Mas são só os cariocas?!

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Fernando Silva
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Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Fernando Silva »

Eu acho que isto acontece em grande parte do Brasil.

"O Globo" 02/10/10
Bonde do terror

“Toda a pessoa que sentir necessidade de contar os seus negócios íntimos, sem interesse para ninguém, deve primeiro indagar do passageiro escolhido para uma tal confidência, se ele é assaz cristão e resignado. No caso afirmativo, perguntar-se-lhe-á se prefere a narração ou uma descarga de pontapés.

Sendo provável que ele prefira os pontapés, a pessoa deve imediatamente pespegá-los. No caso, aliás extraordinário e quase absurdo, de que o passageiro prefira a narração, o proponente deve fazê-lo minuciosamente, carregando muito nas circunstâncias mais triviais, repelindo os ditos, pisando e repisando as coisas, de modo que o paciente jure aos seus deuses não cair em outra.”


O parágrafo acima é de Machado de Assis, na crônica “Como comportar-se no bonde”, de 1883 a.c. (antes do celular), quando o Rio ainda parecia destinado a se tornar uma metrópole civilizada em vez de um balneário de enorme beleza e discutível aprazibilidade.

A julgar pelo cronista mal- humorado, esse aglomerado de gente mal educada que se auto-designa povo brasileiro — e no mais do tempo se comporta como uma vara de porcos grunhidores — já estava exercendo seu esporte favorito: confundir matraqueado com simpatia.

Quase 150 anos depois dessa crônica de Machado, já me conformei com o carioca não respeitar o vizinho, seja o do banco do ônibus, o de mesa, o do prédio. O que ainda me causa pasmo é não respeitar a si mesmo.
Não se trata de não levar em conta a privacidade e a individualidade alheias, mas de não considerar as próprias.

Não interessa se o assunto é familiar, é entre amigos, se é futebol, dinheiro, sexo: a conversa nunca é íntima.
Ela é sempre aos berros, mesmo pelo celular. O grande lema do carioca é sempre se expor ao ridículo em altos decibéis, não importa se há alguém ouvindo na janela logo acima ou na mesa ao lado. É um reality show diário enfiado goela do espectador abaixo, sem a opção de mudar de canal ou ler um livro.

O segundo lema do carioca é: se não há ninguém com quem falar, assovie desafinadamente.
Assim você continua sendo barulhento e desagradável, mas pode dizer pra todo mundo que é gente boa porque gosta de samba e bossa nova.

O carioca só é suportável de iPod.

Machado ainda não sofria com celulares e não tinha a proteção do iPod, e certamente não foi obrigado a passar na calçada diante do Rio Design Center.

O centro de compras no Leblon se acha no direito de instalar caixas de som sob sua marquise. Se você é cliente, azar o seu, entrou lá por sua conta e risco, que seja massacrado por uma lounge music de péssimo gosto. Mas quem está na calçada não tem nada a ver com isso.

O exemplo do Rio Design é o mais grotesco, mas não é único. Há vários restaurantes pela cidade que espalham caixinhas de som vagabundas pela área externa, agredindo os transeuntes.

Música ambiente em espaço interno é igual a TV em bar, problema de quem está disposto a consumir sofrendo.
Na rua, devia ser motivo para o dono do estabelecimento ser preso e exposto de cuecas na Praça XV para levar cusparadas dos passantes.
Pior é admitir que é uma deformação cultural.
Como não se tem noção de individualidade, não se compreende que gosto musical é pessoal.

A quintessência disso é a jequice das academias locais, que pararam naquele conceito de academia-boate dos anos 80. Hoje, se você vai a qualquer academia de uma cidade civilizada em país idem, o som ambiente, se existe, é baixíssimo, é cada um com seu MP3. Na Zona Sul do Rio, toda academia cara e metida a besta obriga seu cliente a ouvir música de boate gay de Madureira, custe o que custar, doa a quem doer.
O carioca só é suportável de iPod. Na academia, nem assim.

Triste toda vida na citação é nos lembrar que em 1883 o transporte público no Rio era melhor.

JOÃO XIMENES BRAGA
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Anna
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Anna »

A falta de educação e ignorância do carioca foi um dos grandes motivos pra eu ficar de saco muito cheio do RJ. Principalmente pq como estudante eterno, e de família não abastada, nunca tive carro e tinha que usar o transporte público para me locomover de vários lugares a outros no mesmo dia. Pra piorar as coisas meus locais de trabalho (universidades e institutos de pesquisa) sempre ficaram nos locais mais podres e de difícil acesso da cidade: Museu Nacional, no coração da quinta da boa vista, FIOCRUZ, na linda, cheirosa e segura manguinhos, UFRJ, na maravilhosa ilha do fundão. Na rua da casa da minha mãe uns doidos colocam funk no ultimo volume, com caixas de som poderosas, aos domingos. O único local onde eu me sentia um pouco menos pior era na casa do meu pai em Ipanema, mesmo assim o fim da tarde com a invasão dos pivetes e assaltantes, com a linha do metrô instalada, tornou o lugar meio difícil tb. Então eu não podia executar o isolamento que eu executo em Manaus, e que deve ter muito a ver, e por isso me sinto bem aqui, e não no RJ. Acho que se eu voltasse ao RJ agora em outras condições eu até toleraria melhor. Vai saber. O manauara é um primor de falta de educação tb. Acho que são espécies irmãs.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Apo
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Não sei de Minas para cima, mas até Minas, o povo carioca é disparado, o pior de todos quanto a estes requisitos citados acima. E outros que aí não estão. Deve ser a tal malandragë. Dá nisto. Pior que tem gente que copia, em toda parte. Mas é mal visto.
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Trinity Reloaded
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Trinity Reloaded »

Apo escreveu:Não sei de Minas para cima, mas até Minas, o povo carioca é disparado, o pior de todos quanto a estes requisitos citados acima. E outros que aí não estão. Deve ser a tal malandragë. Dá nisto. Pior que tem gente que copia, em toda parte. Mas é mal visto.



Eu vivo aqui. Carioca é um povo porcalhão maldito, sim.

Não pensem que eu, criticando, me sinto por cima da carne seca. Pelo contrário, me dá uma tristeza danada.

Um dia eu falei com um senhor que jogou uma lata de refrigerante pela janela do ônibus, educadamente, que era melhor se ele guardasse a latinha e jogasse na lata de lixo quando soltasse. O velho filho da puta me deu um fora alto, e ainda esbravejou que eu não tinha nada a ver com a vida dele. A minha raiva só não foi maior do que meu arrependimento de ter aberto a boca, perdido meu tempo tentando ajudar uma pessoa que, pela lógica da vida, deveria estar ME aconselhando. Minha última frase foi "é esse o exemplo que o senhor dá pros seus netos?". Ele deu de ombros.

E aquele lance de se pavonear com um celular é veríssimo. É uma infantilização o que tá acontecendo. Ficar exibindo celular e a verborragia deve ser alguma forma de compensação inconsciente.

Quando eu digo pras pessoas nas filas que a gente vive numa Matrix, nego ri de deboche ou porque não sabe picas do que eu tô falando.

Fodam-se eles. Foda-se eu.

Ser humano, bicho desgraçado, morra. :emoticon17:




P.S.: Eu NÃO estou na TPM. :emoticon156:

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Fernando Silva
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Fernando Silva »

Trinity Reloaded escreveu:E aquele lance de se pavonear com um celular é veríssimo. É uma infantilização o que tá acontecendo. Ficar exibindo celular e a verborragia deve ser alguma forma de compensação inconsciente.

Fazia algum sentido na época em que celular era coisa de rico, era símbolo de status. Agora que qualquer pé rapado tem um, não dá para entender.

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Acauan
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Acauan »

Paulistas observadores conhecem os comportamentos dos vários tipos brasileiros, uma vez que todos os tipos brasileiros vêm prá cá.

Exceto os cariocas, que não migram nem a pau – exceto a Anna.

Isto torna o povo do Rio espécimes particularmente exóticos para nós de Piratininga, onde, como raros, aprendemos a diferenciar um sergipano de um piauiense pelo sotaque ou identificar mineiros pelo modo de andar.

Como paulistas não tem sotaque, a primeira coisa que nos chama atenção nos ischspertos é justamente a fala, que sempre me pareceu mais acentuada entre os moradores da zona norte que nos da sul. Pode ser impressão, mas se for verdade, em que outro lugar do mundo o sotaque muda conforme o bairro?

Muitos hábitos cariocas nos parecem antropologicamente curiosos, mas nada é mais bizarro do que jogar mostarda e catchup na pizza. Se alguém fizer isto no Bixiga atrairá uma maldição siciliana. Outros hábitos em restaurantes seriam passíveis de comparação pejorativa, mas como em São Paulo sentar à mesa prá comer qualquer coisa, mesmo que seja uma coxinha de galinha, é um rito cerimonial, talvez neste caso – só neste – os estranhos sejamos nós.

Antes de uma de minhas idas, meu sogro passou uma batelada de precauções que deveria tomar com os nativos, que narrou uma longa fieira de hostilidades sofridas dos locais, que segundo ele odiavam paulistas – sentimento inexplicável, uma vez que somos uns doces de pessoa. Particularmente assustadora era a advertência de como motoristas cariocas lançavam ataques kamikazes contra veículos com placa de São Paulo – os de ônibus principalmente.

Na verdade passei uma temporada agradável, dirigindo todo dia da Barra de Guaratiba até a zona Sul sem grandes incidentes, fora quase ter atropelado um cadáver jogado no meio da pista em um dos muitos túneis escuros da cidade.

E os nativos foram simpáticos e hospitaleiros. Ao contrário das lendas que circulam por aqui, informavam cortês e corretamente quando perguntados sobre como chegar a determinado local – e eu estava sempre perguntando, porque estava sempre me perdendo naquela cidade onde, sei lá porque, colocaram uma lagoa enorme atrapalhando todas as rotas. E só o Cristo Redentor deve saber como se chega ao túnel Rebouças partindo da orla.

Numa destas perdidas me pareceu que se prosseguisse a frente mais algumas léguas eu ia cair num daqueles lugares que aparecem no Jornal Nacional e no filme do BOPE. Não pensei duas vezes, parei no meio da pista, manobrei e voltei por onde vim.

Das vezes que fui a trabalho nada a comentar. Profissionais cariocas parecem paulistas. Coisa mais sem graça.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Aranha
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Como paulistas não tem sotaque...


- A única tribo sem sotaque do Brasil fica aqui no planalto central.

Abraços,
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Acauan
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Acauan »

Aranha escreveu:
Acauan escreveu:
Como paulistas não tem sotaque...


- A única tribo sem sotaque do Brasil fica aqui no planalto central.


Deu prá notar pela fala da Weslian Roriz.
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Acauan Guajajara
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Aranha
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Aranha »

Acauan escreveu:
Aranha escreveu:
Acauan escreveu:
Como paulistas não tem sotaque...


- A única tribo sem sotaque do Brasil fica aqui no planalto central.


Deu prá notar pela fala da Weslian Roriz.


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Apáte
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apáte »

Weslian Roriz é de Goiânia. Goianos têm sotaques carregados. É difícil definir quem é o povo "candango".
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Apo
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque...


EIN????? E os do interior têm a mistura do paulistanês com o caipira! É de doer! Putz.
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Anna
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Anna »

Acauan escreveu:Paulistas observadores conhecem os comportamentos dos vários tipos brasileiros, uma vez que todos os tipos brasileiros vêm prá cá.

Exceto os cariocas, que não migram nem a pau – exceto a Anna.



Isso me impressiona no carioca. E na cidade o fixismo se repete. O carioca consegue nascer, crescer e morrer, sem nunca ter saido das mediações de seus bairros. Que horror! Conheci e conheço cariocas que jamais atravessaram o rebouças, nem os da zona sul, nem os da baixada, ou de bairros mais afastados da zona norte. Creeeeedo!


Isto torna o povo do Rio espécimes particularmente exóticos para nós de Piratininga, onde, como raros, aprendemos a diferenciar um sergipano de um piauiense pelo sotaque ou identificar mineiros pelo modo de andar.

Como paulistas não tem sotaque, a primeira coisa que nos chama atenção nos ischspertos é justamente a fala, que sempre me pareceu mais acentuada entre os moradores da zona norte que nos da sul. Pode ser impressão, mas se for verdade, em que outro lugar do mundo o sotaque muda conforme o bairro?



O sotaque paulistano é bem característico, mas confesso que eu gosto mais do sotaque que é meio italianado, do que das outras variações anasaladas.
O sotaque carioca é bem acentuado nos cariocas zona sul ischpertos tb, tem gente com sotaque acentuado em todas as duas zonas da cidade. É o reconhecimento do que chamamos de marra, ou marrentos. Ha ha ha.


Muitos hábitos cariocas nos parecem antropologicamente curiosos, mas nada é mais bizarro do que jogar mostarda e catchup na pizza. Se alguém fizer isto no Bixiga atrairá uma maldição siciliana. Outros hábitos em restaurantes seriam passíveis de comparação pejorativa, mas como em São Paulo sentar à mesa prá comer qualquer coisa, mesmo que seja uma coxinha de galinha, é um rito cerimonial, talvez neste caso – só neste – os estranhos sejamos nós.


Nunca entendi tb, como podem meus conterrâneos profanar a pizza dessa forma. Mas o manauara vai além, além de jogar catchup e mostarda na pizza, tb joga MAIONESE! :emoticon27:

Antes de uma de minhas idas, meu sogro passou uma batelada de precauções que deveria tomar com os nativos, que narrou uma longa fieira de hostilidades sofridas dos locais, que segundo ele odiavam paulistas – sentimento inexplicável, uma vez que somos uns doces de pessoa. Particularmente assustadora era a advertência de como motoristas cariocas lançavam ataques kamikazes contra veículos com placa de São Paulo – os de ônibus principalmente.


Pois é acho que isso serve para nós dois. Nunca vi essa implicância, além da piada que tanto os paulistas quanto os cariocas adoram ficar fazendo uns com outros. Morei em sampa e nada tenho a reclamar dos paulistanos, foram muito solícitos sempre e tenho bons amigos ai no "inferno cinza" :emoticon16: Também nunca vi carioca perseguindo ou sendo FDP com o paulistano só pelo fato do cara ser paulistano.

Na verdade passei uma temporada agradável, dirigindo todo dia da Barra de Guaratiba até a zona Sul sem grandes incidentes, fora quase ter atropelado um cadáver jogado no meio da pista em um dos muitos túneis escuros da cidade.

E os nativos foram simpáticos e hospitaleiros. Ao contrário das lendas que circulam por aqui, informavam cortês e corretamente quando perguntados sobre como chegar a determinado local – e eu estava sempre perguntando, porque estava sempre me perdendo naquela cidade onde, sei lá porque, colocaram uma lagoa enorme atrapalhando todas as rotas. E só o Cristo Redentor deve saber como se chega ao túnel Rebouças partindo da orla.

Numa destas perdidas me pareceu que se prosseguisse a frente mais algumas léguas eu ia cair num daqueles lugares que aparecem no Jornal Nacional e no filme do BOPE. Não pensei duas vezes, parei no meio da pista, manobrei e voltei por onde vim.

Das vezes que fui a trabalho nada a comentar. Profissionais cariocas parecem paulistas. Coisa mais sem graça.


Pra ver graça aqui nessa cidade (sim, estou aqui, cheguei ontem as 5:40 de la manhana) tem que ir pra night ou pra praia. No trabalho é tudo igual.
Editado pela última vez por Anna em 05 Out 2010, 18:54, em um total de 1 vez.
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Apo
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Trinity Reloaded escreveu:
Apo escreveu:Não sei de Minas para cima, mas até Minas, o povo carioca é disparado, o pior de todos quanto a estes requisitos citados acima. E outros que aí não estão. Deve ser a tal malandragë. Dá nisto. Pior que tem gente que copia, em toda parte. Mas é mal visto.



Eu vivo aqui. Carioca é um povo porcalhão maldito, sim.

Não pensem que eu, criticando, me sinto por cima da carne seca. Pelo contrário, me dá uma tristeza danada.

Um dia eu falei com um senhor que jogou uma lata de refrigerante pela janela do ônibus, educadamente, que era melhor se ele guardasse a latinha e jogasse na lata de lixo quando soltasse. O velho filho da puta me deu um fora alto, e ainda esbravejou que eu não tinha nada a ver com a vida dele. A minha raiva só não foi maior do que meu arrependimento de ter aberto a boca, perdido meu tempo tentando ajudar uma pessoa que, pela lógica da vida, deveria estar ME aconselhando. Minha última frase foi "é esse o exemplo que o senhor dá pros seus netos?". Ele deu de ombros.

E aquele lance de se pavonear com um celular é veríssimo. É uma infantilização o que tá acontecendo. Ficar exibindo celular e a verborragia deve ser alguma forma de compensação inconsciente.

Quando eu digo pras pessoas nas filas que a gente vive numa Matrix, nego ri de deboche ou porque não sabe picas do que eu tô falando.

Fodam-se eles. Foda-se eu.

Ser humano, bicho desgraçado, morra. :emoticon17:




P.S.: Eu NÃO estou na TPM. :emoticon156:


Você tocou num ponto bem interessante. Sobre a infantilização. Brasileiro de uma forma geral tem uma auto-estima muito baixa ( mas é metido a se fazer de bam-bam-bam e ter orgulho de ser brasileiro). Mas copiamos tudo o que resto do mundo faz e ainda inventamos que somos originais. O que vejo é uma coisa geral de ficar copiando comportamentos de forma infantil, até patética. Como o carioca se acha muito criativo e moderninho ( até porque a cidade vive do convite à imagem do laissez faire constante), é como se ficar se fazendo de engraçadinho e dono de si mesmo fosse o must! E todo mundo tem que pagar pau pra isto. Lamentável mesmo. Eu lembro de um tempo ( umas 4 a 5 décadas atrás) em que era o máximo do status usar um biquini carioca, ter um primo no RJ, passar as férias em Copacabana, importar o jeito de falar carioquês etc etc. Hoje, vejo os cariocas parados naquele modelo, repetindo um estilo totalmente ultrapassado, num mundo em que as "modas" giram noutra velocidade, inclusive a educação e a consciência pela simplicidade através da discrição e da limpeza urbana. Este negócio de se expressar livremente através da pichação e de cuspir na rua e jogar casca de coco na areia é coisa de gente atrasada! Por que o Rio me parece estar indo na contramão da civilidade? Cada vez que vou ao Rio fico mais abismada com a sujeira e os maus modos dos cariocas. O Rio era um lugar especial há 40 anos. Hoje, é um caos com paisagem e só.

Sim, o ser humano é um lixo! Morra, espécie desgraçada! :emoticon12:
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Anna
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:
Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque...


EIN????? E os do interior têm a mistura do paulistanês com o caipira! É de doer! Putz.


:emoticon22:
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Estranho. Morei e vivi em SP por alguns anos. E no Rio, só a passeio e raras vezes. Não me perco no Rio porque há muitos pontos de referência. Em SP nunca sei onde estou, como chego, como volto e nem se vou chegar a tempo para qualquer coisa.

E para ver como as impressões e vivências são diferentes: no Rio me senti mais bem recebida sempre, do que em SP. No Rio, as pessoas me informaram de forma mais simples como ir e voltar. Em SP, parece haver uma preguiça de dar explicações, então eles dão uma explicação absolutamente resumida, daquelas que não conta que entre A e Z tem todo o alfabeto pela frente. Parece de propósito.

Outra coisa que percebi ( e ouvi cexplicitamente ) em 2 vezes que vivi em SP é que paulistano odeia gente vinda de outros estados , e diz que foram invadidos e a cidade deles não é mais deles etc. Nunca ouvi isto de cariocas. Os cariocas que viviam am SP como eu se achavam alienígenas também. O que causava uma reação de aproximação entre gaúchos e cariocas, em função de seres imigrantes não muito bem vistos.

Além disto - já contei aqui - em SP há uns padrões de "verdade" que fazem os paulistanos tratarem com cruel rotulação gente que não vive sob o padrão social deles. Tipo: se você está com seu filho e está vestindo branco, você é babá e ponto: as madames não falam com você como mãe da criança. Eu vivi isto na pele e fiquei chocada com tanta ignorância. Quanto a estes detalhes, não sei como é no Rio, pois nunca morei lá.
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Anna escreveu:
Apo escreveu:
Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque...


EIN????? E os do interior têm a mistura do paulistanês com o caipira! É de doer! Putz.


:emoticon22:


hahaha! Não é engraçado que os paulistas acham que não têm sotaque? O sotaque paulista e paulistano é charge comum em vários programas de humor! Sotaque de paulista é reconhecido em plena Quinta Avenida, gente! Não tem como errar!
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:
Anna escreveu:
Apo escreveu:
Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque...


EIN????? E os do interior têm a mistura do paulistanês com o caipira! É de doer! Putz.


:emoticon22:


hahaha! Não é engraçado que os paulistas acham que não têm sotaque? O sotaque paulista e paulistano é charge comum em vários programas de humor! Sotaque de paulista é reconhecido em plena Quinta Avenida, gente! Não tem como errar!


Paulistas não têm sotaque.
O resto dos brasileiros é que tem ouvido viciado.
Nós, Índios.

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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu:Nunca entendi tb, como podem meus conterrâneos profanar a pizza dessa forma. Mas o manauara vai além, além de jogar catchup e mostarda na pizza, tb joga MAIONESE! :emoticon27:


Se algum deles sair para comer uma pizza no Bixiga e nunca mais for visto, já sabe o que aconteceu.
Nós, Índios.

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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Acauan »

Apo escreveu:Outra coisa que percebi ( e ouvi cexplicitamente ) em 2 vezes que vivi em SP é que paulistano odeia gente vinda de outros estados , e diz que foram invadidos e a cidade deles não é mais deles etc.


Como disse, somos uns doces de pessoas, só que temos um modo um tanto peculiar de demonstrar isto.
Nós, Índios.

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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Fernando Silva »

Acauan escreveu:Muitos hábitos cariocas nos parecem antropologicamente curiosos, mas nada é mais bizarro do que jogar mostarda e catchup na pizza.

Ou encher a comida de sal assim que ela chega à mesa, antes mesmo de ter provado.
Não importa quanto sal o cozinheiro tenha posto, sempre precisa de mais.
Acauan escreveu:E os nativos foram simpáticos e hospitaleiros. Ao contrário das lendas que circulam por aqui, informavam cortês e corretamente quando perguntados sobre como chegar a determinado local – e eu estava sempre perguntando, porque estava sempre me perdendo naquela cidade onde, sei lá porque, colocaram uma lagoa enorme atrapalhando todas as rotas.

Uma lenda antiga (nunca mais ouvi alguém dizer isto) é que paulistas informam errado quando alguém pergunta.
Mas eu até entendo isto: SP não tem pontos de referência. Todas as ruas parecem iguais, todas as direções dão no mesmo.
No Rio, você pode não saber por onde passar, mas sabe qual é a direção.
Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque

Na verdade, têm vários sotaques diferentes. O seu, por exemplo, é bem diferente do da capital (aquele do "sêinta!", "eu rrrrecomêindo!" que, aliás, está se perdendo).

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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por salgueiro »

Acauan escreveu:Exceto os cariocas, que não migram nem a pau


Migrar pra que, isso aqui é ótimo.
“Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, Thoreau

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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Acauan »

Fernando Silva escreveu:Uma lenda antiga (nunca mais ouvi alguém dizer isto) é que paulistas informam errado quando alguém pergunta. Mas eu até entendo isto: SP não tem pontos de referência. Todas as ruas parecem iguais, todas as direções dão no mesmo.


A regra em São Paulo é que você nunca chegará a lugar algum só com uma informação, ainda que fosse um rastreador apache. Mesmo os paulistanos, que frequentemente se informam entre si sobre como chegar, sabem que receberão de resposta uma intricada sequência de segue-terceiro farol-vira-três quarteirões-chega-nos supermercado-retorna-na ponte e na melhor das hipóteses conseguirá chegar um pouco mais próximo do lugar desejado onde deverá perguntar de novo. Na média é preciso parar três vezes para perguntar para ter alguma esperança de não se perder mais ainda.

Fernando Silva escreveu:No Rio, você pode não saber por onde passar, mas sabe qual é a direção.


Na zona sul basta fixar onde é a orla, na dúvida volta-se para lá e começa tudo de novo.

Fernando Silva escreveu:
Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque

Na verdade, têm vários sotaques diferentes. O seu, por exemplo, é bem diferente do da capital (aquele do "sêinta!", "eu rrrrecomêindo!" que, aliás, está se perdendo).


Como assim "o seu" sotaque?
Eu não tenho sotaque nenhum.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:
Anna escreveu:
Apo escreveu:
Acauan escreveu:Como paulistas não tem sotaque...


EIN????? E os do interior têm a mistura do paulistanês com o caipira! É de doer! Putz.


:emoticon22:


hahaha! Não é engraçado que os paulistas acham que não têm sotaque? O sotaque paulista e paulistano é charge comum em vários programas de humor! Sotaque de paulista é reconhecido em plena Quinta Avenida, gente! Não tem como errar!


Paulistas não têm sotaque.
O resto dos brasileiros é que tem ouvido viciado.


:emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Acauan escreveu:
Apo escreveu:Outra coisa que percebi ( e ouvi explicitamente ) em 2 vezes que vivi em SP é que paulistano odeia gente vinda de outros estados , e diz que foram invadidos e a cidade deles não é mais deles etc.


Como disse, somos uns doces de pessoas, só que temos um modo um tanto peculiar de demonstrar isto.


óun que fofo!
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Re: Mas são só os cariocas?!

Mensagem por Apo »

Fernando Silva escreveu: O seu, por exemplo, é bem diferente do da capital (aquele do "sêinta!", "eu rrrrecomêindo!" que, aliás, está se perdendo).


Se perdendo? Está é se alastrando! Assim como o do interior. Alastra-se por Minas na fronteira e no Paraná idem. Fora na mídia, que agora está infestada de paulistanês "casamêêiiiintow", "faturamêêiiintow" e também o interiorano caipira. A Band já tem comentarista de futebol caipira, o que é extremamente desagradável aos ouvidos.
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Trancado