Sou ateia e sinto-me discriminada. Pronto, falei.

[Fernando Silva]

Texto de Suzana Herculano-Houzel, neurocientista.

Sou ateia e sinto-me discriminada. Pronto, falei.

Pouco importa o que Dilma e Serra de fato pensam sobre aborto. Em campanha, eles dirão o que o povo brasileiro deseja ouvir - e não os culpo nem um pouco por isso. Se o que o povo deseja ouvir é que o(a) futuro(a) chefe de nosso Estado teoricamente laico é temente a Deus e aos valores das religiões católica e evangélica, assim será. Por quê? Porque, no nosso país, ser ateu é feio. Ateus não são confiáveis. Ateus não podem ser chefes de Estado nem devem confessar em cadeia nacional sua não-crença, como minha mãe bem me advertiu lá no começo da minha carreira de declarações públicas ("Olha o Fernando Henrique, até ele passou a falar em Deus!").

Segui o conselho de minha mãe por dez anos, resignada e crendo que, de fato, pouco deveria importar para os outros se eu pessoalmente acreditava ou não em Deus ou seguia alguma religião em particular. Mas agora, irritada ao ver os jornais e as campanhas políticas dominadas pelo discurso religioso, resolvi que não me calo mais: sou ateia, sinto-me discriminada por causa de minha crença na não-existência de um Deus (nem de vários), e agora vou fazer ativamente campanha em prol do respeito à não-crença.

Crenças são produto do cérebro: modelos internos que criamos para explicar acontecimentos sistemáticos, não importa se baseados em evidências ou não, dentro dos quais nossos valores e experiências de vida se encaixam, e que nos ajudam não só a explicar eventos quanto a predizê-los, o que por sua vez ajuda a orientar nossas ações. Pessoas diferentes creem na bondade dos homens (ou na sua maldade intrínseca), na pureza das crianças, em guardar dinheiro na poupança, creem no governo, em educar-se muito e sempre ou em fazer o bem ao próximo.

A crença em Deus, em particular, resolve muitas questões de uma vez só: para começar, todas aquelas em que não conseguimos identificar um agente responsável pelos acontecimentos. A colheita foi boa? Deus quis. Foi péssima? Obra Dele, também, por algum de seus desígnios. Surgiu um câncer? Desapareceu sozinho? Nossos olhos e ouvidos internos são estruturas complexas e aparentemente improváveis? Obra de Deus.

Uma alternativa é aceitar que cânceres, dilúvios, seres altamente complexos e tantas outras coisas simplesmente acontecem, sem um Agente identificável. São obra do Acaso, ou da Natureza, ou de algum outro agente ainda não identificado. Para mim e meus colegas ateus (ou agnósticos: não vejo diferença prática entre uns e outros, assim como não vejo diferença entre crer na inexistência de Deus ou não crer na Sua existência), essa é nossa crença. A crença em um Ser superior, portanto, é tão boa quanto qualquer outra crença, posto que são crenças, justamente: nem melhor, nem pior.

E no entanto, não temos liberdade para dizer que não cremos em Deus, ou que acreditamos em debates (sobre o aborto ou o casamento gay, por exemplo) que NÃO envolvam a religião. É devido à imposição de Deus, crença aparentemente compulsória nesse país, que tem-se o nojo que anda o jornal O Globo e, nojo dos nojos que deixou minha ínsula absolutamente revoltada, a revista Veja da semana passada (digo isso somente agora, tarde demais para que meu repúdio gere curiosidade e os ajude a vender exemplares).

Pois cansei de ser discriminada. Quero ter direito à liberdade de exercer minha não-religiosidade e a não ser considerada pior do que os religiosos por não crer em Deus. Defendo os direitos dos religiosos de curtirem suas crenças em paz, e acho o máximo conhecer a cultura, os valores e as particularidades de judeus, muçulmanos e tantos outros - mas está na hora de os não-religiosos também terem a sua não-crença respeitada.

E respeito começa pela não-imposição de valores. Assim como não desejo que todos os brasileiros abandonem suas crenças particulares, repudio ardentemente a imposição de valores católicos ou evangélicos ou de qualquer outra religião à política e aos meus direitos civis. Quero um Estado laico de fato: que respeite a diversidade de crenças, incluindo aquela na inexistência de Deus, e não tome decisões pautadas por religião alguma. Não acredito em Deus, mas acredito no ser humano, acredito em fazer o bem, e acredito que nossa liberdade tem que ter limite onde nossas crenças e ações começam a interferir na liberdade dos outros.

E a partir de agora, podem ter certeza que vou responder com todas as letras toda vem que me perguntarem, em cadeia pública ou em particular: sou ateia. Não acho necessário invocar um Deus criador, onipresente e onisciente para explicar o mundo, nós mesmos ou nossas ações, não acredito que ele exista, e creio que ele de fato não existe. Faço o bem porque acredito em fazer o bem e acredito nas pessoas, e não por temor a um Deus. E não acho que eu seja uma pessoa pior porque minha vida é pautada em valores que não incluem um Deus. Pronto. Assim vou fazer minha parte pela liberdade de expressão religiosa *e* não-religiosa. Inclusive porque, como Fernando Pessoa bem escreveu, não ter Deus é um Deus também...

Fonte: Suzana Herculano-Houzel - A neurocientista de plantão
http://www.suzanaherculanohouzel.com/jo ... falei.html

[Johnny]

Pergunta aos ateus daqui: Vocês realmente sentem que são discriminados?
Vocês acham que são mais ou menos discriminados do que umbandistas, gays, kardecistas, TJ?
Pergunto porquê sempre fui indiferente à ateísmo e conheci muita gente igual.

[Fernando Silva]

Pergunta aos ateus daqui: Vocês realmente sentem que são discriminados?
Vocês acham que são mais ou menos discriminados do que umbandistas, gays, kardecistas, TJ?
Pergunto porquê sempre fui indiferente à ateísmo e conheci muita gente igual.

Eu não saio por aí anunciando meu ateísmo. Só falo quando me perguntam, só que, neste caso, as pessoas já me conheciam bem. Mesmo assim, percebo que elas ficam incomodadas. Teve um crente no trabalho que começou a tentar me evangelizar, eu disse o que pensava, a discussão durou um pouco até que ele ficou tão incomodado com o que eu mostrava a ele sobre a Bíblia (e ele não sabia) que ele disse que não queria mais conversa. Continuamos nos relacionando normalmente, mas ele não toca mais no assunto.

Conheço gente que fala com nojo dos ateus, sem saber que eu sou um deles. Não sei como reagiriam se eu me revelasse.

E tem o caso do Res Cogitans: muitos anos atrás, a mulher dele foi expulsa de casa pelos pais quando descobriram que ela era ateia e namorava um ateu. Isto depois de dizerem a ele que aceitavam que ele fosse qualquer coisa, até macumbeiro, menos ateu. Tentaram até psicanálise com a filha para ver se ela se 'curava'.

[Fenrir]

Que a discriminação existe, existe.
Creio que ela não é tão aparente (ao menos aqui no Brasil), porque são poucos os que se declaram abertamente ateus, e tambem porque não há com o saber se um indivíduo é ou não ateu sem que o mesmo afirme isto (ao contrário da cor da pele, orientacão sexual ou outros que se podem distinguir mais facilmente).
Já vi uma pesquisa, aqui mesmo no Brasil, colocar "ateísmo" em primeiro lugar entre as características mais "indesejáveis"
numa pessoa (acho que era mais ou menos isto). E não temos nem a metade do puritanismo lá das terras do tio sam.
Para alguns "Ateu" = "criminoso", "genocida", "bandido" ou se esqueceram do mané do Datena?
Pior que isto só psicopata, estuprador, pedófilo. Mas nem duvido que na cabeça de muita gente, psicopatas e estupradores são o que são por "falta de Deus". Então como dizer que não há discriminação contra Ateus??

[salgueiro]

Eu já acho que é só mais uma área onde os indivíduos praticam seu esporte predileto, discriminar.

[Aranha]

- Não assumo minha descrença por comodismo, apenas para evitar possíveis conflitos, nem sei que danos me causaria me assumir ateu no trabalho, por exemplo, é possível que nada mude, mas é possível que alguns passem a me ver com pena ou desconfiança ou que venham pregar pra mim, esse tipo de situação prefiro evitar.

Abraços,

[Johnny]

Mas gente, crente se incomoda com qualquer coisa, certo? A maioria católica fingida não praticante, não liga pra isso. E é melhor ter um ateu por perto que um encapetado de um espirita, seja de qual denominação for.

[salgueiro]

Mas gente, crente se incomoda com qualquer coisa, certo? A maioria católica fingida não praticante, não liga pra isso. E é melhor ter um ateu por perto que um encapetado de um espirita, seja de qual denominação for.

Acho essa gritaria sobre religião, provocada pelo tema aborto, tão artificial. A grande maioria é de católico não-praticante com uma religiosidade difusa, sincréticos com abertura suficiente prá todo mundo. A meu ver esse retrato que tem se pintado nos últimos meses nada tem com a realidade nossa.

[Acauan]

Sei lá..., cada um tem sua história.

A minha é que eu já enchi muito mais o saco dos religiosos do que eles enchem o meu.

[Acauan]

Não sei bem no que a dra. Suzana Herculano foi discriminada. Não parece que tenha sido na vida profissional, na qual aparenta ser uma cientista bem sucedida. Tenho minnhas dúvidas se perdeu muitos amigos, romances, oportunidades ou liberdades básicas por ser atéia.

Quando negros falam de discriminação citam casos de gente qualificada que é reprovada em processos de seleção profissional sem motivo aparente repetidas vezes, apelidos pejorativos, piadas de mau gosto ou ser visto como suspeito por seguranças de shopping centers.
Homossexuais, gordos, nordestinos migrantes pobres e mulheres muito feias também costumam ter seu cabedal de experiências desagradáveis.

Muita gente faz cara feia quando ouve alguém dizer que é ateu.
E muita gente faz cara feia quando vê alguém chupando limão.
Isto não tira o sono dos apreciadores de limão.

[Tranca]

Eu cago e ando para as opiniões dos religiosos, não dou a mínima para o que pensam sobre o ateísmo/agnosticismo e ainda digo "Amém" ou "Vá com Deus" para a pessoas do meu convívio que dizem o mesmo para mim; porque não os discrimino em suas crenças, vez que as tenho como pontos-de-vista diferentes dos meus que, no fundo, tocam somente a mim mesmo.

E não tenho nenhuma intenção de fazer qualquer tipo de proselitismo sobre crenças ou falta delas.

[Reid]

ninguem precisa ir queimar no fogo do inferno, os religiosos ja fazem esse favor pelo "diabo"

[Tranca]

Eu procuro não discriminar e viver em paz com quem pensa diferente, nos limites dos direitos garantidos a todos os cidadãos.

O saco é quando religiosos, por meio do proselitismo, tentam transoformar o inferno, que deveria advir na vida além-túmulo, em algo palpável nesta vida.

[Res Cogitans]

E tem o caso do Res Cogitans: muitos anos atrás, a mulher dele foi expulsa de casa pelos pais quando descobriram que ela era ateia e namorava um ateu. Isto depois de dizerem a ele que aceitavam que ele fosse qualquer coisa, até macumbeiro, menos ateu. Tentaram até psicanálise com a filha para ver se ela se 'curava'.

A Dani e eu estamos juntos há 7 anos, moramos juntos há 4 anos. Continuo não falando com os pais dela. Por ser ateu eles inferiram que eu deveria ser um monte de coisa...vagabundo, sem valores, supérfluo, materialista no sentido estritamente financeiro etc...Todas as acusações "acessórias" ao ateísmo imputadas a minha pessoa foram refutadas por eles mesmos, inclusive eu passei a trabalhar na mesma instituição dos pais dela e desempenho função de nivel hierárquico superior ao da mãe dela. O que sobrou pra me acusar é o que realmente sou: ateu, que por si só mostrou-se suficiente para justificar muita coisa.

[Apo]

Pergunta aos ateus daqui: Vocês realmente sentem que são discriminados?

Sim, fazem cara de estranheza ou de Oh! quandod digo que sou atéia numa conversa em deus parece estar presente irrefutavelmente. Tipo: "- Daí vai ser o que deus quiser né, Flavia?" Se eu dou a entender que é uma frase sem sentido para mim, e que meu problema não está realmente em mãos de bruxas, duendes, fadas ou deuses, é como se eu fosse um bixo subversivo ou fosse maluca! Ou até me chamam de revoltada. Isto não é discriminação, é que teístas têm absoluta certeza de que eu estou errada ( com relação à Deus na verdade, porque nem cogitam que pode haver vários outros deuses e seres na casa do vizinho).

Vocês acham que são mais ou menos discriminados do que umbandistas, gays, kardecistas, TJ?

A característica principal de toda religião é achar qua a sua é a certa e os seu deus é o que vale para todos os efeitos.

Pergunto porquê sempre fui indiferente à ateísmo e conheci muita gente igual.

Está por acasso negando toda História das guerras religiosas desde sempre?
Geralmente não atacam o ateu porque ele é um sujeito quieto e que não fala em não-deus o tempo todo. Então, geralmente passa despercebido. Os que falam costumam ser tidos como traidores no gueto.

[Apo]

Como negar tudo o que se vê acontecer dentro das famílias e no mundo, gente?
Esqueceram da máxima: " Religião e política NÃO SE DISCUTE"?

Tive uma amiga cristã que começou a namorar um judeu. No Natal mandou cartão para os sogros ( não precisava, mas quis mandar uma mensagem como mandou para todos os conhecidos, pois não imaginava que a família do namorado ia defenestrá-la por isto). A sogra rasgou o cartão furiosa.
Ela está casada até hoje com o judeu, com quem teve 2 filhos. Circuncidados.
Não sei como eles resolveram o caso, mas parece que ela se rendeu.

[Apáte]

O texto poderia ser muito bem "Sou atéia e mimimi".

O sonho do ateu militante é fazer parte de um dos grupinhos protegidos pelo politicamente correto para se tornar incriticável. A sorte, pro resto do mundo, é que são tão incompetentes, insignificantes, a ralé da escória pra dizer a verdade, que são rechaçados até entre viadistas, feministas, negristas e afins.

[Apáte]

Tenho minnhas dúvidas se perdeu muitos amigos, romances, oportunidades ou liberdades básicas por ser atéia.

Quando negros falam de discriminação citam casos de gente qualificada que é reprovada em processos de seleção profissional sem motivo aparente repetidas vezes, apelidos pejorativos, piadas de mau gosto ou ser visto como suspeito por seguranças de shopping centers.
Homossexuais, gordos, nordestinos migrantes pobres e mulheres muito feias também costumam ter seu cabedal de experiências desagradáveis.

Este é um ponto interessante, e não sou totalmente contra aos preconceitos expostos. Gostando ou não, horrorosas e gostosas nunca serão tratadas do mesmo modo pelos homens. O mundo é assim e se acostumar com isso é um sinal de maturidade. Apelidos pejorativos todo mundo já teve, até os que são "excessivamente normais". De resto, cada um se relaciona com quem quer.

Fico imaginando caso um ateu evitar um relacionamento de longo prazo com uma garota religiosa geraria o mesmo bafafá para o caso oposto: a família da garota rejeitar o relacionamento dela com um ateu.

[Apo]

Acho que é preciso fazer uma distinção aqui. Uma coisa é o tipo de preconceito entre as religiões, suas crenças, seus dogmas, entidades e livros. Isto é entre religiões. Mas aqueles que NÃO CREEM EM DEUS ALGUM? É disto que se trata.

Se eu declarar que tenho uma religião, mas não sou lá muito praticante, as pessoas até aceitam, relevam e tal.
Se eu declarar que só a minha religião é a correta, serei tida como arrogante.
Se eu declarar que creio em deuses ou num criador blablabla, mas não tenho religião, deístas vão achar esquisito.Mas alguns vão receber como " ah tudo bem, todos os caminhos levam a uma força superior, que criou e tal".
Mas...se eu disser que deuses são algo totalmente irrelevante ou dizer que Deus não existe, ou tratar Deus como algo ruim e controverso, sou olhada como traidora, maluca, subversiva, revoltada e tudo aquilo que pensam e expressam muitos teístas sobre ateus. Inclusive que temos pacto com o diabo.

Não se trata do que eles expressam também, mas a gente sabe que os iguais de pensamento e crença são mais iguais entre si do que os demais. E esta "separação" às vezes transparece.

[Rapidfire]

Não assumo minha descrença por comodismo, apenas para evitar possíveis conflitos, nem sei que danos me causaria me assumir ateu no trabalho, por exemplo, é possível que nada mude, mas é possível que alguns passem a me ver com pena ou desconfiança ou que venham pregar pra mim, esse tipo de situação prefiro evitar.

Exatamente o que faço. Antes eu torcia para um religioso me perguntar sobre minha religião para logo iniciar um debate (acho que isso é coisa de recém "convertido" ), tanto que meu apelido no ensino médio era satanás . Hoje faço coleção daqueles "santinhos" que um colega de trabalho distribui toda semana.

[Judas]

É preferível ser drogado do que ateu, segundo os brasileiros


É o que revela uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo ao perguntar aos entrevistados, de 150 municípios em 25 diferentes estados nas 5 macrorregiões do país, o que sentiam normalmente ao ver ou encontrar desconhecidos de diferentes “grupos de pessoas”. Os ateus tiveram um resultado de 42% de rejeição, sendo que 17% das pessoas sentiriam repulsa ou ódio e 25% antipatia. Seguindo os ateus encontram-se os usuários de drogas com 41% de rejeição, sendo 17% repulsa ou ódio e 25% antipatia.





http://worldevolution.wordpress.com/2009/12/08/e-preferivel-ser-drogado-do-que-ateu-segundo-os-brasileiros/

[Judas]

Sem dúvida existe um movimento de ateus militantes que dão no saco. E não quero ser (por culpa deles) comparado aos movimentos pró-privilégios que o Apate citou.
Mas fora eles, é preciso responder aos ataques dos religiosos, e as vezes responder fogo com fogo.

Nunca sofri preconceito direto, ou que fosse agressívo o bastante pra me deixar chateado, quando falei que era ateu, quem torceu o nariz, ouviu o que não queria, quem não deu a mínima, não ouviu nada.

[Fenrir]

O que está em jogo não é a questão dos ateus virarem um "grupinho protegido, com privilégios".
Suponho que a maioria deles cague e ande para isto.

Bastaria aos ateus não serem comparados e considerados como drogados ou mesmo coisa pior.
Bastaria a historia do Res ter sido diferente.

Não tem privilegio algum, "nem mimimi" nisto.

[Edson Jr]

Não sou nem religioso nem ateu. Sou "um perdido". Acho toda essa discussão uma grande besteira.

Religiosos costumam pegar no pé dos ateus?! Sim, claro.

Ateus costumam pegar no pé dos religiosos?! Sim, claro também.

E tanto um quanto o outro tendem a se achar "os superiores".

Assim como eu, "um perdido", tendo a me achar superior aos outros por ser "um perdido".

O curioso é que todo esse lance de superioridade é tudo uma grande ilusão, já que em alguns anos estaremos todos no cemitério mesmo...

[Neuromancer]

Campanha de Serra faz ofertas a evangélicos

A campanha de José Serra (PSDB) está oferecendo benefícios a igrejas evangélicas e a entidades a elas ligadas em troca de apoio de pastores à candidatura tucana. O mesmo foi feito na campanha do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin.

O responsável pelo contato com os líderes é Alcides Cantóia Jr., pastor da Assembleia de Deus em São Paulo.

Ele responde pela "coordenadoria de evangélicos" da campanha, criada ainda no primeiro turno exclusivamente para angariar apoios entre evangélicos.

"Disparo entre 150 e 200 telefonemas por dia, mais ou menos", diz Cantóia, que trabalha numa espécie de guichê montado no térreo do edifício Praça da Bandeira (antigo Joelma), quartel-general da campanha de Serra. No local, ele também recebe pastores para "um café".

Os telefonemas são feitos para pastores de várias denominações em todo o Estado de São Paulo, em busca de pedido de voto em Serra entre os fiéis de suas respectivas igrejas.

Segundo Cantóia, entre os argumentos para conquistar o engajamento dos evangélicos, além do discurso relativo a valores, como a posição contrária à descriminalização do aborto, está a promessa de apoio a parcerias entre essas igrejas e entidades assistenciais a elas vinculadas com prefeituras e governo, em caso de vitória tucana.

Como exemplo, cita a possibilidade de, com os tucanos no poder, igrejas poderem oferecer apoio a crianças e adolescentes, complementando o período que elas passam na escola. Assistência a idosos também é citada.

"O objetivo é levar as crianças para dentro da igreja", afirma o pastor. "Esse é um dos argumentos. Seriam igrejas em tempo integral, complementando a atividade da escola."

Cantóia afirma, também, tentar intermediar demandas recebidas de pastores junto a prefeituras. Por exemplo, pedidos para que entidades funcionem como creche ou que virem intermediárias do programa Viva Leite, do governo estadual.

Alcides diz ter sido um dos articuladores que levou os pastores Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, e José Wellington Bezerra, de São Paulo, ambos da Assembleia de Deus, a gravarem depoimentos de apoio a Serra, exibidos em sua propaganda na TV.

O Conselho dos Pastores de São Paulo, que reúne representantes de diversas denominações protestantes, estima que cerca de 80 mil pastores em SP apoiem Serra.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/8177 ... icos.shtml

Serra quer vender as almas de toda a população para ganhar a eleição.