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Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 14 Nov 2010, 09:54
por Johnny
Oferta, que envolveu cessão de ações, fez com que funcionário permanecesse na empresa; cerca de 10% dos cérebros do Facebook vieram da Google.
A Google ofereceu 3,5 milhões de dólares a um funcionário para que ele não aceitasse uma oferta de emprego do Facebook, informou o TechCrunch na noite de quinta-feira (11/11).
A oferta milionária foi feita a um engenheiro, que voltou atrás e permaneceu na Google, afirmou o site. O bônus envolveu a cessão de ações da Google, com base no valor de mercado no dia da transação.
Na quarta-feira (10/11), o Wall Street Journal noticiou que a Google vai conceder 10% de aumento a todos seus funcionários em janeiro, como parte de uma ação para reter os talentos da empresa.
A medida visa impedir a fuga de cérebros para a concorrência, especialmente para o Facebook, onde 10% de sua força de trabalho veio da empresa.
No entanto, pelo menos um dos funcionários não receberá o aumento: também na quarta, a pessoa responsável pelo vazamento da informação sobre o aumento foi demitida, segundo o CNNMoney.com.
Re: Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 14 Nov 2010, 10:31
por Apáte
A prova viva que leis trabalhistas são em sua maioria inúteis.
Re: Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 14 Nov 2010, 11:22
por Acauan
Este fenônemo pode ser constatado diariamente no mercado.
No Brasil, a maior empresa de softwares empresariais vive problema análogo.
Ela vende os softwares e depois vende os serviços de assistência técnica, cobrando um valor por hora do cliente e pagando um salário fixo ao analista de sistemas que executa o serviço.
Estes analistas perceberam que possuiam o conhecimento técnico necessário para, com um investimento mínimo, oferecer os serviços diretamente aos clientes, cobrando deles a metade do preço cobrado pela software-house e ganhando o dobro do que receberiam como funcionários, simplesmente eliminando o intermediário na prestação do serviço.
As maravilhas do livre mercado.
Daqui a pouco aparece algum petista propondo regular o mercado através de uma agência nacional do software e dando um jeito de acabar com as micro-empresas do setor que pulverizam o mercado, fogem do controle direto do estado e não pagam as taxas de proteção que fazem a alegria da rataiada.
Re: Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 14 Nov 2010, 14:35
por Apáte
Acauan,
Somando o título do tópico ao modo de pensar esquerdista, parece que esse é justamente o problema.
Quando o trabalhador pensa em mergulhar no empreendedorismo individual ou trocar de emprego, a empresa oferece ao coitadinho 3,5 milhões de dólares e mais um aumento substancial no salário, "tirando" dele qualquer chance de concorrer no "livre"-mercado.
Pobrezinho, 3,5 milhões de dólares...
Re: Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 15 Nov 2010, 06:27
por Johnny
Acauan escreveu:Este fenônemo pode ser constatado diariamente no mercado.
No Brasil, a maior empresa de softwares empresariais vive problema análogo.
Ela vende os softwares e depois vende os serviços de assistência técnica, cobrando um valor por hora do cliente e pagando um salário fixo ao analista de sistemas que executa o serviço.
Estes analistas perceberam que possuiam o conhecimento técnico necessário para, com um investimento mínimo, oferecer os serviços diretamente aos clientes, cobrando deles a metade do preço cobrado pela software-house e ganhando o dobro do que receberiam como funcionários, simplesmente eliminando o intermediário na prestação do serviço.
As maravilhas do livre mercado.
Daqui a pouco aparece algum petista propondo regular o mercado através de uma agência nacional do software e dando um jeito de acabar com as micro-empresas do setor que pulverizam o mercado, fogem do controle direto do estado e não pagam as taxas de proteção que fazem a alegria da rataiada.
Aí eu vejo um problema Acauan, exatamente por não haver uma lei regulamentadora e de proteção ao intelecto. Explico: Um sistema (ou um aplicativo específico como de controle de estoques, etc) leva em si um DNA. Assim como os sistemas operacionais, deveria também este software ter um recurso de proteção à quem o desenvolve e distribui. Salvo aplicativos que sejam por nascença livres (open source) eu diria que o que eles fazem pode ser tratado como crime. Explico novamente: Na maioria das empresas em que trabalhei e em que envolve sugestões intelectuais (mudanças no projeto original de uma máquina por exemplo, que proporcione aumento de produtividade, de segurança e etc, mas que não estava contemplado no projeto original, estas empresas lhe pressiona a assinar um termo de compromisso em não exigir direitos sobre tal, normalmente com alguns dizeres do tipo, abstenho-me de solicitar autoria ou propriedade intelectual sobre tal. Antigamente, as empresas ofereciam um "prêmio" à quem sugerisso tais modificações e com este prêmio, teria um "apoio" legal, onde a empresa alegaria que "comprou" o tal projeto. Depois, me parece que a lei andou e uma empresa não poderia comprar algo de seu empregado e também não poderia retirar e etc e realmente não sei como isso ficou até hoje.
Voltando ao aplicativo (software). Se uma empresa desenvolve um aplicativo, seus empregados devem (deveriam) ter um contrato de fidelidade para com o tal aplicativo e à empresa. Algo como um know-how, e isto não acontece. Também não sei como isso ocorre na esfera Microsoft, se ela vigia empresas de profissionais que dão "suporte" à parte ao SO por exemplo sem se utilizar (pagar) à MS.
Um mecânico pode consertar carros de qualquer marca, mas obrigatoriamente, deve comprar uma peça fabricada pela marca. Não sei se fui claro.
Re: Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 15 Nov 2010, 06:30
por Johnny
Apáte escreveu:Acauan,
Somando o título do tópico ao modo de pensar esquerdista, parece que esse é justamente o problema.
Quando o trabalhador pensa em mergulhar no empreendedorismo individual ou trocar de emprego, a empresa oferece ao coitadinho 3,5 milhões de dólares e mais um aumento substancial no salário, "tirando" dele qualquer chance de concorrer no "livre"-mercado.
Pobrezinho, 3,5 milhões de dólares...
Nunca conheci ninguém que tenha recebido 10 mil sequer para permanecer na empresa. Na maioria das vêzes, é oferecido um "cubro a oferta" e depois, acaba sendo demitido pois sabe com é, é um forte candidato a te deixar na mão no pior momento.
Mas estamos falando de Google, não de empresas tupiniquins.
Re: Quando a força de trabalho é a força da empresa
Enviado: 16 Nov 2010, 00:02
por Apo
Johnny escreveu:Apáte escreveu:Acauan,
Somando o título do tópico ao modo de pensar esquerdista, parece que esse é justamente o problema.
Quando o trabalhador pensa em mergulhar no empreendedorismo individual ou trocar de emprego, a empresa oferece ao coitadinho 3,5 milhões de dólares e mais um aumento substancial no salário, "tirando" dele qualquer chance de concorrer no "livre"-mercado.
Pobrezinho, 3,5 milhões de dólares...
Nunca conheci ninguém que tenha recebido 10 mil sequer para permanecer na empresa. Na maioria das vêzes, é oferecido um "cubro a oferta" e depois, acaba sendo demitido pois sabe com é, é um forte candidato a te deixar na mão no pior momento.
Mas estamos falando de Google, não de empresas tupiniquins.
As pessoas certamente não lhe contariam que receberam benefícios consideráveis, foram promovidas ou até tiveram seu salário dobrado quando são realmente importantes para a empresa. Também acontece de a empresa oferecer sociedade porque o cara conta que foi convidado para ir para a concorrência, por exemplo. Mas tem que ser bom, né? Zé Migué se ferra mesmo. E a empresa não tem obrigação alguma de ser chantageada ou de manter um incompetente em seu quadro. Você manteria?