Publicada em 14/10/2010 às 22h36m
SÃO PAULO - Num discurso inflamado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou o presidente Lula para uma conversa "cara a cara" depois que ele deixar o governo. A um grupo de prefeitos eleitos e não eleitos do PSDB reunidos num hotel em São Paulo, no início da noite desta quinta-feira, Fernando Henrique ainda disse que Lula é mesquinho por não reconhecer políticas de seu governo, como as que resultaram na estabilidade da moeda. Em meio à polêmica sobre a privatização da Petrobras, o ex-presidente disse também que o PT tem colocado apaniguados na empresa, enquanto os tucanos optaram pela meritocracia, segundo ele.
- Estou calado há muitos anos ouvindo. Agora, quando o presidente Lula vier, como todo candidato democrata eleito, de novo, perder a pompa toda, perder o monopólio da verdade, está desafiado a conversar comigo em qualquer lugar do Brasil. No PT que seja - disparou o ex-presidente, que chegou a perder o fôlego enquanto discursava:
- É para ter firmeza, olhando cara a cara um para o outro. Quero ver o presidente Lula que votou contra o Real, que fez o PT votar contra o Real, dizer que estabilizou o Brasil. Não precisa disso. Lula fez coisas boas, que reconheço. Agiu bem na crise financeira. Para que, meu Deus, então ser tão mesquinho? É isso que eu quero perguntar para ele. Por que isso, rapaz? Você pegou uma boa herança. Usou. Aumentou. E o Serra vai usar as duas. Vai fazer mais - disse ele, numa defesa fervorosa do candidato tucano à Presidência.
- Não vamos ficar de mesquinharia, não. O que for bom vai continuar. Começamos com as bolsas. Por que o Serra não vai aumentá-las - disse ele, afirmando que vai esperar Lula "vestir os pijamas" para ter essa conversa.
Na onda de popularidade de José Serra no segundo turno, Fernando Henrique aproveitou para criticar "o salto alto"que Dilma Rousseff (PT) teria calçado no primeiro turno. Segundo ele, o PT considera o eleitor bobo.
- Eles caíram (petistas) da cadeira. Este governo, esse partido chamado PT, acha que o eleitorado é criança. É bobo. Acha que é só ir na TV falar um monte de mentira que todo mundo acredita - disse ele, emendando: - O Lula sempre foi para o segundo turno, porque a Dilma não iria?
Fernando Henrique também entrou de sola na disputa eleitoral envolvendo a Petrobras.
- Meu Deus, agora eles estão falando que queria privatizar a Petrobras. Quem é esse Gabrielli para falar isso comigo? Fui presidente da República. Ele tem que me respeitar - disse ele, criticando os ataques feitos pelo atual presidente da Petrobras, de que a empresa, se ainda estivesse sob comando dos tucanos, "teria morrido de inanição".
José Serra não participou do encontro. Fernando Henrique, alegando outros compromissos, deixou o palco assim que tucanos como o governador eleito e o senador eleito por São Paulo, respectivamente, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes Ferreira subiram ao palco.
FONTE: O Globo
Abraços,
FHD (D de Doar) chama Lula para uma conversa cara-a-cara
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FHD (D de Doar) chama Lula para uma conversa cara-a-cara
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
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Re: FHD (D de Doar) chama Lula para uma conversa cara-a-car
Aranha escreveu:Publicada em 14/10/2010 às 22h36m
que chegou a perder o fôlego enquanto discursava:
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Caramba... Pessoal adora fazer drama.

Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.
- Fernando Silva
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Re: FHD (D de Doar) chama Lula para uma conversa cara-a-car
Aranha escreveu: Em meio à polêmica sobre a privatização da Petrobras, o ex-presidente disse também que o PT tem colocado apaniguados na empresa, enquanto os tucanos optaram pela meritocracia, segundo ele.
A Petrobras valia no mercado USD 309 bilhões em maio de 2008. No mês passado, caiu para 146 bilhões e ontem voltou a 214 bilhões (depois de uma injeção de recursos tirados de nossos impostos).
Nos últimos 12 meses, as ações da Petrobras foram as únicas que caíram entre 340 papéis no índice Ibovespa.
Em vez de meditar sobre isto, Gabrielli subiu ao palanque de Dilma e acusou FHC de "ter pensado" em privatizar a Petrobras há 10 anos. Por causa desse risco fictício, dessa privatização que nunca aconteceu, ele acha justificável por uma empresa de capital aberto, com sócios privados e estrangeiros, a serviço do PT.
A verdade histórica:
FHC não vendeu, não propôs a venda e ainda enviou uma carta ao Senado se compromentendo a não privatizá-la.
O que FHC fez foi quebrar o monopólio, o que ajudou muito a Petrobras. e aumentou em muito suas reservas e os investimentos estrangeiros.
Mas Gabrielli prefere fingir que não vê os riscos reais e atuais e se agarra a riscos fictícios de 10 anos atrás.