Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

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Fernando Silva
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Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Fernando Silva »

"O Globo" 01/03/11

http://www.cremerj.org.br/clippings/mos ... ping=54686

Homem mutante
Olly Bootle, do Independent.

Descoberta de 250 alterações no DNA mostra que ser humano está em transformação

Desde que Charles Darwin formulou sua teoria da evolução pela seleção natural, há 150 anos, cientistas especulam se o processo se aplicaria aos seres humanos. A evolução nos criou, mas, num determinado ponto, nós paramos de evoluir? Não há dúvida de que somos únicos no mundo animal. Enquanto ursos que se vissem presos no Ártico iriam, ao longo dos milênios, desenvolver um pelo mais grosso para se manterem aquecidos, os homens costuram roupas e acendem uma fogueira. Ou fazem um barco e deixam o local.

Cientistas suspeitavam que, justamente por serem capazes de se adaptar às mudanças ambientais - o grande deflagrador da seleção natural -, os homens teriam parado de evoluir. Stephan Jay Gould, um dos mais respeitados biólogos evolucionários, disse, certa vez: “Não houve nenhuma mudança biológica nos humanos nos últimos 40 mil ou 50 mil anos. Tudo o que chamamos de cultura e civilização, construímos com o mesmo corpo e cérebro.” Ocorre que ele e muitos outros estavam errados. Nossa capacidade de mapear o genoma humano revolucionou o entendimento da evolução do homem. Ao comparar o DNA de milhares de pessoas ao redor do mundo, cientistas constataram quão diferentes somos geneticamente. A espécie continua a evoluir.

O geneticista Pardis Sabeti, da Universidade de Harvard, afirmou:
- Somos registros de nosso passado; podemos olhar para o DNA de indivíduos de hoje e ter uma ideia de como ficamos assim. Estamos começando a juntar as peças, a colocar lado a lado pequenos bits de informação para formar uma imagem coerente da evolução humana.

Sabeti e seu grupo detectaram 250 áreas do genoma que continuaram a mudar por seleção natural nos últimos dez mil anos. Algumas delas, como a cor da pele, são óbvias. Mas o metabolismo também mudou para nos permitir digerir alimentos que, no passado, não conseguíamos, como o leite. Pessoas que vivem em altitudes elevadas evoluíram para que elas pudessem lidar com a escassez de oxigênio. Os cientistas acreditam que as doenças sejam um dos maiores gatilhos da evolução recente de nossa espécie: quem for sortudo o suficiente para ter algum tipo de imunidade genética está em vantagem imediata e seus genes prosperarão.

Tendência seria estatura diminuir

Claramente, nossa tecnologia e inventividade não nos impediu de evoluir no passado. Mas o mundo hoje é muito diferente do mundo de alguns milhares de anos atrás, ou mesmo alguns séculos. Hoje, nos países desenvolvidos, praticamente todos têm um teto sobre suas cabeças e comida suficiente para sobreviver. É muito raro que um câncer mate alguém antes de ter vivido o suficiente para ter filhos e passar seus genes. O que resta para a seleção natural?

O geneticista Steve Jones, da University College London, explica:
- Na época de Shakespeare, apenas um em três bebês chegaria aos 21 anos. Todas essas mortes foram matéria-prima para a seleção natural, muitas dessas crianças morreram por causa dos genes que carregavam. Mas, agora, 99% dos bebês chegam a essa idade.

Para Jones, o raciocínio deixa poucas dúvidas sobre a atual realidade:
- Se a seleção natural não parou, pelo menos diminuiu o ritmo. Mas, é importante lembrar, a seleção natural só é direcionada pela morte, quando a morte impede as pessoas de passarem à frente seus genes. Embora, no mundo desenvolvido, quase todo mundo hoje viva tempo suficiente para ter descendentes, muitos podem optar por não tê-los. Esta decisão seria capaz de deflagrar a seleção natural da mesma maneira que a morte antes da procriação?

A ideia de que diferentes níveis de fertilidade poderiam estar deflagrando mudanças em nossa espécie levou o biólogo Stephen Stearns, da Universidade de Yale, a olhar para a evolução de uma forma radical. Analisando dados reunidos na cidade de Framingham, em Massachusetts, ele é capaz de dizer como os moradores locais vão evoluir nas próximas gerações. Seus cálculos o convenceram de que as pessoas ainda estão evoluindo e numa direção surpreendente.
- O que descobrimos sobre altura e peso é que, basicamente, a seleção natural parece estar reduzindo a altura e aumentando levemente o peso.

Stearns frisa que não se trata só de as pessoas estarem comendo mais.
- Não há dúvidas de que há um grande efeito cultural em aspectos como o peso - afirmou. - Mas conseguimos estimar qual o componente genético da variação da altura e do peso.

Para Stearns, é improvável que caminhemos na mesma direção eternamente. E tudo indica que não vamos parar de evoluir nunca.

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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Apo »

Mais uma prova de que deus existe. Precisa ficar retocando a obra, já que o homem vive querendo sair da perfeição primordial.
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Huxley
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Huxley »

Fernando Silva escreveu:Para Jones, o raciocínio deixa poucas dúvidas sobre a atual realidade:
- Se a seleção natural não parou, pelo menos diminuiu o ritmo. Mas, é importante lembrar, a seleção natural só é direcionada pela morte, quando a morte impede as pessoas de passarem à frente seus genes. Embora, no mundo desenvolvido, quase todo mundo hoje viva tempo suficiente para ter descendentes, muitos podem optar por não tê-los. Esta decisão seria capaz de deflagrar a seleção natural da mesma maneira que a morte antes da procriação?


FALSO! A seleção natural pode ser direcionada sem morte, mesmo que toda fêmea tenha pelo menos um filho e que não haja nenhuma morte precoce. Isso é possível graças a seleção sexual, que é um dos componentes da seleção natural. Gafe imperdoável para um geneticista de uma universidade conhecida.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Apo »

Mas de qualquer forma a seleção natural precisa ser "medida" necessariamente pelos indivíduos de uma espécie que procriam ( em prol dos demais que não procriam). Então, numa população onde há menor taxa de natalidade, há "menos" seleção?
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Fernando Silva
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Fernando Silva »

Huxley escreveu:
Fernando Silva escreveu:Para Jones, o raciocínio deixa poucas dúvidas sobre a atual realidade:
- Se a seleção natural não parou, pelo menos diminuiu o ritmo. Mas, é importante lembrar, a seleção natural só é direcionada pela morte, quando a morte impede as pessoas de passarem à frente seus genes. Embora, no mundo desenvolvido, quase todo mundo hoje viva tempo suficiente para ter descendentes, muitos podem optar por não tê-los. Esta decisão seria capaz de deflagrar a seleção natural da mesma maneira que a morte antes da procriação?


FALSO! A seleção natural pode ser direcionada sem morte, mesmo que toda fêmea tenha pelo menos um filho e que não haja nenhuma morte precoce. Isso é possível graças a seleção sexual, que é um dos componentes da seleção natural. Gafe imperdoável para um geneticista de uma universidade conhecida.

O que ele disse é que a morte só influencia se os indivíduos morrem antes de se reproduzirem.
Ou a decisão de não ter filhos.

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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Fernando Silva »

Apo escreveu:Mas de qualquer forma a seleção natural precisa ser "medida" necessariamente pelos indivíduos de uma espécie que procriam ( em prol dos demais que não procriam). Então, numa população onde há menor taxa de natalidade, há "menos" seleção?

Com menor natalidade, há menos chance de surgirem mutações.

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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Apo »

Fernando Silva escreveu:
Apo escreveu:Mas de qualquer forma a seleção natural precisa ser "medida" necessariamente pelos indivíduos de uma espécie que procriam ( em prol dos demais que não procriam). Então, numa população onde há menor taxa de natalidade, há "menos" seleção?

Com menor natalidade, há menos chance de surgirem mutações.



Mas eu pensei que a seleção não se dava apenas por mutação, mas sim por extinção de algumas características ( genes) que iam se extinguindo através da própria "roleta" da procriação de vivos.
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Huxley
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Huxley »

Fernando Silva escreveu:
Huxley escreveu:
Fernando Silva escreveu:Para Jones, o raciocínio deixa poucas dúvidas sobre a atual realidade:
- Se a seleção natural não parou, pelo menos diminuiu o ritmo. Mas, é importante lembrar, a seleção natural só é direcionada pela morte, quando a morte impede as pessoas de passarem à frente seus genes. Embora, no mundo desenvolvido, quase todo mundo hoje viva tempo suficiente para ter descendentes, muitos podem optar por não tê-los. Esta decisão seria capaz de deflagrar a seleção natural da mesma maneira que a morte antes da procriação?


FALSO! A seleção natural pode ser direcionada sem morte, mesmo que toda fêmea tenha pelo menos um filho e que não haja nenhuma morte precoce. Isso é possível graças a seleção sexual, que é um dos componentes da seleção natural. Gafe imperdoável para um geneticista de uma universidade conhecida.

O que ele disse é que a morte só influencia se os indivíduos morrem antes de se reproduzirem.
Ou a decisão de não ter filhos.


Pensando melhor, tu tens razão. A culpa foi do jornalista que pôs uma vírgula onde não devia.
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Huxley »

Apo escreveu:Mas eu pensei que a seleção não se dava apenas por mutação, mas sim por extinção de algumas características ( genes) que iam se extinguindo através da própria "roleta" da procriação de vivos.


Não é preciso haver extinção de genes ou de caracteres para que haja evolução. A definição de evolução é "mudança nas frequências gênicas das populações ao longo do tempo". Mudanças nas frequências gênicas podem ocorrer mesmo que não haja qualquer morte precoce ou interrupção na continuidade de descendência de organismos com caracteres menos aptos.

É o sucesso reprodutivo diferencial não-aleatório que causa a seleção natural. Sobrevivência diferencial é um componente desse sucesso reprodutivo diferencial, não o sinônimo dele.
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por zumbi filosófico »

Acho que sempre tem muito "hype" nessas coisas. A evolução não "parou" mas também não é nenhuma coisa tremendamente significativa.

Estudos recentes inclusive sugerem que os chimpanzés sofreram mais modificações por seleção natural desde a separação com os humanos -- isso apesar das suas populações serem tremendamente menores.

Também há não muito tempo houve um estudo de um cara que sacou um erro bem comum em estudos de inferência da ação da seleção natural sobre os genes, sugerindo que muito do que se detecta como sendo seleção natural poderia ser aleatório.

Acho que o que a notícia diz se resume em que um cara descobriu que as pessoas não têm todas as mesmas características e umas têm mais filhos do que outras, e assim, as futuras gerações tenderão a ter uma distribuição de caracteres diferente da atual. Mas isso não é seleção natural, é deriva genética, se as pessoas não estiverem tendo esse diferencial reprodutivo causado por uma diferença genética.
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por Apo »

Huxley escreveu:
Apo escreveu:Mas eu pensei que a seleção não se dava apenas por mutação, mas sim por extinção de algumas características ( genes) que iam se extinguindo através da própria "roleta" da procriação de vivos.


Não é preciso haver extinção de genes ou de caracteres para que haja evolução. A definição de evolução é "mudança nas frequências gênicas das populações ao longo do tempo". Mudanças nas frequências gênicas podem ocorrer mesmo que não haja qualquer morte precoce ou interrupção na continuidade de descendência de organismos com caracteres menos aptos.

É o sucesso reprodutivo diferencial não-aleatório que causa a seleção natural. Sobrevivência diferencial é um componente desse sucesso reprodutivo diferencial, não o sinônimo dele.


Sim, é assim que eu imagino o processo todo. Por isto eu disse "mutação", no sentido amplo e diversificado de mudanças nestas populações. Para isto não precisa haver apenas morte ou apenas sobrevivência, e, sim, a conjunção destas coisas todas. O que não entendo é como se dá esta seleção "natural". Para mim, "natural" é mesmo aleatório. Isto somado à alguma mudança radical sofrida por alguns grupos que eliminaria de forma substancial gens a ponto de eles não terem mais como se reproduzirem. Estes últimos são os não-aletórios?
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zumbi filosófico
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por zumbi filosófico »

Há muito de aleatório "no natural", e talvez nesse caso mencionado seja o que mais há (é a impressão que tenho).

Mas o que os pesquisadores estão sugerindo é que não, que de alguma forma, menor estatura e maior peso aumentam as chances de um indivíduo ter mais filhos -- essa seria a não-aleatoriedade, a seleção. (Pode ser também o contrário, maior estatura, e menor peso, teriam alguma "causa" em diminuir as chances de um indivíduo ter filhos).

E esses atributos seriam ao menos em parte geneticamente influenciados na população, não questão de mero condicionamento (ou falta dele) e nutrição, então esse cenário/tendência faz com que nas próximas gerações hajam mais genes na população com essas predisposições.


Essa última parte é OK, o problema mesmo está em atribuir a essas diferenças um papel causal. Os únicos motivos que eu imagino que poderiam influenciar seriam: seleção sexual, preferência estética por essas características -- o que parece ser o inverso do que se esperaria -- e que pessoas de menor estatura precisam de menos comida para se sustentar -- mas eu não esperaria isso sendo significativo em qualquer região minimamente desenvolvida.

Mas também existe a chance da seleção sexual ter um efeito meio "inverso", aqueles (e aquelas) menos dentro dos padrões preferidos/baixo status, acabarem tendo mais filhos justamente por não poderem se dar ao luxo de escolher muito, e por afobação quando têm a chance de se dar bem. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

E do outro lado, além da parte de preferência estética/sexual, pode acabar havendo alguma influência disso em status social, sucesso profissional, reforçando a posição de escolha e tendência geral a ter menos filhos (por priorizar a carreira, por exemplo).

Mas acho que nem chega a ser bem "seleção" propriamente dita assim, já que a seleção "inversa" seria a seleção "de verdade". Talvez uns classifiquem isso como diferentes "estratégias reprodutivas", de alto investimento versus baixo investimento parental, mas não sei se chega a ser o caso, ainda que talvez possa ser algo parecido.


E, de qualquer forma, isso é só uma dessas coisas que se pode imaginar que acontece, não significa que está mesmo acontecendo de forma significativa.
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docdeoz
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Re: Ser humano continua evoluindo - 250 alterações no DNA

Mensagem por docdeoz »

(HNT) ויאמר אלי אחד מן־הזקנים אל־תבכה הנה נצח האריה אשר הוא משבט Rev 5:5
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Trancado