Fabris escreveu:Se eu entendi, em sua opinião, qualquer questão em debate só apresenta um único ângulo correto de abordagem e todos os outros são errados. É isso?Herf escreveu:Se uma pessoa achasse que o eleitor do candidato oponente sabe votar direito, então o candidato oponente nem seria oponente, seria o próprio candidato dela.
Quando as alternativas são contraditórias, sim.
É claro que sim, ou jamais teríamos uma democracia. Achar uma idéia válida não é necessariamente concordar com ela. Eu sou palmeirense. Tenho o direito de achar que os torcedores de todos os demais times não entendem de futebol?Herf escreveu:Sério. O sujeito agora é obrigado a achar que a opinião do outro é também válida?
"Válido" aqui não é ser digno de respeito, mas ser coerente. Achar que uma idéia é inválida não implica necessariamente achar que o seu defensor deva ser calado. O direito de tomar decisões estúpidas deve sim ser respeitado (com limites, é claro).
Eu não classifico quem discorda de minhas opiniões como fascista. Fascista, para mim é aaquele que classifica todos os discordantes de uma opinião pessoal (que acha a única correta) como ignorantes;Herf escreveu:Quem impõe alguma coisa sobre os demais aqui é quem qualifica a opinião discordante com adjetivos como "fascista", como se no simples ato de discordar e criticar os outros - e achar que a sua própria opinião é mais fundamentada que a dos demais, como se isso não fosse uma obviedade: se eu achasse a opinião dos outros válida, ela seria também a minha opinião - estivesse embutido todo um conjunto de ameaças às liberdades individuais.
Está distorcendo...
Não se trata de qualificar como "ignorante" em um sentido geral, mas no que diz respeito ao campo da opinião em questão. Quem vota em favor de uma proposta de inchamento dos poderes e atribuições do estado na esperança de que isso contribuirá para um crescimento generalizado da riqueza e qualidade de vida, votou errado. Se 200 milhões votam em favor dessa proposta, estão todos errados.
E quem define o que é "votar direito"? Você?Herf escreveu:Não necessariamente. Pode significar também que esses 55 milhões não votaram direito.
Ninguém "define" coisa alguma. Trata-se de usar a razão apenas. Se alguém preza pela liberdade e vota em um candidato e um partido demonstravelmente contrários à liberdade pela qual preza, então essa pessoa não votou direito.
Em uma democracia, se o processo é correto, o estasdo e governo resultantes serão um espelho fiel do que é a sociedade. Ou para você "humildes intelectualmente", "pessoas sem acesso a melhores (o que define melhor ou pior aqui?) informações", "desinteressados por política", "irresponsáveis" e "interesseiros" não deveriam ter direito a voto?Herf escreveu:Seja por eles serem humildes intelectualmente e por isso não terem acesso às melhores informações para definir o seu voto, seja por serem desinteressados por política, seja porque são irresponsáveis ou interesseiros mesmo. Ou uma mistura de todos.
Sério que você entendeu esse negócio de restrição de voto a partir do que eu escrevi?