Charges do holocausto
Enviado: 06 Fev 2006, 23:25
Jornal iraniano convoca concurso de charges sobre o Holocausto
Da Redação
Com agências internacionais
O mais importante diário iraniano, o "Hamshahri", anunciou nesta segunda-feira que convocou um concurso de charges sobre o Holocausto em resposta às ilustrações publicadas por jornais europeus do profeta Muhammad, o que vem motivando uma onda de violência no mundo árabe e muçulmano.
"Este será um concurso internacional de caricaturas sobre o Holocausto", afirmou Farid Mortazavi, o diretor do jornal, publicado pela prefeitura de Teerã.
Polícia barra acesso de manifestantes à embaixada austríaca em Teerã
Segundo Farid, esta iniciativa é uma resposta aos jornais europeus, que afirmam que as charges de Muhammad --cuja representação é proibida pelos preceitos da religião muçulmana-- foram publicadas em nome da liberdade de expressão.
"Os diários ocidentais publicaram estes desenhos sacrílegos sob pretexto da liberdade de expressão. Vejamos se assumem o que dizem e publicam também os desenhos do Holocausto", frisou.
Segundo o jornal iraniano, os 12 ganhadores do concurso serão premiados com moedas de ouro.
Pelo menos sete pessoas morreram em países muçulmanos nas últimas 48 horas durante protestos contra a publicação de charges supostamente ofensivas ao profeta Muhammad por publicações européias.
Três mortes ocorreram em Mihtarlam, no leste do Afeganistão. Policiais atiraram contra manifestantes que haviam atacado uma delegacia. Duas pessoas ficaram feridas. Em Cabul, milhares de pessoas tentaram arrumbar as portas da base americana de Bagram, e duas pessoas morreram.
Na Somália, uma garoto de 14 anos morreu e várias pessoas ficaram feridas em Bossaso (nordeste do país) durante um confronto entre as forças de segurança e os manifestantes.
Fontes policiais libanesas confirmaram que uma pessoa morreu no domingo durante o ataque à embaixada dinamarquesa em Beirute. O morto é um jovem libanês de 22 anos que perdeu a vida sufocado "pelo fogo provocado pelos próprios manifestantes", segundo a polícia.
Onda de protestos
A onda de protestos já dura uma semana e envolve países como Egito, Turquia, Líbano, Síria, Paquistão, Palestina, Indonésia e Irã, com atos de hostilidades contra consulados e embaixadas de países europeus.
Os países árabes reforçaram as medidas de segurança às missões diplomáticas ocidentais, especialmente a dinamarquesa, após os protestos.
Diversos líderes religiosos pediram aos muçulmanos de todo o mundo que evitem a violência durante as manifestações, pois esta seia contrária à doutrina do Islã.
Nesta segunda-feira, dezenas de iranianos, com o Corão na mão, apedrejaram e atiraram coquetéis molotov contra a embaixada da Áustria em Teerã. A embaixada foi fechada por motivos de segurança, e o Fórum Cultural Austríaco na capital iraniana também foi atacado com coquetéis molotov.
Ainda no Irã, um grupo de manifestantes entrou à força na sede da embaixada dinamarquesa em Teerã, enquanto a polícia tentava evitar a invasão lançando gás lacrimogêneo. Pouco antes, os manifestantes lançaram coquetéis molotov contra a missão diplomática da Dinamarca na capital.
Cerca de 100 policiais conseguiram retirar um pequeno grupo que havia conseguido entrar na sede da embaixada. "Não provoquem danos, o governo iraniano terá de pagá-los!", gritavam os policiais por alto-falantes aos manifestantes.
No Egito, centenas de policiais antidistúrbios estão postados perto da universidade do Cairo e das sedes dos sindicatos de jornalistas e advogados, no centro da capital egípcia.
Em Riad, capital da Arábia Saudita - berço do Islã e onde ficam os locais mais sagrados do mundo para os muçulmanos -, foram estabelecidos postos de controle nas estradas levam à região onde ficam as embaixadas estrangeiras.
Ameaça de bomba em jornal
A sede do jornal "France Soir", o primeiro do país a publicar as polêmicas caricaturas sobre Muhammad, foi evacuada nesta segunda-feira depois de receber uma ameaça de bomba que acabou sendo falsa, informaram os jornalistas da publicação.
Todo o pessoal abandonou a redação, situada em Issy les Moulineaux, periferia de Paris, mas voltou para o trabalho depois que a polícia revistou o lugar e comprovou que não havia nenhum artefato explosivo.
Na quarta-feira passada, o France Soir publicou caricaturas do profeta Maomé que anteriormente foram divulgadas por um jornal dinamarquês e provocaram a ira dos muçulmanos.
O diretor da publicação foi imediatamente destituído pelo proprietário do jornal, de origem egípcia, devido a este assunto.
Polêmica
A polêmica começou em 30 de setembro de 2005, quando um jornal dinamarquês publicou 12 charges envolvendo a figura do profeta Muhammad. Houve protestos da comunidade islâmica, mas eles só repercutiram em 20 de janeiro deste ano, quando uma publicação norueguesa reproduziu as charges, no que foi seguida por várias outras na Europa.
Um porta-voz do Vaticano, o arcebispo britânico Michael Fitzgerald, pediu nesta segunda-feira tanto a cristãos como muçulmanos que mantenham a calma ante a onda de violência antieuropéia desatada no mundo muçulmano por causa da publicação das charges.
A Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) também pediu a "volta ao debate pacífico" para que seja solucionada a crise
http://noticias.uol.com.br/ultnot/2006/ ... 3u189.jhtm
Da Redação
Com agências internacionais
O mais importante diário iraniano, o "Hamshahri", anunciou nesta segunda-feira que convocou um concurso de charges sobre o Holocausto em resposta às ilustrações publicadas por jornais europeus do profeta Muhammad, o que vem motivando uma onda de violência no mundo árabe e muçulmano.
"Este será um concurso internacional de caricaturas sobre o Holocausto", afirmou Farid Mortazavi, o diretor do jornal, publicado pela prefeitura de Teerã.
Polícia barra acesso de manifestantes à embaixada austríaca em Teerã
Segundo Farid, esta iniciativa é uma resposta aos jornais europeus, que afirmam que as charges de Muhammad --cuja representação é proibida pelos preceitos da religião muçulmana-- foram publicadas em nome da liberdade de expressão.
"Os diários ocidentais publicaram estes desenhos sacrílegos sob pretexto da liberdade de expressão. Vejamos se assumem o que dizem e publicam também os desenhos do Holocausto", frisou.
Segundo o jornal iraniano, os 12 ganhadores do concurso serão premiados com moedas de ouro.
Pelo menos sete pessoas morreram em países muçulmanos nas últimas 48 horas durante protestos contra a publicação de charges supostamente ofensivas ao profeta Muhammad por publicações européias.
Três mortes ocorreram em Mihtarlam, no leste do Afeganistão. Policiais atiraram contra manifestantes que haviam atacado uma delegacia. Duas pessoas ficaram feridas. Em Cabul, milhares de pessoas tentaram arrumbar as portas da base americana de Bagram, e duas pessoas morreram.
Na Somália, uma garoto de 14 anos morreu e várias pessoas ficaram feridas em Bossaso (nordeste do país) durante um confronto entre as forças de segurança e os manifestantes.
Fontes policiais libanesas confirmaram que uma pessoa morreu no domingo durante o ataque à embaixada dinamarquesa em Beirute. O morto é um jovem libanês de 22 anos que perdeu a vida sufocado "pelo fogo provocado pelos próprios manifestantes", segundo a polícia.
Onda de protestos
A onda de protestos já dura uma semana e envolve países como Egito, Turquia, Líbano, Síria, Paquistão, Palestina, Indonésia e Irã, com atos de hostilidades contra consulados e embaixadas de países europeus.
Os países árabes reforçaram as medidas de segurança às missões diplomáticas ocidentais, especialmente a dinamarquesa, após os protestos.
Diversos líderes religiosos pediram aos muçulmanos de todo o mundo que evitem a violência durante as manifestações, pois esta seia contrária à doutrina do Islã.
Nesta segunda-feira, dezenas de iranianos, com o Corão na mão, apedrejaram e atiraram coquetéis molotov contra a embaixada da Áustria em Teerã. A embaixada foi fechada por motivos de segurança, e o Fórum Cultural Austríaco na capital iraniana também foi atacado com coquetéis molotov.
Ainda no Irã, um grupo de manifestantes entrou à força na sede da embaixada dinamarquesa em Teerã, enquanto a polícia tentava evitar a invasão lançando gás lacrimogêneo. Pouco antes, os manifestantes lançaram coquetéis molotov contra a missão diplomática da Dinamarca na capital.
Cerca de 100 policiais conseguiram retirar um pequeno grupo que havia conseguido entrar na sede da embaixada. "Não provoquem danos, o governo iraniano terá de pagá-los!", gritavam os policiais por alto-falantes aos manifestantes.
No Egito, centenas de policiais antidistúrbios estão postados perto da universidade do Cairo e das sedes dos sindicatos de jornalistas e advogados, no centro da capital egípcia.
Em Riad, capital da Arábia Saudita - berço do Islã e onde ficam os locais mais sagrados do mundo para os muçulmanos -, foram estabelecidos postos de controle nas estradas levam à região onde ficam as embaixadas estrangeiras.
Ameaça de bomba em jornal
A sede do jornal "France Soir", o primeiro do país a publicar as polêmicas caricaturas sobre Muhammad, foi evacuada nesta segunda-feira depois de receber uma ameaça de bomba que acabou sendo falsa, informaram os jornalistas da publicação.
Todo o pessoal abandonou a redação, situada em Issy les Moulineaux, periferia de Paris, mas voltou para o trabalho depois que a polícia revistou o lugar e comprovou que não havia nenhum artefato explosivo.
Na quarta-feira passada, o France Soir publicou caricaturas do profeta Maomé que anteriormente foram divulgadas por um jornal dinamarquês e provocaram a ira dos muçulmanos.
O diretor da publicação foi imediatamente destituído pelo proprietário do jornal, de origem egípcia, devido a este assunto.
Polêmica
A polêmica começou em 30 de setembro de 2005, quando um jornal dinamarquês publicou 12 charges envolvendo a figura do profeta Muhammad. Houve protestos da comunidade islâmica, mas eles só repercutiram em 20 de janeiro deste ano, quando uma publicação norueguesa reproduziu as charges, no que foi seguida por várias outras na Europa.
Um porta-voz do Vaticano, o arcebispo britânico Michael Fitzgerald, pediu nesta segunda-feira tanto a cristãos como muçulmanos que mantenham a calma ante a onda de violência antieuropéia desatada no mundo muçulmano por causa da publicação das charges.
A Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) também pediu a "volta ao debate pacífico" para que seja solucionada a crise
http://noticias.uol.com.br/ultnot/2006/ ... 3u189.jhtm