Chávez anuncia golpe de estado com 2 anos de antecedência

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Fernando Silva
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Chávez anuncia golpe de estado com 2 anos de antecedência

Mensagem por Fernando Silva »

"O Globo" 13/11/10
'Um golpe de Estado anunciado com dois anos de antecedência'

Para Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática, o gesto de Hugo Chávez traz mensagens: de que a vitória da oposição nas eleições presidenciais de 2012 é possível, mas que esse resultado não seria aceito pelo governo. Preocupado, ele enviou cartas à OEA e ao Brasil.

Cristina Azevedo

O GLOBO: Qual o conteúdo da carta que o senhor enviou à OEA e ao chanceler Celso Amorim?
RAMÓN GUILLERMO AVELEDO: A preocupação da Mesa, como aliança de partidos, é que a OEA e os países amigos acompanhem o que está acontecendo na Venezuela, já que todos assinamos a Carta Democrática. O presidente, há duas semanas, declarou que um triunfo da oposição nas eleições de 2012 seria desconhecido por uma rebelião militar e popular. Agora, o general Rangel Silva faz uma declaração no mesmo sentido. E a resposta do presidente, quando há uma reação do país e do secretário-geral da OEA, é promover Rangel ao posto mais alto das Forças Armadas.

Lamentavelmente, não se trata do único caso de descumprimento da Constituição. Estão expropriando empresas sem seguir o procedimento e causas previstos, estão ignorando a imunidade parlamentar dos deputados eleitos, a descentralização das competências em relação a estados e municípios. É uma tendência preocupante.

Chávez reagiu mal à declaração de Insulza.

O senhor acredita que mesmo assim a OEA poderá ajudar?
AVELEDO: Creio que temos o dever de nos manifestar e de pedir que prestem atenção. Hoje há uma tutela internacional sobre direitos humanos e democracia, com a qual estão comprometidos todos os países signatários. Por isso, nos dirigimos à OEA e nos dirigiremos ao Mercosul, onde a Venezuela deseja entrar. A evolução dos acontecimentos pode ser muito ruim para os venezuelanos e ter implicações no âmbito latino-americano.

O que significa a promoção de Rangel Silva?
AVELEDO: É um gesto com vários sentidos. Um, o reconhecimento do governo de que é possível um triunfo da oposição em 2012. Em segundo lugar, algo curiosíssimo e provavelmente inédito: que se anuncie um golpe de Estado com dois anos de antecedência. O presidente quer mostrar que premia quem lhe é leal, quer enviar um sinal ao mundo militar e continuar em sua política de intimidação.

As eleições de setembro foram um golpe político que ele ainda não assimilou.

Para 2012, o senhor acredita que a oposição conseguirá apresentar um projeto unificado?
AVELEDO: A Unidade Democrática é uma aliança ampla, que teve mais de 5,3 milhões de votos nas eleições parlamentares e, por um truque do sistema eleitoral, tem 65 deputados, diante de 98 do governo, que teve cem mil votos mais. Há um programa comum com um projeto democrático para o país e o compromisso de escolher um candidato único à Presidência. O que é grave é que o presidente e o general partam do princípio que um triunfo da oposição não seria reconhecido.

Trancado