O candidato do PMDB nas eleições de 1989 é completamente desprezado pelo eleitorado, uma catástrofe mesmo considerando que foi abandonando pelo seu partido que apoiou Collor sem fazê-lo oficialmente. Era o reconhecimento da liquidação do MDB como alternativa nacional. Collor foi um candidato avulso e de emergência, apoiado por todos os partidos burgueses contra o PT, mas sem pertencer diretamente a nenhum deles. Por detrás dele, governava a aliança PMDB-PFL. O fracasso de Collor abriu uma nova etapa. Confrontada com o PT e o movimento operário, a burguesia fantasiou-se de esquerda, usando para isso o PSDB e o sociólogo ex-esquerdista Fernando Henrique Cardoso. Detrás desta fachada, a direita não deixou de retroceder. O DEM, ex-Arena, ex-PFL, é um cadáver ambulante e o PSDB, que tomou o seu lugar entrou em colapso nesta eleição. O PMDB está no poder com Lula e, agora, com Dilma, mas não se reconstituiu como partido popular, ostentando algumas das personalidades mais rejeitadas da política nacional - o que não lhes impede de ganhar as eleições - como Sarney, Collor, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Orestes Quércia e outros. Fica claro que o sistema de partidos da burguesia está em uma crise sem precedentes e que esta crise vem evoluindo sem cessar. O único partido de que a burguesia dispõe com credibilidade popular, que vem se reduzindo drasticamente, é o PT, um partido que veio da esquerda e dos sindicatos. Fica claro que este sistema todo está ameaçado de colapso. O colapso eleitoral do PSDB, que deveria cumprir a função de perna direita do regime, é muito significativo. Há uma clara tendência centrífuga em todos os estes partidos em função desta crise. Se a burguesia não fortalecer ainda mais o monopólio político dos grandes partidos em crise e impedir os surgimento de novas forças de esquerda, ligadas ao movimento operário, estes partidos estão ameaçados de se decompor inclusive no terreno mais favorável para eles que é o das eleições. As restrições estão ligadas a este fato. Está claramente definido o propósito da burguesia de retirar o PCO e possivelmente os demais partidos da esquerda das eleições para fortalecer os partidos burgueses em crise e manter o seu controle sobre o regime.



Qual é o programa do PCO diante do caráter antidemocrático das eleições?



RCP - Nosso programa tem como essência permitir um maior controle do eleitorado, ou seja, do povo, dos trabalhadores sobre as eleições: liberdade total para a organização de partidos, sem quaisquer exigências draconianas, total liberdade para a propaganda eleitoral, sem limite de tempo e sem restrições de qualquer espécie, igualdade absoluta no fundo partidário e no tempo na televisão, eleições proporcionais de fato, fim do Senado, fim da urna eletrônica, juízes eleitos, fim de todas as restrições, fim de toda a censura, liberdade total de expressão na eleição etc. Nós sabemos que o regime capitalista, pela sua própria natureza econômica e classista, é incapaz de realizar eleições verdadeiramente democráticas, mas o importante é levantar um programa que, por um lado, coloque em evidência a ditadura da burguesia e, de outra, dê maior amplitude para a luta política da classe trabalhadora contra a burguesia.



A burguesia está falando em realizar uma reforma política após as eleições. Qual é o verdadeiro sentido desta reforma política?

RCP - A essência da reforma pretendida, qualquer que seja o seu disfarce pseudo democrático ou a hipocrisia moral de que se revestida é fortalecer o monopólio dos partidos burgueses, aí incluído o PT, e retirar o poder de decisão ao eleitorado, confrontando-o com um prato pronto, onde a sua possibilidade de escolha seria mínima. O ideal da burguesia seria o de constituir artificialmente, como fez a ditadura, um bi-partidarismo com dois partidos de integral confiança dos grandes capitalistas. Um dos objetivos é impedir ou obstaculizar ao máximo a constituição de um partido operário que surja como resultado necessário da crise do PT que é, hoje, o partido que, embora não sendo um partido operário, desempenha esse papel de fato sendo a representação parlamentar, embora burguesa, e sindical, embora burocrática, da classe operária, dos seus setores mais organizados antes e da grande massa de trabalhadores hoje. Esta tentativa de reforma deve ser energicamente combatida por toda a esquerda, pelas organizações operárias e pelas correntes democráticas. É preciso opor a ela uma outra plataforma, democrática e que mobilize a opinião contra essa nova República Velha que estão querendo criar.



A imprensa capitalista e representantes da burguesia alegam que os partidos que eles chamam de “nanicos” não têm audiência, são bizarros etc. O que você tem a dizer sobre isso?


RCP - A realidade é que não há nada mais bizarro, mais circense, mais rebaixado do que a participação dos chamados grandes partidos nas eleições. A tentativa de impugnar os partidos da esquerda como bizarros é ela em si mesma bizarra. Os partidos de esquerda, quaisquer que sejam os seus defeitos não são essas caricaturas de partidos que são os partidos burgueses, com seus cabos eleitorais alugados, com a sua falta de programa, de doutrina e até de políticos, porque muitos deles sequer são capazes de fazer um discurso no Congresso Nacional sem uma intensa atividade das suas assessorias. Os partidos da esquerda participam do movimento popular democrático das massas nos sindicatos e organizações da juventude estudantil com idéias e programas e são organizações sérias e atuantes que não se dedicam exclusivamente ao vale tudo da caça de votos que se vê na eleição, um verdadeiro espetáculo circense, mas sem o charme dos circos de picadeiro, uma pantomima grotesca.



Os partidos burgueses não são, na sua opinião, então, verdadeiros partidos?



RCP - Certamente que não! O Brasil tem uma tradição de não ter partidos burgueses verdadeiros. O primeiro verdadeiro partido político que existiu no Brasil foi o Partido Comunista. O primeiro partido de caráter nacional da burguesia foi a Ação Integralista Brasileira, fascista, quando a burguesia só havia criado os atrofiados PRs da República Velha, partidos estaduais, verdadeiras aberrações políticas. Os partidos burgueses no Brasil nunca tiveram uma verdadeira base popular, mas viveram do Estado e do capital. Na República Liberal, de 45 a 64, havia três grandes partidos, o PSD, partido da burocracia estatal fascistóide varguista, o PTB, partido apoiado no sindicalismo pelego e a UDN, partido apoiado pela burguesia e pelo imperialismo sem qualquer base popular. A ditadura acabou com este sistema, que entrou em crise completa, e impôs uma monstruosidade ainda maior na dupla Arena-MDB, partidos sem qualquer poder político real. Depois da ditadura, a decadência dos partidos burgueses é completa. Não têm militantes, a tal ponto que nas eleições exploram o trabalho da população desempregada e reduzida à miséria a preço vil, vivem de currais eleitorais ao estilo da República Velha, não têm programa, não têm doutrina e nem política imediata. Chegam ao extremo de colocar a própria plataforma eleitoral nas mãos de empresas de marketing que são capazes, como se viu na eleição passada, de fazer o mesmo programa para Maluf e Lula. São verdadeira caricaturas de partido e dependem inteiramente do Estado e de uma clientela estatal.



E o Partido dos Trabalhadores e o PCdoB, como se situam dentro desta análise?



RCP - O PT reuniu em um primeiro momento uma verdadeira militância política dos sindicatos e da esquerda, ainda que fosse em grande medida uma esquerda pequeno-burguesa e não operária. Mas lutou contra isso desde o primeiro momento. Uma das primeiras polêmicas dentro do PT foi se o partido deveria ou não adaptar a sua organização ao esquema de diretórios do regime militar. A posição de adaptar-se foi vitoriosa. Esta militância foi separada das organizações de massa da classe operária e, na maioria dos lugares, da própria classe operária. Após muitas lutas internas, Lula, José Dirceu e outros conseguiram transformar o PT em um partido burguês como os demais, sem militantes, sem nenhuma característica popular, exceto o fato de que vive parasitariamente de organizações de massa como a CUT e os sindicatos.



Qual a importância da proposta de um debate entre os partidos de esquerda?



RCP - O debate da esquerda é um protesto e um alerta contra o que se está tramando no interior das catacumbas da política burguesa contra o povo. Não se trata de uma mera defesa de interesses privados, mas de uma verdadeira luta de partido pelos interesses do povo, ou seja, pelos direitos democráticos de toda a população que estão sendo violentados sem nenhum pudor. Toda a esquerda, mesmo aquela que não participa das eleições, todas as organizações sérias, não burocráticas do movimento operário e estudantil devem apoiar este ato político de protesto para marcar a denúncia do que a burguesia está planejando para o regime político. Considero este debate uma importante tomada de posição da esquerda em defesa dos direitos democráticos da classe trabalhadora. Uma luta que devemos trabalhar para aprofundar na próxima etapa porque estará amplamente colocada.



Quais são as possibilidades de unidade entre estes partidos de esquerda em outros terrenos?



RCP - Apesar da animosidade de todo o período anterior, creio que se abrem novas possibilidades que correspondem às características da etapa que se abre. A base para esta unidade, na nossa opinião, deve ser justamente questões como estas que traduzem uma necessidade real das massas e um interesse real e não questões artificiais ou organizativas. Há muitas questões em que a esquerda pode se unir na próxima etapa, porque há grandes desafios para as massas. Acho, inclusive, mais ainda que a próxima etapa, com total independência do que pensam os partidos, que a próxima etapa colocará objetivamente, ou melhor, fará retornar com toda a força a questão da construção de um partido operário de massas, diante da qual toda a esquerda será chamada pela realidade a se pronunciar. Isso não quer dizer que será simples, mas exigirá uma grande compenetração política e muitas idas e vindas. No entanto, são características da etapa que se abre que não podem ser ignoradas. Será necessário fazer uma análise profunda sobre esta questão.



Por que o Psol não quer participar do debate?



RCP - O Psol tem uma característica que o diferencia do conjunto da esquerda e que o aproxima dos partidos burgueses: é um partido dominado por parlamentares e que vive, fundamentalmente, para garantir a sobrevivência desses parlamentares. Seu objetivo na eleição, não é segredo para ninguém, é eleger alguns parlamentares. Este é um objetivo primordial, diante do qual estão dispostos a sacrificar quaisquer princípios políticos que tenham. O Psol acredita que não deve, nesse sentido, se identificar com uma iniciativa da esquerda dita radical, mas cortejar os partidos burgueses. Veja-se que o candidato do Psol foi convidado para os debates na televisão e considerou isto como uma oportunidade, não para a luta política, mas para a publicidade eleitoral. Não denunciou a ausência dos demais partidos no debate e, nessa medida, somou-se à farsa eleitoral montada para enganar o povo. É importante compreender a linguagem da política. Com a sua recusa, para o bem ou para o mal, o Psol está dizendo para todos que não pertence em sentido algum à esquerda que está organizando o debate, da qual quer se diferenciar. Ao dizer isso, involuntariamente, diz também que pertence a um outro campo político. Les jeux sont faits, messieurs.



Qual a importância das eleições para o movimento de luta da classe operária, da juventude e demais movimentos de massa?



RCP - As eleições, para o movimento operário são uma campanha política, sobre a base da qual se manifesta uma contagem de forças, porque não se trata de uma mobilização de fato do movimento operário para a luta. Nesse caso, creio que, com todas as restrições, fica clara a repercussão política do nosso partido e, em geral, da esquerda, diante do retrocesso político da direita e da evolução da situação. A eleição serve como preparação para as lutas da próxima etapa.



Há quem acredite que a melhor política seria não participar das eleições. O que você tem a dizer disso diante da situação atual?

RCP - Essa posição não é apenas ingênua, uma vez que não compreende que aimportância da luta eleitoral para a classe operária não está nem exclusivamente no resultado eleitoral, eleição de um representante, nem no caráter democrático das eleições, mas na ampliação da luta política e da denúncia. Não participar seria simplesmente facilitar a fraude que a burguesia realiza contra as massas e ignorar a crise interna da burguesia e do seu regime. Por esse motivo, a posição tradicional dos marxistas, de Marx e Engels a Lênin e Trótski parte da obrigatoriedade da participação nas eleições, salvo em certas condições específica de evolução da luta das massas. Outra ingenuidade é acreditar que o voto nulo seja uma posição de contestação da eleição. O voto nulo indica apenas a falta de opção eleitoral, não a contestação da eleição. Nesse segundo caso, a posição seria o boicote às eleições, o que visivelmente não se coloca neste momento. A rejeição das eleições em nome de que são burguesas é uma característica típica do anarquismo, não do marxismo, ou seja, da política pequeno-burguesa e não proletária.

Com o objetivo de denunciar o caráter antidemocrático das eleições, oferecemos para vários grupos que não conseguiram se legalizar como partidos, a legenda para que pudessem concorrer em nome próprio, o que, curiosamente, não aceitaram. Se realizássemos um bloco eleitoral, deveríamos colocar como condição que os partidos não legalizados pudessem concorrer. É uma questão de princípio, como seria para o Psol ter reivindicando a participação de todos os partidos no debate. Omitir-se é fazer abertamente o jogo da burguesia, mesmo que involuntariamente.



O que esperar do novo governo do PT?

RCP - Certamente, nada de bom. Ao contrário, devemos esperar um ataque ainda mais duro contra as condições de vida das massas. O mais correto seria dizer que este é um governo do PMDB, que vai lançar-se ainda com maior voracidade ao saque do aparelho de estado do que se viu na era Lula. Podemos esperar reforma política antidemocrática, ataques aos direitos trabalhistas, privatizações, a dos Correios já está em marcha, e outros ataques aos trabalhadores.



Abraços,
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Fernando Silva »

Aranha escreveu:A Lei da Ficha Limpa estabelece o princípio de que os candidatos podem e devem ser filtrados pelo poder Judiciário.

Uai, e não é não?! A justiça não deve impedir que bandidos se candidatem?

Aliás, eu não sendo patrão, posso ser considerado um operário?

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Apáte
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Apáte »

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Huxley
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Huxley »

PCO é o partido que defende o salário mínimo legal de R$ 2500 e a reestatização de todas as empresas privatizadas. Seu líder é um exemplo perfeito de um animal estatizado e socialista.

Ao contrário que Rui pensa, a democracia existe. Se serve pouco num país de analfabetos políticos, aí é outra história. O endeusamento da democracia é que não permite que se enxergue isso.
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Acauan »

PCO e PSTU são caricaturas políticas mas cumprem seu papel na estratégia das esquerdas que é fazer com que o PT pareça um partido moderado, de centro-esquerda social-democrata. Por tabela, qualquer coisa a direita do PT vira automaticamente direitista, ou, no jargão da claque petista, extrema-direita.

O comunistinha da entrevista parece doido, mas não rasga dinheiro, dentre outras evidências burguesas de sanidade.
Nem um Zé-Mané que nem ele leva a sério a proposta de substituir o senado por um soviete com outro nome.

A panelinha vermelha se entende e no fim da troca de favores alguma coisa sempre sobra prá quem ajudou Dilma Roussef a parecer ideologicamente confiável a partir do contraste com a turminha da Causa Operária, que, claro, como sempre nestes casos, conhece graxa por ouvir falar.

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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Apo »

O Acauan resumiu tudo.
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Acauan »

No assunto do tópico.

Ontem fui à USP. Motivos de força maior me levaram à fefeleche onde um grupinho da Juventude Revolucionária do PCO me deu um jornalzinho com as mesmas patacoadas ditas pelo candidato presidencial deles no simulacro de entrevista.

Uma regra a se seguir com comunistas – sem chance de erro – é que tudo que um comunista fala é... propaganda comunista. E só.
Para o militante comunista "verdade" é o que é útil ao movimento. Tudo o mais é abstração pequeno burguesa.
Daí o tal do Rui Costa Pimenta e os bichos grilos da fefeleche recitarem o mesmo discurso, sendo que amanhã podem dizer maluquices opostas às maluquices que dizem hoje, sem lhes passar pela cabeça que mentem e se contradizem.

E como tem comunista na letras e filosofia da USP. Meu primeiro impulso foi chamar a polícia, mas lembrei que estes tempos se foram.
Vá lá que haja uma Juventude Revolucionária do PCO panfletando. Estão preenchendo a cota de idiotas engajados que toda geração tem que cumprir.
Ruim é ver a quantidade de cartazes anunciando cursos de doutrinação comunista, coisas de "Atualidade do Marxismo" a "Materialismo Histórico I" – o horror, vai ter o Materialismo Histórico II, Materialismo Histórico III, Materialismo Histórico IV... Pelo jeito, uma semana na fefeleche vale meia passagem para a Estação Finlândia.

E é ali que se formam nossas lideranças intelectuais.

Que Mayra-Monã nos proteja.

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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Apáte »

Bizarro, Acauan.

A rejeição das eleições em nome de que são burguesas é uma característica típica do anarquismo, não do marxismo, ou seja, da política pequeno-burguesa e não proletária.

Uma vez que a ideologia é definida pela classe, e pequenos burgueses são anarquistas; camponeses e proletários são comunistas; o resto da população que participa das eleições sem estas alternativas é o quê? Grandes burgueses?
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:PCO e PSTU são caricaturas políticas mas cumprem seu papel na estratégia das esquerdas que é fazer com que o PT pareça um partido moderado, de centro-esquerda social-democrata. Por tabela, qualquer coisa a direita do PT vira automaticamente direitista, ou, no jargão da claque petista, extrema-direita.


Diálogo:

Militante do PT = Assim não dá companheiros! - Vocês sabem que nós contamos com vocês babando e rasgando dinheiro no horário eleitoral gratuito para parecermos normais e comerçarmos a revolução, mas vocês ficam falando bonitinho que nem um bando de mariquinhas, que merda!!!!

Militante do PCO = Desculpa Chefe! Até que babar a gente tem conseguido, mas estamos sem dinheiro prá rasgar sabe? - Mas..., será que tirar a roupa e passar purê de batatas na bunda não faria o mesmo efeito?

Abraços,
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Huxley »

Acauan escreveu:PCO e PSTU são caricaturas políticas mas cumprem seu papel na estratégia das esquerdas que é fazer com que o PT pareça um partido moderado, de centro-esquerda social-democrata. Por tabela, qualquer coisa a direita do PT vira automaticamente direitista, ou, no jargão da claque petista, extrema-direita.

O comunistinha da entrevista parece doido, mas não rasga dinheiro, dentre outras evidências burguesas de sanidade.
Nem um Zé-Mané que nem ele leva a sério a proposta de substituir o senado por um soviete com outro nome.

A panelinha vermelha se entende e no fim da troca de favores alguma coisa sempre sobra prá quem ajudou Dilma Roussef a parecer ideologicamente confiável a partir do contraste com a turminha da Causa Operária, que, claro, como sempre nestes casos, conhece graxa por ouvir falar.



Não me parece jogo de cena, não há dúvida que eles acreditam que o governo Lula é "neoliberal" e outras coisas mais. Eu conheço bem essas figuras aqui no meu estado e posso garantir. Contradições no discurso não torna ninguém petista porque todo vermelhinho típico tem "duplipensar", como diria Orwell.
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Aranha »

Huxley escreveu:
Acauan escreveu:PCO e PSTU são caricaturas políticas mas cumprem seu papel na estratégia das esquerdas que é fazer com que o PT pareça um partido moderado, de centro-esquerda social-democrata. Por tabela, qualquer coisa a direita do PT vira automaticamente direitista, ou, no jargão da claque petista, extrema-direita.

O comunistinha da entrevista parece doido, mas não rasga dinheiro, dentre outras evidências burguesas de sanidade.
Nem um Zé-Mané que nem ele leva a sério a proposta de substituir o senado por um soviete com outro nome.

A panelinha vermelha se entende e no fim da troca de favores alguma coisa sempre sobra prá quem ajudou Dilma Roussef a parecer ideologicamente confiável a partir do contraste com a turminha da Causa Operária, que, claro, como sempre nestes casos, conhece graxa por ouvir falar.



Não me parece jogo de cena, não há dúvida que eles acreditam que o governo Lula é "neoliberal" e outras coisas mais. Eu conheço bem essas figuras aqui no meu estado e posso garantir. Contradições no discurso não torna ninguém petista porque todo vermelhinho típico tem "duplipensar", como diria Orwell.


- Mais um percebeu o absurdo da afirmação.

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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu:
Huxley escreveu:
Acauan escreveu:PCO e PSTU são caricaturas políticas mas cumprem seu papel na estratégia das esquerdas que é fazer com que o PT pareça um partido moderado, de centro-esquerda social-democrata. Por tabela, qualquer coisa a direita do PT vira automaticamente direitista, ou, no jargão da claque petista, extrema-direita.

O comunistinha da entrevista parece doido, mas não rasga dinheiro, dentre outras evidências burguesas de sanidade.
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A panelinha vermelha se entende e no fim da troca de favores alguma coisa sempre sobra prá quem ajudou Dilma Roussef a parecer ideologicamente confiável a partir do contraste com a turminha da Causa Operária, que, claro, como sempre nestes casos, conhece graxa por ouvir falar.



Não me parece jogo de cena, não há dúvida que eles acreditam que o governo Lula é "neoliberal" e outras coisas mais. Eu conheço bem essas figuras aqui no meu estado e posso garantir. Contradições no discurso não torna ninguém petista porque todo vermelhinho típico tem "duplipensar", como diria Orwell.


- Mais um percebeu o absurdo da afirmação.


Aranha, Aranha, Aranha... Você não lê muito sobre Teoria e História Política, lê?
Se lesse saberia que o "absurdo" não é meu, mas de alguns analistas e estudiosos políticos que identificam este padrão nos movimentos esquerdistas no mundo todo há décadas e o Brasil não é exceção.

Dê uma checada no que significa estratégia de Ocupação de Espaços, Guerra Cultural ou a Tolerância Libertadora de Herbert Marcuse (Nenhuma tolerância para com a direita, toda tolerância com a esquerda) e aí talvez veja alguma coisa a mais que acaso fortuito no fato de estas eleições apresentarem partidos cujos discursos vão da centro-esquerda moderada à extrema esquerda revolucionária marxista-leninista-stalinista-maoísta-castrista-filhadaputista e todo mundo acha absolutamente normal, mas provocará gritos de escândalo o simples cogitar da possibilidade de alguém vir ao horário político com um discurso que remotamente lembre extrema-direita, mesmo que tradicionalista e não-fascista (existe extrema-direita não fascista, por mais que a esquerda minta a respeito, carregam todos os males atribuíveis ao extremismo, mas não este).

E talvez entenda também porque os partidos com discurso de extrema-esquerda criticam o PT por não ser esquerdista o bastante, mas evitam temas que poderiam realmente atacar os petistas, como a corrupção e o corporativismo partidário.

Dentre otras cositas más

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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Jack Torrance »

Acauan escreveu:E talvez entenda também porque os partidos com discurso de extrema-esquerda criticam o PT por não ser esquerdista o bastante, mas evitam temas que poderiam realmente atacar os petistas, como a corrupção e o corporativismo partidário.


Isso é verdade. Como já disseram aqui, chamam o partido até de neoliberal, mas não criticam a corrupção. Do pouco que já li, o máximo que já vi foram críticas no campo político-econômico, pois afetava o caráter ideológico.
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Apáte
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Apáte »

Acauan, também sou leigo no assunto, mas esse tipo de estratégia também serviria para a direita? Criando-se uma direita caricata e incoerente com o conservadorismo "normal" da direita, com gente como Enéas, Bolsonaro e O. de C.?

Claro, para isso teria que existir uma direita moderada de verdade, uma vez que se apenas esse tipo de direita aparecer, vão pensar que todos direitistas são tão malucos quanto seus representantes mais famosos. Como no caso das esquerdas atuais, a moderada mais conhecida e a radical que baba, grita e agita os braços apenas dar o ar moderado à sua ala pop. Além disso, o conceito de direita no Brasil é bem mais confuso que o de esquerda, já que direita passou a ser tudo aquilo que a esquerda não gosta, incluindo chamar outras alas esquerdistas rivais como direita.
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Fernando Silva
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Fernando Silva »

Apáte escreveu:Acauan, também sou leigo no assunto, mas esse tipo de estratégia também serviria para a direita?

No Brasil, a coisa não é simétrica. Quase ninguém se diz de direita, pela conotação negativa do termo.
A estratégia serve apenas para a esquerda, já que ser de esquerda é a norma e as pessoas se diferenciam apenas pela graduação, mas não para a direita, já que ser direitista é ser "do mal".

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Aranha
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Aranha, Aranha, Aranha... Você não lê muito sobre Teoria e História Política, lê?


- Não, desde a faculdade.

Acauan escreveu:
Se lesse saberia que o "absurdo" não é meu, mas de alguns analistas e estudiosos políticos que identificam este padrão nos movimentos esquerdistas no mundo todo há décadas e o Brasil não é exceção.


- Há várias formas de interpretar os fatos, um dado é que há uma miríade enorme de movimentos de esquerda, outro dado é a tendência naturalmente humana de simpatizar com o outro quanto mais próximo for de você e antipatizar quanto mais longe.

- Para afirmar que movimentos de esquerda montam teatrinhos com scripts e papéis determinados para chegar ao poder é necessário mais que apontar os padrões acima, ou usar um caso como emblemático para tudo.

- É admissível até dizer que aja uma estratégia de agressão-limitada para que uma oposição excessivamente feroz ao PT não gere “regressão” à direita, mas dizer que eles se combinam para fazer teatro é demais.


Acauan escreveu:
Dê uma checada no que significa estratégia de Ocupação de Espaços, Guerra Cultural ou a Tolerância Libertadora de Herbert Marcuse (Nenhuma tolerância para com a direita, toda tolerância com a esquerda) e aí talvez veja alguma coisa a mais que acaso fortuito no fato de estas eleições apresentarem partidos cujos discursos vão da centro-esquerda moderada à extrema esquerda revolucionária marxista-leninista-stalinista-maoísta-castrista-filhadaputista e todo mundo acha absolutamente normal, mas provocará gritos de escândalo o simples cogitar da possibilidade de alguém vir ao horário político com um discurso que remotamente lembre extrema-direita, mesmo que tradicionalista e não-fascista (existe extrema-direita não fascista, por mais que a esquerda minta a respeito, carregam todos os males atribuíveis ao extremismo, mas não este).


- Oras, Já tivemos candidato a presidente representando as elites agrárias como o Caiado, tivemos o saudoso Enéas que era ultra-direitista e anti-comunista assumido e não vi essa gritaria toda, trataram eles como caricaturas tipo PCO e congêneres.

Acauan escreveu:
E talvez entenda também porque os partidos com discurso de extrema-esquerda criticam o PT por não ser esquerdista o bastante, mas evitam temas que poderiam realmente atacar os petistas, como a corrupção e o corporativismo partidário.

Dentre otras cositas más


- Quatro problemas aí:

. PSDB (que é comparsa do DEM) é de esquerda, ele também está representando nesse teatrinho?

. O pessoal do PCO odeia o PT, considera-os traidores da causa, nem consideram o PT como esquerda, veja: http://www.pco.org.br/pco/divergencias.htm?target=

. O que os que fazem papel de palhaço ganham com isso? – Há evidências de gente do PCO ou PSTU ou PSOL ou PCB ganhando cargos ou grana do PT? – Há algum registro de alguma reunião, de algum pacto assinado, de alguma conversa de bar entre eles?

. O PR e o PL (vice-presidência) que são de direita e estão coligados ao PT também são atores dessa peça?

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Acauan
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Acauan »

Apáte escreveu:Acauan, também sou leigo no assunto, mas esse tipo de estratégia também serviria para a direita?


Em teoria sim, mas a experiência histórica mostra que não.
A Direita, por definição, defende a manutenção do status quo ou, quando a manutenção é impossível, uma transição gradual que preserve os valores fundamentais da sociedade.
Por isto a mobilização da Direita é caracteristicamente reacionária.
Mobilizações reacionárias tendem a carecer de estratégia, ao contrário das mobilizações revolucionárias, que podem ser detalhadamente planejadas.


Apáte escreveu:Criando-se uma direita caricata e incoerente com o conservadorismo "normal" da direita, com gente como Enéas, Bolsonaro e O. de C.?


Estes personagens parecem caricatos justamente porque, ao contrário de Luiz Inácio da Silva, não são sustentados por um partido político de ideologia definida e com militância ativa.
Como personagem individual Luiz Inácio da Silva perde em vários pontos para o dr. Enéas Carneiro, que como ele saiu da pobreza em um lugar miserável, mas, ao contrário do atual presidente, estudou muito e se tornou um cirurgião cardíaco internacionalmente respeitado – um exemplo de superação individual da adversidade. Sem a circunstância histórica da criação do PT, Luiz Inácio da Silva seria apenas mais um político oriundo da militância sindical, com credenciais próprias muito limitadas.


Apáte escreveu:Claro, para isso teria que existir uma direita moderada de verdade, uma vez que se apenas esse tipo de direita aparecer, vão pensar que todos direitistas são tão malucos quanto seus representantes mais famosos. Como no caso das esquerdas atuais, a moderada mais conhecida e a radical que baba, grita e agita os braços apenas dar o ar moderado à sua ala pop. Além disso, o conceito de direita no Brasil é bem mais confuso que o de esquerda, já que direita passou a ser tudo aquilo que a esquerda não gosta, incluindo chamar outras alas esquerdistas rivais como direita.


No Brasil, a Esquerda perdeu a luta armada, mas ganhou a Guerra Cultural e tornou a ideologia esquerdista dominante.
Hoje ninguém estranha se alguém aparecer na TV defendendo um discurso stalinista, mas a expressão "democracia cristã" soará exótica ou mesmo ridícula para a maioria da população que é majoritariamente cristã.

A militância esquerdista já declarou guerra aberta contra a liberdade de imprensa.
Militantes mais afoitos pregam que o PSDB é um partido fascista.
Os próximos alvos serão – certamente – a Igreja e as Forças Armadas.

Infelizmente, vivemos o que os chineses chamavam de "tempos interessantes", o que não é bom.
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Acauan
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu: - Há várias formas de interpretar os fatos, um dado é que há uma miríade enorme de movimentos de esquerda, outro dado é a tendência naturalmente humana de simpatizar com o outro quanto mais próximo for de você e antipatizar quanto mais longe.


Pode-se traçar uma analogia entre a miríade de movimentos de esquerda e a miríade de denominações evangélicas. Estas são concorrentes entre si em tudo, exceto quando se trata de confrontar a Igreja Católica Romana, aquelas são concorrentes entre si em tudo, exceto quando se trata de confrontar o que chamam de Direita.

Aranha escreveu: - Para afirmar que movimentos de esquerda montam teatrinhos com scripts e papéis determinados para chegar ao poder é necessário mais que apontar os padrões acima, ou usar um caso como emblemático para tudo.


O que eu disse é que movimentos de esquerda tem estratégias e isto é fato histórico tão documentado que não vou discutir.

Aranha escreveu: - É admissível até dizer que aja uma estratégia de agressão-limitada para que uma oposição excessivamente feroz ao PT não gere “regressão” à direita, mas dizer que eles se combinam para fazer teatro é demais.


A dinâmica da subversão esquerdista é mais complexa do que o horário eleitoral gratuito da TV dá a entender. As fronteiras entre partidos de esquerda não são rígidas e impermeáveis, pois as várias tendências dentro de cada partido têm maior ou menor afinidade com tendências similares ou não em outros, independente das posições oficiais das executivas.

A esquerda se define nos seus militantes, que têm cada qual um discurso oficial de apoio a determinado partido e de rejeição dos demais, mas que em seu submundo se comunicam entre si e atuam em conjunto nos sindicatos, ONG's, Movimentos Estudantis, Associações e organizações terroristas em que atuam. É da convivência e atuação conjunta e supra-partidária dos militantes das infinitas vertentes esquerdistas nestas organizações que surgem as alianças tácitas e convergências de posturas, mesmo que as declarações de suas lideranças digam o contrário.


Aranha escreveu: - Oras, Já tivemos candidato a presidente representando as elites agrárias como o Caiado, tivemos o saudoso Enéas que era ultra-direitista e anti-comunista assumido e não vi essa gritaria toda, trataram eles como caricaturas tipo PCO e congêneres.


Estes são os melhores exemplos que consegue lembrar?

A expressão "já tivemos" deixa óbvio que não temos mais representantes das elites agrárias no primeiro escalão da política, o que é mais uma evidência do que eu disse.

E pode me mostrar alguma declaração ultra-direitista do dr. Enéas Carneiro?
Ele pregou o fechamento do congresso, o retorno dos militares ao poder, criminalização dos partidos comunistas, expulsão de estrangeiros ou algo assim?

Ou seja, sua qualificação do dr. Enéas Carneiro como ultra-direitista é outra evidência do que eu disse. A estratégia esquerdista guinou à esquerda todo o discurso político no Brasil e qualquer um que defenda posições conservadoras é taxado de radical. Anti-comunista também sou, não é preciso ser ultra-alguma- coisa para renegar uma ideologia que assassinou dezenas de milhões de pessoas e levou centenas de milhões à miséria absoluta.


Aranha escreveu:
Acauan escreveu:E talvez entenda também porque os partidos com discurso de extrema-esquerda criticam o PT por não ser esquerdista o bastante, mas evitam temas que poderiam realmente atacar os petistas, como a corrupção e o corporativismo partidário.

Dentre otras cositas más.


- Quatro problemas aí:

. PSDB (que é comparsa do DEM) é de esquerda, ele também está representando nesse teatrinho?


Não me lembro de ter posto a coisa em termos tão simplistas, mas, se é assim que prefere, fez parte do teatrinho enquanto isto foi do interesse do PT, que manteve uma proximidade com os tucanos enquanto se fortalecia, contou com a condescendência suicida deles quando lhes fez oposição terrorista incitando greves em setores essenciais e mobilizando o vandalismo do MST e finalmente deu-lhes o merecido pontapé na bunda quando se sentiu forte o bastante para reescrever a História recente do país e apresentar o governo anterior como o demônio do caos e a eles próprios como os salvadores da Pátria.

.
Aranha escreveu: O pessoal do PCO odeia o PT, considera-os traidores da causa, nem consideram o PT como esquerda, veja: http://www.pco.org.br/pco/divergencias.htm?target=

. O que os que fazem papel de palhaço ganham com isso? – Há evidências de gente do PCO ou PSTU ou PSOL ou PCB ganhando cargos ou grana do PT? – Há algum registro de alguma reunião, de algum pacto assinado, de alguma conversa de bar entre eles?


Aranha, Aranha, Aranha..., você é realmente tão ingênuo para acreditar que militantes comunistas odeiam o que quer que seja motivados apenas pela pureza de sua Fé ideológica?

Já te dei o exemplo do Luis Carlos Prestes, que se apresentou aos beijos e abraços com o Getúlio no palanque eleitoral dele, só porque Moscou mandou, esquecendo que o cara que ele abraçava, beijava e elogiava deportou sua esposa para ser enviada para um campo de concentração nazista.
Não me venha com a bobagem de que é um exemplo isolado.

Ódio, amor, lealdade, moral, verdade são apenas frescuras pequeno-burguesas para o militante comunista, para quem a realidade é política e para quem política é a arte de se servir das pessoas para atingir algum objetivo.

E só.


Aranha escreveu: . O PR e o PL (vice-presidência) que são de direita e estão coligados ao PT também são atores dessa peça?


Seus exemplos são mesmo ruins à beça.
PR e PL são partidos fisiológicos e não ideológicos. Não se definem como de Direita e Esquerda, mas como um bando de gente que venderia a mãe se o preço for bom e se o preço não for bom venderiam a mãe assim mesmo, só que reclamando.

E faça-me um favor, citar um partido que foi ou é controlado por Edir Macedo como contra-exemplo da mobilização político-ideológica da Esquerda é o fim da picada.
Nós, Índios.

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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Fenrir »

Complementando o que o Acauan disse: e o PT é um partido fisiológico-ideológico, que não só venderia a mãe como alugaria e sublocaria e faria qualquer negócio.
Opinião de um retardado-político: acho que o que estes candidatos exóticos de micro-partidos querem é uma visibilidade que de outra forma não teriam para depois concorrer a outros pleitos mais acessíveis. O alvo de muita gente como este candidato do PCO não é a presidência ou o senado e sim cargos mais "humildes". Ocorre que se se candidatassem desde o início para os últimos não teriam a menor chance, pois não tem as engrenagens da mídia e da propaganda a seu favor, já se se candidatam a cargos maiores e fazem tipo de maluco, chamam a atenção, mesmo com pequeno tempo na mídia...
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Huxley
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Huxley »

É engraçado que o PT tente usar a esquerda folclórica para fazer marketing, mesmo seus principais nomes sendo desconhecidos pela maioria do grande público..."Quem é Rui Costa Pimenta?", diria a maioria...A mais conhecida, Heloísa Helena, que nem é tão conhecida assim, já disse que: “Lula é um gangster, chefia uma organização criminosa, capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar qualquer um que passe pela sua frente, ameaçando seu projeto de poder.Me chamam de destemperada e desequilibrada. Sou destemperada quando se trata de ladrão e desequilibrada contra essa gangue partidária que tomou conta do país". Que maneira esquizofrênica de fazer marketing a favor de político petista...seria muito mais fácil concentrar os esforços no suborno a donos de rádios locais ou criar novas TVs estatais, não acham? Acho que, por um momento, baixou o espírito do Olavão no Acauan...
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Apáte »

Ninguém sabe da existência de Rui Costa Pimenta, mas todos sabem da existência de um bando de esquerdista aloprado, e perto destes o PT ganha uma imagem de partido moderado.

Heloísa Helena só contribuiu para a imagem que esquerdista que critica o PT é lunático, "destemperado" e "desequilibrado", como ela própria assumiu.
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Pode-se traçar uma analogia entre a miríade de movimentos de esquerda e a miríade de denominações evangélicas. Estas são concorrentes entre si em tudo, exceto quando se trata de confrontar a Igreja Católica Romana, aquelas são concorrentes entre si em tudo, exceto quando se trata de confrontar o que chamam de Direita.



- Pois é, mas movimentos como trabalhismo e social-democracia já se moveram tanto para direita que nem são considerados pelos demais como esquerda.

- E, ao contrário dos evangélicos, há partidos de esquerda se coligando com de direita e vice-versa, existem políticos migrando de um para o outro conforme a conveniência.


Acauan escreveu:
O que eu disse é que movimentos de esquerda tem estratégias e isto é fato histórico tão documentado que não vou discutir.



- Estratégias universais que unam todos? – Duvido-do-o-dô!


Acauan escreveu:
A dinâmica da subversão esquerdista é mais complexa do que o horário eleitoral gratuito da TV dá a entender. As fronteiras entre partidos de esquerda não são rígidas e impermeáveis, pois as várias tendências dentro de cada partido têm maior ou menor afinidade com tendências similares ou não em outros, independente das posições oficiais das executivas.

A esquerda se define nos seus militantes, que têm cada qual um discurso oficial de apoio a determinado partido e de rejeição dos demais, mas que em seu submundo se comunicam entre si e atuam em conjunto nos sindicatos, ONG's, Movimentos Estudantis, Associações e organizações terroristas em que atuam. É da convivência e atuação conjunta e supra-partidária dos militantes das infinitas vertentes esquerdistas nestas organizações que surgem as alianças tácitas e convergências de posturas, mesmo que as declarações de suas lideranças digam o contrário.



- Você esquece que surgem ódios mortais e rixas irreconciliáveis também, vide Lênin e Trotski, Fidel e Che, Mao e algum-dos-vários-asseclas-que-ele-matou.


Acauan escreveu:
Estes são os melhores exemplos que consegue lembrar?



- Pior que sim..., lembrei do Bolsonaro, acho que o Bolsonaro serve, ele tá por aí e ninguém dá muita bola prá ele.


Acauan escreveu:
A expressão "já tivemos" deixa óbvio que não temos mais representantes das elites agrárias no primeiro escalão da política, o que é mais uma evidência do que eu disse.



- Não se pode-se afirmar com certeza que a causa seja esta.


Acauan escreveu:
E pode me mostrar alguma declaração ultra-direitista do dr. Enéas Carneiro?
Ele pregou o fechamento do congresso, o retorno dos militares ao poder, criminalização dos partidos comunistas, expulsão de estrangeiros ou algo assim?



- Caso aparecesse algum maluco pregando essas coisas creio que ele seria tratado como vem sendo tratado esse maluco do PCO que deu a entrevista, vide Bolsonaro que citei acima.


Acauan escreveu:
Ou seja, sua qualificação do dr. Enéas Carneiro como ultra-direitista é outra evidência do que eu disse. A estratégia esquerdista guinou à esquerda todo o discurso político no Brasil e qualquer um que defenda posições conservadoras é taxado de radical.



- O conservadorismo nunca teve grande projeção no Brasil, mas não foi porque esquerdistas tramando nas sombras guinaram à esquerda todo discurso político, pensar assim é apostar muito alto em pangaré, se você avalia que a mídia (que é a capaz de entrar na casa e mentes de todos) não tem tanta influência assim, que dirá bandos de barbudos fracassados reunidos em sindicatos, C.A’s e botecos por aí, exagero Acauan, muito exagero.


Acauan escreveu:
Anti-comunista também sou, não é preciso ser ultra-alguma- coisa para renegar uma ideologia que assassinou dezenas de milhões de pessoas e levou centenas de milhões à miséria absoluta.



- Só ressaltei um dos aspectos do direitismo do Enéas, o importante é que não vi ninguém de esquerda gritando, babando e rosnando os dentes por causa dele.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
- Quatro problemas aí:

. PSDB (que é comparsa do DEM) é de esquerda, ele também está representando nesse teatrinho?



Não me lembro de ter posto a coisa em termos tão simplistas, mas, se é assim que prefere, fez parte do teatrinho enquanto isto foi do interesse do PT, que manteve uma proximidade com os tucanos enquanto se fortalecia, contou com a condescendência suicida deles quando lhes fez oposição terrorista incitando greves em setores essenciais e mobilizando o vandalismo do MST e finalmente deu-lhes o merecido pontapé na bunda quando se sentiu forte o bastante para reescrever a História recente do país e apresentar o governo anterior como o demônio do caos e a eles próprios como os salvadores da Pátria.



- Não vi nessa sua historinha, nenhuma estratégia maluca de um se fingir de mauzão para favorecer mauzinho, apenas o de sempre, dois partidos brigando pelo poder.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
O pessoal do PCO odeia o PT, considera-os traidores da causa, nem consideram o PT como esquerda, veja: http://www.pco.org.br/pco/divergencias.htm?target=

. O que os que fazem papel de palhaço ganham com isso? – Há evidências de gente do PCO ou PSTU ou PSOL ou PCB ganhando cargos ou grana do PT? – Há algum registro de alguma reunião, de algum pacto assinado, de alguma conversa de bar entre eles?
[/b]


Aranha, Aranha, Aranha..., você é realmente tão ingênuo para acreditar que militantes comunistas odeiam o que quer que seja motivados apenas pela pureza de sua Fé ideológica?

Já te dei o exemplo do Luis Carlos Prestes, que se apresentou aos beijos e abraços com o Getúlio no palanque eleitoral dele, só porque Moscou mandou, esquecendo que o cara que ele abraçava, beijava e elogiava deportou sua esposa para ser enviada para um campo de concentração nazista.
Não me venha com a bobagem de que é um exemplo isolado.

Ódio, amor, lealdade, moral, verdade são apenas frescuras pequeno-burguesas para o militante comunista, para quem a realidade é política e para quem política é a arte de se servir das pessoas para atingir algum objetivo.

E só.



- Pois é Acauan, não vejo porque o Rui Costa Pimenta ficar fazendo papel de ultra-radical-maluco para favorecer o PT e depois, quando o PT desfruta das Benesses do poder ele ficar de fora chupando dedo.

- Não vejo malucos do PCO ou PSTU tendo qualquer contato com o PT, só vejo eles chutando e se declarando oposição.

- Você vem com uma conversa que eles estão macomunandos num teatro para levar o PT ao poder.

- Mas a verdade é que não há evidência alguma disso, nada, é a mesma coisa que eu te dizer que os reptlianos ou os incas venuzianos estão por trás de tudo controlando a mente de todo mundo.

- Preciso de mais para acreditar nessa estorinha.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
. O PR e o PL (vice-presidência) que são de direita e estão coligados ao PT também são atores dessa peça?


Seus exemplos são mesmo ruins à beça.

PR e PL são partidos fisiológicos e não ideológicos. Não se definem como de Direita e Esquerda, mas como um bando de gente que venderia a mãe se o preço for bom e se o preço não for bom venderiam a mãe assim mesmo, só que reclamando.

E faça-me um favor, citar um partido que foi ou é controlado por Edir Macedo como contra-exemplo da mobilização político-ideológica da Esquerda é o fim da picada.



- Desculpe, mas não há exemplos bons nesse meio, você sabe....

- Leia o estatuto dos partidos para ver como eles se definem.

- Sim, TODOS partidos no Brasil venderiam a mãe, se é assim TODOS são iguais, não existe estratégia nenhuma, só o jogo sendo jogado como sempre.

- Não dei contra-exemplo, mas é interessante, para Edir Macedo comunismo é o Diabo e avançando nesse seu raciocínio Edir estaria coligado com o PCO ou os malucos do PCO estariam na verdade apoiando Edir, e só alguns conservadores iluminados, como você, estariam vendo o avanço das sombras do comunismo sobre tudo e todos, uhuuhúúúúúú

- Encerro por aqui, deixo prá você o fechamento.

Abraços,
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu: - Pois é, mas movimentos como trabalhismo e social-democracia já se moveram tanto para direita que nem são considerados pelos demais como esquerda.

- E, ao contrário dos evangélicos, há partidos de esquerda se coligando com de direita e vice-versa, existem políticos migrando de um para o outro conforme a conveniência.


É natural e característico que centro-direita e centro-esquerda se confundam em determinados momentos ou situações do espectro político. Quando falamos de Direita e Esquerda aqui tratamos do que ultrapassa as fronteiras do centro, sem necessariamente cair nos extremos.

Aranha escreveu:
Acauan escreveu: O que eu disse é que movimentos de esquerda tem estratégias e isto é fato histórico tão documentado que não vou discutir.


- Estratégias universais que unam todos? – Duvido-do-o-dô!


As macro-estratégias são universais às esquerdas e claramente identificáveis:

- Infiltrar militantes nas associações representativas de classe com potencial para convocar manifestações de massas – sindicatos, movimentos políticos estudantis, ONG's, Igreja "progressista", organizações para-terroristas etc;

- Proteger e defender as organizações clandestinas e criminosas de esquerda, apresentando-as como "movimentos sociais".

- Atacar a imprensa livre, acusando-a de golpista visando reduzir o impacto das denúncias de corrupção no governo e restringir a capacidade de mobilização popular dos meios de comunicação.

- Manter uma rede de blogs destinada a defender políticas esquerdistas e atacar inimigos selecionados da esquerda conforme o momento político – no atual os alvos prioritários são o PSDB e a imprensa livre.

Todas as legendas de esquerda – PT, PSOL, PCB, PCdoB, PCO, PSTU e as que mais lembrar – cumprem esta agenda e outros tantos itens claramente visíveis, não por coincidência.


Aranha escreveu: - Você esquece que surgem ódios mortais e rixas irreconciliáveis também, vide Lênin e Trotski, Fidel e Che, Mao e algum-dos-vários-asseclas-que-ele-matou.


Lenin e Trotski não tinham nenhuma rixa, que, se é que se pode chamar assim, ocorreu entre Stalin e Trotski. Che era um idiota de quem Fidel fez gato e sapato e Mao matou tanta gente que é difícil acreditar que tivesse algum sentimento por cada vítima em particular.

Mas isto tudo pode ser incluído em meu comentário anterior. Para o esquerdista tudo é Política e a Política é a arte de usar as pessoas para alcançar objetivos. Neste contexto, voltamos à definição de que ódio para aqueles assassinos é frescura pequeno-burguesa. Eles podiam ordenar a morte de milhões sem parar para pensar sobre o que sentiam com relação aos condenados.


Aranha escreveu: - Pior que sim..., lembrei do Bolsonaro, acho que o Bolsonaro serve, ele tá por aí e ninguém dá muita bola prá ele.


Verifique como blogueiros de esquerda se referem ao Bolsonaro. E isto porque a influência política dele é mínima. Se esta influência aumentar, se tornará alvo prioritário, como hoje é José Serra – um político de passado e formação esquerdista.

Aranha escreveu:
Acauan escreveu:A expressão "já tivemos" deixa óbvio que não temos mais representantes das elites agrárias no primeiro escalão da política, o que é mais uma evidência do que eu disse.


- Não se pode-se afirmar com certeza que a causa seja esta.


O melhor exemplo que conseguiu encontrar foi um candidato ruralista que concorreu à presidência há mais de vinte anos. Esta ausência é simplesmente absurda, tanto pela importância econômico-social do agro-negócio, quanto pela necessidade dos produtores rurais de se organizar e buscar defesa política contra a escalada de poder do MST, que se encastelou no INCRA sob as costas quentes do governo federal.

Você pode ter uma melhor idéia desta realidade se analisar as declarações da senadora Kátia Abreu, talvez a melhor conhecedora do tema no Brasil hoje.


Aranha escreveu:
Acauan escreveu:
E pode me mostrar alguma declaração ultra-direitista do dr. Enéas Carneiro?
Ele pregou o fechamento do congresso, o retorno dos militares ao poder, criminalização dos partidos comunistas, expulsão de estrangeiros ou algo assim?


- Caso aparecesse algum maluco pregando essas coisas creio que ele seria tratado como vem sendo tratado esse maluco do PCO que deu a entrevista, vide Bolsonaro que citei acima.


O que não muda o fato que você chamou de ultra-direitista alguém que nunca assumiu este discurso e cuja biografia pessoal e política não inclui nenhuma proximidade com extremismos de qualquer tipo. Ou seja, de novo a "tolerância libertadora".

E os malucos que falam no horário eleitoral gratuito em fechar o senado e substituí-lo por um soviete tropical cumprem sua agenda, aí que mora o perigo.


Aranha escreveu: - O conservadorismo nunca teve grande projeção no Brasil, mas não foi porque esquerdistas tramando nas sombras guinaram à esquerda todo discurso político, pensar assim é apostar muito alto em pangaré, se você avalia que a mídia (que é a capaz de entrar na casa e mentes de todos) não tem tanta influência assim, que dirá bandos de barbudos fracassados reunidos em sindicatos, C.A’s e botecos por aí, exagero Acauan, muito exagero.


Aranha, na boa... Você faz afirmações taxativas sobre assuntos nos quais seu conhecimento e informação é muito limitado.

Primeiro, o conservadorismo é a força predominante na política brasileira, tanto que para se eleger Silva teve que se tornar o Lulinha Paz e Amor e Dilma toma o máximo cuidado para esconder suas verdadeiras idéias sobre religião, aborto, casamento gay e outros temas polêmicos que podem ferir as susceptibilidades conservadoras da grande maioria da população, principalmente dos pobres. Se eles dizem uma coisa e depois fazem outra são outros quinhentos, mas no discurso às massas têm que esconder suas verdadeiras caras.

A conseqüência disto é óbvia, se a esmagadora maioria da população tem idéias conservadoras, porque um partido que contraria tudo isto está no poder? Claro, porque definiu e cumpriu estratégias para contornar este conservadorismo e se eleger explorando outras particularidades do eleitorado e o vácuo na Direita, que tolamente tem vergonha de dizer o que pensa, mesmo sabendo que o povão pensa exatamente a mesma coisa.

E sobre exageros, Aranha, como disse atrás há experiência histórica analisada mais do que suficiente para justificar minhas posições, mas você não parece nem um pouco interessado nisto, uma vez que tira suas conclusões a priori sobre a questão.


Aranha escreveu: - Só ressaltei um dos aspectos do direitismo do Enéas, o importante é que não vi ninguém de esquerda gritando, babando e rosnando os dentes por causa dele.


Porque o dr. Enéas era uma figura fisicamente ridícula, o que o impediu de ser levado a sério pelas massas. Tivesse ele um porte mais palatável à estética política e seu discurso teria penetração muito maior e aí as reações ficariam mais agressivas.

Aranha escreveu: - Não vi nessa sua historinha, nenhuma estratégia maluca de um se fingir de mauzão para favorecer mauzinho, apenas o de sempre, dois partidos brigando pelo poder.


I see dead people... Eles não vêem uns aos outros , só vêem o que querem ver...

Aranha escreveu: - Pois é Acauan, não vejo porque o Rui Costa Pimenta ficar fazendo papel de ultra-radical-maluco para favorecer o PT e depois, quando o PT desfruta das Benesses do poder ele ficar de fora chupando dedo.


Porque ele não fica de fora chupando o dedo.
Você restringe sua observação ao cenário do horário eleitoral gratuito, enquanto a abrangência do ato se estende às interações orgânicas citadas que unem as esquerdas – militâncias, sindicatos, associações, ONG's etc. É nesta interação orgânica que se produz o ganho, seja direto, através de uma maior generosidade do governo para com ONG's controladas pelo partido A ou B (o que nunca aparece nos estatutos oficiais da organização), seja indireto, pelo recrutamento de novos militantes, principalmente jovens que se deixam seduzir por este tipo de discurso.


Aranha escreveu: - Não vejo malucos do PCO ou PSTU tendo qualquer contato com o PT, só vejo eles chutando e se declarando oposição.


Voltamos às interações orgânicas, mas algo me diz que você vai achar que isto é caçar fantasmas.

Aranha escreveu: - Você vem com uma conversa que eles estão macomunandos num teatro para levar o PT ao poder.


Não! Eu disse que eles estão integrados em uma estratégia para ocupar espaços políticos conquistados da Direita. É muito diferente e menos simplista.

Aranha escreveu: - Mas a verdade é que não há evidência alguma disso, nada, é a mesma coisa que eu te dizer que os reptlianos ou os incas venuzianos estão por trás de tudo controlando a mente de todo mundo.


Mais conclusões taxativas sobre questões que não me parece que tenha entendido bem.

Aranha escreveu: - Preciso de mais para acreditar nessa estorinha.


Crenças pessoais são irrelevantes. Se quiser exemplos históricos posso te recomendar A Tragédia de um Povo, de Orlando Figes, uma análise completa das estratégias, situações, acidentes e ações que levaram os bolcheviques ao poder. Verá que muito do que chama de "estorinhas" já aconteceu de verdade e deu no que deu.

Aranha escreveu: - Desculpe, mas não há exemplos bons nesse meio, você sabe....

- Leia o estatuto dos partidos para ver como eles se definem.


Uma vez li os estatutos do Partido Comunista da União Soviética sob o comando de Stalin. Pelo que estava escrito lá, o comunismo stalinista seria o regime mais democrático, liberal e humanista de todos os tempos.

E não era.


Aranha escreveu: - Sim, TODOS partidos no Brasil venderiam a mãe, se é assim TODOS são iguais, não existe estratégia nenhuma, só o jogo sendo jogado como sempre.


Resposta fácil, mas incorreta.

Aranha escreveu: - Não dei contra-exemplo, mas é interessante, para Edir Macedo comunismo é o Diabo e avançando nesse seu raciocínio Edir estaria coligado com o PCO ou os malucos do PCO estariam na verdade apoiando Edir, e só alguns conservadores iluminados, como você, estariam vendo o avanço das sombras do comunismo sobre tudo e todos, uhuuhúúúúúú

- Encerro por aqui, deixo prá você o fechamento.


Como eu não disse nada disto e você não falou coisa com coisa, não há o que fechar.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Apáte »

Nesses fóruns tem gente que vota no PSOL, segundo o PCO já virou um partido de direita, esperneou horrores quando escolheram Temer como vice de Dilma, mas que no comportamento do dia-a-dia se mostra aliado petista e principalmente inimigo da oposição ao PT.

Provas:
http://realidade.org/forum/index.php?to ... #msg170037
http://realidade.org/forum/index.php?topic=10673.0
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Re: Entrevista com Candidato do PCO

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
As macro-estratégias são universais às esquerdas e claramente identificáveis:

- Infiltrar militantes nas associações representativas de classe com potencial para convocar manifestações de massas – sindicatos, movimentos políticos estudantis, ONG's, Igreja "progressista", organizações para-terroristas etc;

- Proteger e defender as organizações clandestinas e criminosas de esquerda, apresentando-as como "movimentos sociais".

- Atacar a imprensa livre, acusando-a de golpista visando reduzir o impacto das denúncias de corrupção no governo e restringir a capacidade de mobilização popular dos meios de comunicação.

- Manter uma rede de blogs destinada a defender políticas esquerdistas e atacar inimigos selecionados da esquerda conforme o momento político – no atual os alvos prioritários são o PSDB e a imprensa livre.

Todas as legendas de esquerda – PT, PSOL, PCB, PCdoB, PCO, PSTU e as que mais lembrar – cumprem esta agenda e outros tantos itens claramente visíveis, não por coincidência.


- Mas fazem isto de forma independente oras, você não demonstrou nenhuma articulação entre eles, nenhuma definição de papéis, nenhum relacionamento.

- E mais uma vez esqueceu de citar o PSDB.

Acauan escreveu:
Lenin e Trotski não tinham nenhuma rixa, que, se é que se pode chamar assim, ocorreu entre Stalin e Trotski. Che era um idiota de quem Fidel fez gato e sapato e Mao matou tanta gente que é difícil acreditar que tivesse algum sentimento por cada vítima em particular.

Mas isto tudo pode ser incluído em meu comentário anterior. Para o esquerdista tudo é Política e a Política é a arte de usar as pessoas para alcançar objetivos. Neste contexto, voltamos à definição de que ódio para aqueles assassinos é frescura pequeno-burguesa. Eles podiam ordenar a morte de milhões sem parar para pensar sobre o que sentiam com relação aos condenados.


- Realmente, me confundi, era Stalin mesmo.

- Ou seja, toda esquerda é Maoísta-Leninista-Polpotista, muita gente da esquerda rejeita completamente essa gente, obviamente estão fingindo não é?

Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
- Pior que sim..., lembrei do Bolsonaro, acho que o Bolsonaro serve, ele tá por aí e ninguém dá muita bola prá ele.


Verifique como blogueiros de esquerda se referem ao Bolsonaro. E isto porque a influência política dele é mínima. Se esta influência aumentar, se tornará alvo prioritário, como hoje é José Serra – um político de passado e formação esquerdista.


- Blogueiros?!?!?!!! – É o melhor que conseguiu?

Acauan escreveu:
O melhor exemplo que conseguiu encontrar foi um candidato ruralista que concorreu à presidência há mais de vinte anos. Esta ausência é simplesmente absurda, tanto pela importância econômico-social do agro-negócio, quanto pela necessidade dos produtores rurais de se organizar e buscar defesa política contra a escalada de poder do MST, que se encastelou no INCRA sob as costas quentes do governo federal.

Você pode ter uma melhor idéia desta realidade se analisar as declarações da senadora Kátia Abreu, talvez a melhor conhecedora do tema no Brasil hoje.


- Acho que a elite ruralista se deu muito bem com o Lula, estão bem tranqüilos, nunca faturaram tanto, nunca receberam tanto financiamento, nunca tiveram tanto apoio.

- O INCRA é um bom lugar para manter os malucos contidos, é apenas um órgão executor de políticas, o filé é o Ministério da Agricultura que está nas mãos do agronegócio.

Acauan escreveu:
O que não muda o fato que você chamou de ultra-direitista alguém que nunca assumiu este discurso e cuja biografia pessoal e política não inclui nenhuma proximidade com extremismos de qualquer tipo. Ou seja, de novo a "tolerância libertadora".

E os malucos que falam no horário eleitoral gratuito em fechar o senado e substituí-lo por um soviete tropical cumprem sua agenda, aí que mora o perigo.


- Como falei antes, esses malucos são vistos como malucos que são, nunca terão um décimo dos votos que o Doutor Enéas teve.

Acauan escreveu:
Aranha, na boa... Você faz afirmações taxativas sobre assuntos nos quais seu conhecimento e informação é muito limitado.

Primeiro, o conservadorismo é a força predominante na política brasileira, tanto que para se eleger Silva teve que se tornar o Lulinha Paz e Amor e Dilma toma o máximo cuidado para esconder suas verdadeiras idéias sobre religião, aborto, casamento gay e outros temas polêmicos que podem ferir as susceptibilidades conservadoras da grande maioria da população, principalmente dos pobres. Se eles dizem uma coisa e depois fazem outra são outros quinhentos, mas no discurso às massas têm que esconder suas verdadeiras caras.

A conseqüência disto é óbvia, se a esmagadora maioria da população tem idéias conservadoras, porque um partido que contraria tudo isto está no poder? Claro, porque definiu e cumpriu estratégias para contornar este conservadorismo e se eleger explorando outras particularidades do eleitorado e o vácuo na Direita, que tolamente tem vergonha de dizer o que pensa, mesmo sabendo que o povão pensa exatamente a mesma coisa.

E sobre exageros, Aranha, como disse atrás há experiência histórica analisada mais do que suficiente para justificar minhas posições, mas você não parece nem um pouco interessado nisto, uma vez que tira suas conclusões a priori sobre a questão.


- Eu quis dizer da escassez de partidos e personalidades comprometidos com a ideologia conservadora, além do mais, as posições que você cita tem mais a ver com a religiosidade do povo e anti-comunismo massificado pelo regime militar.

Acauan escreveu:
Aranha escreveu:- Só ressaltei um dos aspectos do direitismo do Enéas, o importante é que não vi ninguém de esquerda gritando, babando e rosnando os dentes por causa dele.


Porque o dr. Enéas era uma figura fisicamente ridícula, o que o impediu de ser levado a sério pelas massas. Tivesse ele um porte mais palatável à estética política e seu discurso teria penetração muito maior e aí as reações ficariam mais agressivas.


- Seu discurso teve grande penetração, com apenas alguns segundos no horário gratuito e sem patrocínio algum ele foi mais votado que Brizola, um feito memorável e mesmo assim não vi nenhuma reação agressiva a ele.

Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
- Pois é Acauan, não vejo porque o Rui Costa Pimenta ficar fazendo papel de ultra-radical-maluco para favorecer o PT e depois, quando o PT desfruta das Benesses do poder ele ficar de fora chupando dedo.


Porque ele não fica de fora chupando o dedo.
Você restringe sua observação ao cenário do horário eleitoral gratuito, enquanto a abrangência do ato se estende às interações orgânicas citadas que unem as esquerdas – militâncias, sindicatos, associações, ONG's etc. É nesta interação orgânica que se produz o ganho, seja direto, através de uma maior generosidade do governo para com ONG's controladas pelo partido A ou B (o que nunca aparece nos estatutos oficiais da organização), seja indireto, pelo recrutamento de novos militantes, principalmente jovens que se deixam seduzir por este tipo de discurso.



- Mais uma vez apenas conjecturas, desconfianças, possibilidades, nada concreto.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
- Não vejo malucos do PCO ou PSTU tendo qualquer contato com o PT, só vejo eles chutando e se declarando oposição.


Voltamos às interações orgânicas, mas algo me diz que você vai achar que isto é caçar fantasmas.



- Acertou!


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
- Você vem com uma conversa que eles estão macomunandos num teatro para levar o PT ao poder.


Não! Eu disse que eles estão integrados em uma estratégia para ocupar espaços políticos conquistados da Direita. É muito diferente e menos simplista.



- Que eles possuam estratégias para tanto é bastante natural, posso também dizer que a direita usa a grande mídia e o capital para fazer o inverso, mas a verdade é que nem num caso nem no outro vejo uma articulação de várias frentes em um movimento organizado como você sugere.


Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
- Leia o estatuto dos partidos para ver como eles se definem.


Uma vez li os estatutos do Partido Comunista da União Soviética sob o comando de Stalin. Pelo que estava escrito lá, o comunismo stalinista seria o regime mais democrático, liberal e humanista de todos os tempos.

E não era.



- Sua retórica é muito boa, um vídeo obscuro de um congresso do PT vale como prova incontestável do autoritarismo do partido, já estatutos de partidos registrados em cartório não valem nada.

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

Trancado