Ciência da compaixão

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salgueiro
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Ciência da compaixão

Mensagem por salgueiro »

Ciência da compaixão

Tenho profunda simpatia pela meditação, embora não a pratique. Não acho que a ideia de uma atividade introspectiva silenciadora da consciência seja incompatível com ciência, ao contrário. Posso testemunhar que a decisão de respirar fundo e esvaziar da mente o pensamento agressivo, nos momentos de irritação, dá melhores resultados que esbravejar. Por que não poderia servir de base para uma filosofia de vida e, mais, tornar-se objeto de investigação científica?

Alguma coisa acontece no cérebro de quem consegue a proeza, isso é certo. E não só no cérebro. Richard Davidson, neurocientista da Universidade de Wisconsin em Madison (EUA), desobedeceu aos conselhos de antigos orientadores na Universidade Harvard e se dispôs a descobrir o que, exatamente, se altera nos corações e mentes dos meditabundos, segundo leio em reportagem de Dirk Johnson no diário "The New York Times".

Davidson criou um Centro para Investigação de Mentes Saudáveis em Wisconsin. Seus objetos de pesquisa são "qualidades positivas" da mente, ou "virtuosas", como altruísmo e felicidade. Nos próximos cinco anos, as prioridades de investigação recaem sobre compaixão, amor e perdão.

A simpatia aumenta, diante de tanta coragem. A primeira reação de muitos diante desse programa de pesquisa pode ser negativa, pois ele recende à mescla em princípio indesejável de valores com ciência objetiva. Mas quem disse que valores nunca se misturam com ciência?

Os pesquisadores gostam de imaginar que a confusão nunca ocorre, mas ela acontece o tempo todo. Por exemplo, quando escolhem os objetos de pesquisa, ou as variáveis que investigarão. Ninguém estranha que se estudem comportamentos violentos, ou a depressão. Estamos viciados na noção de que é mais útil investigar as patologias para tentar descobrir "remédios" contra elas.

Davidson está interessado no caráter preventivo da meditação. Acaba de iniciar um projeto sobre seus efeitos em jovens de quinta série na cidade de Madison. Eles serão treinados para dedicar pensamentos caridosos a seus parentes e colegas, ou até mesmo estranhos e inimigos. Ao final do ensino fundamental, época em que adolescentes partem para as drogas ou para a ignorância, seu comportamento será comparado com o de um grupo de controle, que não terá exercitado a meditação compassiva.

Quem achar que nada disso é sério, saiba que Davidson não está aí para brincadeiras. Conta com o apoio de ninguém menos que Tenzing Gyatso, o dalai lama, um amigo pessoal que doou US$ 50 mil para as pesquisas do centro. E o neurocientista já publicou vários artigos em periódicos científicos sobre meditação, como um estudo de 2003 em que comprovou que ela pode aumentar até o efeito protetor de vacina contra a gripe, ao estimular o sistema imunológico (resultado oposto ao do estresse, reconhecido por todos).

Existem vários outros estudos mostrando com métodos objetivos que a meditação pode afetar positivamente as pessoas e inclusive fazer bem ao coração, em sentido literal e fisiológico. Já escrevi sobre o tema aqui.

Pense nisso. Com generosidade. Depois decida quem merece um voto de confiança.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ma ... ixao.shtml
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Fernando Silva
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Fernando Silva »

Davidson criou um Centro para Investigação de Mentes Saudáveis em Wisconsin. Seus objetos de pesquisa são "qualidades positivas" da mente, ou "virtuosas", como altruísmo e felicidade. Nos próximos cinco anos, as prioridades de investigação recaem sobre compaixão, amor e perdão.

Tudo isto são funções da mente e, sim, devem ser estudadas.
O problema seria atribuí-las à ação de entidades mitológicas.

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salgueiro
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por salgueiro »

Fernando Silva escreveu:
Davidson criou um Centro para Investigação de Mentes Saudáveis em Wisconsin. Seus objetos de pesquisa são "qualidades positivas" da mente, ou "virtuosas", como altruísmo e felicidade. Nos próximos cinco anos, as prioridades de investigação recaem sobre compaixão, amor e perdão.

Tudo isto são funções da mente e, sim, devem ser estudadas.
O problema seria atribuí-las à ação de entidades mitológicas.


E entidades mitológicas entram nesse estudo ? :emoticon2:

Vou acabar com mania de perseguição :emoticon38:
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Fernando Silva
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Fernando Silva »

salgueiro escreveu:E entidades mitológicas entram nesse estudo ? :emoticon2:

Vou acabar com mania de perseguição :emoticon38:

O autor parece estar se desculpando e pedindo um voto de confiança dos céticos.
Como se ele reconhecesse que o estudo envolve algo mais que ciência pura.

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salgueiro
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por salgueiro »

Fernando Silva escreveu:
salgueiro escreveu:E entidades mitológicas entram nesse estudo ? :emoticon2:

Vou acabar com mania de perseguição :emoticon38:

O autor parece estar se desculpando e pedindo um voto de confiança dos céticos.
Como se ele reconhecesse que o estudo envolve algo mais que ciência pura.


O autor é o Marcelo Leite,

MARCELO LEITE é repórter especial da Folha, autor dos livros "Folha Explica Darwin" (Publifolha) e "Ciência - Use com Cuidado" (Unicamp) e responsável pelo blog Ciência em Dia (Ciência em dia). Escreve às quartas-feiras neste espaço.
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Anna
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Anna »

salgueiro escreveu:Ciência da compaixão

Tenho profunda simpatia pela meditação, embora não a pratique. Não acho que a ideia de uma atividade introspectiva silenciadora da consciência seja incompatível com ciência, ao contrário. Posso testemunhar que a decisão de respirar fundo e esvaziar da mente o pensamento agressivo, nos momentos de irritação, dá melhores resultados que esbravejar. Por que não poderia servir de base para uma filosofia de vida e, mais, tornar-se objeto de investigação científica?

Alguma coisa acontece no cérebro de quem consegue a proeza, isso é certo. E não só no cérebro. Richard Davidson, neurocientista da Universidade de Wisconsin em Madison (EUA), desobedeceu aos conselhos de antigos orientadores na Universidade Harvard e se dispôs a descobrir o que, exatamente, se altera nos corações e mentes dos meditabundos, segundo leio em reportagem de Dirk Johnson no diário "The New York Times".

Davidson criou um Centro para Investigação de Mentes Saudáveis em Wisconsin. Seus objetos de pesquisa são "qualidades positivas" da mente, ou "virtuosas", como altruísmo e felicidade. Nos próximos cinco anos, as prioridades de investigação recaem sobre compaixão, amor e perdão.

A simpatia aumenta, diante de tanta coragem. A primeira reação de muitos diante desse programa de pesquisa pode ser negativa, pois ele recende à mescla em princípio indesejável de valores com ciência objetiva. Mas quem disse que valores nunca se misturam com ciência?

Os pesquisadores gostam de imaginar que a confusão nunca ocorre, mas ela acontece o tempo todo. Por exemplo, quando escolhem os objetos de pesquisa, ou as variáveis que investigarão. Ninguém estranha que se estudem comportamentos violentos, ou a depressão. Estamos viciados na noção de que é mais útil investigar as patologias para tentar descobrir "remédios" contra elas.

Davidson está interessado no caráter preventivo da meditação. Acaba de iniciar um projeto sobre seus efeitos em jovens de quinta série na cidade de Madison. Eles serão treinados para dedicar pensamentos caridosos a seus parentes e colegas, ou até mesmo estranhos e inimigos. Ao final do ensino fundamental, época em que adolescentes partem para as drogas ou para a ignorância, seu comportamento será comparado com o de um grupo de controle, que não terá exercitado a meditação compassiva.

Quem achar que nada disso é sério, saiba que Davidson não está aí para brincadeiras. Conta com o apoio de ninguém menos que Tenzing Gyatso, o dalai lama, um amigo pessoal que doou US$ 50 mil para as pesquisas do centro. E o neurocientista já publicou vários artigos em periódicos científicos sobre meditação, como um estudo de 2003 em que comprovou que ela pode aumentar até o efeito protetor de vacina contra a gripe, ao estimular o sistema imunológico (resultado oposto ao do estresse, reconhecido por todos).

Existem vários outros estudos mostrando com métodos objetivos que a meditação pode afetar positivamente as pessoas e inclusive fazer bem ao coração, em sentido literal e fisiológico. Já escrevi sobre o tema aqui.

Pense nisso. Com generosidade. Depois decida quem merece um voto de confiança.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ma ... ixao.shtml


Vou ter que concordar com o Fernando. O autor escreve o texto de forma muito estranha. Ao ler, posso dar o pitaco de que ele escreveu o texto direcionado a pessoas que conhece ou um grupo delas. Deve sofrer preconceito, ou algo que o valha, de grupos de colegas que acusem a prática de misticismo. Eu, particurlamente, nunquinha esbarrei com cientistas que tivessem algo contra meditação ou achem que não proporciona benefícios à mente e ao corpo, Inclusive vários praticam ioga e meditação. :emoticon39:
Eu já pratiquei muito e gosto bastante.
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salgueiro
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por salgueiro »

Talvez a preocupação do autor seja pelo viés da meditação, compassiva.
“Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, Thoreau

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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Apo »

Nunca consegui chegar no tal ponto meditativo ( alegado como sendo um esvaziamento da mente). Sempre há alguma coisa passando conscientemente na "tela". O máximo que consegui foi um super relaxamento, a ponto de desligar de tudo e dormir profundamente. Mas dura pouco.

Quanto à proposta do moço aí do texto... o Fernando tem razão. Ele parece estar pedindo desculpas meio de cinicamente aos que preferem usar remédios para se acalmar ou ter pensamentos bons, o que é muito tendencioso e não representa o pensamento de todo mundo. Assim como meditação não serve para determinados tipos de transtornos fisiológicos ou mentais.
Misturar aqui meditação com pensamentos de compaixão pelos colegas, amigos ou desconhecidos não se trata de meditação. É se sentir bem por não desejar o mal, ou fingir que se é humano e que os pensamentos podem refletir sentimentos naturais e legítimos a todos. Parece um sem número de terapias de grupo do tipo que faz todo mundo pensar num mundinho lindo e bonzinho. Acabou a sessão, volta tudo a ser como era antes.

Bullshit.
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Anna »

salgueiro escreveu:Talvez a preocupação do autor seja pelo viés da meditação, compassiva.


Não é não. O texto é exatamente no sentido que o Fernando, com olhos de águia e experiência, pegou nas entrelinhas. O autor está mesmo pedindo desculpas, se justificando e pedindo o tal voto de confiança pelas pesquisas vindas do Dr.

Eu fiz uma busca rápida pra ver o que é que que o pesquisador fazia que estava recebendo críticas dos pares, pq no texto do jornalista não há absolutamente nada acerca da mente, e até mesmo de meditação, que a gente não saiba e que não tenha sido publicado por meios científicos . Então poque diabos o tal pesquisador precisa se desculpar por realizar pesquisa de algo que é tema de pesquisa? Ele também peca em seu texto por ambiguidade o que demonstra que está um pouco confuso e pouco confiante, firme, para falar do assunto da maneira que deseja atingir criticos ferrenhos e supridos de exercício de lógica.

Ele afirma no início do texto que a prática poderia se transformr em objeto de estudos científicos. Como se nunca tivesse sido estudado o efeito no cérebro. E abaixo ele diz que existem muitos estudos sobre isso. Ora bolas, eu sei que existe, e não entendo por que ele sugere que tal estudo esteja sendo impedido no começo, pra depois se contradizer, o que sugere que ele tá mesmo pisando em ovos pra escrever, pq sabe que o terreno é pantanoso e os pares tem lá sua razão. Ele como reporter científico não quer escrever nada que mereça as marteladas precisas em reposta ao que vai escrver na sua coluna.

O que está acontecendo é que o tal pesquisador está sofrendo resitência e acusação de outros pesquisadores
não pq a pesquisa do Dr. na área deva ser bloqueada mas pq ele estaria demonstrando indícios de estar misturando alhos com bogalhos. Uma coisa que os cientistas primam é pela isençào, todos sabem muito bem que nós humanos não somos muito bons nesse quesito, e temos tendencias partidaristas que impedem nosso cérebro de tomar decisões lógicas, fazem com que a gente opte por idéias ruins e menos lógicas em detrimento das boas e mais lógicas. Por isso
os cientistas preferem manter um "vigiai" constante, uma dieta rígida, para evitar receber influências e ruídos nesse sentido.

O fato do dele estar recebendo dinheiro do Dalai Lama, receber sugestões e chamar o próprio proferir palestras em conferências científicas pra defender o tema, fazem com que muitos colegas chamem sua atençào, inclusive com petições assinadas em protesto, para o que dizem ser uma representação de mistura de ciência com fé. E ninguém aqui pode dizer o contrário. Não tem problema algum absorver dados de dailay lama, ou inferir a partir de informações técnicas provindas de religiosos quando se está procurando entender um fenômeno, mas prudência e exercício da insenção se fazem necessários, e acho que o Dr exagerou na dose de imersão religiosa. Acho que ele vai ter que direcionar mais seus esforços para a parte puramente científica da coisa se deseja que seus estudos sejam levados a sério.
Editado pela última vez por Anna em 02 Out 2010, 16:57, em um total de 1 vez.
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Apo »

Verdade. Este tipo de empreeendedor de "propostas espirituais" é antecedente desonesto para quem quer enfiar alguma ideologia nos desavisados. E usam a Ciência como isca.
Bullshit, como eu disse.
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:Verdade. Este tipo de empreeendedor de "propostas espirituais" é antecedente desonesto para quem quer enfiar alguma ideologia nos desavisados. E usam a Ciência como isca.
Bullshit, como eu disse.


Como eu não conheço o Dr, Richard Davidson eu vou assumir que ele realmente esteja interessado em estudar os efeitos da meditação sobre o cérebro, como porta de aberrtura para desenvolvimentos de novas técnicas terapêuticas. Isso pq eu sei que começamos a investigar um tema porque estamos muito apaixonados por ele e pelo fenômeno. E essa paixão nos leva à imersão que é a busca extensiva pelos dados e verdade. Nesse caminho ai eu acho que ele tá mergulhando fundo demais na parte religiosa da coisa e tá perdendo a capacidade de navegar com o pé em cada canoa, e tirando o pé de uma e colocando na outra e vice-versa. O que é ruim pra uma tese científica. E nesse aspecto o vigiai deve ser ainda mais exercitado.

Se a igreja católica ou evangélica estivesse injetando grana no projeto particular de um pesquisador, e esse tivesse convidando o papa, ou o Edir Macedo pra discursar sobre um tema científico no congresso de zoologia ou de genética o mundo estaria descendo o cacete. Mas como as filosofias orientais, principalmente no que diz respeito à mente, possuem elementos factuais e uma técnica milenar de fato eficaz, a tendência é sermos mais tolerantes.

Portanto o que eu digo é que os pares estão certos em ser tão chatos e críticos, eles estão fazendo o papel deles, e o que é certo em ciência, promover o debate, a crítica, lapidar as arestas, retirtar o ruído, limpar teias de aranahs. Se a gente esgarçar as portas pro Dalai Lama e Budismo, pq não pro Design inteligente? E outras teorias sugeridas pelo Protestantismo, catolicismo, Islamismo?
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Apo »

É tanta teoria e tentativas bem intencionadas...junte-se a isto que esta gente conhece a natureza humana e sabe que é muito fácil encontrar espaço nesta seara.
Também acho que estudos sérios sobre algumas técnicas que o ser humano descobriu fazerem parte de suas capacidades mentais ( uns mais e outros menos, não é igual para todos e muitos, na verdade, se auto-convencem que estão a meditar), em prol de melhorias na qualidade de vida, sejam merecedoras de crédito.
Mas este papinho aí de fazer criança meditar através de pensamentos bons e compaixão blablabla lembra outras boas intenções proselitistas. Definitivamente, tem bobo pra tudo. Comigo, não.
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Res Cogitans
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Res Cogitans »

As pesquisas do Richard Davidson tem qualidade, já li alguns relatos dele ter sofrido preconceito por causa do tema de pesquisa. Mas outros pesquisadores que estudaram a felicidade (Seligman), amor e paixão (Fisher), casamentos (Gottman) também sofreram....Existem pesquisadores que acham temas mais ou menos sérios que outros e isso sempre vai existir.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Anna »

Res Cogitans escreveu:As pesquisas do Richard Davidson tem qualidade, já li alguns relatos dele ter sofrido preconceito por causa do tema de pesquisa. Mas outros pesquisadores que estudaram a felicidade (Seligman), amor e paixão (Fisher), casamentos (Gottman) também sofreram....Existem pesquisadores que acham temas mais ou menos sérios que outros e isso sempre vai existir.


Será? Não consigo entender porque haveria preconceito ao se estudar essas emoções uma vez que não há para estudar as emoções "negativas". De qualquer forma você não acha que o fato dele enfiar o Dalai Lama em tudo é o suficiente pra dar motivo de sobra pros colegas o criticarem? Eu vejo mais por ai.
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Res Cogitans »

Anna escreveu:
Res Cogitans escreveu:As pesquisas do Richard Davidson tem qualidade, já li alguns relatos dele ter sofrido preconceito por causa do tema de pesquisa. Mas outros pesquisadores que estudaram a felicidade (Seligman), amor e paixão (Fisher), casamentos (Gottman) também sofreram....Existem pesquisadores que acham temas mais ou menos sérios que outros e isso sempre vai existir.


Será? Não consigo entender porque haveria preconceito ao se estudar essas emoções uma vez que não há para estudar as emoções "negativas". De qualquer forma você não acha que o fato dele enfiar o Dalai Lama em tudo é o suficiente pra dar motivo de sobra pros colegas o criticarem? Eu vejo mais por ai.


O caso da Dalai Lama é um agravante mas não acredito que seja o principal motivo justamente por já ter visto críticas ao objeto de estudo em si, neste caso meditação.
Olha eu também não entendo porque pessoas acham que algumas coisas não podem/devem ser estudadas. Eu leio tudo de científico que tenha importância pra minha vida e que possa me fazer uma pessoa melhor, o que inclui uma compilação de estudos sobre felicidade, filhos (que decidi não ter!), sexo, amor, dinheiro, trabalho, relações interpessoais etc. Só que eu só conheço uma pessoa que pensa como eu, que é o Manuel. Algumas pessoas simplesmente acham que a ciência pode curar um câncer e projetar um Ipod, mas de maneira alguma ela pode dar informações relevantes sobre a criação dos seus filhos ou o relacionamento com seu parceiro.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Apo »

Res Cogitans escreveu:Algumas pessoas simplesmente acham que a ciência pode curar um câncer e projetar um Ipod,


E pode.

mas de maneira alguma ela pode dar informações relevantes sobre a criação dos seus filhos ou o relacionamento com seu parceiro.


Não vejo como estas coisas podem ser objeto da Ciência. A menos que Ciência englobe todo o ideário humano e suas relações interpessoais. E o que seria "dar informações relevantes"? Determinar, por exe, que reações neuroquimicas ocorrem no cérebro de uma criança se eu não der um pirulito antes da refeição e o que esta reação pode deixar como sequelas psíquicas para o resto da vida? E o quanto isto vai determinar nas relações deste desta criança com a possível prole dela, e suas implicações ecônômicas no mercado futuro da produção de cana de açúcar? :emoticon41:
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Apo »

Isto me lembra Masters & Johnsons.
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Anna »

Res Cogitans escreveu:
Anna escreveu:
Res Cogitans escreveu:As pesquisas do Richard Davidson tem qualidade, já li alguns relatos dele ter sofrido preconceito por causa do tema de pesquisa. Mas outros pesquisadores que estudaram a felicidade (Seligman), amor e paixão (Fisher), casamentos (Gottman) também sofreram....Existem pesquisadores que acham temas mais ou menos sérios que outros e isso sempre vai existir.


Será? Não consigo entender porque haveria preconceito ao se estudar essas emoções uma vez que não há para estudar as emoções "negativas". De qualquer forma você não acha que o fato dele enfiar o Dalai Lama em tudo é o suficiente pra dar motivo de sobra pros colegas o criticarem? Eu vejo mais por ai.


O caso da Dalai Lama é um agravante mas não acredito que seja o principal motivo justamente por já ter visto críticas ao objeto de estudo em si, neste caso meditação.
Olha eu também não entendo porque pessoas acham que algumas coisas não podem/devem ser estudadas. Eu leio tudo de científico que tenha importância pra minha vida e que possa me fazer uma pessoa melhor, o que inclui uma compilação de estudos sobre felicidade, filhos (que decidi não ter!), sexo, amor, dinheiro, trabalho, relações interpessoais etc. Só que eu só conheço uma pessoa que pensa como eu, que é o Manuel. Algumas pessoas simplesmente acham que a ciência pode curar um câncer e projetar um Ipod, mas de maneira alguma ela pode dar informações relevantes sobre a criação dos seus filhos ou o relacionamento com seu parceiro.


Por aqui é um pouco melhor, a maioria dos meus colegas concorda que a ciência pode trazer luz a todos esses assuntos. Mas existem aqueles que ainda acham que felicidade, amor, moral, etc, é de escopo de um campo iluminado espiritual, ou algo que o seja.

Quanto a achar, cientistas, que algo não deva ser estudado, como meditação, é dar uma de avestruz né? Me parece, ai sim, que esses tem algum medo de perder algo pela simples constatação de que apesar de dizer muita besteira, a religião se apropriou de alguns fênomenos, que até sustentam seus dogmas, e por isso mesmo esses podem e devem ser estudados e explicados a luz da ciência, para que saiamos dessa escuridão religiosa. Eu hein!
:emoticon39:
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Re: Ciência da compaixão

Mensagem por Res Cogitans »

Anna escreveu:Por aqui é um pouco melhor, a maioria dos meus colegas concorda que a ciência pode trazer luz a todos esses assuntos.

Para ser um pouco mais justo conheço uma série de pessoas que concordam que a ciência pode trazer luz a todos esses assuntos. Mas eu só tenho contato com uma pessoa que quando está com um problema me pede referências bibliográficas do estado da arte naquele campo, que é o Manuel.

Mas existem aqueles que ainda acham que felicidade, amor, moral, etc, é de escopo de um campo iluminado espiritual, ou algo que o seja.


Existem e são muitos. O que realmente eu acho estranho é que eles consideram suas intuições sobre a causalidade nos campos do amor, moral etc mais relevantes e sólidas que anos de estudos sobre o assunto.

Quanto a achar, cientistas, que algo não deva ser estudado, como meditação, é dar uma de avestruz né?

Existe uma série de cientistas que se opõem a pesquisas sobre diferenças de gêneros e etnias, ao mapeamento genético de criminosos violentos...Existem verdades que alguns cientistas têm medo de saber, isso até inspirou o livro Grandes Ideias Perigosas: http://dererummundi.blogspot.com/2008/0 ... gosas.html

Me parece, ai sim, que esses tem algum medo de perder algo pela simples constatação de que apesar de dizer muita besteira, a religião se apropriou de alguns fênomenos, que até sustentam seus dogmas, e por isso mesmo esses podem e devem ser estudados e explicados a luz da ciência, para que saiamos dessa escuridão religiosa. Eu hein! :emoticon39:

A meditação é algo interessantíssimo de estudar e muito chato de praticar. Monges que não fizeram coisa mais relevante na vida além de ficar meditando até 10 horas por dia durante 20 anos conseguem até controlar arco-reflexos e provocar em si mesmos estados mentais de felicidade que nunca foram observados em pessoas normais. O pessoal só se esquece de enfatizar que pra chegar neste nível vc tem que abdicar da sua vida ocidental padrão, afinal quem pode meditar 10 horas por dia?
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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