Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazista..

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Apo
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Apo »

Edson Jr escreveu:
Apo escreveu:Esta possibilidade só valeria para determinados lugares, então. Visto que em outros países e civilizações funciona justamente o contrário: menos choro, corpo mole e falácias e mais mãos à obra. Por que aqui é diferente? Só para continuarmos justificando nossa tendência ao laissez faire e à dependência eterna de paternalismos?


Ambientes diferentes, reações diferentes.


Interessante que países como o Japão e a Alemanha não tenham usado este argumento.Ou talvez tenham, só que para sair do buraco.

Apo escreveu:Só no Brasil e em países que aceitam este mote. No resto dos lugares é bem diferente.


Que nada! Todos nós precisamos de ilusões, Apo.


Desde que não botemos a culpa nos outros por termos nos "iludido" demais. Daqui a pouco você vai apelar e dizer que todos precisamos de esperança e deus no coração, edson... :emoticon12: Pode parar.

Continua...


`A vontade, mas seja menos romântico...
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Apo
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Apo »

duplo
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Edson Jr
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Edson Jr »

Apo escreveu: Vamos lá:

1. Abriu uma biblioteca pública com acervo muito interessante doado em parte pelo Estado e em parte pela iniciativa privada e outras doações.
2. Sim, foi feita a divulgação amplamente e custeada pelas partes acima.
3. Sim, é de fácil acesso.
4. Sim, está aberta todos os dias.
5. Sim, colocaram na frente uma placa bem grande dizendo: Biblioteca Pública + Acesso gratuito

Por que continua vazia ( como já documentado aqui neste tópico e pode-se observar a qualquer dia da semana entrando numa biblioteca pública)?


Vivemos numa Cultura (ou Ambiente) que valoriza o utilitarismo. Sendo assim, as pessoas tendem a ir para uma Biblioteca, não apenas pelo prazer de ler e aprender e, sim, pelo "O quê que eu vou ganhar com isso?".

Como o Estado oferece uma série de "benefícios", sem que a pessoa se dê ao trabalho de frequentar uma Biblioteca, não seria coerente ela pensar: "Ah, para que ler e aprender?".

Voltemos aos bichos e veremos que não é muito diferente. Um cão que ganha um afago sem nenhuma condição, (ou pior, quando faz birra), se torna mal-acostumado e desobediente.

As pessoas não são tão diferentes.
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Edson Jr »

Apo escreveu:Interessante que países como o Japão e a Alemanha não tenham usado este argumento.Ou talvez tenham, só que para sair do buraco.


Isso mesmo. Se você observa que o ambiente é o responsável, das duas uma: Ou se vitimiza deixando as coisas como estão ou se esforça para mudá-lo, de tal forma que se beneficie disso.

Apo escreveu:A vontade, mas seja menos romântico...


Acho que meu lado escorpião está meio sonolento hoje! :emoticon1:
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Edson Jr
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Edson Jr »

Apo escreveu:Desde que não botemos a culpa nos outros por termos nos "iludido" demais. Daqui a pouco você vai apelar e dizer que todos precisamos de esperança e deus no coração, edson... :emoticon12: Pode parar.


A esperança é interessante. Ao mesmo tempo que é poderosa fonte de frustrações, também é geradora de força e energia para seguir adiante.

Ficou bonito o que disse.

Acho que vou escrever um livro de auto-ajuda... :emoticon1:
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marta
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por marta »

A formiga e o gafanhoto - Versão Brasileira:


Era uma vez uma formiga que trabalhava duro no sol escaldante de verão, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.

O gafanhoto pensou: - Que idiota!

E passou o verão dando gargalhadas, cantando e dançando como nunca.

Ao chegar o inverno, o gafanhoto, tremendo de frio, armou uma barraca de lona na entrada da toca da formiga e convocou toda a imprensa para uma entrevista e exigiu explicações: - Por que é permitido à formiga, uma toca aquecida e boa alimentação, enquanto os gafanhotos estão expostos ao frio e morrendo de fome?

Todos os órgãos de imprensa compareceram à entrevista (SBT, BAND, ZERO HORA, JORNAL DO BRASIL, ESTADÃO. REDE GLOBO, CNM e outros); tiraram muitas fotos do gafanhoto trêmulo de frio e com sinais de desnutrição.

As imagens dramáticas na televisão mostraram um gafanhoto em deplorável condição, sentado num banquinho debaixo de uma barraca de plástico preto e mais adiante mostraram a formiga em sua toca confortável, com uma mesa farta e variada.

O programa do Datena apresentou um quadro de 15 minutos, mostrando o gafanhoto cambaleante.

O povo brasileiro fica perplexo e chocado com o contraste.

A BBC de Londres manda ao Brasil uma equipe para fazer uma reportagem especial a ser distribuída em rede para toda a Europa.

A CBS nos EEUU interrompe uma entrevista coletiva sobre a guerra no Iraque, antes da entrega do Oscar, para mostrar como anda a cidadania dos gafanhotos brasileiros.

A notícia recebe apoio imediato do José Dirceu, com a ressalva de que os recursos devem ser dirigidos ao programa Fome Zero do governo Lula, e cogita uma Emenda Constitucional que aumente os impostos para as formigas e ainda obriga as comunidades a promover a integração social dos gafanhotos.

A formiga, multada por supostamente não entregar sua quota de folhas verdes ao Ministério das Folhas e não tendo como pagar todos os impostos e contribuições que foram apurados retroativamente, pede falência.

A Câmara Federal instala uma comissão de inquérito para investigar a falência fraudulenta de inúmeras formigas abastadas.

O Ministério das Folhas nomeia uma comissão de auditores fiscais suspeitando de que as formigas tenham desviado recursos do FF5 (folhas fresca nº 5 de Banco Central) e declarando-as suspeitas de lavar folhas.

O gafanhoto decide invadir a toca da formiga e lá acampa.

A formiga pede ajuda da polícia e esta informa que não dispõe de efetivo para atender ocorrências desta natureza e também possui orientação em contrário do Secretário de Segurança, que deseja evitar confronto com o MST - MOVIMENTO DOS SEM TOCAS.

A formiga entra com recurso na Justiça para obter a reintegração da toca, mas é negado; o juiz invoca um novo ramo do direito, "O ECONÔMICO" e sentencia que a formiga não provou a produtividade da Toca.

O Ministério da Reforma Agrária desapropria a Toca da Formiga, por não cumprir sua função social e a entrega ao friorento e desnutrido gafanhoto.

O Ministério da Justiça, examinando folhas do Jornal Última Hora, descobre que o gafanhoto foi preso no passado, por promover algumas greves, assaltos e seqüestros (crimes políticos), e consegue sua inclusão no grupo dos perseguidos políticos com direito a indenização federal milionária, e pensão vitalícia.

Agora começa novamente o verão, as formigas trabalham e os gafanhotos cantam e dançam...

MORAL DA ESTÓRIA: TEM???
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
Se deus fosse bom, amá-lo não seria mandamento.

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Apo
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Apo »

EXCELENTE! Vou salvar em uma pasta especial.
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Reid
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Reid »

Apo escreveu:EXCELENTE! Vou salvar em uma pasta especial.


[2] :emoticon1:

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Melchior Valentine
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Melchior Valentine »

A fábula da formiga e do gafanhoto reflete bem o modo de pensar da Apo. No entanto, assim como a usuária, ela não explica por que a formiga trabalha e por que o gafanhoto canta. Se tenta explicar, taca logo um "porque não quer" ou um "porque é malandro", ou ainda (e que o monstro-do-espaguete-voador nos proteja) "porque pobre é assim mesmo". Mas isso não explica nada. E por que não querem, afinal? A cadeia de causalidade não pára numa entidade metafísica mágica e interna ao indivíduo.

Sempre que vejo gente se opondo a comparações animais não-humanos vs. humanos, penso que tal oposição é análoga à recusa de muitos crentes em aceitar a origem comum de ambos a partir da seleção natural. É claro que temos racionalidade (embora definir racionalidade seja um problema; existem experimentos de solução de problemas em que chimpanzés se saem melhor que bebês humanos da mesma idade) e cultura, e esses fatores tornem o comportamento humano bem mais complexo se comparado com o de um rato, mas, se todos os organismos são oriundos da evolução, por que não pensar na idéia de que alguns processos comportamentais sejam comuns a humanos e a outros animais? Mais do que isso: não seria possível pensar a cultura por meio desses processos?

Eu não estou em condições de ler e responder o tópico apropriadamente hoje, em função de uma extração de terceiro molar. Mas também estou gostando muito dele e, a propósito, aceito a idéia de montar um tópico à parte sobre o tema determinismo ambiental vs. livre arbítrio. Até porque o meu propósito aqui era explicitar as razões pelas quais julguei como preconceituoso um determinado ponto de vista que fora apresentado, e espero ao menos ter sido suficientemente claro a quem se deu ao trabalho de ler o que escrevi. Se a discussão acerca disso deu pontas de linha para outros assuntos, aceito a viagem ;D
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Fernando Silva
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Fernando Silva »

Melchior Valentine escreveu:A fábula da formiga e do gafanhoto reflete bem o modo de pensar da Apo. No entanto, assim como a usuária, ela não explica por que a formiga trabalha e por que o gafanhoto canta. Se tenta explicar, taca logo um "porque não quer" ou um "porque é malandro", ou ainda (e que o monstro-do-espaguete-voador nos proteja) "porque pobre é assim mesmo". Mas isso não explica nada. E por que não querem, afinal? A cadeia de causalidade não pára numa entidade metafísica mágica e interna ao indivíduo.

Algumas pessoas (muitas, na verdade) simplesmente não conseguem pensar em um futuro muito distante.
A coisa mais distante que elas enxergam é o dia do pagamento.

Pagamento que elas se apressam em torrar, afinal "depois a gente morre e não aproveitou a vida". E dizem que "sou jovem, tenho disposição, não tenho medo de trabalhar mais se for preciso". Daí vem o inesperado, elas não têm dinheiro para se safar e vêm pedir dinheiro emprestado aos otários (como eu...) que "não sabem aproveitar a vida". Eu digo que não, já que aprendi que elas não devolvem, e elas saem me chamando de FDP.

Acho muito simplória e ofensiva essa história de "a culpa é da sociedade". Minha é que não é. Quando as pessoas pararem de botar no mundo os filhos que não podem sustentar e começarem a economizar para o futuro, além de trabalhar e estudar (mesmo depois do expediente), talvez as coisas mudem.

Enquanto isto, não vou me sentir culpado pela fome dos filhos que ninguém me pediu para ajudar a fazer. E que eu já ajudo a sustentar quando trabalho duro e pago meus impostos.

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salgueiro
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por salgueiro »

Seja bem vindo ao RV, Melchior.

A formiga e o gafanhoto - Versão Brasileira


Nada melhor que um exemplo ou comparativo superficial para ratificar preconceitos
“Um homem é rico na proporção do número de coisas das quais pode prescindir”, Thoreau

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Melchior Valentine
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Melchior Valentine »

Fernando Silva escreveu:Algumas pessoas (muitas, na verdade) simplesmente não conseguem pensar em um futuro muito distante. A coisa mais distante que elas enxergam é o dia do pagamento.

Ok, que haja pessoas que pensam dessa maneira. Mas por que agem assim? A explicação não pára aí, caro.
Quando uma pessoa explica algum comportamento com base no querer ou não querer, ela está fazendo a mesma coisa que os crentes fazem quando evocam a figura de Deus pra explicar a origem da vida, do universo e de tudo mais. Tanto o "querer" quando Deus são explicações tiradas da cartola de um mágico para pôr fim à investigação. Um fim arbitrário que satisfaz quem discursa e quem ouve, e está tudo bem.

Fernando Silva escreveu:Acho muito simplória e ofensiva essa história de "a culpa é da sociedade". Minha é que não é. Quando as pessoas pararem de botar no mundo os filhos que não podem sustentar e começarem a economizar para o futuro, além de trabalhar e estudar (mesmo depois do expediente), talvez as coisas mudem.

E eu acho bem mais simplória e ofensiva, e até mesmo um tanto cega, a idéia de não reconhecer o papel determinante do ambiente. Quem aqui neste fórum almoça olho de cabra ou gafanhoto todo dia e acha uma delícia? Quem aqui tem 12 filhos? Aposto que o ambiente das pessoas daqui seja (e, mais importante ainda, foi) bem diferente dos de chineses ou nordestinos analfabetos. E não adianta dizer que algumas pessoas têm mais filhos apenas por "quererem". Nesses segmentos da sociedade existe (ou ao menos existia) uma espécie de valor de virilidade ao ter muitos filhos, e se o camarada cresceu nesse ambiente, sem ter alguma influência realmente signiticativa de outros valores, ele vai achar o mesmo. O mesmo vale para a tal senhora do interior da Paraíba de quem falei antes: não adianta mostrar pra ela que não faz sentido pagar dízimo se ela recebe o Bolsa Família, porque uma série de comportamentos dela foram moldados de acordo com o ambiente em que ela está, inclusive aquele que corresponde ao medo de perder tudo o que ela tem se não pagar os 10% do "rendimento" todo mês.
E não precisa ser um especialista em comportamento para reconhecer o papel do ambiente nesses assuntos. Você pode pegar livros de geografia e ciências sociais que contenham estudos sérios sobre natalidade e faixa de renda em algumas regiões do País, consultar seus gráficos e tabelas e concluir que há correlação negativa entre os dois. Agora, como explicar isso? Pessoas mais pobres "querem" ter mais filhos e não conseguem enxergar mais longe, ao passo que a gloriosa classe média moralmente imaculada sabe o que faz? Assim não se explica nada.

Salgueiro escreveu:Seja bem vindo ao RV, Melchior.

Obrigado!
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Aranha
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:Algumas pessoas (muitas, na verdade) simplesmente não conseguem pensar em um futuro muito distante.
A coisa mais distante que elas enxergam é o dia do pagamento.

Pagamento que elas se apressam em torrar, afinal "depois a gente morre e não aproveitou a vida". E dizem que "sou jovem, tenho disposição, não tenho medo de trabalhar mais se for preciso". Daí vem o inesperado, elas não têm dinheiro para se safar e vêm pedir dinheiro emprestado aos otários (como eu...) que "não sabem aproveitar a vida". Eu digo que não, já que aprendi que elas não devolvem, e elas saem me chamando de FDP.

Acho muito simplória e ofensiva essa história de "a culpa é da sociedade". Minha é que não é. Quando as pessoas pararem de botar no mundo os filhos que não podem sustentar e começarem a economizar para o futuro, além de trabalhar e estudar (mesmo depois do expediente), talvez as coisas mudem.

Enquanto isto, não vou me sentir culpado pela fome dos filhos que ninguém me pediu para ajudar a fazer. E que eu já ajudo a sustentar quando trabalho duro e pago meus impostos.


- Há uma tendencia entre sua tendência ideológica de avaliar o indivíduo e desprezar a estatística, quando conveniente.

- Entre crianças autistas há uma grande dificuldade para interação social, isso prejudica todos aspectos do desenvolvimento, aprendizagem, por exemplo, é muito difícil ou quase impossível.

- No entanto, há algumas crianças que nascem com capacidade intelectuais excepcionais que permitem que essa tenha relativo sucesso na interação social e cheguem à quase normalidade, um bom exemplo disto é Temple Grandin.

- Sou pai de uma criança autista, o exemplo de Temple Grandin não indica que todas crianças autistas são capazes de chegar onde ela chegou, pelo contrário, ela é uma notável exceção que merece estudos aprofundados que poderão ajudar outras crianças doentes.

- O mesmo pode ser aplicado a analfabetos funcionais, desprovidos desde a infância de noçoes básicas lógico, matemática e outras disciplinas básicas que formam o raciocínio lógico que nos permite avaliar tempo, espaço e recursos, há pessoas que, graças a capacidades superiores, superam essa deficiência, mas estatisticamente há que se reconhecer que tal condição traz prejuízos á construção do pensamento.

- Além do mais, pessoas endinheiradas são tão suscetíveis a falhas de caráter quanto as pobres, aqui em Brasília sempre se reclamou das invasões de terrenos públicos promovidas pelos carentes sem-teto, mas, assim que os filhos da classe média e alta começaram a lidar com a especulação imobiliária monstro e a falta de imóveis no centro, começaram a invadir áreas públicas e construir condomínios de luxo aos montes, tudo igual.

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Fernando Silva »

Melchior Valentine escreveu:Nesses segmentos da sociedade existe (ou ao menos existia) uma espécie de valor de virilidade ao ter muitos filhos, e se o camarada cresceu nesse ambiente, sem ter alguma influência realmente signiticativa de outros valores, ele vai achar o mesmo.

E continua não sendo culpa minha se ele tem um monte de filhos que, por sua vez, serão pobres e gerarão mais pobres.
Nem dessa tal de "sociedade".

E não se diga que eu estou pegando casos isolados: é a minha experiência de vida. Trabalho em fábrica há décadas e sempre pude notar a diferença de comportamento e ambição conforme o nível social. E também notei como aqueles que vieram de baixo, mas tiveram visão e batalharam, conseguiram melhorar de vida.

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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Acauan »

Melchior Valentine escreveu:Nesses segmentos da sociedade existe (ou ao menos existia) uma espécie de valor de virilidade ao ter muitos filhos, e se o camarada cresceu nesse ambiente, sem ter alguma influência realmente signiticativa de outros valores, ele vai achar o mesmo.


Em comunicades agrárias baseadas na lavoura de subsistência, ter muitos filhos significa investir em mais braços para trabalhar a terra no futuro e mais alternativas de sustento na velhice.
Isto está mudando há décadas, com a queda contínua nas taxas de natalidade em todas as classes sociais. Os pobres continuam tendo mais filhos que a classe média e rica, mas mesmo eles têm menos filhos em média hoje, do que tinham no passado.
Com a aposentadoria rural, os programas de auxílio direto e a modernização lenta, mas constante, do campo, é esperado que as taxas de natalidade caiam ainda mais nestas comunidades.

Em geral cultura e ambiente tem uma conexão com razão de ser.
Os problemas se agravam quando a cultura de um determinado ambiente é levada para outro onde os efeitos benéficos são suprimidos e os maléficos ampliados, como é o caso de migrantes rurais que mudam para as periferias das grandes cidades e continuam tendo muitos filhos por lá.
Nós, Índios.

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Melchior Valentine
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Melchior Valentine »

Fernando Silva escreveu:
Melchior Valentine escreveu:Nesses segmentos da sociedade existe (ou ao menos existia) uma espécie de valor de virilidade ao ter muitos filhos, e se o camarada cresceu nesse ambiente, sem ter alguma influência realmente signiticativa de outros valores, ele vai achar o mesmo.

E continua não sendo culpa minha se ele tem um monte de filhos que, por sua vez, serão pobres e gerarão mais pobres.
Nem dessa tal de "sociedade".

E não se diga que eu estou pegando casos isolados: é a minha experiência de vida. Trabalho em fábrica há décadas e sempre pude notar a diferença de comportamento e ambição conforme o nível social. E também notei como aqueles que vieram de baixo, mas tiveram visão e batalharam, conseguiram melhorar de vida.


Primeiro: é a sua experiência de vida generalizante que se traduz em preconceito. Tá lá na definição do dicionário.
Segundo: não sei bem o quão imparcial foram essas notas suas sobre o comportamento de outrem. Se com meros truques visuais as pessoas já têm ilusões de ótica fantásticas, o que dizer sobre juízos sociais tomados dessa forma.

Acrescento ainda mais um outro exemplo de determinação ambiental. Em comunidades carentes nas quais jovens costumam usar drogas, muitas vezes pessoas bem-intencionadas (Há ongs picaretas, mas me refiro agora as "do bem") fazem trabalhos de incentivo ao esporte entre eles, entre outras atividades, e são de conhecimento comum os resultados positivos dessas práticas. Elas não são muito mais que mudanças no ambiente desses jovens, e é nesse ponto em que insisto tanto. Visto isso, com que razão se diz que jovens que usam drogas em comunidades carentes o fazem apenas porque "querem"? Não canso de insistir que explicações no nível do "querer" não só não explicam nada, como propiciam pensamentos preconceituosos dos quais alguns posts deste tópico são exemplares, infelizmente.
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classisista, nazist

Mensagem por Anna »

Apo escreveu:Ninguém quer ser pedreiro ou faxineira a vida toda. Mas é melhor do que se fazer de coitado não é? Há controvérsias.




Eu vejo nessa idéia do brasileiro um ponto central do problema . Há um preconceito social pesado com algumas profissões, que acabam não recebendo a remuneração e treinamento adequado, sendo marginalizadas ou menosprezadas. Quando o presidente Lula afirmou que o pobre queria ser doutor e não pedreiro, eu e o Rubens Pazza discutimos sobre o efeito desse pensamento sobre o mecanismo da sociedade. E de que o país precisa? E pq ser pedreiro é menos valoroso do que ser doutor? Porque só o pobre é que será pedreiro? A menos que achemos que não é necessário algum tipo de aptidão para cada profissão podemos acreditar nisso. Mas não é o que achamos, pois na verdade a associação imediata é: pedreiro é pobre, doutor não. Pobre é burro, preguiçoso e não estuda, doutor é capaz. Logo pobre é pedreiro, pedreiro é uma profissão menor.

Como se inteligência, talento e aptidão pudessem ser comprados. Só que não podem. As profissões devem ter a ver com capacidade e a vontade de cada um em cada uma dessas áreas. Capacidade essa que deveria ser comprovada por algum tipo de medida, pelo fato de cada uma possuir sua especificidade. Temos péssimos pedreiros, assim como péssimos médicos saem em maior número das faculdades do que o contrário. Está cada vez mais dificil de se encontrar a excelência no mercado de trabalho de qualquer área, técnicos ruins, médicos ruins, cientistas ruins, pedreiros, eletricistas e diaristas ruins.

Curiosamente em Manaus é mais fácil encontrar um excelente cientista do que um eletricista, pedreiro ou cozinheira razoável, são todos muito ruins nesse mercado e cobram muito alto, a população acaba pagando pelo mesmo serviço inúmeras vezes.

Esse desprezo pelas profissões, associadas à diferenças de classes e falta de estudo, gera no BrasilI desejo e busca por títulos concedidos ou ganhos, que teoricamente aumentam sua reputação e nível social como um passe de mágica, e não a busca e compreensão de seu papel central no desenvolvimento da sociedade e do país. Isso gera tb, doutores, estudantes, etc, que menosprezam aqueles que se ocupam de posições chaves para o bom funcionamento de nosso trabalho, não por causa do valor monetário que recebem, mas muito mais por que seriam profissões de menor importância. Afinal importante é ser ou ter filho doutor.

Porque todo mundo tem que ser doutor ? Porque é ruim ser pedreiro, padeiro ou faxineiro? O que faremos com tanto graduados, mestres e doutores? Os colocaremos pra cozinhar e construir prédios? Ou vão ser professores frustrados e ruins como a maior parte dos biólogos que entram na faculdade almejando estar na expedição que assistem no globo repórter ou projeto Tamar? Ser pedreiro, faxineiro, ou encanador não implica em ser analfabeto, intelectualmente incapaz, ou gado, e não deveria significar ser pobre ou miserável com salário de fome. As pessoas que constituem a "classe" discutida nesse tópico precisam receber de volta a dignidade que lhes foi roubada, a auto estima. É a falta de dignidade e estima baixa, sentimento de incapacidade que gera os problemas discutidos aqui, é um problema enraizado. Ser tratado como pobre coitado ou aleijadinho social, o incapaz que tem que cobrar dos algozes pela sua situação deplorável, não faz bem também não. Faz tanto mal quanto desprezo ou preconceito. Rouba o "espírito" da pessoa.

Deveria era haver boa formação pra quem exerce profissões que não derivam do conhecimento acadêmico especializado. Afinal a sociedade não se sustenta apenas com médicos, engenheiros, advogados e cientistas. E acho que apenas essa constatação já é o suficiente para valorar e pagar adequadamente a competencia de todas as áreas.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

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Acauan
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classisista, nazist

Mensagem por Acauan »

Anna escreveu:
Ser pedreiro, faxineiro, ou encanador não implica em ser analfabeto, intelectualmente incapaz, ou gado, e não deveria significar ser pobre ou miserável com salário de fome.


Um processo visível em todo o primeiro mundo é que conforme a sociedade enriquece, cresce a demanda por serviços com consequente valorização. Em média, um encanador nos Estados Unidos ganha mais e vive melhor que um graduado no Brasil.
A desvalorização destes serviços em sociedades pobres vem da combinação de excesso de oferta e escassez de qualificação da mão-de-obra.
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salgueiro
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classisista, nazist

Mensagem por salgueiro »

Anna escreveu:
Apo escreveu:Ninguém quer ser pedreiro ou faxineira a vida toda. Mas é melhor do que se fazer de coitado não é? Há controvérsias.




Eu vejo nessa idéia do brasileiro um ponto central do problema . Há um preconceito social pesado com algumas profissões, que acabam não recebendo a remuneração e treinamento adequado, sendo marginalizadas ou menosprezadas. Quando o presidente Lula afirmou que o pobre queria ser doutor e não pedreiro, eu e o Rubens Pazza discutimos sobre o efeito desse pensamento sobre o mecanismo da sociedade. E de que o país precisa? E pq ser pedreiro é menos valoroso do que ser doutor? Porque só o pobre é que será pedreiro? A menos que achemos que não é necessário algum tipo de aptidão para cada profissão podemos acreditar nisso. Mas não é o que achamos, pois na verdade a associação imediata é: pedreiro é pobre, doutor não. Pobre é burro, preguiçoso e não estuda, doutor é capaz. Logo pobre é pedreiro, pedreiro é uma profissão menor.

Como se inteligência, talento e aptidão pudessem ser comprados. Só que não podem. As profissões devem ter a ver com capacidade e a vontade de cada um em cada uma dessas áreas. Capacidade essa que deveria ser comprovada por algum tipo de medida, pelo fato de cada uma possuir sua especificidade. Temos péssimos pedreiros, assim como péssimos médicos saem em maior número das faculdades do que o contrário. Está cada vez mais dificil de se encontrar a excelência no mercado de trabalho de qualquer área, técnicos ruins, médicos ruins, cientistas ruins, pedreiros, eletricistas e diaristas ruins.

Curiosamente em Manaus é mais fácil encontrar um excelente cientista do que um eletricista, pedreiro ou cozinheira razoável, são todos muito ruins nesse mercado e cobram muito alto, a população acaba pagando pelo mesmo serviço inúmeras vezes.

Esse desprezo pelas profissões, associadas à diferenças de classes e falta de estudo, gera no BrasilI desejo e busca por títulos concedidos ou ganhos, que teoricamente aumentam sua reputação e nível social como um passe de mágica, e não a busca e compreensão de seu papel central no desenvolvimento da sociedade e do país. Isso gera tb, doutores, estudantes, etc, que menosprezam aqueles que se ocupam de posições chaves para o bom funcionamento de nosso trabalho, não por causa do valor monetário que recebem, mas muito mais por que seriam profissões de menor importância. Afinal importante é ser ou ter filho doutor.

Porque todo mundo tem que ser doutor ? Porque é ruim ser pedreiro, padeiro ou faxineiro? O que faremos com tanto graduados, mestres e doutores? Os colocaremos pra cozinhar e construir prédios? Ou vão ser professores frustrados e ruins como a maior parte dos biólogos que entram na faculdade almejando estar na expedição que assistem no globo repórter ou projeto Tamar? Ser pedreiro, faxineiro, ou encanador não implica em ser analfabeto, intelectualmente incapaz, ou gado, e não deveria significar ser pobre ou miserável com salário de fome. As pessoas que constituem a "classe" discutida nesse tópico precisam receber de volta a dignidade que lhes foi roubada, a auto estima. É a falta de dignidade e estima baixa, sentimento de incapacidade que gera os problemas discutidos aqui, é um problema enraizado. Ser tratado como pobre coitado ou aleijadinho social, o incapaz que tem que cobrar dos algozes pela sua situação deplorável, não faz bem também não. Faz tanto mal quanto desprezo ou preconceito. Rouba o "espírito" da pessoa.

Deveria era haver boa formação pra quem exerce profissões que não derivam do conhecimento acadêmico especializado. Afinal a sociedade não se sustenta apenas com médicos, engenheiros, advogados e cientistas. E acho que apenas essa constatação já é o suficiente para valorar e pagar adequadamente a competencia de todas as áreas.


:emoticon257:
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Rapidfire
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Rapidfire »

Vejam que Interessante esse estudo:

Desinteresse é o principal motivo da evasão escolar dos jovens, afirma pesquisa da FGV-RJ

A falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o jovem brasileiro a evadir. A pesquisa Motivos da Evasão Escolar, lançada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas - FGV-RJ, revela que 40% dos jovens de 15 a 17 anos que evadem deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante.

A falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o jovem brasileiro a evadir. A pesquisa Motivos da Evasão Escolar, lançada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas - FGV-RJ, revela que 40% dos jovens de 15 a 17 anos que evadem deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante. A necessidade de trabalhar é apontada como o segundo motivo pelo qual os jovens evadem, com 27% das respostas, e a dificuldade de acesso à escola aparece com 10,9%.

Coordenada pelo economista Marcelo Neri, a pesquisa mostra que, apesar de diversos estudos demonstrarem o impacto da Educação na qualidade de vida e na renda dos indivíduos, em 2006, 17,8% da população 15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o Ensino Médio, caso não houvesse atraso escolar, estavam fora da escola.

Entre as motivações que levaram esses jovens a evadir, na comparação entre 2004 e 2006, o desinteresse pela escola caiu de 45,12% para 40,29%, embora ainda seja o principal motivo. Já a necessidade de trabalhar aumentou de 22,75% para 27,09%.

O coordenador da pesquisa acredita que o desinteresse do jovem pela escola reflete a falta de demanda por Educação. "O que a pesquisa está mostrando é que não basta garantir o acesso ou criar programas de transferência de renda para assegurar que esse jovem permaneça na escola, é preciso torná-la mais atrativa, interessante e cativante. O problema da evasão é grave e atinge quase 20% da população de 15 a 17 anos", explica.

Na opinião do pesquisador, as políticas públicas só terão sucesso se houver a concordância e a participação dos pais e os alunos. "É preciso entender as necessidades dos clientes dessas políticas", explica. Marcelo Neri diz que é importante informar e conscientizar esses jovens sobre os benefícios trazidos pela Educação e atraí-los à escola.

Na avaliação de Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco, uma das organizações que patrocinam o estudo, esses dados refletem uma situação preocupante. "As pessoas não estão atentas a esse problema, nem os governos, nem a opinião pública, nem a mídia, não se deram conta de que isto é uma bomba relógio. Estamos alimentando a exclusão desses jovens da entrada no mercado de trabalho moderno e, pior do que isso, excluindo o País de condições de competitividade no mercado internacional", argumenta.

Segundo Wanda Engel, falta ao jovem entender que a Educação é um investimento necessário. "Conseguir o diploma do Ensino Médio é essencial para entrar na vida adulta", afirma. Para ela, o problema precisa ser atacado em três níveis: criar as condições mínimas para que esse jovem freqüente a escola; melhorar a qualidade da escola; e fazer um trabalho para que esse jovem readquira a sua capacidade de sonhar com um futuro. "Os gestores públicos precisam conhecer o fenômeno, avaliar na sua própria realidade o que pesa mais desses três níveis e desenvolver estratégias específicas para cada um", explica.

O estudo, patrocinado por Fundação Educar DPaschoal, movimento Todos Pela Educação, Instituto Unibanco e Fundação Getulio Vargas - Rio de Janeiro, foi realizado com base nos suplementos de Educação das PNADs de 2004 e 2006 e na Pesquisa Mensal do Emprego - PME/IBGE, utilizando as respostas diretas de pais e alunos sobre os motivos da evasão escolar.

Fonte: Todos pela Educação

Mais informações:
Veja a íntegra da pesquisa no site: http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/

VEJA TAMBÉM MATÉRIA DO O GLOBO/AGÊNCIA BRASIL (ABAIXO)

Uma pesquisa sobre motivos da evasão escolar no país realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), revela que o Brasil não conseguirá vencer a batalha pela melhoria da qualidade do ensino se não convencer primeiro os principais protagonistas: os alunos e pais.

O estudo, coordenado pelo chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV, Marcelo Neri, procura saber, por meio de perguntas diretas, por que o jovem não está na escola.

A pesquisa foi realizada para analisar as causas da evasão escolar na visão dos próprios jovens e de seus pais - a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) - e de avaliar a taxa de atendimento escolar - a partir de dados da Pesquisa Mensal do Emprego (PME).

Para o professor Marcelo Neri, é fundamental a participação engajada de pais e alunos para que se chegue a bom termo na evolução dos dados da educação:

- Podemos ganhar todas as batalhas pela melhoria da qualidade da educação, adotando as melhores práticas educacionais, mas se não conseguirmos convencer os principais protagonistas - que são as crianças, os adolescentes e seus país - vamos perder a guerra - diz.

Foram feitas aos estudantes e aos pais perguntas do tipo "porque não estão na escola; se pela necessidade de trabalhar; por não haver vaga ou escola perto de casa; dificuldade de transporte; ou por que não querem a escola que aí está?" Na avaliação do professor, as perguntas serviram para derrubar mitos como o de que os jovens de comunidades pobres deixam a escola entre 15 e 17 anos para trabalhar.

A pesquisa mostra que, ao contrário do mito, muitos desses jovens estão fora da escola não porque são de comunidades pobres e têm que trabalhar. É em regiões ricas, quando a economia está mais aquecida, que eles deixam a escola. O crescimento econômico tira o jovem da escola mais nas regiões ricas do país do que nas mais pobres, que não oferecem oportunidade de trabalho para os pais e seus filhos - explica.

Marcelo Neri disse ainda que a época atual - "de desaceleração da economia em função da crise externa e do 'apagão' da mão-de-obra" - cria uma oportunidade, um efeito colateral, que é positivo no meio de todas as dificuldades: a economia disputar menos o jovem com a escola.

Entre as crianças de até 15 anos abrangidas pelo programa Bolsa Família, o papel do benefício é mais importante pelo controle de freqüência do que pela própria matrícula, uma vez que nessa faixa etária de 96% a 97% já estavam ou continuam na escola. O desafio maior é na faixa de 16 a 18 anos.

O chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV avalia que o efeito do benefício é mais significativo para o crescimento do número de matrículas nas escolas públicas na faixa de 15 a 18 anos.
- Sou um defensor dessa extensão da cobertura etária do Bolsa Família, porém, mais importante do que isso é você aumentar a atratividade da escola. No Brasil, os estudos procuram sempre olhar a questão pelo lado da oferta: você tem que melhorar, incentivar professores. Agora, quando você analisa o desempenho escolar dos alunos, vai ver que 80% das diferenças de notas de aprendizado nos diversos métodos de avaliação se dá por variáveis do domicílio do aluno ou do nível de educação do pai, da mãe ou ainda da renda da família, o que é frustrante para quem está pensando políticas públicas - diz.

A pesquisa mostra ainda a existência de um gargalo no ensino médio, da mesma forma como já existiu no ensino fundamental.
- Esse é o próximo desafio, como foi o ensino fundamental há alguns anos - relata.

Incentivo

Na opinião do economista, no entanto, para vencer este gargalo é preciso criar condições de atrair o jovem para a escola.
- Mais do que criar uma extensão do Bolsa Família para a faixa até os 18 anos, como foi feito agora, a pesquisa mostra que é preciso despertar e conquistar o interesse do jovem em permanecer na escola - explica.

Enquanto as meninas avançam na escolaridade e ainda assim são mais misteriosas ao falar das razões por que abandonam os estudos, os jovens do sexo masculino são mais diretos: não têm interesse ou têm que trabalhar.

Reforma na educação

Para o Ministro da Educação uma das medidas para acabar com a evasão escolar é a reformulação da educação no Brasil, principalmente do ensino médio.
- Há duas reformas importantes em curso. A primeira é do sistema S (Senac e Senai), que terão que investir dois terço dos recursos para a oferta de cursos profissionalizantes gratuitos pra essa faixa estaria de 15 a 18 anos. A outra é a expansão da rede federal de ensino técnico profissional. Nós precisamos associar o ensino médio com a educação profissional. Essas médidas visam fazer com que os jovens vejam interesse em permanecer na escola - explica o ministro, acrescentando que este ano o programa Mais Educação está investindo recursos para ampliar a jornada escolar para o segundo turno com o objetivo de tirar os estudantes da rua e do tráfico de drogas.

Segundo o ministro, a reforma do ensino fundamental também é importante para evitar a evasão.
- A Prova Brasil, que avlaia os alunos de 4ª e 8ª série, vem sendo usada para organizar o currículo do ensino fundamental e também a formação de professores - diz.
"Filipenses 1:18 - Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisso me regozijo, e me regozijarei ainda."(Paulo de Tarso)

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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Apo »

Mas....as bibliotecas públicas continuam vazias...e os butecos continuam cheios.
E o choro pela falta de oportunidades ( por culpa dazelite ) continua vigente.
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Rapidfire »

Aranha escreveu:- Além do mais, pessoas endinheiradas são tão suscetíveis a falhas de caráter quanto as pobres, aqui em Brasília sempre se reclamou das invasões de terrenos públicos promovidas pelos carentes sem-teto, mas, assim que os filhos da classe média e alta começaram a lidar com a especulação imobiliária monstro e a falta de imóveis no centro, começaram a invadir áreas públicas e construir condomínios de luxo aos montes, tudo igual.

Abraços,


É isso mesmo aranha. Aqui em Brasília se criou a cultura de Invasão: http://www.roriznaomamae.com.br/?p=1740
Isso sim é culpa do governo que sempre incentivou a invasão e a ocupação de áreas públicas. Roriz, antes de empurrar a mulher, estava prometendo até terras da união e de preservação ambiental. E isso se tornou um padrão populista de política aqui, qualquer candidato que não toque no assunto "regularizar" estará fadado ao fracasso.
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Rapidfire »

Apo escreveu:Mas....as bibliotecas públicas continuam vazias...e os butecos continuam cheios.
E o choro pela falta de oportunidades ( por culpa dazelite ) continua vigente.


Aqui em Brasília as bibliotecas públicas estão jogadas as traças e há pouquíssimos livros. Minha cidade nem biblioteca tem e a Nacional está com os livros encaixotados. Aliado a isso, temos espíritos de porcos que roubam livros. As iniciativas de apoio a leitura por parte do governo são mínimas.
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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Johnny »

Pessoal, o tópico está ótimo. Será que não poderíamos já criar o dito cujo com seu tema principal. Ficaria mais fácil de localizar inclusive e tiraria a característica "pessoal" original. Me proponho a ajudar na cópia se for preciso.

Abraços e parabéns
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Re: Para os que me chamam de sectarista, classissista, nazis

Mensagem por Apo »

Rapidfire escreveu:
Apo escreveu:Mas....as bibliotecas públicas continuam vazias...e os butecos continuam cheios.
E o choro pela falta de oportunidades ( por culpa dazelite ) continua vigente.


Aqui em Brasília as bibliotecas públicas estão jogadas as traças e há pouquíssimos livros. Minha cidade nem biblioteca tem e a Nacional está com os livros encaixotados. Aliado a isso, temos espíritos de porcos que roubam livros. As iniciativas de apoio a leitura por parte do governo são mínimas.


Tirando o Governo e voltando à questão colocada como ela é: por que as bibliotecas e casas de cultura disponíveis ( porque gratuitas) estão vazias?

Por que há tanta resistência em admitir que o povo não se interessa realmente por cultura? A culpa é sempre do governo e da elite?
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Trancado