Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

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zumbi filosófico
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Se fosse para fazer contra-espantalhos equivalentes, então perguntaria, "onde estão as evidências de que ninguém precisa se preocupar em usar camisinha, quanto a AIDS ao menos, desde que só pratique sexo com pessoas do sexo oposto?".


Você pode fazer o contra-espantalho que quiser.

Difícil vai ser mostrar na minha explanação onde está a falha lógica.

Pode começar respondendo a pergunta sobre onde estão as centenas de milhões de infectados heterossexuais que deveriam existir após trinta anos de epidemia, se a AIDS seguisse as curvas típicas de disseminação de uma DST incurável?


Eu só vejo sentido em responder por coisas que sejam de falto alegações/previsões que estivessem realmente sendo feitas ou defendidas.
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zumbi filosófico
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Esse site é criado e mantido por uma série de cientistas que combatem o negacionismo sobre HIV/AIDS. É uma fonte perfeitamente aceitável para qualquer um que não seja conspiracionista ou simpatizante.


Sendo que conspiracionistas ou simpatizantes são designações muito convenientes para se aplicar a quem defende teses diferentes das nossas.
E cientistas por cientistas, site por site, tá cheio de fontes por aí dizendo o contrário. Você só pinçou o que lhe interessava e tratou de classificar todas as demais com o pejorativo da moda.


A realidade dita em forma simples é que as opiniões das pessoas ou posicionamentos científicos não são todos igualmente certos ou eternamente dignos de consideração. Existe o mainstream científico, que resulta do acúmulo de pesquisas e mais pesquisas, mas de vez em quando sobram ou surgem pequenos grupos defendendo coisas divergentes. Eles não são sempre/interentemente errados, obviamente, mas na maior parte das vezes, é o caso. As coisa calham de ser como aparentam ser pela maior parte dos estudos, sendo relativamente raras as "revoluções".

Esse pessoal do site enfrenta mais especificamente as afirmações daqueles que negam a relação entre HIV e AIDS, e também tem algumas informações um pouco mais paralelas, de "uso" não exclusivo desse outro grupo, como essa citada.



Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Não, não há relevância alguma em percepção cotidiana das pessoas. Uma boa pesquisa na internet em sites não conspiracionistas nos dá melhores noções sobre o status de um assunto qualquer, polêmico ou não, do que nossas percepções cotidianas ou mesmo memórias de várias manchetes ao longo dos anos.


E certamente você descobre que site é conspiracionista e qual não é pesquisando na Internet.

ô pensamentinho circular este...


Sim. Mas isso não se trata mais de "pensamento circular" do que avaliar as alegações de livro lendo mais livros sobre o assunto. Pesquisar sobre um assunto é a melhor maneira de se informar sobre ele, em oposição a evidências anedóticas, impressões pessoais, etc. O fato do conteúdo estar disponibilizado comumente e convenientemente na internet não afeta em nada, desde que se tenha certos cuidados, mais ou menos da mesma forma que se teria com livros.
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Acauan
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Se fosse para fazer contra-espantalhos equivalentes, então perguntaria, "onde estão as evidências de que ninguém precisa se preocupar em usar camisinha, quanto a AIDS ao menos, desde que só pratique sexo com pessoas do sexo oposto?".


Você pode fazer o contra-espantalho que quiser.

Difícil vai ser mostrar na minha explanação onde está a falha lógica.

Pode começar respondendo a pergunta sobre onde estão as centenas de milhões de infectados heterossexuais que deveriam existir após trinta anos de epidemia, se a AIDS seguisse as curvas típicas de disseminação de uma DST incurável?


Eu só vejo sentido em responder por coisas que sejam de falto alegações/previsões que estivessem realmente sendo feitas ou defendidas.


Traduzindo: Não pode responder.

Aliás, nem você e nem os tais sites não-conspiracionistas e não-simpatizantes.
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Acauan
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Esse site é criado e mantido por uma série de cientistas que combatem o negacionismo sobre HIV/AIDS. É uma fonte perfeitamente aceitável para qualquer um que não seja conspiracionista ou simpatizante.


Sendo que conspiracionistas ou simpatizantes são designações muito convenientes para se aplicar a quem defende teses diferentes das nossas.
E cientistas por cientistas, site por site, tá cheio de fontes por aí dizendo o contrário. Você só pinçou o que lhe interessava e tratou de classificar todas as demais com o pejorativo da moda.


A realidade dita em forma simples é que as opiniões das pessoas ou posicionamentos científicos não são todos igualmente certos ou eternamente dignos de consideração. Existe o mainstream científico, que resulta do acúmulo de pesquisas e mais pesquisas, mas de vez em quando sobram ou surgem pequenos grupos defendendo coisas divergentes. Eles não são sempre/interentemente errados, obviamente, mas na maior parte das vezes, é o caso. As coisa calham de ser como aparentam ser pela maior parte dos estudos, sendo relativamente raras as "revoluções".


Mainstream é o novo nome da moda usado Internet afora quando se comete o bom e velho apelo à autoridade.
Note que o parágrafo acima dá a entender que uma polêmica se resolve contando os títulos posicionados de cada lado da pendenga e não averiguando a veracidade de cada tese.


zumbi filosófico escreveu: Esse pessoal do site enfrenta mais especificamente as afirmações daqueles que negam a relação entre HIV e AIDS, e também tem algumas informações um pouco mais paralelas, de "uso" não exclusivo desse outro grupo, como essa citada.


E basta um dado – mais de 50% dos novos infectados por HIV nos Estados Unidos são gays, dado admitido inclusive pela militância homossexual de lá, para levantar uma dúvida plausível sobre a honestidade do artigo em questão.

Já que falamos em "fontes" veja HIV and AIDS among Gay and Bisexual Men

Talvez considere o CDC - Centers for Disease Control and Prevention, do governo dos Estados Unidos da America outra fonte conspiracionista...


zumbi filosófico escreveu:
Acauan escreveu:E certamente você descobre que site é conspiracionista e qual não é pesquisando na Internet.

ô pensamentinho circular este...


Sim. Mas isso não se trata mais de "pensamento circular" do que avaliar as alegações de livro lendo mais livros sobre o assunto. Pesquisar sobre um assunto é a melhor maneira de se informar sobre ele, em oposição a evidências anedóticas, impressões pessoais, etc. O fato do conteúdo estar disponibilizado comumente e convenientemente na internet não afeta em nada, desde que se tenha certos cuidados, mais ou menos da mesma forma que se teria com livros.


Leia o que você próprio escreveu:

Não, não há relevância alguma em percepção cotidiana das pessoas. Uma boa pesquisa na internet em sites não conspiracionistas nos dá melhores noções sobre o status de um assunto qualquer, polêmico ou não, do que nossas percepções cotidianas ou mesmo memórias de várias manchetes ao longo dos anos.


Você sugeriu que pesquisa sites não conspiracionistas e confirmou que sabe que estes sites não são conspiracionistas pesquisando em outros sites não conspiracionistas que confirmam isto.

Depois veio com uma explicação que reflete um conjunto de sintomas muito comum na Internet, que alguém chamou de Síndrome do Sábio Instantâneo, que é achar que o Google tem o poder de fabricar autoditatas em qualquer assunto.

Ainda nos tempos dos livros, autodidatas bem sucedidos eram casos raríssimos, gente que a duras penas aprendia primeiro o método, depois as bibliografias e então se entregava sistematicamente ao estudo.
A grande maioria da turma que se lançava só com a cara e a coragem às bibliotecas sem este arcabouço de talento e determinação viravam apenas diletantes bem informados, mas nunca conhecedores de coisa alguma.

E mesmo assim estariam patamares acima do padrão atual, sustentado por duas palavras chave jogadas no motor de busca.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

E já que enfiei o pé na jaca.

Mainstream é o escambau.

Quem é minimamente informado sobre o assunto sabe que praticamente toda discussão sobre os mecanismos de contágio e disseminação do HIV, bem como a relação HIV x AIDS, tem por fontes primárias pouquíssimos estudos, sendo que a miríade de informação que se vê por aí são na imensa maioria repetições ou comentários dos estudos originais em questão.

Qualquer abordagem sobre os méritos de cada lado na polêmica deveria partir de identificar estes estudos originais e contrabalançar as evidências pró e contra levantadas pelos defensores de cada lado.

Só não digo que estudos são estes (dica, foram publicados pelo CDC) porque amanhã vai aparecer gente que conhece os postulados desde criancinha.
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zumbi filosófico
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Resumindo as coisas.

Não estou defendendo, nem conheço alguém que defenda, que todos os tipos de sexo têm as mesmas chances de transmitir HIV. Os homens homossexuais têm as maiores chances, as mulheres homossexuais, praticamente não tem chance. Desconheço meios para se levar esse tipo de coisa em consideração no que concerne aos impostos, e quanto a saúde pública, é arriscado promover a noção de que essas diferentes probabilidades implicam ausência de risco para quem não for homem gay.



O google não faz autodidatas instantâneos. Eu não sou autodidata, só acho que é razoavelmente simples filtrar informação de qualidade. Para começar, se focar nos sites de pesquisa de artigos científicos, e não de gente reclamando do complô para ocultar a verdade por causa dos lobbies gayzistas/feministas/evolucionistas/vacinistas/fluoristas/etc. Não que esses vão só necessariamente falar besteira. Vão muitas vezes até mesmo citar artigos científicos de verdade. É comum citações fora de contexto, mas pode até haver cientistas de verdade os corroborando em todas as letras. Aí se busca o que outros cientistas dizem sobre o que esse cientista diz. E etc. Geralmente/praticamente universalmente, a coisa vai levar todo o jeito de estar significativamente mais inclinada para o lado da maioria dos cientistas, não dos dissidentes.

Fazer esse tipo de avaliação não faz de ninguém um "autodidata", apenas mais bem informado do que simplesmente ter noções baseadas em memória de manchetes e casos pessoais ou de amigos, ou mesmo simplesmente ler em algum site que acuse o mainstream como politicamente correto e/ou vendido. Mais do que fazer autodidatas, a internet amplia tremendamente a popularização de alegações científicas que não têm sustentação. Especialmente quando há algum apelo político ou ideológico a realidade alternativa oferecida.

É isso.
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zumbi filosófico
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Se fosse para fazer contra-espantalhos equivalentes, então perguntaria, "onde estão as evidências de que ninguém precisa se preocupar em usar camisinha, quanto a AIDS ao menos, desde que só pratique sexo com pessoas do sexo oposto?".


Você pode fazer o contra-espantalho que quiser.

Difícil vai ser mostrar na minha explanação onde está a falha lógica.

Pode começar respondendo a pergunta sobre onde estão as centenas de milhões de infectados heterossexuais que deveriam existir após trinta anos de epidemia, se a AIDS seguisse as curvas típicas de disseminação de uma DST incurável?


Eu só vejo sentido em responder por coisas que sejam de falto alegações/previsões que estivessem realmente sendo feitas ou defendidas.


Traduzindo: Não pode responder.

Aliás, nem você e nem os tais sites não-conspiracionistas e não-simpatizantes.


E os evolucionistas não vão responder por que não se encontra o crocopato.
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Apáte
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Apáte »

Resumo de toda discussão com o ímpio.

Zumbi Filosófico escreveu:
Usuário com mínimo de sensatez escreveu:
Julio Severo ou qualquer outro conservador maluco escreveu:Um círculo é redondo.

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Não sei como podem levar a sério o que diz um sujeito anti-vacinação, ainda mais quando o cientista <coloque nome aqui> com o nome do record mundial reconhecido pelo Guiness Book em títulos acadêmicos na sua área diz que círculos não são redondos.

Blablablablablabla infinito
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi

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Acauan
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu: Não estou defendendo, nem conheço alguém que defenda, que todos os tipos de sexo têm as mesmas chances de transmitir HIV. Os homens homossexuais têm as maiores chances, as mulheres homossexuais, praticamente não tem chance. Desconheço meios para se levar esse tipo de coisa em consideração no que concerne aos impostos, e quanto a saúde pública, é arriscado promover a noção de que essas diferentes probabilidades implicam ausência de risco para quem não for homem gay.


Você postou um artigo que diz que o intercurso heterossexual é responsável por 70% a 80% dos casos mundiais de AIDS.
Esta é uma informação desonesta e mentirosa.
Desonesta porque omite que estes números refletiriam apenas o padrão africano de disseminação da doença. Como o continente registra a maioria dos casos, as estatísticas são distorcidas uma vez que tal padrão é completamente distinto do observado no resto do mundo – onde a AIDS se caracteriza como uma epidemia entre homossexuais masculinos, fato que tentam sistematicamente mascarar.

E mentirosa porque não existe nenhuma explicação científica até o momento para os padrões de disseminação da AIDS na África e muito menos porque se difere tanto dos demais padrões.

Ou seja, você republica desinformação certo de que está fazendo o oposto e faz isto sob influência de grupos organizados.
Pode espernear e dizer que não, que é conspiracionismo e blá-blá-blá, mas as informações que citei acima são corretas, o que encerra o assunto.

Quanto aos impostos, políticas de saúde pública são propagandeadas como visando proteger toda a população, quando na verdade privilegia determinado grupo minoritário. Talvez o grupo minoritário deva ser privilegiado nestas circunstâncias, talvez não, mas o fato é que tal privilégio se dá sob argumentos mentirosos.

No mais, os números que citei, de fontes médicas e estatísticas confiáveis deixam claro que não é impossível homens exclusivamente heterossexuais contraírem AIDS por via sexual, mas em uma lista de riscos de saúde a que este grupo está sujeito, este ficaria entre os últimos – talvez como as chances de um piano cair-lhe sobre a cabeça enquanto caminha na calçada.


zumbi filosófico escreveu:O google não faz autodidatas instantâneos. Eu não sou autodidata, só acho que é razoavelmente simples filtrar informação de qualidade. Para começar, se focar nos sites de pesquisa de artigos científicos, e não de gente reclamando do complô para ocultar a verdade por causa dos lobbies gayzistas/feministas/evolucionistas/vacinistas/fluoristas/etc. Não que esses vão só necessariamente falar besteira. Vão muitas vezes até mesmo citar artigos científicos de verdade. É comum citações fora de contexto, mas pode até haver cientistas de verdade os corroborando em todas as letras. Aí se busca o que outros cientistas dizem sobre o que esse cientista diz. E etc. Geralmente/praticamente universalmente, a coisa vai levar todo o jeito de estar significativamente mais inclinada para o lado da maioria dos cientistas, não dos dissidentes.


Não foi o que você fez.
Você tinha uma opinião formada sobre o assunto, procurou no Google algum material que referendasse sua opinião e publicou um artigo contendo informações manipuladas politicamente, cujas meias-verdades ocultavam mentiras inteiras.

Ou seja, você pode achar que tem senso crítico e método, mas está contaminado por este dualismo conspiracionista-não conspiracionista, que divide as fontes como mocinhos e bandidos, quando na verdade a pesquisa intelectualmente honesta segue critérios diferentes.

Note que você não buscou fontes primárias – primeira regra.
Digo isto porque você parece um rapaz inteligente e é uma pena que desperdice potencial se preocupando com coisas como "para que lado pende a maioria dos cientistas" quando deveria perguntar "qual a consistência da base de dados primária?".


zumbi filosófico escreveu: Fazer esse tipo de avaliação não faz de ninguém um "autodidata", apenas mais bem informado do que simplesmente ter noções baseadas em memória de manchetes e casos pessoais ou de amigos, ou mesmo simplesmente ler em algum site que acuse o mainstream como politicamente correto e/ou vendido. Mais do que fazer autodidatas, a internet amplia tremendamente a popularização de alegações científicas que não têm sustentação. Especialmente quando há algum apelo político ou ideológico a realidade alternativa oferecida.


Não sei quem seria o informado por noções baseadas em memórias de manchetes e casos pessoais e nem me interessa.
Você se crê informado, mas frequentemente posta desinformação, como fez agora, movido apenas por motivações ideológicas que parece ignorar.

Se quer seguir por este caminho, seja feliz.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:
Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Se fosse para fazer contra-espantalhos equivalentes, então perguntaria, "onde estão as evidências de que ninguém precisa se preocupar em usar camisinha, quanto a AIDS ao menos, desde que só pratique sexo com pessoas do sexo oposto?".


Você pode fazer o contra-espantalho que quiser.

Difícil vai ser mostrar na minha explanação onde está a falha lógica.

Pode começar respondendo a pergunta sobre onde estão as centenas de milhões de infectados heterossexuais que deveriam existir após trinta anos de epidemia, se a AIDS seguisse as curvas típicas de disseminação de uma DST incurável?


Eu só vejo sentido em responder por coisas que sejam de falto alegações/previsões que estivessem realmente sendo feitas ou defendidas.


Traduzindo: Não pode responder.

Aliás, nem você e nem os tais sites não-conspiracionistas e não-simpatizantes.


E os evolucionistas não vão responder por que não se encontra o crocopato.


A estratégia do "sua pergunta é estúpida demais para ser respondida" muitas vezes deixa dúvida sobre em qual dos lados está a estupidez.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Como eu disse, só faz algum sentido se responder pelo que se afirma, não por qualquer coisa que for imaginada/alegada/implicada como afirmação.

Eu nunca li nada, nem afirmei nada, sobre se esperar que a AIDS tivesse um padrão "típico" de disseminação de todas outras doenças venéreas. Nunca imaginei que tivesse, nem imagino por que alguém iria supor que "deveria" ter. Eu acho até estranho demais se falar de um padrão "típico" para doenças venéreas para começar, colocando tudo no mesmo saco.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu:Como eu disse, só faz algum sentido se responder pelo que se afirma, não por qualquer coisa que for imaginada/alegada/implicada como afirmação.


A colocação é bastante lógica.
Após trinta anos de alegada epidemia de AIDS entre heterossexuais ninguém sabe onde estão os infectados que deveria haver, fora a África, como dito um caso ainda não entendido.

Quem defende que 70%-80% da transmissão de AIDS se dá por contágio heterossexual deveria saber responder esta pergunta.


zumbi filosófico escreveu:Eu nunca li nada, nem afirmei nada, sobre se esperar que a AIDS tivesse um padrão "típico" de disseminação de todas outras doenças venéreas. Nunca imaginei que tivesse, nem imagino por que alguém iria supor que "deveria" ter. Eu acho até estranho demais se falar de um padrão "típico" para doenças venéreas para começar, colocando tudo no mesmo saco.


De novo, vá às fontes primárias sobre epidemiologia e infectologia. Verá que padrão de disseminação é dado vital para se entender as características de propagação de uma doença infecto-contagiosa.

E não falei em padrão típico para doenças venéreas e sim sobre padrões infecto-contagiosos historicamente conhecidos que servem de comparação, como blenorragia e sífilis.
Comparar padrões também é básico.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu: Não estou defendendo, nem conheço alguém que defenda, que todos os tipos de sexo têm as mesmas chances de transmitir HIV. Os homens homossexuais têm as maiores chances, as mulheres homossexuais, praticamente não tem chance. Desconheço meios para se levar esse tipo de coisa em consideração no que concerne aos impostos, e quanto a saúde pública, é arriscado promover a noção de que essas diferentes probabilidades implicam ausência de risco para quem não for homem gay.


Você postou um artigo que diz que o intercurso heterossexual é responsável por 70% a 80% dos casos mundiais de AIDS.
Esta é uma informação desonesta e mentirosa.
Desonesta porque omite que estes números refletiriam apenas o padrão africano de disseminação da doença. Como o continente registra a maioria dos casos, as estatísticas são distorcidas uma vez que tal padrão é completamente distinto do observado no resto do mundo – onde a AIDS se caracteriza como uma epidemia entre homossexuais masculinos, fato que tentam sistematicamente mascarar. E mentirosa porque não existe nenhuma explicação científica até o momento para os padrões de disseminação da AIDS na África e muito menos porque se difere tanto dos demais padrões.


Não tem conspiração tentando mascarar nada.

[...] HIV is unquestionably transmitted through heterosexual intercourse. Indeed, heterosexual intercourse is now responsible for 70-80% of all HIV transmissions worldwide (2). The current likelihood of male to female infection after a single exposure to HIV is 0.01-0.32% (2, 3), and the current likelihood of female to male infection after a single exposure is 0.01-0.1% (2). These estimates are mostly derived from studies in the developed world. However, a man or a woman can become HIV-positive after just one sexual contact. In developing countries, particularly those in sub-Saharan Africa, several factors (co-infection with other sexually transmitted diseases, circumcision practices, poor acceptance of condoms, patterns of sexual partner selection, locally circulating viral subtypes, high viral loads among those who are infected, etc.) can increase the likelihood of heterosexual transmission to 20% or even higher (4). Evidence that specifically documents the heterosexual transmission of HIV comes from studies of HIV-discordant couples (i.e., couples in a stable, monogamous relationship where one partner is infected and the other is not); over time, HIV transmission occurs (5). Other studies have traced the transmission of HIV through networks of sexual partners (6-9). Additional evidence comes from intervention studies that, for example, promote condom use or encourage reductions in the numbers of sexual partners: the documented success of these interventions is because they prevent the sexual transmission of HIV (1,10,11). [...]

http://www.aidstruth.org/denialism/misuse/padian






Ou seja, você republica desinformação certo de que está fazendo o oposto e faz isto sob influência de grupos organizados.
Pode espernear e dizer que não, que é conspiracionismo e blá-blá-blá, mas as informações que citei acima são corretas, o que encerra o assunto.[color]


Você pode espernear dizendo que é conspiração, mas as informações referenciadas no artigo são de diversos cientistas que, até o que se sabe, são idôneos, e não se tem real indício de conspiração.



[color=yellow]
Quanto aos impostos, políticas de saúde pública são propagandeadas como visando proteger toda a população, quando na verdade privilegia determinado grupo minoritário. Talvez o grupo minoritário deva ser privilegiado nestas circunstâncias, talvez não, mas o fato é que tal privilégio se dá sob argumentos mentirosos.

No mais, os números que citei, de fontes médicas e estatísticas confiáveis deixam claro que não é impossível homens exclusivamente heterossexuais contraírem AIDS por via sexual, mas em uma lista de riscos de saúde a que este grupo está sujeito, este ficaria entre os últimos – talvez como as chances de um piano cair-lhe sobre a cabeça enquanto caminha na calçada.


Risco individual baixo pode parecer insignificante, mas não se pode enxergar a coisa por esse aspecto quando pensamos em populações inteiras e saúde pública.

Imagem

Imagem

http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtm ... a3.htm#tab


Não estou dizendo que toda a política que se tem, seja lá qual for, é impecável e que não haja um problema de irresponsabilidade com que se lidar.


zumbi filosófico escreveu:O google não faz autodidatas instantâneos. Eu não sou autodidata, só acho que é razoavelmente simples filtrar informação de qualidade. Para começar, se focar nos sites de pesquisa de artigos científicos, e não de gente reclamando do complô para ocultar a verdade por causa dos lobbies gayzistas/feministas/evolucionistas/vacinistas/fluoristas/etc. Não que esses vão só necessariamente falar besteira. Vão muitas vezes até mesmo citar artigos científicos de verdade. É comum citações fora de contexto, mas pode até haver cientistas de verdade os corroborando em todas as letras. Aí se busca o que outros cientistas dizem sobre o que esse cientista diz. E etc. Geralmente/praticamente universalmente, a coisa vai levar todo o jeito de estar significativamente mais inclinada para o lado da maioria dos cientistas, não dos dissidentes.


Não foi o que você fez.
Você tinha uma opinião formada sobre o assunto, procurou no Google algum material que referendasse sua opinião e publicou um artigo contendo informações manipuladas politicamente, cujas meias-verdades ocultavam mentiras inteiras.


A minha "opinião formada" sobre o assunto decorre meramente de nunca ter ouvido nenhuma autoridade sugerir que ninguém além dos homossexuais masculinos devesse se preocupar com risco de adquirir AIDS, e saber que, apesar de haver sim grupos de risco, o risco não é rigidamente liitado a eles, não sendo desprezíveis o número de pessoas, de menor risco, que têm o vírus. E tanto mais tendem a haver quanto menores fossem as políticas preventivas, e quanto mais se promovesse a idéia de que não há risco para heterossexuais. Sem falar do efeito colateral em outras doenças menos "assustadoras".



Ou seja, você pode achar que tem senso crítico e método, mas está contaminado por este dualismo conspiracionista-não conspiracionista, que divide as fontes como mocinhos e bandidos, quando na verdade a pesquisa intelectualmente honesta segue critérios diferentes.


Não é só uma questão de dividir as fontes entre mocinhos e bandidos, "conspiracionistas" só foram citados aqui porque são uma provável fonte de informações que destoam do que é normalmente defendido, e, para uma avaliação mais rápida sobre um assunto, algo que talvez não cumpra todos requisitos ideais de uma "pesquisa intelectualmente honesta", embora não veja desonestidade nisso, apenas praticidade em se reduzir a perda de tempo, é aconselhável se evitar fontes com características típicas dos conspiracionistas. Só isso. O meu ponto principal aqui não foi fazer uma divisão de conspiracionistas e não conspiracionistas, e só reafirmar o que disse no trecho anterior. Os cientistas não julgam que a AIDS seja um problema exclusivo dos homens homossexuais apesar deles serem o principal grupo de risco. Poderia ter dito, "podem procurar em qualquer site" para constatar isso, mas preferi deixar a ressalva "menos conspiracionistas", pois nesses vai encontrar afirmações contrárias para qualquer coisa que se imagine.




Note que você não buscou fontes primárias – primeira regra.
Digo isto porque você parece um rapaz inteligente e é uma pena que desperdice potencial se preocupando com coisas como "para que lado pende a maioria dos cientistas" quando deveria perguntar "qual a consistência da base de dados primária?". [/color]


Novamente, isso é só um jeito razoavelmente rápido de se informar sobre algo, sem precisar se aprofundar sobre o assunto, virar autodidata. Não sugeri que a maioria sempre esteja certa porque é a maioria, nem nada. Apenas há um bocado de gente defendendo coisas como que:

- não há deriva continental, o planeta cresce;
- o homem não evoluiu nas savanas, mas nas margens do rio, sendo praticamente um macaco aquático;
- o homem não está "no fim" da árvore evolutiva, depois dos répteis e anfíbios, mas na verdade os bípedes evoluíram primeiro de larvas aquáticas, e deles que surgiram os quadrúpedes;
- o universo não expande, nunca ocorreu o big-bang, mas é eterno, sem início algum

etc.

Não são todos totalmente compostos de pinéis ou conspiracionistas "bandidos", não dá para colocar todos no mesmo saco a não ser como um saco de gente que não defende aquilo que é tido como consenso científico atualmente, aquilo que, no decorrer dos estudos, até da história, acabou "vencendo", passando nos testes.

Para uma noção geral das coisas, o menos arriscado é se basear nas afirmações "standard" da ciência, não nesses caras, que não raramente pecam por informação incompleta ou ultrapassada, no mínimo. Se quiser estudar por diversão, aí sim, é interessante se aprofundar nessas questões, dissecar tudo. Mas ninguém tem tempo para fazer isso com toda questão possível.



zumbi filosófico escreveu: Fazer esse tipo de avaliação não faz de ninguém um "autodidata", apenas mais bem informado do que simplesmente ter noções baseadas em memória de manchetes e casos pessoais ou de amigos, ou mesmo simplesmente ler em algum site que acuse o mainstream como politicamente correto e/ou vendido. Mais do que fazer autodidatas, a internet amplia tremendamente a popularização de alegações científicas que não têm sustentação. Especialmente quando há algum apelo político ou ideológico a realidade alternativa oferecida.


Não sei quem seria o informado por noções baseadas em memórias de manchetes e casos pessoais e nem me interessa.
Você se crê informado, mas frequentemente posta desinformação, como fez agora, movido apenas por motivações ideológicas que parece ignorar.

Se quer seguir por este caminho, seja feliz.


Bem, a "ideologia" aqui é simplesmente de me preocupar com o que as pessoas movidas por "outras" ideologias podem estar promovendo de errado e potencialmente perigoso.

O pessoal que parece se importar demais com certas coisas que que uns adultos fazem consensualmente nos seus quartos, ou mesmo simplesmente tenham uma certa dificuldade geral em questões sexuais, defende também que a melhor educação sexual é "pregar" a abstinência. Por pura lógica, até que deveria dar certo, mas na verdade os adolescentes que recebem esse tipo de educação tem maior incidência de doenças venéreas e gravidez do que aqueles que recebem "aulas de sexo/depravação" na escola.
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Acauan
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu:Não tem conspiração tentando mascarar nada.


Continua usando o termo conspiração como apelo emocional.
O texto que citou enrola e enrola para ficar na ladainha da AIDS heterossexual, omitindo sistematicamente que mais de 50% dos novos contaminados na America são homossexuais masculinos, mesmo estes representando de 1% a 5% da população.

O resto é conversa mole prá boi dormir.


zumbi filosófico escreveu:Você pode espernear dizendo que é conspiração, mas as informações referenciadas no artigo são de diversos cientistas que, até o que se sabe, são idôneos, e não se tem real indício de conspiração.


Primeiro, quem fala em conspiração é você.
E se o melhor fundamento que tem são coisas vagas como "diversos cientistas" e "até o que se sabe idôneos", lamento.
Como disse, uma boa análise nas fontes primárias faz mais que mil apelos a autoridade.


zumbi filosófico escreveu:Risco individual baixo pode parecer insignificante, mas não se pode enxergar a coisa por esse aspecto quando pensamos em populações inteiras e saúde pública.


Ai que chatice isto de não desenvolver nenhuma idéia própria e ficar postando links em substituição.

Administrar Saúde Pública é basicamente aplicar recursos finitos da melhor maneira, logo o principal é estabelecer prioridades que representem o melhor possível as reais necessidades da população.

Não é preciso nenhum link para entender que há algo errado em se gastar bilhões no tratamento do bicho de pé enquanto se corta verbas para o atendimento clínico preventivo.

Se os números da AIDS heterossexual não justificam o dinheiro gasto nas campanhas de prevenção, o erro se repete em outro grau, mas se repete.


Zumbi Filosofico escreveu:A minha "opinião formada" sobre o assunto decorre meramente de nunca ter ouvido nenhuma autoridade sugerir que ninguém além dos homossexuais masculinos devesse se preocupar com risco de adquirir AIDS, e saber que, apesar de haver sim grupos de risco, o risco não é rigidamente liitado a eles, não sendo desprezíveis o número de pessoas, de menor risco, que têm o vírus. E tanto mais tendem a haver quanto menores fossem as políticas preventivas, e quanto mais se promovesse a idéia de que não há risco para heterossexuais. Sem falar do efeito colateral em outras doenças menos "assustadoras".


O fato de nunca ter ouvido certas coisas pode implicar que tem ouvido apenas o que quer ouvir, por procurar respostas apenas onde sabe que obterá as que quer receber.
Na Universidade de São Paulo há imunologistas bastante críticos das políticas para AIDS e a desinformação geral sobre os mecanismos de contaminação, desenvolvimento e disseminação da doença.

E antes que diga, não são conspiracionistas, são alguns dos médicos mais respeitados do país na especialidade.

Um bom jeito de ouvir coisa diferente é passar um e-mail para este tipo de fonte. Talvez não te respondam, mas já seria um bom começo prá quebrar este círculo vicioso de pensamento.


Zumbi Filosofico escreveu:Não é só uma questão de dividir as fontes entre mocinhos e bandidos, "conspiracionistas" só foram citados aqui porque são uma provável fonte de informações que destoam do que é normalmente defendido, e, para uma avaliação mais rápida sobre um assunto, algo que talvez não cumpra todos requisitos ideais de uma "pesquisa intelectualmente honesta", embora não veja desonestidade nisso, apenas praticidade em se reduzir a perda de tempo, é aconselhável se evitar fontes com características típicas dos conspiracionistas. Só isso. O meu ponto principal aqui não foi fazer uma divisão de conspiracionistas e não conspiracionistas, e só reafirmar o que disse no trecho anterior. Os cientistas não julgam que a AIDS seja um problema exclusivo dos homens homossexuais apesar deles serem o principal grupo de risco. Poderia ter dito, "podem procurar em qualquer site" para constatar isso, mas preferi deixar a ressalva "menos conspiracionistas", pois nesses vai encontrar afirmações contrárias para qualquer coisa que se imagine.


Quando deixar de usar "os cientistas" como sujeito de suas sentenças terá dado um passo importante.

Zumbi Filosofico escreveu:Para uma noção geral das coisas, o menos arriscado é se basear nas afirmações "standard" da ciência, não nesses caras, que não raramente pecam por informação incompleta ou ultrapassada, no mínimo. Se quiser estudar por diversão, aí sim, é interessante se aprofundar nessas questões, dissecar tudo. Mas ninguém tem tempo para fazer isso com toda questão possível.


Ninguém aqui está falando em diferenciar histórias da carochinha do fatos, mas sim de polêmicas reais quando há evidências sólidas de que as conclusões divulgadas sistematicamente não conferem com a base de dados que deveria sustentá-la.

Nestes casos é necessário ir mais a fundo ou, na melhor das hipóteses, deixar as opiniões em aberto.


Zumbi Filosofico escreveu:Bem, a "ideologia" aqui é simplesmente de me preocupar com o que as pessoas movidas por "outras" ideologias podem estar promovendo de errado e potencialmente perigoso.


Nenhuma ideologia deve estar acima da verdade.

Se existe uma epidemia de AIDS heterossexual, mostrem onde está.
Simples assim.
Após trinta anos, tal epidemia deveria ser visível a olho nu, não apenas nos artigos que a alardeiam aterrorizantemente.


Zumbi Filosofico escreveu:O pessoal que parece se importar demais com certas coisas que que uns adultos fazem consensualmente nos seus quartos, ou mesmo simplesmente tenham uma certa dificuldade geral em questões sexuais, defende também que a melhor educação sexual é "pregar" a abstinência. Por pura lógica, até que deveria dar certo, mas na verdade os adolescentes que recebem esse tipo de educação tem maior incidência de doenças venéreas e gravidez do que aqueles que recebem "aulas de sexo/depravação" na escola.


Tô cagando e andando prá este "pessoal", seja lá quem for.
Nós, Índios.

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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Aranha »


- Fiquei curioso em saber teorias que expliquem porquê dos padrões de contaminação na África serem diferentes dos verificados no resto do mundo.

Abraços,
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Apo »

Aranha escreveu:
- Fiquei curioso em saber teorias que expliquem porquê dos padrões de contaminação na África serem diferentes dos verificados no resto do mundo.

Abraços,


O que você considera como "padrão de contaminação"?
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Aranha »

Apo escreveu:
Aranha escreveu:
- Fiquei curioso em saber teorias que expliquem porquê dos padrões de contaminação na África serem diferentes dos verificados no resto do mundo.

Abraços,


O que você considera como "padrão de contaminação"?


- Leia os posts do Acauan neste tôpico.

Beijos,
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Apo »

Aranha escreveu:
Apo escreveu:
Aranha escreveu:
- Fiquei curioso em saber teorias que expliquem porquê dos padrões de contaminação na África serem diferentes dos verificados no resto do mundo.

Abraços,


O que você considera como "padrão de contaminação"?


- Leia os posts do Acauan neste tôpico.

Beijos,


É, eu sei que não li. Precisava de um resuminho...nhé...bjs
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Aranha »

Apo escreveu:
Aranha escreveu:
Apo escreveu:
Aranha escreveu:
- Fiquei curioso em saber teorias que expliquem porquê dos padrões de contaminação na África serem diferentes dos verificados no resto do mundo.

Abraços,


O que você considera como "padrão de contaminação"?


- Leia os posts do Acauan neste tôpico.

Beijos,


É, eu sei que não li. Precisava de um resuminho...nhé...bjs


- Então aproveite para dar uma lida, a discussão está interessante...

Beijos,
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por RCAdeBH »

Fatos:
Gasta-se muito tratando aidéticos, porem gasta-se muito, mas muito mais tratando obesos, que em sua maioria desenvolvem doenças de tratamento caro e crônico.
Nenhum desses no grupo acima paga 1 centavo a mais para o governo para custear suas doenças, adquiridas em sua maioria por negligência.
O fumante geralmente paga 10x seu tratamento em forma de impostos sobre o canudo branco delicioso do capeta, seja porque vai morrer mais rápido, seja porque o tratamento da sobrevida seja mais barato.
Quanto a fumar perto dos outros, perto de gestantes e bebês, ou de chatos como a Apo, acho questão de educação mesmo.
E tenho dito.
Estamos todos é na merda mesmo.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Apo »

RCAdeBH escreveu:Fatos:
Gasta-se muito tratando aidéticos, porem gasta-se muito, mas muito mais tratando obesos, que em sua maioria desenvolvem doenças de tratamento caro e crônico.
Nenhum desses no grupo acima paga 1 centavo a mais para o governo para custear suas doenças, adquiridas em sua maioria por negligência.
O fumante geralmente paga 10x seu tratamento em forma de impostos sobre o canudo branco delicioso do capeta, seja porque vai morrer mais rápido, seja porque o tratamento da sobrevida seja mais barato.
Quanto a fumar perto dos outros, perto de gestantes e bebês, ou de chatos como a Apo, acho questão de educação mesmo.
E tenho dito.
Estamos todos é na merda mesmo.


:emoticon45:

Falou tudo! Beijo!
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Apáte »

RCAdeBH escreveu:Fatos:
Gasta-se muito tratando aidéticos, porem gasta-se muito, mas muito mais tratando obesos, que em sua maioria desenvolvem doenças de tratamento caro e crônico.

Isso porque no Brasil, é mais fácil chamar obesidade de epidemia do que AIDS.

RCAdeBH escreveu:Nenhum desses no grupo acima paga 1 centavo a mais para o governo para custear suas doenças, adquiridas em sua maioria por negligência.

As causas da obesidade podem variar, mas em caso de consumo compulsivo de alimentos insalubres, geralmente esses produtos são sobretaxados.

RCAdeBH escreveu:O fumante geralmente paga 10x seu tratamento em forma de impostos sobre o canudo branco delicioso do capeta*, seja porque vai morrer mais rápido, seja porque o tratamento da sobrevida seja mais barato.

* :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Você é médico, RCA?

RCAdeBH escreveu:Quanto a fumar perto dos outros, perto de gestantes e bebês, ou de chatos como a Apo, acho questão de educação mesmo.
E tenho dito.

Concordo.

RCAdeBH escreveu:Estamos todos é na merda mesmo.

Estou bem, obrigado.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por zumbi filosófico »

Acauan escreveu:
zumbi filosófico escreveu:Não tem conspiração tentando mascarar nada.


Continua usando o termo conspiração como apelo emocional.


Não quis "emocionar" ninguém, apenas não vejo essa cons--... bem... ummm... essas pessoas... que... secretamente... mas ainda assim detectavelmente, por uns... querem ocultar os verdadeiros números da AIDS, com algum propósito maquiavélico que podemos imaginar...

Os números são públicos, ninguém nega ou tenta ocultar que homens sexuais sejam o grupo de maior risco. No máximo, o que acontece quando se vê algo público é não se dar a ênfase que você aparentemente acha que deveria ser dada a isso, o que é ótimo, porque o resultado poderia ser desastroso, se não fosse feito com imenso cuidado, para não criar a noção de que heterossexuais são "imunes".




Acauan escreveu:
O texto que citou enrola e enrola para ficar na ladainha da AIDS heterossexual, omitindo sistematicamente que mais de 50% dos novos contaminados na America são homossexuais masculinos, mesmo estes representando de 1% a 5% da população.

O resto é conversa mole prá boi dormir.


"Omissão sistemática". E não é conspiração. Isso deve ser brincadeira... OK...

O foco do texto é corrigir a interpretação do artigo original sobre não haver transmissão heterossexual, logo não é assim tão absurdo supor que a omissão dos dados quanto a homossexuais não sejam "sistemáticos", visando ocultar alguma coisa (sem conspiração, sem conspiração!). Simplesmente não é o tema. O fato dos homens homossexuais "ganharem de lavada", não elimina o risco heterossexual, ainda que menor.


zumbi filosófico escreveu:Você pode espernear dizendo que é conspiração, mas as informações referenciadas no artigo são de diversos cientistas que, até o que se sabe, são idôneos, e não se tem real indício de conspiração.


Primeiro, quem fala em conspiração é você.


Ok, imagine que quando eu digo "conspiração", estou me referindo a esse movimento/lobby gayzista do qual você fala, que supostamente quer ocultar a verdade sobre a AIDS, mas que não é conspiração.


E se o melhor fundamento que tem são coisas vagas como "diversos cientistas" e "até o que se sabe idôneos", lamento.
Como disse, uma boa análise nas fontes primárias faz mais que mil apelos a autoridade. [/color]


Esse texto citado tem por objetivo corrigir interpretações/distorções feitas a partir de uma fonte primária, o artigo original que uns se baseiam para afirmar que não há transmissão heterossexual. É uma "análise" do próprio autor sobre o assunto, sobre as fontes primárias. Dado que, o que estamos discutindo é absurdo, e ninguém defende que heterossexuais não precisam se preocupar com AIDS, isso deveria ser mais do que suficiente.


Mas parece que não é. E eu fico meio sem saber onde continuar. Os dados estão aí. HIV é heterossexualmente transmissível. Eu não sei entendi seu ponto. Se as pessoas não deveriam se preocupar/não existe transmissão heterossexual, ou se só quer chamar atenção para o fato de ser predominantemente um problema de homens homossexuais.

Os dados estão aí, mesmo os postados por você não corroboram essa posição mais extrema, e se for algo mais ameno, só a ênfase na existência desse grupo de risco predominante, OK, apenas faço a ressalva de que muita ênfase nisso, nem tanto aqui no fórum, mas se fosse uma mensagem muito comum, provavelmente traria grande risco de acabar levando à interpretação extrema da coisa, o que por sua vez, pode ser bem desastroso. Possivelmente muitas pessoas se protegem de DSTs pensando mais na AIDS do que em qualquer outra, e se achassem, erroneamente, que não há por que se preocupar com AIDS (especialmente mulheres), correriam o risco de pegar/transmitir mais doenças, e com isso, até mesmo a AIDS, que tem a transmissão (heterossexual) facilitada por outras doenças venéreas. Meio como o caso do fracasso da "educação celibatária" em oposição a educação sexual para prevenção de doenças e até de gravidez. Pior, uma vez que com a tentativa de promoção do celibato o é até lógico pensar em uma redução de DSTs se fosse seguida de fato, enquanto a mensagem "barebacking heterossexual não passa AIDS" é obviamente mais desastrosa.



zumbi filosófico escreveu:Risco individual baixo pode parecer insignificante, mas não se pode enxergar a coisa por esse aspecto quando pensamos em populações inteiras e saúde pública.


Ai que chatice isto de não desenvolver nenhuma idéia própria e ficar postando links em substituição.


"Idéia própria" não tem importância alguma aqui. O fato é que, um risco pequeno individual, representa um número maior na população toda, e logo algo não desprezível. A maior parte das pessoas nunca teve acidente de trânsito provavelmente, e ainda assim os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte.




Administrar Saúde Pública é basicamente aplicar recursos finitos da melhor maneira, logo o principal é estabelecer prioridades que representem o melhor possível as reais necessidades da população.

Não é preciso nenhum link para entender que há algo errado em se gastar bilhões no tratamento do bicho de pé enquanto se corta verbas para o atendimento clínico preventivo.

Se os números da AIDS heterossexual não justificam o dinheiro gasto nas campanhas de prevenção, o erro se repete em outro grau, mas se repete.


Não sei se o que se gasta com AIDS é análogo a gastar bilhões no tratamento de bicho do pé ou qualquer outro dsperdício. Não sei quanto se gasta com prevenção e etc. Pode bem não ser o que eu consideraria ideal. Apenas não considero que o fato de afetar predominantemente homens homo/bissexuais, e afetar mais a mulheres heterossexuais do que a homens estritamente heterossexuais seja algo que faça com que o problema valha menos do que se afetasse mais homogeneamente a população, mantendo o mesmo número de vítimas. Acho bom que o problema esteja mais restrito aos grupos de risco elevado, em oposição a algo mais generalizado, mas qualquer diminuição nos investimentos em prevenção motivada por isso tem que ter em mente o risco de afetar esse cenário.




Zumbi Filosofico escreveu:A minha "opinião formada" sobre o assunto decorre meramente de nunca ter ouvido nenhuma autoridade sugerir que ninguém além dos homossexuais masculinos devesse se preocupar com risco de adquirir AIDS, e saber que, apesar de haver sim grupos de risco, o risco não é rigidamente liitado a eles, não sendo desprezíveis o número de pessoas, de menor risco, que têm o vírus. E tanto mais tendem a haver quanto menores fossem as políticas preventivas, e quanto mais se promovesse a idéia de que não há risco para heterossexuais. Sem falar do efeito colateral em outras doenças menos "assustadoras".


O fato de nunca ter ouvido certas coisas pode implicar que tem ouvido apenas o que quer ouvir, por procurar respostas apenas onde sabe que obterá as que quer receber.
Na Universidade de São Paulo há imunologistas bastante críticos das políticas para AIDS e a desinformação geral sobre os mecanismos de contaminação, desenvolvimento e disseminação da doença.

E antes que diga, não são conspiracionistas, são alguns dos médicos mais respeitados do país na especialidade.

Um bom jeito de ouvir coisa diferente é passar um e-mail para este tipo de fonte. Talvez não te respondam, mas já seria um bom começo prá quebrar este círculo vicioso de pensamento.


Eu nunca procurei muito ativamente sobre isso, só umas vezes sobre a questão da relação HIV/AIDS, e não, não procurei só pelo que queria ouvir...



Zumbi Filosofico escreveu:Não é só uma questão de dividir as fontes entre mocinhos e bandidos, "conspiracionistas" só foram citados aqui porque são uma provável fonte de informações que destoam do que é normalmente defendido, e, para uma avaliação mais rápida sobre um assunto, algo que talvez não cumpra todos requisitos ideais de uma "pesquisa intelectualmente honesta", embora não veja desonestidade nisso, apenas praticidade em se reduzir a perda de tempo, é aconselhável se evitar fontes com características típicas dos conspiracionistas. Só isso. O meu ponto principal aqui não foi fazer uma divisão de conspiracionistas e não conspiracionistas, e só reafirmar o que disse no trecho anterior. Os cientistas não julgam que a AIDS seja um problema exclusivo dos homens homossexuais apesar deles serem o principal grupo de risco. Poderia ter dito, "podem procurar em qualquer site" para constatar isso, mas preferi deixar a ressalva "menos conspiracionistas", pois nesses vai encontrar afirmações contrárias para qualquer coisa que se imagine.


Quando deixar de usar "os cientistas" como sujeito de suas sentenças terá dado um passo importante.


Eu tento ser menos prolixo, isso é um baita atalho e tanto para o que geralmente quero dizer, e o que é comprometido em não tomar o caminho mais longo não chega a ser uma grande perda.



Zumbi Filosofico escreveu:Para uma noção geral das coisas, o menos arriscado é se basear nas afirmações "standard" da ciência, não nesses caras, que não raramente pecam por informação incompleta ou ultrapassada, no mínimo. Se quiser estudar por diversão, aí sim, é interessante se aprofundar nessas questões, dissecar tudo. Mas ninguém tem tempo para fazer isso com toda questão possível.


Ninguém aqui está falando em diferenciar histórias da carochinha do fatos, mas sim de polêmicas reais quando há evidências sólidas de que as conclusões divulgadas sistematicamente não conferem com a base de dados que deveria sustentá-la.

Nestes casos é necessário ir mais a fundo ou, na melhor das hipóteses, deixar as opiniões em aberto.


As coisas que citei, ao menos a maioria delas, foram ou até ainda são polêmicas, não contos da carochina auto-refutados, tem seus defensores, análogos aos respeitados cientistas da USP que mencionou. Talvez até dentro da mesma USP...

A diferença aqui é que, por qualquer motivo, você acabou esbarrando ou indo atrás dessa questão da AIDS, possivelmente por não dar a mesma importância a essas outras questões, não ter o mesmo interesse. Outros tantos encontram e defendem esses pontos de vista menos comumente conhecidos da mesma forma.

Mas tanto faz. Eu não estou defendendo que de fato o que se "deve" fazer é generalizar esse tipo de coisa e simplesmente aceitar fielmente o mainstream. Se tiver interesse, ótimo, que se pesquise sobre isso e etc. Pode mesmo acaba achando razoável discordar, como muita gente faz, com esses e outros assuntos. Se fosse uma questão de apostar, simplesmente apostaria na maioria, "nos cientistas", e não nos fringes, de modo geral. Sempre que dei uma "aprofundada superficial" nessas posições alternativas, costumei encontrar esse padrão que vai desde falhas lógicas na argumentação, até embasamento frágil, ou mesmo falso.

No caso especificamente, nem faço idéia do que realmente defendem, mas pelo que disse já fico curioso com questões como o que exatamente consideram uma contaminação insignificante de heterossexuais, e por que pensam que seria algo que tenderia a ser estável ou a redução (em vez do atual aumento) com as mudanças que imaginam que devessem ser postas em prática. Eu também não sei exatamente o que o governo atualmente faz, para começar, mas é difícil imaginar algo além do óbvio; campanhas de prevenção/conscientização, distribuição de contraceptivos e uso dos anti-retrovirais quando ainda der tempo. Qualquer coisa nesse tom de dar um enfoque para a coisa como problema exclusivamente de homens gays e não da população em geral me parece desastroso, pelos motivos que já mencionei. A diminuição do temor pela AIDS poderia aumentar o número de outras doenças que em contra partida facilitam a transmissão do HIV; gays não são necessariamente homossexuais estritos, passariam HIV para as mulheres, e em menor grau, essas passariam para os homens heterossexuais estritos. Não que o problema seja apenas esse, como disse antes, não é como se o problema não ser significativamente de homens heterossexuais, mas mais de homosssexuais e mulheres, fizesse dele insignificante.



Zumbi Filosofico escreveu:Bem, a "ideologia" aqui é simplesmente de me preocupar com o que as pessoas movidas por "outras" ideologias podem estar promovendo de errado e potencialmente perigoso.


Nenhuma ideologia deve estar acima da verdade.

Se existe uma epidemia de AIDS heterossexual, mostrem onde está.
Simples assim.
Após trinta anos, tal epidemia deveria ser visível a olho nu, não apenas nos artigos que a alardeiam aterrorizantemente.


Eu não sei se existe o que se classifica como uma epidemia, e não acho que isso seja de fundamental importância. Os números estão aumentando, inclusive entre homens heterossexuais (novamente, não a única população merecedora de preocupação), e seja lá qual classificação que isso mereça nesse ritmo, ainda é um problema, e merece atenção. Pode não ser uma calamidade, catástrofe, o fim do mundo, mas também não é insignificante.


Zumbi Filosofico escreveu:O pessoal que parece se importar demais com certas coisas que que uns adultos fazem consensualmente nos seus quartos, ou mesmo simplesmente tenham uma certa dificuldade geral em questões sexuais, defende também que a melhor educação sexual é "pregar" a abstinência. Por pura lógica, até que deveria dar certo, mas na verdade os adolescentes que recebem esse tipo de educação tem maior incidência de doenças venéreas e gravidez do que aqueles que recebem "aulas de sexo/depravação" na escola.


Tô cagando e andando prá este "pessoal", seja lá quem for.
[/quote][/quote]

Esse fracasso nas estratégias para lidar com a questão das DSTs e gravidez na adolescência deve servir de exemplo para esse caso específico.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por RCAdeBH »

Apáte escreveu:
Isso porque no Brasil, é mais fácil chamar obesidade de epidemia do que AIDS.


Não é mais fácil, é fato. Diria que daqui a alguns anos será uma pandemia causando mais transtornos que o HIV. Aliás, o HIV enquanto epidemia a ponto de mobilizar a saúde pública por aqui nesses tempos, acho discutível. Veja, não sou contra o tratamento gratuito dos aidéticos, sejam héteros ou homossexuais, estou comentando somente o impacto financeiro do mesmo, dentro do contexto do tópico.

Apáte escreveu:
As causas da obesidade podem variar, mas em caso de consumo compulsivo de alimentos insalubres, geralmente esses produtos são sobretaxados.


Nenhum alimento, mesmo os clássicos que transformam o humano em um elefante é taxado em 70% aqui no Brasil como o maço de cigarros é.

Apáte escreveu:
Estou bem, obrigado.


Que bom!
Abraço.
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Re: Nova declaração do Bolsonaro sobre AIDS

Mensagem por Acauan »

zumbi filosófico escreveu: Não quis "emocionar" ninguém, apenas não vejo essa cons--... bem... ummm... essas pessoas... que... secretamente... mas ainda assim detectavelmente, por uns... querem ocultar os verdadeiros números da AIDS, com algum propósito maquiavélico que podemos imaginar...
Os números são públicos, ninguém nega ou tenta ocultar que homens sexuais sejam o grupo de maior risco. No máximo, o que acontece quando se vê algo público é não se dar a ênfase que você aparentemente acha que deveria ser dada a isso, o que é ótimo, porque o resultado poderia ser desastroso, se não fosse feito com imenso cuidado, para não criar a noção de que heterossexuais são "imunes".


Todas as campanhas públicas de prevenção da AIDS divulgam a falsa idéia de que o risco de contágio é o mesmo para todos, que não existem grupos de risco, tentam dissociar ao máximo AIDS dos homossexuais, distribuem preservativos às baciadas sem qualquer critério, fugindo completamente aos focos eficazes e omitem sistematicamente os dados que identificam a epidemia como exclusivamente homossexual, enquanto manipulam dados que sugerem o contrário.

E quem quiser saber alguma coisa tem que conversar com quem sabe ou pesquisar em inglês na internet, como fizemos aqui, nada é público como sugeriu.

Estes fatos se passam todos os dias diante de seu nariz, se prefere ridicularizá-los, paciência.

E em um estado democrático de direito, o povo tem direito à verdade e o governo tem a obrigação de dizê-la.
Esta idéia de que sacrossantos burocratas devem decidir o que o povo deve ou não saber pode até começar com boas intenções, mas termina sempre em merda.


zumbi filosófico escreveu: "Omissão sistemática". E não é conspiração. Isso deve ser brincadeira... OK...


Poderia explicar a diferença entre omissão sistemática e conspiração, mas deixo o encargo livre para quem tiver paciência para explanar sobre o óbvio.

zumbi filosófico escreveu: O foco do texto é corrigir a interpretação do artigo original sobre não haver transmissão heterossexual, logo não é assim tão absurdo supor que a omissão dos dados quanto a homossexuais não sejam "sistemáticos", visando ocultar alguma coisa (sem conspiração, sem conspiração!). Simplesmente não é o tema. O fato dos homens homossexuais "ganharem de lavada", não elimina o risco heterossexual, ainda que menor.


Já expus dados, fontes e análises suficientes sobre isto.
Você não vai mudar de idéia nem que chovam infectologistas na sua cabeça, mas a discussão está registrada para às mentes permeáveis que vierem a lê-la.


zumbi filosófico escreveu:Ok, imagine que quando eu digo "conspiração", estou me referindo a esse movimento/lobby gayzista do qual você fala, que supostamente quer ocultar a verdade sobre a AIDS, mas que não é conspiração.


Você parece ter uma dificuldade imensa em diferenciar o que é fato do que é análise do fato.
É fato que as campanhas de prevenção e a divulgação pública de informação sobre AIDS omitem as informações.

Como e porque omitem é outra discussão.
Quando conseguir fazer o básico que é esta diferenciação, aí talvez haja o que responder para além desta fixação boba sobre teorias conspiratórias, que é um atalho ótimo para fugir do trabalho de pesquisar fontes primárias.


zumbi filosófico escreveu: Mas parece que não é. E eu fico meio sem saber onde continuar. Os dados estão aí. HIV é heterossexualmente transmissível. Eu não sei entendi seu ponto. Se as pessoas não deveriam se preocupar/não existe transmissão heterossexual, ou se só quer chamar atenção para o fato de ser predominantemente um problema de homens homossexuais.


O que eu quero é uma coisinha meio fora de moda chamada defesa da verdade. Fale o que quiser, ninguém tem coragem de afirmar em público que não existe epidemia heterossexual de AIDS e nunca houve. Quem alardeou isto enganou a população e não aparece um filho da puta para dizer uma coisa simples: - "erramos".

Mas acho que defesa da verdade virou uma abstração distante e incompreensível em alguns mundinhos.


zumbi filosófico escreveu: "Idéia própria" não tem importância alguma aqui.


Que Monã nos proteja.


zumbi filosófico escreveu: O fato é que, um risco pequeno individual, representa um número maior na população toda, e logo algo não desprezível. A maior parte das pessoas nunca teve acidente de trânsito provavelmente, e ainda assim os acidentes de trânsito são uma das principais causas de morte.


Se informe melhor.
Você já admitiu que não pesquisou suficientemente o assunto, mas quer discuti-lo como se o dominasse em alguma profundidade. Se deixar de lado esta retórica inútil e verificar o histórico de isolamento do HIV e algumas questões técnicas levantadas a respeito, aí talvez saiba o mínimo do mínimo para fazer afirmações como a acima.


zumbi filosófico escreveu: Não sei se o que se gasta com AIDS é análogo a gastar bilhões no tratamento de bicho do pé ou qualquer outro dsperdício. Não sei quanto se gasta com prevenção e etc. Pode bem não ser o que eu consideraria ideal. Apenas não considero que o fato de afetar predominantemente homens homo/bissexuais, e afetar mais a mulheres heterossexuais do que a homens estritamente heterossexuais seja algo que faça com que o problema valha menos do que se afetasse mais homogeneamente a população, mantendo o mesmo número de vítimas. Acho bom que o problema esteja mais restrito aos grupos de risco elevado, em oposição a algo mais generalizado, mas qualquer diminuição nos investimentos em prevenção motivada por isso tem que ter em mente o risco de afetar esse cenário.


O problema vai além da "predominância" de uma orientação sexual sobre outra nos mecanismos de contaminação e disseminação. Você quer seguir a discussão sem conhecer estes mecanismos e ainda fazendo afirmações taxativas.

zumbi filosófico escreveu:Eu nunca procurei muito ativamente sobre isso, só umas vezes sobre a questão da relação HIV/AIDS, e não, não procurei só pelo que queria ouvir...


Sua escolha de links sugere que busca no Google o que referenda sua opinião.

zumbi filosófico escreveu: Eu tento ser menos prolixo, isso é um baita atalho e tanto para o que geralmente quero dizer, e o que é comprometido em não tomar o caminho mais longo não chega a ser uma grande perda.


Sinceramente, não entendi bulhufas.

zumbi filosófico escreveu: As coisas que citei, ao menos a maioria delas, foram ou até ainda são polêmicas, não contos da carochina auto-refutados, tem seus defensores, análogos aos respeitados cientistas da USP que mencionou. Talvez até dentro da mesma USP...


Pelo que me lembro, você chegou a fazer analogias com criacionismo científico, o que é recorrer a contos da carochinha sim.

zumbi filosófico escreveu: A diferença aqui é que, por qualquer motivo, você acabou esbarrando ou indo atrás dessa questão da AIDS, possivelmente por não dar a mesma importância a essas outras questões, não ter o mesmo interesse. Outros tantos encontram e defendem esses pontos de vista menos comumente conhecidos da mesma forma.


AIDS é o assunto deste tópico.

zumbi filosófico escreveu: Mas tanto faz. Eu não estou defendendo que de fato o que se "deve" fazer é generalizar esse tipo de coisa e simplesmente aceitar fielmente o mainstream. Se tiver interesse, ótimo, que se pesquise sobre isso e etc. Pode mesmo acaba achando razoável discordar, como muita gente faz, com esses e outros assuntos. Se fosse uma questão de apostar, simplesmente apostaria na maioria, "nos cientistas", e não nos fringes, de modo geral. Sempre que dei uma "aprofundada superficial" nessas posições alternativas, costumei encontrar esse padrão que vai desde falhas lógicas na argumentação, até embasamento frágil, ou mesmo falso.


O termo mainstream foi vulgarizado na internet e para qualquer questão um pouco mais complexa é preciso mais que o Google para determiná-lo, isto quando existe de fato um mainstream no sentido acadêmico do termo e não um simulacro dele divulgado por grupos de interesse.

Nota: Grupos de interesse é diferente de conspiracionistas. (já que é preciso deixar claro).


zumbi filosófico escreveu: No caso especificamente, nem faço idéia do que realmente defendem, mas pelo que disse já fico curioso com questões como o que exatamente consideram uma contaminação insignificante de heterossexuais, e por que pensam que seria algo que tenderia a ser estável ou a redução (em vez do atual aumento) com as mudanças que imaginam que devessem ser postas em prática. Eu também não sei exatamente o que o governo atualmente faz, para começar, mas é difícil imaginar algo além do óbvio; campanhas de prevenção/conscientização, distribuição de contraceptivos e uso dos anti-retrovirais quando ainda der tempo. Qualquer coisa nesse tom de dar um enfoque para a coisa como problema exclusivamente de homens gays e não da população em geral me parece desastroso, pelos motivos que já mencionei. A diminuição do temor pela AIDS poderia aumentar o número de outras doenças que em contra partida facilitam a transmissão do HIV; gays não são necessariamente homossexuais estritos, passariam HIV para as mulheres, e em menor grau, essas passariam para os homens heterossexuais estritos. Não que o problema seja apenas esse, como disse antes, não é como se o problema não ser significativamente de homens heterossexuais, mas mais de homosssexuais e mulheres, fizesse dele insignificante.


O buraco é mais embaixo, com trocadilho ou sem.
Toda a oncologia atual admite que sabemos pouquíssimo sobre o câncer, suas causas e seus mecanismos de manifestação, mas conseguimos resultados e progressos com o pouco que temos, sem correr o risco de oficializar explicações teóricas não comprovadas cientificamente.

O mesmo pensamento deveria valer para AIDS, mas criou-se uma falsa segurança de que sabemos o suficiente sobre o HIV, como ele destrói o sistema imunológico e se espalha por contágio sanguíneo.
Só que não sabemos.




zumbi filosófico escreveu: Eu não sei se existe o que se classifica como uma epidemia, e não acho que isso seja de fundamental importância.


Fico imaginando como a existência ou não de uma epidemia de uma doença contagiosa e incurável não seria de fundamental importância.

zumbi filosófico escreveu: Os números estão aumentando, inclusive entre homens heterossexuais (novamente, não a única população merecedora de preocupação), e seja lá qual classificação que isso mereça nesse ritmo, ainda é um problema, e merece atenção. Pode não ser uma calamidade, catástrofe, o fim do mundo, mas também não é insignificante.


Um montão de coisas não é insignificante e uma olhada sobre o aumento da AIDS entre homens heterossexuais – fora da África – tem angu embaixo do caroço, ou o contrário, sei lá, nunca entendi este ditado.

zumbi filosófico escreveu: Esse fracasso nas estratégias para lidar com a questão das DSTs e gravidez na adolescência deve servir de exemplo para esse caso específico.


Conclusões muito abrangentes tiradas de experimentos muito restritos não são confiáveis. Relatório Kinsey que o diga.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Trancado