José Serra , o Terrorista

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Johnny
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José Serra , o Terrorista

Mensagem por Johnny »

No inquérito conduzido pelo delegado-adjunto de ordem política Benedicto Sidney Alcântara em 28 de setembro de 1965, Serra era apontado como “cabeça” do “movimento revolucionário que grassava na classe estudantil” antes do golpe.

- por Natalia Viana, no Última Instância

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Durante o período eleitoral, o passado de militância política da candidata Dilma Rousseff (PT) foi relembrado em reportagens de jornais, revistas e TV. Dilma recordou em sua propaganda eleitoral o período em que esteve presa e foi torturada, enquanto e-mails e panfletos apócrifos a acusaram de "terrorista".

Não houve muita gente interessada em levantar como os serviços de segurança e informação do país avaliavam o papel de José Serra (PSDB), que até 31 de março de 1964 presidiu a UNE (União Nacional dos Estudantes). O que dizem os arquivos do regime militar sobre o candidato da oposição?

Consultados por Última Instância, as fichas, prontuários e dossiês compilados pelo Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social ) nos anos 1960 e 1970 – hoje no Arquivo Público do Estado de São Paulo – revelam que, para os órgãos de segurança, Serra também esteve "envolvido em atos de terrorismo" e fazia discursos "extremistas", conclamando estudantes e trabalhadores para a "revolução".

Serra também foi julgado, à revelia, pela Justiça Militar, e condenado a três anos de prisão por "fazer publicamente propaganda de processos violentos para a subversão da ordem política ou social".

Os arquivos do Deops indicam que Serra era acompanhado pelos serviços de segurança antes de mesmo do golpe de 1964.

Eleito presidente da UNE em julho de 1963, o tucano participou ativamente do movimento de apoio ao ex-presidente João Goulart e resistência ao golpe militar. Seu dossiê no Deops – um grande resumo dos principais relatórios feitos pelo departamento sobre a sua atuação – mostra como os agentes da inteligência seguiam suas atividades, consideradas "subversivas".

Os relatórios registraram a participação do líder estudantil em eventos de solidariedade a Cuba: Serra assinou uma carta de apoio à revolução de Fidel e Raúl Castro, dirigida "ao povo paulista" de 23 de outubro de 1962. Também participou, segundo a polícia política, do encontro continental de solidariedade a Cuba em fevereiro do ano seguinte.

Nesta época, os agentes acompanhavam qualquer evento que pudesse sugerir, mesmo que remotamente, apoio ao comunismo internacional. Foi assim no encontro com cosmonautas soviéticos, celebridades mundiais por conta da conquista espacial, no auditório da Biblioteca Municipal em 26 de março de 1963.

O relatório minucioso nota que os cosmonautas chegaram acompanhados pelo embaixador da Rússia, por dirigentes da União Cultural Brasil-União Soviética, e por Serra, então presidente da UEE: "Este dando início à reunião leu um documento que registrava a passagem dos 'gêmeos' do espaço por esta cidade (...). José Serra, durante a leitura do referido documento, foi acometido de forte crise nervosa, chegando a chorar convulsivamente."

Meses antes do golpe, os relatórios sobre Serra sobem de tom. Em 23 de agosto de 1963, recém-empossado na UNE, Serra participou de um comício em homenagem a Getúlio Vargas no Rio, a convite de João Goulart. Seu discurso foi considerado "extremista" pelos agentes de segurança.

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"Na oportunidade o marginado orou, atacando o general Amaury Kruel e afirmou que os estudantes, unidos ao comando geral dos trabalhadores, vão percorrer todo o país numa campanha contra o Ibad (Instituto Brasileiro Ação Democrática)", diz o dossiê do Deops. "Aduz ainda o relatório que José Serra foi um dos elementos que efetuou maiores ataques extremistas, sendo mais aplaudido que o próprio João Goulart".

Outro relatório citado no dossiê, datado de 10 de dezembro 1963, refere-se a uma assembleia realizada no sindicato dos metalúrgicos de São Paulo: “Esteve presente também o presidente da UNE, José Serra, o qual disse: o momento é para a revolução dos trabalhadores, sargentos e estudantes, que todos unidos não terão a menor dúvida que serão vitoriosos”.

Falar em revolução, na época, era visto como altamente perigoso. Por isso, os militares não gostaram do discurso de Serra no comício que serviu de justificativa para o golpe de 31 de março de 1964, o da Central do Brasil, ocorrido em 13 de março. Segundo o dossiê do Deops, Serra defendeu o governo, elogiou a ampliação das liberdades democráticas e a encampação das refinarias de petróleo. E teria concluído: “Hoje nós já estamos no tempo das marchas em busca da revolução brasileira”.

Condenação

Serra jamais foi acusado formalmente de terrorismo, mesmo porque sua condenação na Justiça Militar ocorreu em 1966, antes do endurecimento da lei para combater os opositores do regime.

Na época, a lei de segurança nacional em vigor era de 1953 e ainda não usava o termo “terrorismo”, como fizeram as posteriores (o decreto-lei nº 314, de 1967 e o decreto-lei nº 898, de 1969).

Mesmo assim, os militares viam as ações do líder estudantil como violentas, subversivas e, pelos menos em uma ocasião, como ações de terrorismo.

No inquérito conduzido pelo delegado-adjunto de ordem política Benedicto Sidney Alcântara em 28 de setembro de 1965, Serra era apontado como “cabeça” do “movimento revolucionário que grassava na classe estudantil” antes do golpe.

Pouco depois do golpe, o estudante exilou-se em Paris, e depois no Chile. Nesse período, foi julgado à revelia e condenado pela Justiça Militar na 2ª Auditoria da 2ª Região Militar, com base na letra “a” do artigo 11 da Lei de Segurança Nacional de 1953, sob acusação de “fazer publicamente propaganda de processos violentos para a subversão da ordem política ou social”.

Três anos depois, em 16 de outubro de 1969, atendendo a uma solicitação do Diretor da Divisão de Identificação Civil e Criminal, a Delegacia Especializada de Ordem Política e Social incluiu José Serra em uma extensa relação de “envolvidos em atos de terrorismo com prisão preventiva decretada”.

O regime já havia endurecido e opositores eram chamados de “terroristas”. O ex-presidente da UNE, então exilado no Chile, não escapou disso.

Monitorado no exílio

Durante o exílio no Chile, Serra uniu-se ao grupo de brasileiros que denunciavam a repressão da ditadura no exterior. Por isso, entre 1969 e 1973, continuou sendo monitorado, mas pelo Ciex (Centro de Informações do Exterior), ligado ao Itamaraty.

Na ficha remissiva do Deops, Serra é chamado de “elemento subversivo” pela atuação a época. Os agentes de inteligência também o acusavam de buscar a “infiltração nos setor estudantil do Brasil”, ao fazer em 1970 “inúmeras viagens entre Santiago e Montevidéu com despesas pagas pelo esquema Miguel Arraes/Almino Affonso” (os dois políticos, exilados, continuavam a articular as forças de oposição).

Em 1972, Serra teve seu mandado de prisão revogado por prescrição da pena, decisão tomada pela 2ª Auditoria do 2º Conselho de Justiça Militar. Por isso, pôde voltar ao Brasil antes da anistia que beneficiou os outros oposicionistas cassados pelo regime.

Mas, quando voltou ao país em 1977, suas atividades continuaram sendo monitoradas pelo governo. Em junho daquele ano, foi chamado a depor sobre sua atuação no Chile. Pela primeira vez, junto à sua ficha aparece a característica foto de frente e de perfil.

No seu dossiê no Deops, há também relatos sobre eventos, debates e reuniões aos quais ele compareceu até o ano de 1980.

Filiado ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), Serra tentou se candidatar à Câmara dos Deputados em 1978, mas sua candidatura foi impugnada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Os juízes entenderam que ele não tinha sido reabilitado criminalmente, já que não cumpriu a pena por estar fora do país.

Serra só voltaria a ter o direito de se candidatar depois da anistia de 1979. Foi eleito deputado federal, senador, prefeito e governador do Estado de São Paulo. Hoje, concorre pela segunda vez à presidência da República. A ex-guerrilheira Dilma Roussef briga para ser a primeira mulher na presidência. Prova de que o país mudou muito desde quando se chamavam os que lutaram contra o regime de "terroristas".

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/PARA+DITADURA+SERRA+TAMBEM+ERA+TERRORISTA+E+PREGAVA+A+REVOLUCAO+TUCANO+FOI+CONDENADO+A+TRES+ANOS+DE+PRISAO+_71749.shtml
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Re: José Serra , o Terrorista

Mensagem por Apo »

Ok. Temos 2 bandidos de extrema esquerda na parada.

Vamos aos critérios de desempate:

- Lula foi Presidente, mas não matou ninguém.

- Serra nunca foi visto aos beijos com Castro, Morales, Chavez, Ahamadinejad, Battisti, FARC, Zelaya,Vaticano, Crivella...além de Sarney, Collor e turma. Mas deve ser porque nunca foi Presidente.

E agora o que é que faço?






Ih....esqueci da Dilma. Putz que lapso.
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Re: José Serra , o Terrorista

Mensagem por Apo »

Achei uma coisa velha aqui numa edição de IstoÉ. Interessante porque mostra como os milicos viam o Serra, inclusive João Goulart, então Presidente.

José Serra
N° Edição: 1836 | 15.Dez.04 - 10:00 | Atualizado em 29.Out.10 - 14:19

"Você foi um adversário leal." Foi o que ouviu José Serra em outubro de 2002, ao telefonar para Luiz Inácio Lula da Silva, que o chamava de "querido".

Florência Costa


"Você foi um adversário leal.” Foi o que ouviu José Serra em outubro de 2002, ao telefonar para Luiz Inácio Lula da Silva, que o chamava de “querido”. Lula, sem saber, desferiu o maior dos elogios ao adversário. Perguntado sobre a qualidade que mais admira em uma pessoa, Serra responde: “A lealdade.” É na adversidade que mais cresce este economista de 62 anos – que será, a partir de 1º de janeiro, o 59º prefeito de São Paulo, a megalópolis de dez milhões de habitantes. “Alguns amigos acham que sou melhor nas adversidades do que na prosperidade. Aceitar um desafio é minha especialidade”, conta. O amigo Aloysio Nunes Ferreira, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, observa: “É impressionante a sua capacidade de transformar idéias em prática.” Fanático por cinema, Serra entrou no palco da política pelas portas do teatro. Foi o ator principal da peça Vento forte para papagaio subir, de José Celso Martinez, nos anos 60, quando cursava engenharia na USP e participava do grupo de teatro da faculdade.

Foi encenando que o rapaz conseguiu disfarçar a timidez. Dali saltou para os palanques políticos do movimento estudantil: foi o último presidente da União Nacional dos Estudantes antes do golpe militar, há 40 anos, quando a UNE tinha status de partido. Aos 21 anos, Serra já dividia palanques com políticos de proa, como o então presidente João Goulart. “Há generais loucos atrás de ti. Eu é que não deixo eles te fazerem mal”, comentou Goulart, como lembra Serra no livro O sonhador que faz, do jornalista Teodomiro Braga. Nascido no bairro operário da Mooca, em São Paulo – filho do vendedor de frutas calabrês Francisco Serra, já falecido, e de Serafina –, Serra vivia no Rio de Janeiro, quando teve que se refugiar no consulado da Bolívia, em 1964. O general Costa e Silva comentara com os bolivianos: “Este não deixaremos ir embora. É muito perigoso.”

Mas Serra já era osso duro de roer. Tinha 22 anos quando fugiu para o exílio. Longe do Brasil, ficou deprimido. “Tomei o primeiro e último pileque (de pisco) na vida”, conta. Da Bolívia, rumou para a França, voltou ao Brasil em 1965 – quando escondeu-se na casa da atriz Beatriz Segall –, mas teve que partir de novo. Foi para o Chile, onde conheceu vários outros exilados, como o atual prefeito do Rio, Cesar Maia, a quem aconselhou estudar economia. Casou com Mônica Allende, que dançava no Ballet Nacional do Chile. Depois dos livros e do cinema, o balé e o futebol são as grandes paixões deste palmeirense roxo, leitor voraz de Machado de Assis e Fyódor Dostoiévsky.

Os filhos nasceram no Chile: Verônica, em 1969, e Luciano, em 1973. Em setembro daquele ano, Serra enfrentava o seu segundo golpe militar: o que derrubou o socialista Salvador Allende. “Algumas pessoas se destacaram por levar, em várias oportunidades, companheiros até a embaixada (do Panamá). Uma delas, o ex-presidente da UNE José Serra, que muitas vezes se arriscou para salvar a vida de refugiados que transportava até o local”, lembrou um deles, Leopoldo Paulino, no livro Tempo de resistência, lançado em 1998. Luciano tinha três meses quando Serra foi preso no aeroporto de Santiago, ao tentar fugir do país com a família, que ficou na capital. “Aqui dice que usted es un subversivo, un agitador y un intelectual muy vivo”, disse o policial. Serra foi levado para o Estádio Nacional, onde milhares foram torturados e mortos. O major que decidiu liberá-lo acabou sendo fuzilado dias depois. Refugiou-se na embaixada da Itália e partiu para os Estados Unidos, onde se doutorou em economia pela Universidade de Cornell. Voltou ao Brasil em 1978, após 14 anos de exílio. Professor de economia da Unicamp, em 1983 assumiu a mais importante pasta do governador Franco Montoro: a Secretaria de Economia e Planejamento. Foi sua estréia no cenário em que mais gosta de atuar: o Executivo.

Lá, ganhou fama de saneador. A partir dali ganhou muitas outras famas e tornou-se alvo de folclores. A lista é imensa: hipocondríaco, notívago, trabalhador, pão-duro, mal-humorado, pavio-curto, impaciente, obcecado, antipático, detalhista, centralizador, competente, e por aí vai. “O meu humor em geral melhora ao longo do dia. O ponto melhor é quando a luz do dia começa a ir embora”, contou no livro O sonhador que faz. Outra fama é a de que costuma telefonar para os outros de madrugada. “Há um pouco de folclore sobre isso. Ao longo dos últimos anos corrigi os raros excessos”, justifica-se. Admite algumas, como a impaciência, “especialmente quando as coisas vão devagar”. Alvo de inúmeras brincadeiras dos amigos, como FHC, a lenda de que viu uma vaca pela primeira vez aos 50 anos espraiou-se: “Foi invenção de Fernando Henrique. Na verdade, vi com 17 anos.”

Citado como ministeriável desde a redemocratização, ocupou um lugar no Planalto pela primeira vez em 1996. O ministro do Planejamento não media palavras para criticar a política cambial que sobrevalorizou o real. Mas foi como ministro da Saúde – a partir de 1998 – que o economista chegou ao ápice de sua atuação política. “Havia uma vantagem em ser um economista no Ministério da Saúde: não se deixar enganar pelos economistas dos outros ministérios”, resumiu. Saiu do governo como o melhor da equipe de FHC. A revista World Link, do Fórum Econômico Mundial, de Davos (Suíça), o incluiu no ministério ideal do mundo. Serra fez por merecer. Enfrentou lobbies pesados, como os das indústrias farmacêutica e tabagista, e chegou até a ser ameaçado de morte. Criou os genéricos, acabou com a propaganda do cigarro e liderou uma das mais eficientes campanhas contra a Aids no mundo.

No Legislativo também demonstrou fôlego de campeão. Elegeu-se deputado federal em 1986, novamente em 1990 e ganhou uma vaga no Senado em 1994. Teve duas derrotas além da campanha presidencial de 2002: quando tentou conquistar a Prefeitura de São Paulo, em 1988 e em 1996. Devoto de Santa Rita de Cássia, a santa das causas impossíveis, Serra conseguiu realizar o sonho de chegar ao Executivo pelas urnas no dia 31 de outubro. Era para ter sido batizado como Jorge, em homenagem ao avô italiano Giorgio. Mas dona Serafina deu à luz o filho único, em 1942, em 19 de março, dia de São José, que o papa Benedito XV (1854 a 1922) declarou patrono da justiça social. É tudo o que o Brasil mais espera de seus políticos.

http://www.istoe.com.br/reportagens/845 ... ternalPage
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Johnny
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Re: José Serra , o Terrorista

Mensagem por Johnny »

POde-se dizer que os filhos de Serra sao pés-de-chileno
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