Cidadão
Enviado: 08 Fev 2006, 17:12
CIDADÃO
-- Zé Ramalho
Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar
Foi um tempo de aplicação era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar; hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto, mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado tu ta aí admirado ou
Ta querendo roubar?
Meu domingo ta perdido vou prá casa entristecido,
Dá vontade de beber. E pra aumentar o meu tédio eu
Nem posso olhar o prédio que eu ajudei a fazer
Ta vendo aquele colégio moço ? Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento, fiz a massa pus cimento
ajudei a rebocar. Minha filha inocente vem pra mim toda
contente pai vou me matricular...
E me vem um cidadão
Criança de pé no chão aqui não pode estudar.
Essa dor doeu mais forte porque é que deixei o norte ?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava, tinha direito a comer.
Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz amém
Pus o sino e badalo enchi minha mão de calo lá eu
trabalhei também. Lá foi que valeu pena
tem quermesse tem novena e o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse, rapaz deixe de tolice
não se deixe amendrontar
Fui eu quem criou a terra, enchi o rio fiz a serra
não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
eu também não posso entrar.
---
hÁ !
-- Zé Ramalho
Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a levantar
Foi um tempo de aplicação era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar; hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto, mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado tu ta aí admirado ou
Ta querendo roubar?
Meu domingo ta perdido vou prá casa entristecido,
Dá vontade de beber. E pra aumentar o meu tédio eu
Nem posso olhar o prédio que eu ajudei a fazer
Ta vendo aquele colégio moço ? Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento, fiz a massa pus cimento
ajudei a rebocar. Minha filha inocente vem pra mim toda
contente pai vou me matricular...
E me vem um cidadão
Criança de pé no chão aqui não pode estudar.
Essa dor doeu mais forte porque é que deixei o norte ?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava, tinha direito a comer.
Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz amém
Pus o sino e badalo enchi minha mão de calo lá eu
trabalhei também. Lá foi que valeu pena
tem quermesse tem novena e o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse, rapaz deixe de tolice
não se deixe amendrontar
Fui eu quem criou a terra, enchi o rio fiz a serra
não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
eu também não posso entrar.
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hÁ !