Re: Escutem o coração
Enviado: 20 Mar 2011, 16:42
Depois desta...também desisto!
Cada um sabe de si.
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Judas escreveu:Antes de declarar minha desistência também, eu gostaria de saber:
Qual o argumento existente para que eu possa ser contra o aborto em caso de estupro (contra a legislação atual) usando a lógica de que "uma vida gerada por estupro tem o mesmo valor de uma gerada com consentimento"
e, ao mesmo tempo, poder dizer sem medo de me passar por hipócrita que, se acontecer com minha esposa/namorada/mãe, eu faria o uso da legislação vigente?
Porque o meu dilema moral é exatamente este.
Acauan escreveu:Resumindo o que foi dito no tópico citado anteriormente, não há solução moral para o aborto de gravidez resultante de estupro.
Tanto a mulher quanto o feto são inocentes na questão.
A vida resultante da gravidez não deve ser condenada por conta do ato de violência que a gerou e a mulher que foi vítima não deveria ser obrigada a se submeter às consequências desta violência.
Em um mundo perfeito dilemas morais sempre teriam solução.
Mas a realidade humana é imperfeita e por vezes seja qual for nossa ação o resultado será injusto.
Como disse no tópico citado, nos casos de aborto da gravidez provocada por estupro a lei faz uma aposta extrema no espírito humano.
A mulher grávida em decorrência do estupro não pode ser responsabilizada pela gravidez e o nascituro não deveria morrer por conta disto.
A solução legal é isentar a mulher de punição caso opte pelo aborto, sem renunciar aos direitos do nascituro, contando que a mulher faça a escolha mais humana, mesmo reconhecendo que nas circunstâncias não se deve obrigá-la a isto.
Judas escreveu:Acauan escreveu:Resumindo o que foi dito no tópico citado anteriormente, não há solução moral para o aborto de gravidez resultante de estupro.
Tanto a mulher quanto o feto são inocentes na questão.
A vida resultante da gravidez não deve ser condenada por conta do ato de violência que a gerou e a mulher que foi vítima não deveria ser obrigada a se submeter às consequências desta violência.
Em um mundo perfeito dilemas morais sempre teriam solução.
Mas a realidade humana é imperfeita e por vezes seja qual for nossa ação o resultado será injusto.
Como disse no tópico citado, nos casos de aborto da gravidez provocada por estupro a lei faz uma aposta extrema no espírito humano.
A mulher grávida em decorrência do estupro não pode ser responsabilizada pela gravidez e o nascituro não deveria morrer por conta disto.
A solução legal é isentar a mulher de punição caso opte pelo aborto, sem renunciar aos direitos do nascituro, contando que a mulher faça a escolha mais humana, mesmo reconhecendo que nas circunstâncias não se deve obrigá-la a isto.
Isso parece estar de acordo com o que eu penso com relação à lei vigente:
"No momento essa é a "melhor" solução que temos."
Márcio escreveu:Sim, sim, mas vejamos:
Antes falei de ‘’valor da vida’’, mas como isso parece ser subjetivo demais vou agora falar de algo mais objetivo(ou pelo menos deveria ser)que é o ‘’direito à vida’’ segundo as leis.
O sujeito estuprador que gerou um novo ser sem consentimento, ao ser pego será encaminhado pelo estado à uma instituição penal onde sua vida será mantida de forma que a pena aplicada seja cumprida. Após isso terá sua liberdade restaurada.
Ao ''ser humano em formação'', fruto da violência, não restará sequer o direito à vida.
A bizarrice disso é que o estuprador culpado e ignóbil tem mais direitos do que o ''ser humano em formação'' inocente.
Nesse caso o estado preserva a vida do culpado e penaliza o inocente com a morte. Isso me parece um paradoxo.
Acauan escreveu:
O criminoso estuprador é o único responsável pela gravidez que gerou a criança.
Acauan escreveu:O problema da descriminalização do aborto em caso de estupro foi discutido exaustivamente neste tópico.
Samael escreveu:Acauan escreveu:Samael escreveu:Acauan escreveu:Samael escreveu:O aborto no caso de estupro atinge um terceiro inocente, se hipotetizamos que há humanidade e dignidade num embrião e este morrerá se não receber proteção da única pessoa que pode salvá-lo, no caso, a mãe.
Como é que se pode obrigar uma pessoa a prestar socorro a um inocente na rua e não se pode fazer o mesmo com um inocente que só depende dela para sobreviver?
A obrigação de prestar socorro e a obrigação de levar a cabo a gravidez são decretadas pela lei para situações normais.
Alguém que alegue que não prestou socorro porque isto implicaria em por em risco a própria vida está imediatamente livre de ser responsabilizado pela omissão, o que não implica, obviamente, que a pessoa que deixou de ser salva tivesse menos dignidade humana que outra cujo salvamento não implicasse em nenhum risco.
Até onde eu saiba, a gravidez só representa um risco à vida da gestante em casos de exceção.
Isto. Há exceções para as regras, inclusive as regras legais.
Pois, me colocando na pele de um anti-aborto, não conseguiria nunca apoiar ou mesmo ver qualquer coerência nessa exceção.
Herf escreveu: Não dá para negar que há uma brecha aí, justificadamente explorada pelos pró-escolha: por um lado admite-se que um zigoto é um ser humano e que abortar sua gestação é um assassinato; por outro reconhece-se a existência de uma "gradação de humanidade" que justifica o aborto em caso de estupro, desde que nas primeiras semanas, quando o ser gestado ainda não é "completamente humano" (receio a má interpretação destas expressões).